Poucos colocam em dúvida a importância de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, na hierarquia do Primeiro Comando da Capital (PCC 1533), no entanto o que poucos parecem ter atentado é para sua importância no cenário internacional.
O interesse da facção em se tornar um grupo com domínio internacional ficou claro com a eliminação de Jorge Rafaat Toumani e o fim da trégua entre PCC e Comando Vermelho CV.
O domínio no entanto não está sendo uma conquista fácil, pelo contrário, dezenas de soldados PCCs e do CV tem sido mortos em todas cidades da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, e não existe perspectiva de alteração desse quadro.
A escolha de Gegê do Mangue para comandar as ações internacionais do Primeiro Comando nas fronteiras do sul é uma hipótese mais que provável e que está sendo analisada pelas autoridades. Ninguém duvida da capacidade de articulação e estratégia de Rogério Jeremias o que não se pode saber é até que ponto ela pode chegar.
A conquista e pacificação do Paraguai por parte do Primeiro Comando da Capital é fundamental para a solidificação das bases das operações no Uruguai, Argentina, e Bolívia. Essas nações não tem poder policial e experiência estratégica para combater o PCC.
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Gegê do Mangue possivelmente teria não apenas a função de atuar diretamente na entrada de armas e drogas para o Brasil, mas criar e fortalecer parcerias com outras facções criminosas dentro e fora dos presídios dos países onde a facção tem interesse.
A história demonstrou que o CV e o PCC foram criados justamente e evoluíram com a colocação de um grupo de criminosos no meio de outro grupo, e com a presença suposta do Gegê em terras estrangeiras, ele poderá não apenas exportar a tecnologia adquirida pelo PCC no Brasil como absorver e trazer para dentro de nosso país conhecimento e equipamentos utilizados pela grandes organizações terroristas e criminosas do restante do mundo, conforme nos conta Johana Catherine Perez Calderon em seu trabalho “La Triple Frontera como polo de atracción del yihadismo en la región de América Latina: Orientación teórico-histórica”.
No Brasil a influência do Primeiro Comando em todas as esferas públicas é conhecido, mas com sua força o quanto ele poderá influir na composição dos governos latino-americanos e na própria transformação cultural nas ruas daqueles países ainda é um fenômeno desconhecido. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});