Ascensão da Tropa Castelar: Mistério e Violência em Sorriso MT

A Tropa Castelar, uma facção criminosa formada por ex-integrantes do Comando Vermelho, surge em Mato Grosso, aliando-se ao Primeiro Comando da Capital. Com o enfraquecimento do CV, a Tropa Castelar busca ganhar espaço no cenário criminal.

Tropa Castelar: como ficará a Cidade Tranquila do Passado

Sorriso, uma cidade situada nas vastidões do estado de Mato Grosso, é célebre por sua fértil produção agrícola e pela amabilidade que emana de sua população.

Com aproximadamente 100 mil almas, Sorriso ostenta o título de capital nacional do agronegócio e se orgulha de sua pujante economia.

Entretanto, as sombras da inquietação pairam sobre a cidade, pois sua paz é agora ameaçada pelo surgimento da Tropa Castelar, uma facção criminosa composta por ex-integrantes do temível Comando Vermelho.

A Tropa Castelar e a Guerra pelo Poder

A Tropa Castelar, oriunda do momento em que alguns membros do Comando Vermelho decidiram renegar sua lealdade e formar um grupo independente, selou um pacto com o Primeiro Comando da Capital, o poderoso antagonista dos CVs.

Inicialmente, a Tropa Castelar carecia de recursos monetários, armas e efetivo, o que parecia conduzi-los ao infortúnio.

Todavia, o PCC enxergou uma oportunidade de fragilizar o Comando Vermelho e optou por unir-se à Tropa Castelar, fortalecendo-os e engendrando uma ameaça inédita para Sorriso.

Infiltrados na Polícia Militar

A Tropa Castelar não só adquiriu força com a aliança sinistra com o PCC, como também logrou infiltrar informantes nas entranhas da Polícia Militar.

Um terceiro sargento foi aprisionado recentemente, acusado de compartilhar informações sigilosas com seus comparsas e até mesmo de “delatar” camaradas de farda.

Essa situação gerou um clima de consternação e instabilidade no sistema de segurança pública da cidade.

Infiltrados na Sociedade

Revelando a extensão, ousadia e a influência maligna da Tropa Castelar, um jornalista da cidade de Peixoto de Azevedo enredou-se com a facção criminosa, transportando drogas da região Norte para Cuiabá em um veículo da imprensa e servindo como informante do grupo.

O jornalista, Juvenilson, lançava mão de sua posição e das viagens frequentes à capital em um carro de imprensa para convencer seus comparsas de que seria “improvável ser interceptado por viaturas policiais”.

Operação Recovery: Tentativa de Restaurar a Ordem

Perante o caos, a Polícia Civil desencadeou a “Operação Recovery”, com o propósito de capturar membros do Comando Vermelho responsáveis pelo tráfico de drogas e homicídios em Sorriso.

No total, 34 pessoas foram presas e R$ 1 milhão em bens da facção foram confiscados. Com o CV debilitado, a Tropa Castelar, agora respaldada pela facção PCC, busca se impor na cidade.

Tropa Castelar: O Caso de Elvis e sua Garota

A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.

Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.

Conexão Teresina: uma crônica sobre a atuação do PCC no Piauí

Em um infortúnio recente, repleto de violência e desespero, um veículo Chevrolet Vectra empreendeu uma perseguição sombria à motocicleta pilotada por um homem chamado Elvis, que levava consigo uma garota na garupa.

Ao longo do sinistro embate, o condutor do automóvel, movido por uma inescrutável determinação, arremessou o veículo em direção à motocicleta, resultando na queda trágica do casal ao chão, sob o olhar indiferente da noite.

Elvis, suspeito de fazer parte da infame organização criminosa Comando Vermelho, fora escolhido como alvo pelos ocupantes do Vectra, membros da enigmática e temida Tropa Castelar.

De forma inesperada, o motorista do Vectra perdeu o controle de seu veículo, colidindo com um poste e provocando danos à estrutura, como se as próprias forças das trevas conspirassem contra ele.

Com um ar sombrio e impiedoso, ele e seu cúmplice desceram do automóvel e, em um ato de fria brutalidade, executaram Elvis com uma série de disparos que ecoaram pela eternidade.

A garota, porém, foi poupada pelos criminosos, como se o destino houvesse intervindo em seu favor.

Ela foi socorrida pelos Bombeiros e até o presente momento, os perpetradores desse hediondo ato permanecem ocultos nas sombras, aguardando o desfecho de seu nefasto enredo.

leia texto base: Membro do Comando Vermelho é morto por integrantes de facção rival em Sorriso

PCC mata dois CVs em Querência, Mato Grosso, e acaba preso

Gilmar, integrante da facção PCC mata dois CVs que foram vingar a morte de um líder da facção carioca em Porto Alegre do Norte, a 275 km.

Gilmar, PCC na veia, fez justiça com as próprias mãos em Querência, matou o líder daquela quebrada do Comando Vermelho.

Mas Alysson e Gabriel, do CV, na vingança tentaram contra-atacar e foram atrás de Gilmar, só acertaram raspão.

No dia seguinte, Gilmar foi atrás dos dois que tentaram mandá-lo para o inferno e, matou os dois em Porto Alegre do Norte.

A polícia desconfiou que o tiro de raspão era a razão da vingança. Gilmar negou no começo contando uma história cabulosa:

O irmão de um homem que trabalhava com ele em uma fazenda, e que foi morto por uma agente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e agora ele estava sendo ameaçado.

Midia Jur

Não colou não e a polícia logo desconfiou que era conversa. Aí, sabe como é, Gilmar abriu o bico e deu todo o papo reto, que foi ele mesmo: PCC mata dois CVs que foram vingar a morte de outro integrante do Comando Vermelho, e fim.

Comando Vermelho: resistiu a tudo, mas assumirá o lugar do PCC

O Comando Vermelho enfrentou as GLOs e as milícias fortalecidas por Bolsonaro, mas nem assim a facção PCC conseguiu eliminar seu maior iminigo

Comando Vermelho sobreviveu. E agora?

Comando Vermelho: está assumindo o lugar do PCC?

O fim do Comando Vermelho está próximo! É o que tudo indicava na virada das décadas de 2010 para 2020, só que não!

No entanto, como a história não é uma linha reta contínua…

O Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) muda seu foco e deixa de correr riscos em áreas com menor interesse econômico.

Enquanto o CV domina territórios por todo país, o PCC se concentra no lucrativo negócio do tráfico nos principais mercados do Brasil e do mundo.

A guerra pelo controle do Norte, Nordeste e pelo Rio de Janeiro é coisa do passado: a taxa de homicídios reflete a mudança de foco.

Os territórios não foram totalmente abandonados, mas quase, só restindo focos isolados.

É dificil o dia que não recebo aqui no site algum pedido de “sintonia” de algum cria perdido nesse brasilzão.

Esse depoimento de um “cria do 15” reflete esse abandono:

Estou dizendo a você, aqui tem o Comando Vermelho, a CLS, que é tudo inimigos nossos, entendeu?

Tem o Comando Litoral Sul e tem FDN também misturado aqui. Aqui é cheio de lixo mesmo.

Aqui na cadeia que estou, não está favorável não!

É pouca quantidade dos irmãos nossos, tem mais Comando Vermelho, entendeu?

