Facção PCC no Uruguai: saiba como o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533), ampliou suas atividades no país vizinho, estabelecendo alianças, influenciando o cenário do crime organizado e ameaçando a estabilidade nas prisões.
Facção PCC no Uruguai: como tudo começou
A organização criminosa Primeiro Comando da Capital, originária do Brasil, começou a se instalar em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, em 2010. O objetivo era controlar diretamente o tráfico de drogas e expandir sua influência nas prisões paraguaias.
Após o assassinato do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, em 15 de julho de 2016, o Departamento de Estado Americano começou a investigar a disputa entre os dois grupos rivais pelo domínio do legado de Raffat e o impacto do novo posicionamento do PCC no Narcosul (Narcosur), o Cartel Internacional de Drogas da América do Sul.
A guerra entre as organizações criminosas brasileiras Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho (CV) transpôs as fronteiras do Brasil e do Paraguai, levando o Serviço de Inteligência da Polícia Nacional do Uruguai a monitorar cinco províncias – Artigas, Cerro Largo, Rivera, Rocha e Treinta y Tres – quanto a possíveis ações violentas desses grupos criminosos e seus aliados.
Alianças com Gangues Locais e Disputas Territoriais
A polícia uruguaia foi avisada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) que o PCC estaria distribuindo armas aos seus membros no sul do Brasil para agir no Uruguai. Além de assaltos, ações nos presídios uruguaios também estariam sendo planejadas.
Dados do MP-SP indicam que, em agosto de 2016, o PCC possuía 686 membros conhecidos no Rio Grande do Sul. A facção tem presença significativa no estado, disputando ou fazendo alianças com diversas outras facções, sendo a Bala na Cara a mais importante rival na região.
Existe o receio de que o PCC organize, dentro do sistema penitenciário uruguaio, métodos de recrutamento semelhantes aos utilizados no Brasil. Membros da facção receberam apoio externo, aproveitando alianças comerciais com gangues uruguaias ligadas ao tráfico internacional de armas.
As ações do PCC visam não apenas o controle das rotas de acesso de drogas e armas, mas também a lavagem de dinheiro e o envio de drogas para a África e Europa através do porto de Montevidéu. Isso fortaleceria a posição do PCC em relação às outras facções na América Latina.