É mais tumulto, não é qualidade nenhuma não, é mais tumulto.

de um recluso em Pernambuco

“É mais tumulto” mostra a impressão deixada por essa lacuna preenchida pelo Comando Vermelho e por diversos grupos locais menores.

Esta situação extremamente delicada torna a luta contra o crime organizado no Brasil uma tarefa cada vez mais difícil.

Comando Vermelho: a morte dos quatro e a taxa de homicídios em Mato Grosso

Quatro trabalhadores paranaenses foram mortos em Nova Monte Verde em 2022 devido a uma interpretação equivocada de um sinal feito por um dos trabalhadores.

Um olhar mais atento sobre a morte destes quatro homens e sobre a taxa de homicídio no Mato Grosso nos revela uma realidade complexa.

As previsões sobre o futuro do crime organizado no Brasil, mesmo produzidas há tão pouco tempo, já se provaram erradas: o CV não se enfraqueceu

Aproveitando-se da mudança estratégica do Primeiro Comando da Capital, o Comando Vermelho (CV) conseguiu a hegemonia de um amplo território.

Como resultado, o aumento de 22,5% em 2022 das mortes violentas em Mato Grosso — acompanhada pelo aumento da letalidade policial em Mato Grosso.

Este estado não é prioridade para a Rota Caipira, excencial para o PCC, e tão pouco para a Rota do Solimões, mas fica no entroncamento das duas.

Pode haver, por parte da facção paulista, interesse por manter a resistência, no entanto, ser apenas o suspiro dos últimos crias isolados resistindo ao CV.

A principal razão da elevada taxa de homicídio na América Latina é a guerra entre facções criminosas, mas Mato Grosso não é exceção.

É apontado como o principal fator para o aumento na violência matogrossense a guerra entre as facções Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho.

Comando Vermelho: a certeza da vitória do Primeiro Comando da Capital

Entre 2018 e 2022, três fatores sugeriam que o Comando Vermelho estaria destinado a perder grande parte de seu poder nos primeiros anos daquela década:

Primeiramente, em 2018, as forças armadas foram enviadas para o Rio de Janeiro para combater o crime organizado, base da facção criminosa carioca Comando Vermelho.

Um dos riscos da intervenção é desarmar o Comando Vermelho, sair em dezembro e deixar o PCC fechar o Sudeste em janeiro.

Não há como o interventor resolver esse problema, porque os generais do PCC estão em São Paulo, onde não há intervenção.

Celso Rocha de Barros

Em segundo lugar, em 2019 a posse do presidente Bolsonaro que tem um histórico apoio aos milicianos, principalmente no Rio de Janeiro.

Assim, O CV enfrentaria simultâneamente em seu território três poderosos inimigos: grupos milicianos apoiados por forças públicas militares; as forças regulares de Segurança Pública; e os grupos criminosos inimigos.

Além de todos esses percalços, o Comando Vermelho enfrenta uma longa, desgastante e incerta guerra contra a organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital.

A soma desses fatores indicava que o Comando Vermelho se tornaria um pequeno grupo atuando em algumas periferias brasileiras.

Aproveitando esse momento de fragilidade do CV, o PCC assumiria a hegemonia criminosa no Brasil, visto que não estava sendo atacado em seu berço, o estado de São Paulo.

Mas, já devo ter mencionado isso aqui em alguma ocasião, sou um otimista.

Talvez o último otimista da face da Terra – o que, por sua vez, também é uma afirmação otimista.

Tenho a incapacidade de confrontar o mundo da minha mente com o mundo real.

Yuri Al’Hanati

Comando Vermelho: as razões de sua resiliência

Só faltou combinar com os russos! Apesar de tudo, passados anos, o Comando Vermelho continua tão firme e tão forte quanto estava antes.

Vários fatores contribuíram para a resiliência da facção carioca CV:

  • adaptabilidade aos diversos fatores que lhe foram adversos alterando quando necessário e pelo tempo que acharam melhor seu leque de aliados;
  • a diversificação de atividades ajudou a organização a se manter financeiramente viável, mesmo sob forte pressão.;
  • estratégia de expansão territorial que garantiu no passado o poder nacional do PCC que atuava com o mesmo vigor e interesse em uma grande metrópole ou em uma vila em um município fronteiriço;
  • relação com comunidades locais: de maneira distinta do que o PCC que visava manter um bom relacionamento com a sociedade civil e política, o CV foca na comunidade criminosa local; e
  • a mudança de estratégia da facção PCC 1533.

Não haverá um Brasil sem o Comando Vermelho

Apesar de tantos golpes mortais, o CV não foi aniquilado. Quem corre pelo lado errado do lado errado da vida continua e continuará entre nós.

O Comando Vermelho é uma manifestação das contradições existentes em nosso espírito coletivo, assim não será eliminado, se muito, se compreendido poderá ser contido.

Alfredo Moreira Ávila Neto e seus colegas, em artigo, lembra algo que não pode ser esquecido:

O Comando Vermelho, fundado em 1979, viu nascer metade dos brasileiros: 49,7% dos brasileiros tem menos de 40 anos de idade.

Assim como o Primeiro Comando da Capital e o Quilombo dos Palmares, o CV sobreviverá independentemente do que qualquer um de nós possa fazer.

texto base: Gerenciamento de Crise em Rebeliões no Sistema Penitenciário Brasileiro, publicado na Revista Eletrônica Direito e Conhecimento, do Cesmac, Faculdade do Agreste de Arapiraca

Comando Vermelho
Red Command
Comando Rojo

O site Insght Crime apresenta um resumo da história da facção carioca.

O Comando Vermelho (CV) é o grupo criminoso mais antigo do Brasil, formado em uma prisão do Rio de Janeiro durante o Regime Militar na década de 1970 como um grupo de autoproteção para presos.

Começou com furtos roubos e assaltos a banco, mas na década de 1980 o grupo se aventurou no comércio de cocaína, trabalhando com cartéis de drogas colombianos e assumindo um papel de liderança social em muitas favelas cariocas.

História do Comando Vermelho

A facção CV nasceu de uma aliança entre criminosos comuns e presos políticos, quando membros de ambos os grupos foram mantidos nas mesmas prisões durante a ditadura militar brasileira entre 1964 e 1985.

As péssimas condições do presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande, no Rio de Janeiro, levou os presos a se unirem para sobreviver dentro do sistema.

Inicialmente formaram um grupo miliciano chamado “Falange Vermelha”, mas logo abandonaram sua ideologia do mundo do crime, pois o grupo se envolveu cada vez mais com o crime organizado e a imprensa passou a chamá-lo de “Comando Vermelho”.

Em 1979, o grupo havia se espalhado para fora da prisão e para as ruas do Rio e seus membros livres tinham a tarefa de fornecer dinheiro aos presos.

Esse dinheiro era conseguido por meio de atividades criminosas como assaltos a bancos, o que lhes permitia manter uma boa qualidade de vida na prisão e financiar suas tentativas de fuga.

As alianças do Comando Vermelho

As ideias do Comando Vermelho se espalharam para outras prisões e o poder da organização cresceu.

Duas décadas depois, em São Paulo, surgiria um movimento prisional semelhante, o Primeiro Comando da Capital (PCC 1533).

O Comando Vermelho era considerado um parceiro ideal pelos cartéis colombianos quando o boom do tráfico de cocaína começou na década de 1980.

O CV já possuía estrutura e organização adequadas para receber e distribuir grandes quantidades da droga.

Os integrantes que não estavam presos agora tinham uma tarefa clara: formar quadrilhas armadas para tomar os territórios do narcotráfico.

O grupo assumiu o controle de muitas favelas do Rio de Janeiro que haviam sido abandonadas pelo estado, estabelecendo um sistema paralelo de governança nas favelas e dando emprego a moradores há muito excluídos da sociedade brasileira.

O Comando Vermelho diversifica suas atividades

Na década de 1990, a influência dos todo-poderosos chefes do jogo ilegal da cidade, conhecidos como “bicheiros”, começou a diminuir, permitindo que o Comando Vermelho se tornasse o principal grupo do crime organizado do Rio e aumentasse sua presença em outros estados.

Em 2005, acreditava-se que o Comando Vermelho controlava mais da metade das áreas mais violentas do Rio de Janeiro, embora em 2008 essa proporção tenha caído para 40%.

Um programa de pacificação da polícia que buscou trazer uma maior presença do estado para áreas dominadas pelo crime reduziu ainda mais a influência do grupo no início de 2010, mas essa estratégia de segurança teve pouco efeito a longo prazo.

Acredita-se que o Comando Vermelho tinha ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

O líder do Comando Vermelho, Luiz Fernando da Costa, conhecido como “Fernandinho Beira-Mar”, foi preso na Colômbia em 2001 por supostamente trocar armas por cocaína com a guerrilha.

No final de 2016, o rompimento de uma antiga aliança entre o Comando Vermelho e o PCC gerou uma onda de violência nas prisões brasileiras.

No ano seguinte, o conflito entre os dois grupos continuou, pois o PCC buscava reduzir o poder do Comando Vermelho, formando alianças com gangues inimigas e cooptando membros do grupo carioca para assumir o controle do narcotráfico em áreas de influência do grupo.

Expansão e lideranças do Comando Vermelho

O Comando Vermelho tem uma estrutura de liderança relativamente fraca e foi descrito como uma rede de atores independentes, em vez de uma organização hierárquica estrita liderada por um único líder.

No entanto, há chefes que se destacam dentro da estrutura, como Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”, atualmente preso, e Isaías da Costa Rodrigues, o “Isaías do Borel”, que esteve preso por mais de 20 anos, até obter sua liberdade em 2012, preso novamente em 2015 e liberado de novo em agosto de 2022, sendo que quatro meses depois é decretada novamente sua prisão.

O Comando Vermelho tem sede no Rio de Janeiro, mas está presente em outras partes do Brasil, inclusive em São Paulo. Atua também no Paraguai e na Bolívia.

Em dezembro de 2014, às autoridades paraguaias prenderam um líder do Comando Vermelho, Luís Cláudio Machado, conhecido como “Marreta”.

Leque de aliados e inimigos do Comando Vermelho

O Comando Vermelho trabalhou em estreita colaboração com o PCC, até que a aliança de longa data entre os dois grupos se dissolveu em 2016.

Além do PCC, os principais inimigos do Comando Vermelho são milícias formadas por grupos milicianos formados por ex-agentes e agentes das forças de segurança em serviço e duas facções criminosas cariocas: Amigos dos Amigos (ADA) e o Terceiro Comando Puro (TCP), facção dissidente do Terceiro Comando (Terceiro Comando), criado por ex-integrantes do Comando Vermelho.

Acredita-se que o Comando Vermelho tenha vínculos com guerrilheiros colombianos recentemente desmobilizados das FARC, além de outras redes que traficavam cocaína da região andina e maconha do Paraguai.

Análise e perspectivas do Insight Crime em 2018

O Comando Vermelho perdeu poder nos últimos anos, após a ascensão de rivais como o Amigos dos Amigos, que teriam formado uma aliança com o PCC para enfrentar o Comando Vermelho pelo controle territorial do Rio.

Mas parece que está ampliando sua presença internacional, principalmente na Bolívia e no Paraguai.

De acordo com estimativas de 2013, o Comando Vermelho envia uma tonelada de cocaína colombiana para o Brasil todos os meses do Paraguai, que se tornou um centro de tráfico de cocaína para gangues brasileiras.

O conflito contínuo do Comando Vermelho com o PCC se espalhou para fora do sistema prisional, provocando confrontos violentos no Rio e no norte do Brasil pelo controle de lucrativas rotas de tráfico de drogas e mercados locais de drogas.

clique aqui para acessar o texto original no site do Insight Crime

A expansão da facção PCC para a região do Chaco no Paraguai

Edgar Allan Poe descreve o avanço da facção PCC para a região do Chaco na República do Paraguai e analisa os planos da organização criminosa.

O que pretente a facção PCC para a região do Chaco?

Eis que surge diante de nós uma sombria e sinistra realidade: o Primeiro Comando da Capital, a temida organização criminosa brasileira PCC 1533.

O assustador ataque ao líder PCC Ryguasu em plena capital da República do Paraguai na América do Sul expôs os terríveis planos dos criminosos brasileiros.

Agora, o bando busca expandir suas atividades para a região do Chaco, uma área estratégica para o tráfico de drogas e armas na América do Sul.

Pelo menos é essa a terrível previsão do chefe do Departamento de Investigação de Homicidios da Policia Nacional, Sergio Insfrán.

O Chaco é uma região selvagem, de vastas áreas rurais e de difícil acesso, que oferece a oportunidade perfeita para que organizações criminosas como o PCC se escondam, transportem suas mercadorias ilícitas sem serem detectadas, e façam ataques surpresa aos inimigos onde quer que eles estejam.

Mas por que o grupo criminoso brasileiro estaria interessado nessa empreitada arriscada?

O terrível plano da facção PCC para a região do Chaco

Talvez a resposta esteja na geografia da região, ou em seu potencial como corredor para o tráfico de drogas e outras mercadorias ilícitas.

Ou talvez seja uma questão a guerra entre facções, principalmente com o Comando Vermelho, que também busca controle sobre o tráfico na região.

Mas também, busca se ocultar para fazer ataques de rapina contra os inimigos nativos: clã Clã Insfrán, Clã Rotela, Clã Acevedo, Clã Colón e Clã Orellana.

Seja qual for a verdadeira motivação por trás dos planos do PCC para o Chaco, uma coisa é certa: a atividade criminosa é um mundo complexo e imprevisível, influenciado por fatores que vão desde a política e a economia até as dinâmicas internas das próprias organizações criminosas.

O que nos espera nessa região selvagem e perigosa, só o tempo dirá…

Leia o texto base: Insfrán aseguró que tienen información de que manejan la hipótesis de que habría estado conformando una banda para actuar en el Chaco.

Primer Comando Capital e o Hezbollah

O Primer Comando Capital e seu crescente poder na região da Tríplice Aliança chama a atenção das autoridades para seu poder de fogo.

La Nacion dá destaque ao Primer Comando Capital

O Primer Comando Capital, como é chamada a facção paulista PCC 1533 em parte da comunidade de língua espanhola, é destaque na imprensa argentina.

La Nacion destaca que em ações em Rosario, o grupo criminoso utilizou como arma mais poderosa a metralhadora FMK3 e uma pistola 9 mm metralhadora.

O jornal ainda lembra que no Paraguai os criminosos do PCC tem a disposição metralhadoras antiaéreas calibre 12.7 montadas em caminhões.

O tráfico de armas não é um dos braços da facção paulista, descobriu-se uma manobra para abastecer o PCC com armamento militar do Paraguai.

As armas circulam por todos os lados da Tríplice Fronteira.

A Polícia Militar do Paraná interceptou dois caminhões com pistolas. espingardas e fuzis escondidos em um carregamento de arroz.

Em 2019, foi descoberta uma linha de abastecimento de armas militares que chegou às mãos do PCC a partir de um eixo estabelecido em Buenos Aires-Rosário.

Na ocasião, inclusive um canhão antiaéreo com projéteis de 20 mm fazia parte do acervo de armas e munições que era realizado em nosso país para embarque ao Paraguai, onde o PCC se estabeleceu em vigor.

A interceptação desse contrabando de armas foi mais uma prova de que as redes dessa organização criminosa têm tentáculos cada vez mais longos.

leia matéria completa no artigo de Daniel Galo no La Nacion

Não se deve no entanto pensar que a organização brasileira age apenas oomo um grupo comercial no ramo ilegal de drogas e armas, a facção paulista, possúi uma ideologia como é usual nos grupos terroristas.

Manifesto del Primer Comando de la Capital — organización criminal brasileña PCC 1533

Os terroristas islâmicos e o Primer Comando Capital

Pensemos em um grupo de pessoas que no início tinham poucos adeptos, mas na humildade foram conquistando moral e espaço.

Em determinado momento quando já tinham certa força passaram a utilizar da violência para fortalecer sua posição e conquistar rapidamente ainda mais seguidores.

Com o crescimento essas pessoas criaram uma estrutura piramidal para melhor gerenciar e controlar seu crescimento, implantando uma hierarquia semelhante das organizações militares.

Eles inclusive adotavam regras rígidas de conduta e a busca de um objetivo intangível.

Por um objetivo seus membros, por considerar justo, fariam qualquer esforço em pról de seu grupo, até entregando a sua própria vida ou a de outros.

Facções criminosas e extremistas religiosos

O parágrafo acima pode ser utilizado igualmente para descrever o nascimento, o crescimento, e o amadurecimento tanto do Primeiro Comando da Capital de Marcola quanto do Islamismo de Maomé.

Ambos os grupos quando retiramos a tinta ideológica vemos que foram feitos com mesmo barro e queimados no mesmo forno e ambos criaram para si e para seus atos justificativas para o injustificável.

Se por um lado o islamismo radical considera lícito matar soldados israelenses e ocidentais em nome da Guerra Santa contra os opressores americanos, a facção paulista acredita ser justo matar policiais e servidores públicos para combater o sistema opressor.

Gente de paz também mata

A maioria absoluta dos membros de ambos os grupos são pessoas que abominam a violência feita pela minoria radical, mas são esses poucos intolerantes, dominadores, e suicidas que mantêm a identidade assassina do grupo e impõe o medo e o respeito perante a sociedade e aos inimigos.

A proximidade dos métodos é tão grande que o islã converte para sua religião, e o PCC batiza aqueles que aderem aos seus ideais.

Ambos são jihadistas, visto que é exigido o jihad (esforço e sacrifício) tanto dos seguidores de Maomé quanto os de Marcola, mas coincidências entre as filosofias dos dois grupos não para por aí.

Johana Catherine Pérez Calderón no artigo “La Triple Frontera como polo de atracción del yihadismo en la región de América Latina: Orientación teórico-histórica”, alerta que a soma de vários fatores deu base para que os serviços de inteligência dos países do hemisfério norte focassem sua atenção no intercâmbio entre os grupos extremistas estrangeiros e as facções brasileiras: Primeiro Comando da Capital PCC 1533 e Comando Vermelho CV.

Fatores determinantes na Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina, e Paraguai):

  • proximidade das ideologias e métodos das organizações;
  • desigualdade social e econômica nacionais;
  • explosão demográfica a partir da década de oitenta;
  • comunidade de imigrantes muçulmanos;
  • células do Hezbollah, do Hamas, do Al-Qaeda, e do Estado Islâmico (EI);
  • dificuldade dos governos de controlarem a circulação pelas fronteiras;
  • corrupção de funcionários públicos, policiais, e militares; e
  • geografia e biodiversidade que dificultam a fiscalização do tráfico de drogas e armas.

A Tríplice Fronteira como um solo fértil

O autor conclui esse trecho do trabalho trazendo a preocupação do diretor do jornal Vanguardia, Hector Guerin: a experiência em operações de guerra convencional e não convencional trazida pelas organizações estrangeiras poderá se somar ao conhecimento tático das facções criminosas brasileiras, e esses últimos serão as fontes de recrutamento dos futuros terroristas.

Essa região é conhecido como um centro financeiro e de tráfico de armas do Hezbollah, sofrendo permanente monitoramento dos serviços secretos dos países do hemisfério norte, e é exatamente nesse local que o PCC tem investido para obter o monopólio das atividades ilícitas.

Não há como negar o intercâmbio comercial entre as organizações, cabe descobrir apenas analisar o quanto ela estaria influenciando dentro da estrutura cultural e operacional da gangue, e qual o seu envolvimento no complexo jogo internacional de poder e espionagem.

A morte do megatraficante como fagulha no palheiro

O assassinato de Jorge Rafaat Toumani e de quase uma dezena de pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital apenas nesse ano, talvez não seja apenas fruto da guerra declarada entre ela e o Comando Vermelho CV.

Essa possibilidade tem tirado o sono dos que estudam o assunto, pois pode ser o caminho de entrada do terrorismo internacional em terras brasileiras ou a exportação da tecnologia gerencial e de método desenvolvido pela organização criminosa PCC para outros países.

A Tríplice Fronteira também sofre forte influência da máfia Chinesa, no entanto não parece estar havendo interesse da facção paulista na integração com esse grupo, mas a proximidade geográfica e de interesses paralelos terá efeito na transferência de conhecimento na lavagem internacional do dinheiro do tráfico.

A Guerra como ponto de desrruptura

A guerra entre o PCC X CV se dá em um momento de mudança cultural, os governos mais sensíveis aos direitos humanos e civis: Barack Obama e Lula/Dilma estão sendo substituídos por Donald Trump e Michel Temer.

O primeiro sinal de alerta de que haverá uma maior fiscalização das células criminosas é a declaração do novo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, que o tráfico de armas e drogas dentro das fronteiras só será alcançado com o esforço internacional envolvendo todas as nações interessadas.

Para o Primeiro Comando da Capital e para o Comando Vermelho isso significa que o jogo só está começando, ou então que está acabando.

Aniversário 55 anos de Marcola do PCC

No aniversário de 55 anos de Marcola do PCC, republico uma matéria antiga sobre o líder do Primeiro Comando da Capital.

Marcos Willians Herbas Camacho: mito ou realidade?

Neste ano de 2023, Marcola completa 55 anos bem vividos. Ele mudou o Brasil ao estruturar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC 15.3.3).

Foi ele que trouxe para dentro da facção conceitos como a pacificação e a união dos criminosos para trabalharem pelo progresso comum.

Muito falei sobre ele nesses 11 anos de publicações nesse site fiz dezenas de textos, mas qual será o futuro desse líder? Será que ainda lidera?

No entanto, hoje só passo aqui para lembrar a data e para isso estou repostando esse antigo texto publicado originalmente no dia 13 de março de 2017.

Comentando sobre o mito Marcola

Quem são de fato o Marcola e o Gegê do Mangue entre outros líderes do Primeiro comando da Capital PCC 1533?

Hoje é quase impossível separar o mito da realidade, e quem criou esses personagens idolatrados por multidão de fãs por um lado e odiado por outros tantos.

Ludimilla de Lima em um trabalho para a Universidade do Rio de Janeiro chamada “Construção de mitos da criminalidade sob a luz da imprensa carioca” parece ter achado a resposta.

O Marcola da imprensa é real?

O Marcola que conhecemos através da imprensa ou das conversas é um mito, isso é, ele é apenas uma representação exagerada pela imaginação daqueles que contam sua história e relatam seus feitos.

Mas existe algo de real sobre o qual esse mito foi criado e principalmente, essa personalidade criada é aceita por um ou mais grupos de pessoas.

Os deuses da antiguidade greco-romana eram como Marcola, não eram perfeitos, não eram santos, todos tinham seus pontos fortes e pontos fracos.

Marcola preso no Tártaro

Marcola está preso em uma das cavernas do Tártaro, o Mundo Inferior, mas assim como Hades, fez do mundo dos mortos, para onde todos os inimigos do Olimpo e da sociedade são enviados e onde são castigados por seus crimes, o seu reino, no qual criou um exército que assusta o mundo dos humanos e atemoriza os deuses e governantes.

Mito e realidade se cruzando. A mesma história que foi contada no passado é agora novamente contada, coube a imprensa através dos jornais e da televisão, com boa parte de ajuda do governo e da internet a criação desse novo mito.

E mitos não morrem, pior, com a morte daqueles que os encarnam eles se imortalizam e se fortalecem. Antes de Marcola e seus parceiros PCCs, Fernandinho Beira-Mar e seus CVs, houveram muitos outros no Brasil: Lúcio Flávio, Cara de Cavalo, EscadinhaBandido da Luz Vermelha, entre outros.

A grande diferença é que os novos mitos são fortalecidos por não serem isolados, mas pertencerem e liderarem homens fortes e dispostos a morrer.

Marcola não é Hércules

Eles não são como Hércules que enfrentam os inimigos sozinhos, mas sim como Leônidas o general que comandou os 300 contra o grande exército persa de Xerxes. Poucos homens em desvantagem numérica, econômica, e militar, assim como os soldados do PCC e CV, contra um grande governo opressor.

Novamente o mito parece renascido e pode ser claramente visto. O mito foi criado pela imprensa, acolhido pela sociedade em sua cultura e agora imortal continua sendo alimentado pelo tráfico de drogas e passou a ter papel preponderante na política e sobre a própria sociedade que a criou. Bem, durmam todos com essa história e tenham bons sonhos.

Bolívia: a facção PCC e o grupo criminal los Choleros de Pando

A disputa entre as organizações criminosas pelo controle do tráfico na fronteira entre o Brasil, o Peru e a Bolívia.

O banda criminal los Choleros disputa o estratégico eixo de tráfico de drogas do Departamento boliviano de Pando com o Primeiro Comando da Capital (PCC 1533) e facção carioca Comando Vermelho (CV).

O interesse do PCC na Bolívia começou em 2007 com o objetivo de estabelecer relações com narcotraficantes bolivianos e foi implementada inicialmente por aproximadamentes 100 integrantes da facção.

jornalista Allan de Abreu

Pando faz fronteira com o Acre, Rondônia, e Peru, além de dar acesso ao centro da Bolívia — controlar essa rota reduz o custo do tráfico devido ao menor risco de perda da liberdade, de investimentos e de vidas.

A capital Cobija se localiza ao lado dos núcleos urbanos brasileiros de Brasiléia e Epitaciolândia, e as organizações lutam também para tomar o controle do comércio local, como ilustra artigo do El Dia:

A comerciante boliviana Maria Eugenia Alavi Burgoa foi assassinada no Mercado Municipal de Epitaciolândia, (…) o crime teria sido executado pela facção Bonde dos 13 (B13) [até então] aliada do PCC. Ela levava produtos de Antofagasta (via El Alto) para a Zona Franca de Cobija e trocando com artigos brasileiros…

Explicando outro caso investigado, o chefe de polícia de Pando explica:

Há conflitos entre essas facções criminosas e eles cometem pistoleiros e acertam contas. Os Choleros se dedicam ao narcotráfico para ter controle ou poder.

Cel. Julio Monroy

O contexto da discórdia: Choleros, PCCs, B13s e CVs

O repórter Ivan Alejandro Paredes (El Deber) no artigo “Choleros, la mafia pandina que declaró la guerra al PCC y Comando Vermelho” que os Choleros se especializaram em aliciar jovens e adolescentes para atravessarem as fronteiras brasileiras com drogas, especialmente cocaína, mas agora o grupo disputa o controle e o poder territorial.

A organização criminosa paulista se associa às famílias e grupos locais bolivianos, seguindo a estratégia elaborada por seu líder Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que privilegia a construção de alianças baseadas em interesses comuns econômicos e de sobrevivência.

conheça o arco de alianças e de inimigos da facção PCC

A aliança com o PCC não vingou em Pando

Dentro desse contexto, como entender a disputa com o grupo criminoso local?

Tudo começa com com o assassinato pelo PCC de Jorge Rafaat Toumani no centro de Pedro Juam Caballero em 15 de junho de 2016 que quebra da antiga aliança PCC/B13/ADA/GDE contra CV/FDN.

Essa ação coroou a tentativa do controle hegemônico do mercado ilegal paraguaio por parte da facção PCC 1533, mas acabou criando dificuldades além das previstas para o grupo paulista.

últimas notícias do Primer Comando de la Capital na Bolívia

As peças se arranjando sem Rafaat Toumani

Ao contrário do que previram os líderes do PCC, a morte do megatraficante paraguaio enfraqueceu, mas não acabou com o Comando Vermelho — essa fragilidade criou problemas colaterais para seu aliado amazonense Família do Norte (FDN).

Passados oito anos, a situação no Paraguai continua indefinida e no Norte, na Rota do Solimões as mudanças não param de acontecer.

Inicialmente, o Primeiro Comando da Capital uniu-se a um grupo desmembrado da Família do Norte, denominada a Cartel do Norte (CDN), para eliminar os crias que resistiam da facção Comando Vermelho e do que sobrou da FDN.

O tempo desgastou essa vantagem inicial e a aliança com a Cartel do Norte foi desfeita. Resultando na retomada de vastas áreas pelo Comando Vermelho, incluindo Manaus e Rio Branco, expulsando crias do PCC parte em direção à Bolívia e outra de volta às suas regiões nativas no sudeste e sul.

Divisão, caos e espaço para Los Choleros

Essa disputa entre os grupos brasileiros e a dificuldade cada vez maior do Primeiro Comando da Capital em fechar novas alianças permitiu que o antigo aliado do Acre, o Bonde dos 13, no lado brasileiro da fronteira do Departamento de Pando, se declarasse neutra.

E do outro lado da fronteira de Pando, na Bolívia, o grupo local Choleros tomasse coragem e fôlego para enfrentar de igual para igual e ao mesmo tempo os dois mais importantes grupos criminais do Cone Sul.

O Plano “Z” de combate ao crime em Pando

Site da Câmara dos Deputados da Bolívia já debatia o problema no Departamento de Pando em 4 de abril de 2022.

Na ocasião, a Brigada Parlamentar e o Comando da Polícia Departamental do Departamento de Pando apresentaram um plano para ação conjunta de combate aos grupos criminosos.

A ideia era localizar criminosos e controlar áreas de fronteira com o Brasil impedindo a presença de criminosos brasileiros em Cobija.

Comado Vermelho (CV), Primer Comando de la Capital (PCC) y el B13, preocupó a pobladores de Pando. Ante esta situación, autoridades pandinas y del Estado de Acre (Brasil) se reunieron para reforzar el control en el paso fronterizo que une ambos países.

O recrutamento de menores de idade por criminosos já era conhecido e foi considerado uma das prioridades:

“É preocupante que menores de idade estejam envolvidos em atos criminosos, são bolivianos comandados por brasileiros que estão à frente das quadrilhas”.

Deputada Ariana Gonzales (MAS) presidente da Brigada Parlamentar Pando

No entanto, passado quase um ano, todos os problemas apontados parecem apenas que se agravaram.

O narcotráfico está ganhando esta batalha contra o Estado, demonstrando supremacia no controle do território (…) Esses cartéis de drogas são organizados no exterior por grupos como Los Chapitos (um grupo de narcotraficantes do México), o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupos combinados com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, claro, eles têm equipamentos e armas de melhor qualidade do que as forças de ordem.

coronel do Exército da Bolívia Jorge Santistevan

Comunidade dominada pelo CV teme ataque de PCCs e seus aliados

A morte de Cláudio, Gabriel e Thiago no bairro Teixeirão em Porto Velho em Rondônia está levando pânico a comunidade dos predinhos do Residencial Orgulho do Madeira que fica a 5 quilómetros, mas que é ninho do Comando Vermelho.

Rondônia é um estado estratégico como porta de entrada para as drogas vindas da Bolívia e do Peru, e é disputado palmo à palmo pelo Primeiro Comando da Capital e seus aliados locais Bonde dos 13 e Primeiro Comando Panda, contra o Comando Vermelho e que sobrou da Família do Norte. — NewsRondônia

PCC 1533 – 24 ANOS – PARABÉNS E FELIZ ANIVERSÁRIO!

A evolução do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533). Da origem do PCC no Regime Militar e às decisões dos governos subsequentes, culminando na atual situação de crime organizado no Brasil, e o papel da sociedade em permitir o crescimento dessas facções e revela a evolução do pensamento e da condução da facção desde seus primeiros dias.

Aaniversário do PCC: uma oportunidade para refletirmos sobre sua origem e impacto na sociedade, mas primeiramente, permita-me parabenizar as várias gerações que presenciaram o nascimento e a ascensão do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533).

Aniversário do PCC: os militares e as sementes vermelhas cariocas

O Primeiro Comando da Capital nasceu das sementes plantadas durante o Regime Militar. Este período histórico proporcionou o ambiente ideal para o surgimento da Falange Vermelha, que surgio em 1979 na Prisão da Ilha Grande, durante o governo do último presidente do Regime Militar, o General Figueiredo..

Foi nessa prisão que bandidos comuns de alta periculosidade foram colocados na mesma cela que prisioneiros políticos, dando origem à Falange Vermelha, precursora da facção PCC e de tntos outros grupos criminosos do Brasil.

Os governantes paulistas

Os governadores do estado de São Paulo, que tanto se esmeraram em criar o grupo criminoso paulista e fortalecê-lo, não podem deixar de serem lembrados. No final desse artigo faço um resumo da contribuição de cada um deles, ou podem ler a matéria sobre o sunto no site.

Agora, a nova geração enfrenta o desafio de conviver com facções criminosas profissionalizadas e violentas. Infelizmente, a vitória contra essa ameaça parece estar além do alcance, devido à atual cultura brasileira.

Embora seja tentador nos excluir da lista de culpados, a verdade é que todos nós, enquanto população, tivemos um papel em sua formação. Nossa participação veio através de ação ou inação, permitindo a perpetuação da situação.

Por fim, vale mencionar que o lema original do PCC, “Liberdade! Justiça! e Paz!“, se originou do Comando Vermelho, segundo Diorgeres de Assis Victorio do Canal Ciências Criminais. A importância desse lema para a identidade do PCC não pode ser subestimada.

Governadores do Estado de São Paulo e suas políticas carcerárias e de Segurança Pública

15 de março de 1983 até 15 de março de 1987
humanizou os presídios na sua gestão, priorizando a democracia, a transparência e os direitos dos detentos
Franco Montoro

15 de março de 1987 até 15 de março de 1991
estratégia violenta e repressiva de lidar com a criminalidade, foi a primeira grande ruptura na era democrática
Massacre do 42º DP – fevereiro de 89
Orestes Quércia

15 de março de 1991 até 1 de janeiro de 1995
massacre do Carandiru – 2 de outubro de 1992
desativação e demolição do Carandiru
política de interiorização e divisão dos presídios
fundação do PCC – 31 de agosto de 1993
Luiz Antônio Fleury

1 de janeiro de 1995 até 6 de março de 2001
criticou a ausência de direitos humanos nos governos anteriores e optou por políticas de negociação e patrulhas mais brandas
criação de vagas no sistema penitenciário como uma de suas principais ações políticas
Mário Covas

6 de março de 2001 até 31 de março de 2006
política de aumento da repressão policial e mais mortes em confrontos
mega rebelião em 29 unidades prisionais – fevereiro 2001
PCC ganha visibilidade pública e demonstra eficácia em suas ações
massacre Operação Castelinho – fevereiro de 2002
Regime Disciplina Diferenciado RDD – dezembro de 2003
muitos que trabalharam na repressão ganharam fama na vida política
Geraldo Alckmin

31 de março de 2006 até 1 de janeiro de 2007
mega rebelião e ataques do PCC – maio de 2006
Cláudio Lembo

1 de janeiro de 2007 até 2 de abril de 2010
manutenção da política de Segurança Pública de Alckmin
hegemonia do PCC com queda da taxa de homicídios
Crescimento progressivo da população carcerária
Fotalecimento da ROTA e investimentos na PM
José Serra

2 de abril de 2010 até 1 de janeiro de 2011
Alberto Goldman

1 de janeiro de 2011 até 6 de abril de 2018
aumento da população carcerária
investimento em ferramentas de investigação contra as organizações criminosas
número alarmante de encarcerados durante a gestão de Alckmin, com aumento de mais de 50.000 presos em apenas 4 anos
aumento da violência e letalidade policial
Geraldo Alckmin

6 de abril de 2018 até 1 de janeiro de 2019
Márcio Franca

1 de janeiro de 2019 até 1 de abril de 2022
João Doria

1 de abril de 2022 até 1 de janeiro de 2023
População carcerária: O Brasil é o terceiro país com maior população carcerária do mundo, com mais de 773.000 presos. Só no Estado de São Paulo são 231.287 presos
Rodrigo Garcia

1 de janeiro de 2023 a
Tarcísio de Freitas

Comando Vermelho acusa PCC e B13 por crise.

 imagem: Luciano Tavares, da redação ac24horas

Semana passada uma mulher pedia ajuda no Acre:

Aqui o bagulho tá feio mesmo.
Eu sou do Acre, só que os irmãos não estão muito unidos não.
Mataram meus companheiros lá.
Até perder meu filho já perdi.
Tudo por causa dessa guerra.

Agora os irmãos tem que tomar atitude aí.Tem Irmão encurralado aí.Tem que ajudar Irmão.

A resposta veio feroz  e o governador encurralado entre uma guerra entre facções tentou se livrar da culpa de ter perdido o controle da segurança pública jogando a responsabilidade para o Governo Federal.

Por anos o estado teve um dos piores e mais desumano sistema carcerário, agora toma governador, cuida que o filho é seu  quem planta lobos não colhe cordeiros. O mundo do crime endurece o espírito, e o sistema darwiniano aplicado nos presídios acrianos, deixou apenas os mais duros, fortes e ferozes nas lideranças, e são eles que estão agora dando as ordens dentro e fora dos presídios.

*🌐👉🏿Rio Branco, Acre, 6 de agosto de 2017* 🗣👉🏿Luciano Tavares, da redação ac24horas

🌐👉🏿Após a noite de terror em Rio Branco, com a ocorrência de assassinatos e incêndios a ônibus comandados por facções criminosas, o governador Sebastião Viana disse em sua página no Facebook que alguns dos autores dos atentados foram presos graças ao esforço das polícias do Acre, mas acrescentou que enquanto não houver uma “força tarefa nacional” o Estado continuará “enxugando gelo”.“A cada covarde tentativa de intimidação por criminosos, mais firme será a resposta do Estado”, promete Viana *INF:🌐GIRO NEWS🌐/GN*

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); O governo quer fazer crer que toda essa situação foi criada exclusivamente como represália do crime a transferência de 22 presos d de Rio Branco, 22 detentos que estavam na Unidade a penitência Francisco de Oliveira Conde (FOC), para o Presídio Antônio Amaro Alves, no entanto, como indica o áudio a decisão do ataque já estava sendo acalentada bem antes disso.

É atribuído ao Comando Vermelho um comunicado que circula nas redes sociais onde acusa o Primeiro Comando da Capital PCC 1533, o Bonde dos 13 B13, o a Irmandade Força Ativa do Acre IFARA pelas ações de terror na capital Rio Branco:

🏡FAMÍLIA VC RL🏡
🚩 *SOCIEDADE ACREANA* 🚩

O COMANDO VERMELHO DO ESTADO DO ACRE VEM PASSAR TOTAL TRANSPARÊNCIA Á TODA A NOSSA SOCIEDADE ACREANA EM RELAÇÃO AO QUE ESTÁ ACONTECENDO EM NOSSO QUERIDO ESTADO.

DEIXAMOS CLARO DE QUE ESTES ATOS DESRESPEITOSO QUE ESTÁ AFETANDO TODA A SOCIEDADE ACREANA, NÃO ESTÁ PARTINDO DE NOSSA ORGANIZAÇÃO.

QUEIMADAS DE ÔNIBUS, OU QUALQUER OUTRO ATO QUE POSSA VIR A AFETAR DIRETAMENTE A POPULAÇÃO, O COMANDO VERMELHO JAMAIS COMPACTUARÁ COM TAIS COISAS.

ESSAS QUEIMADAS AFETAM SOMENTE A POPULAÇÃO, QUE SOFRE PARA IR A SUA LUTA DIÁRIA, QUE DEPENDEM ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE DOS COLETIVOS. ESTA POPULAÇÃO DEVERÁ SER SEMPRE PRESERVADA, ESTA POPULAÇÃO DEVERÁ SEMPRE SER RESPEITADA, ESTA POPULAÇÃO NUNCA DEVERÁ SER O ALVO DE UM PROTESTO.

TODOS E QUAISQUER ATOS OU PROTESTOS QUE SEJA ORIUNDO DE NOSSA ORGANIZAÇÃO, DEIXAMOS CLARO DE QUE NUNCA SERÁ PARA AFETAR A NOSSA QUERIDA SOCIEDADE.

O COMANDO VERMELHO DEIXA CLARO DE QUE SOFRE JUNTO COM TODA A SOCIEDADE ACREANA, POIS NOSSAS FAMÍLIAS TAMBÉM DEPENDEM DOS COLETIVOS PARA IREM A LUTA DE CADA DIA.

A ORGANIZAÇÃO COMANDO VERMELHO DO ESTADO DO ACRE, DEIXA PARA TODA A SOCIEDADE ACREANA OS NOSSOS MAIS SINCEROS REPÚDIO AO QUE ESTÁ ACONTECENDO.

*OS 5 PILARES DO CV SÃO: LIBERDADE, RESPEITO, LUTA, JUSTIÇA E UNIÃO. (L.R.L.J.U). NESTES PRINCÍPIOS BÁSICOS SE RESUME O GRAU DE NOSSA CONVIVÊNCIA HARMONIOSA QUE IDEALIZAMOS ENTRE TODOS AQUELES DIGNOS DE CONSIDERAÇÃO NO QUAL NOS RELACIONAMOS.*

QUE DEUS VENHA A ABENÇOAR TODA A NOSSA QUERIDA SOCIEDADE ACREANA.

*RIO BRANCO AC, 07 DE AGOSTO DE 2017*

*CONSELHO FINAL CV-AC*

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Retorna ao Brasil o líder do PCC Carlos Caballero.

Ao contrário de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que sempre negou ter ligação com a facção Primeiro Comando da Capital PCC 1533, Carlos Antonio Caballero, o Capillo, em vídeo assume ser um dos líderes da facção tanto no Paraguai quanto no Brasil.

Ele e Pavão, Jarvis Chimenes Pavão, foram presos juntos em 2009 e juntos também teriam arquitetado um plano para assassinar Horacio Manuel Cartes Jara, o presidente do Paraguai, que após o assassinato de Jorge Rafaat Toumani retirou os privilégios que eles tinham dentro do sistema prisional paraguaio:

“O pavilhão vip de Pavão era equipado com três suítes, camas de casal e televisores, além de contar com uma biblioteca, uma cozinha e um escritório onde ele despachava com seus comandados.” (Revista Veja)
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Após a queda da Ministra da Justiça do Paraguai, Carla Bacigalupo o Primeiro Comando da Capital teria oferecido uma recompensa de cinco milhões de dólares pela morte de Horacio Jara. A intenção seria suavizar a situação carcerária dos PCCs presos e impedir as extradições para o Brasil.

A extradição de Capillo demonstra que a facção não obteve êxito em pressionar o governo paraguaio. Durante o período que Capillo atuou pelo PCC nos países da fronteira sul do Brasil ele diminuiu o preço pago pelas drogas no exterior diminuindo as margens dos atravessadores paraguaios criando uma linha de fornecimento concorrente direta da Bolívia.

Nesse novo ambiente criado por Capillo a facção paulista pode se contrapor ao Comando Vermelho e seus aliados no Sul, já que os paraguaios negociavam com ambas as facções e poderiam a qualquer momento cortar ou diminuir o fornecimento de uma das gangues. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

O Primeiro Comando da Capital PCC 1533 na Bolívia.

A FELCN, grupo especializado no combate ao tráfico de drogas da Bolívia, nega a presença do PCC e do CV em presídios bolivianos. O Ministro do Governo da Bolívia, Carlos Gustavo Romero Bonifaz, afirma que a Bolívia é apenas uma rota de passagem para drogas, com cocaína vindo do Peru e maconha do Paraguai. A Bolívia faz parte da “Rota do Solimões”, controlada por sucessores de Nelson Flores Collantes e possivelmente ligada à facção amazonense Família do Norte. Algumas fontes brasileiras mencionam a possível presença de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, na Bolívia, mas as autoridades locais citam outros negociadores do PCC no país.

A Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico FELCN, grupo especializado no combate ao tráfico de drogas da polícia boliviana, descarta a possibilidade o Primeiro Comando da Capital PCC 1533 e do Comando Vermelho CV de estarem implantado dentro da Bolívia um sistema de domínio dentro e fora dos presídios como acontece hoje no Brasil.

Essa informação foi passada pelo Ministro do Governo da Bolívia Carlos Gustavo Romero Bonifaz, explicando que não existe interesse por parte das organizações criminosas brasileiras em se estabelecer no país por ser aquela nação apenas uma rota para a passagem das drogas para outros países.

Em entrevista para o noticioso El Deber, Carlos Romero informou que as facções brasileiras possivelmente mantenham em seu território representantes com a missão de gerenciar os interesses das gangues.

últimas notícias do Primer Comando de la Capital na Bolívia

Romero ainda explica que a cocaína comercializada na Bolívia é de origem peruana e é levada para o Brasil, a Europa, e Ásia; já a maconha vem do Paraguai e segue para o Chile e a Argentina. Cita como exemplo da lucratividade desse negócio a compra e o transporte para o México, onde há aproximadamente 380% de sobrepreço no destino.

A Bolívia faz parte da “Rota do Solimões” que segundo o Ministério Público Federal do Brasil é um dos principais caminhos de entrada das drogas no país pelo Norte e é controlado pelo sucessor de Nelson Flores Collantes agindo conjuntamente com o grupo Frente Primero, uma dissidência das Farc, e possivelmente com ligações com a facção amazonense Família do Norte FDN.

O narcotráfico está ganhando esta batalha contra o Estado, demonstrando supremacia no controle do território (…) Esses cartéis de drogas são organizados no exterior por grupos como Los Chapitos (um grupo de narcotraficantes do México), o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupos combinados com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, claro, eles têm equipamentos e armas de melhor qualidade do que as forças de ordem.

coronel do Exército da Bolívia Jorge Santistevan

Parte da mídia brasileira informa que hoje pode estar no país para comandar as ações da organização Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, mas as autoridades bolivianas afirmam que os últimos negociadores do “Primer Comando de la Capital” foram Maximiliano Dorado Munhoz Filho e Ozzie Dorado Lozadas.

Depende de Gegê do Mangue o futuro do Cone Sul.

Poucos colocam em dúvida a importância de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, na hierarquia do Primeiro Comando da Capital (PCC 1533), no entanto o que poucos parecem ter atentado é para sua importância no cenário internacional.

O interesse da facção em se tornar um grupo com domínio internacional ficou claro com a eliminação de Jorge Rafaat Toumani e o fim da trégua entre PCC e Comando Vermelho CV.

O domínio no entanto não está sendo uma conquista fácil, pelo contrário, dezenas de soldados PCCs e do CV tem sido mortos em todas cidades da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, e não existe perspectiva de alteração desse quadro.

A escolha de Gegê do Mangue para comandar as ações internacionais do Primeiro Comando nas fronteiras do sul é uma hipótese mais que provável e que está sendo analisada pelas autoridades. Ninguém duvida da capacidade de articulação e estratégia de Rogério Jeremias o que não se pode saber é até que ponto ela pode chegar.

A conquista e pacificação do Paraguai por parte do Primeiro Comando da Capital é fundamental para a solidificação das bases das operações no Uruguai, Argentina, e Bolívia. Essas nações não tem poder policial e experiência estratégica para combater o PCC.
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Gegê do Mangue possivelmente teria não apenas a função de atuar diretamente na entrada de armas e drogas para o Brasil, mas criar e fortalecer parcerias com outras facções criminosas dentro e fora dos presídios dos países onde a facção tem interesse.

A história demonstrou que o CV e o PCC foram criados justamente e evoluíram com a colocação de um grupo de criminosos no meio de outro grupo, e com a presença suposta do Gegê em terras estrangeiras, ele poderá não apenas exportar a tecnologia adquirida pelo PCC no Brasil como absorver e trazer para dentro de nosso país conhecimento e equipamentos utilizados pela grandes organizações terroristas e criminosas do restante do mundo, conforme nos conta Johana Catherine Perez Calderon em seu trabalho “La Triple Frontera como polo de atracción del yihadismo en la región de América Latina: Orientación teórico-histórica”.

No Brasil a influência do Primeiro Comando em todas as esferas públicas é conhecido, mas com sua força o quanto ele poderá influir na composição dos governos latino-americanos e na própria transformação cultural nas ruas daqueles países ainda é um fenômeno desconhecido. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

A Guerra do Paraguai não terminou: PCC X CV.

A ação de 15 de Julho de 2016 em Pedro Juan Caballero foi comemorada pela irmandade dos PCCs com alegria e medo.

O Primeiro Comando da Capital PCC1533 quebrava naquela noite o acordo que mantinha com o Comando Vermelho CV. O espetacular assassinato de Jorge Rafaat Toumani entrou para a história dos grandes crimes não apenas do Brasil mas das Américas.

O domínio das fronteiras paraguaias pareciam naquele momento garantidas e serviriam para enfraquecer pouco a pouco a facção do Rio de Janeiro. Era de se esperar reações e elas vieram por todo o país.
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Centenas de soldados PCCs morreram em diversas batalhas sejam em ações diretas, seja através de grupos aliados dos CVs como os FDNs e os SDCs, isso era de se esperar, mas…

Ninguém esperava que a Guerra do Paraguai seria tão demorada na fronteira. Passado quase um ano o domínio do Primeiro Comando ainda não foi consolidado apesar das alianças feitas com grupos locais e estrangeiros dos dois lados da fronteira.

A morte ontem de Claudenilson Duarte Martinez foi mais um capítulo nessa guerra. Claudenilson havia ganhado o semiaberto e tinha acabado de sair do Presídio de Ponta Porã de onde foi seguido por duas motos que interceptaram o veículo de Claudenilson na esquina da Avenida Brasil com a Duque de Caxias. A liberdade dele não durou seis minutos até ser executado com mais de vinte tiros.

Um dia antes o PCC Sérgio Ramão Vargas Ramos foi morto com mais de oitenta tiros na cidade paraguaia de Bella Vista do Norte a pouco mais de 130 quilômetros dali. Nesse caso dois dos assassinos foram presos e pertencem ao Comando Vermelho.

A força comercial da Rota Paraguaia para o Comando Vermelho fica claro quando vemos a quantidade de armas apreendidas apenas esse ano pelas diversas forças policiais no trajeto até o Rio de Janeiro – só em munições de fuzil e pistolas 9mm já passam de 20 mil. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});