Celular Denuncia Tribunal do Crime da facção PCC no Paraguai

Celular denuncia Tribunal do Crime da facção PCC após a descoberta de filmagem crucial em aparelho de integrante, esclarecendo um assassinato ocorrido há mais de um ano no Paraguai e cujo corpo foi encontrado na Argentina.

Celular denuncia Tribunal do Crime. Descubra como a filmagem de um aparelho celular levou à captura de um Pé Quebrado (Disciplina do PCC) graças à cooperação das polícias da Argentina e do Paraguai.

Celular denuncia Tribunal do Crime: mas qual foi o crime cometido:

O celular de Emanuel Eduardo, membro do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533), foi apreendido pela polícia Argentina quando ele foi flagrado em 15 de fevereiro de 2023, durante uma operação policial na Rota Nacional 14, em San José, província de Misiones, Argentina.

No entanto, a prisão ocorreu porque ele apresentou um documento falso em nome de Julio Ariel Rodríguez, além disso, a polícia encontrou uma pistola calibre 9mm da marca Glock com 16 projéteis em sua posse.

Tato ou Liba, como ele é conhecido no mundo do crime, manteve em seu aparelho celular a única evidência que poderia ligar ele a um assassinato no Paraguai há mais de um ano: a gravação mostrava o momento em que ele executava Ever com 30 facadas.

Ever Alfredo, um cabeleireiro que residia no bairro Fortín Toledo em Ciudad del Este, no Paraguai, já havia sido preso com dois quilos de cloridrato de cocaína em 2011. Ele mencionou que iria cortar o cabelo de um cliente e saiu de casa em um veículo branco no dia 24 de janeiro de 2021.

Dias depois, o corpo de Ever Alfredo foi encontrado a 30 quilômetros de distância, boiando no Rio Paraná, do outro lado da fronteira, no bairro Santa Rosa, em Puerto Iguazú, na Argentina.

O celular denuncia Tribunal do crime, e é a prova de sua ligação com o brutal assassinato de Ever. Se não fosse pela filmagem encontrada em seu telefone e pela cooperação entre as autoridades argentinas e paraguaias, Tato, membro do Primeiro Comando da Capital, certamente continuaria impune.

Agora, as autoridades argentinas cooperaram com seus homólogos paraguaios, trocando informações relacionadas ao caso. O promotor Luis Trinidad acusou Tato e exigiu sua extradição. Enquanto isso, a Justiça argentina abriu uma investigação contra ele pelo suposto ato punível de uso de documento adulterado ou falso.

No entanto, ainda resta a pergunta sem resposta: Será que Ever Alfredo foi morto pelo integrante do Primeiro Comando da Capital devido à sua ligação ou negócios com uma organização criminosa rival, por dívida de drogas ou algum tipo de traição?

texto base: El supuesto miembro del grupo criminal Primer Comando Capital. Éste se encuentra implicado en el brutal asesinato.

PCC em Rosario: a expansão da facção paulista na Argentina

O PCC em Rosario tem ampliado sua influência na região, aproveitando-se das mudanças nas rotas do narcotráfico causadas pela pandemia. Entenda os detalhes dessa expansão e seus impactos.

PCC em Rosario: no programa Pan & Circo da Cadena Máxima 106.7, explora e análisaa crescente presença da facção criminosa Primeiro Comando da Capital na Argentina e suas implicações no narcotráfico sul-americano.

PCC em Rosario é uma realidade, mas e daí?

Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533), a notória organização criminosa brasileira, amplia sua influência em Rosario, Argentina. A pandemia mudou algumas rotas do narcotráfico, resultando em uma crescente presença na região.

Durante a pandemia, a produção de drogas em países como Peru e Bolívia foi direcionada para a Hidrovia Paraná (rio Paraná – Paraguai), uma rota fluvial de 3.400 km praticamente sem controle, como uma alternativa para evitar a travessia da América do Sul até o Porto de Santos.

Paraguai tem enfrentado graves problemas de corrupção, e os portos de Assunção são dominados pelo PCC, que opera a partir das prisões. Estas facções criminosas são conhecidas como “hermandades criminales” e exigem um rito de iniciação para ingressar.

A sofisticação logística do PCC lhes permite controlar o tráfico de drogas em países como Bolívia, Peru, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. A presença de células do PCC foi detectada em várias prisões argentinas, como as de Resistencia (Chaco), Misiones e Santa Fe.

Em resumo, a expansão do PCC em Rosario é um resultado direto das mudanças nas rotas do narcotráfico devido à pandemia. A facção criminosa aproveitou a oportunidade para estabelecer uma presença significativa na região e expandir suas operações na América do Sul.

Crime organizado, uma nova realidade para a Argentina

O jornalista Germán de los Santos que investigou este fenômeno, compartilhou suas descobertas em uma entrevista no programa Pan & Circo da Cadena Máxima 106.7.

O crime organizado na Argentina é um fenômeno relativamente novo e tem se expandido principalmente em Rosário. Los Monos, um grupo importante de narcotraficantes, cresceram dentro do sistema prisional. De Germán explica que as prisões se tornaram uma espécie de “home office” para esses criminosos, que continuam gerenciando suas atividades ilegais a partir de lá.

O Estado sempre apoiou o slogan de que a prisão e penas mais duras seriam o fim dos problemas, mas essa nova realidade marca o início de outros, ainda mais delicados, que impactam diretamente nas ruas.

site archyde.com

O PCC em Rosário, ou a presença da facção PCC na Argentina, mostra como os grupos criminosos se adaptaram às circunstâncias atuais. Los Monos, por exemplo, dominam Rosário por meio de um sistema de franquias. Cobram de outros para não matá-los, como um esquema de proteção. Isso levou a que muitos negócios tenham que pagar quantias exorbitantes para garantir sua segurança.

Germán conta que Los Monos possuem um método peculiar de cobrança de “proteção” para empresas em diferentes áreas, variando de 50.000 a 300.000 pesos por semana (1.150 Reais à 6.850 Reais), dependendo do setor e da localização. O impacto dessa prática na economia local é significativo.

Esse grupo criminosa converte o dinheiro obtido com extorsões em dólares através de casas de câmbio ilegais, onde aplicam uma taxa adicional de 5% devido ao risco envolvido, chamada de “dólar banana”. Posteriormente, investem esses dólares no setor imobiliário, o que tem resultado no atual boom da construção em Rosário.

Havendo um excesso de oferta de imóveis, com muitos prédios vazios e sem inquilinos, enquanto pessoas em busca de aluguel enfrentam dificuldades para encontrar moradia. Isso é um claro sintoma do impacto negativo que a ação de Los Monos e outros grupos criminosos têm na sociedade.

Ademais, é intrigante como a estratégia de investimento no setor imobiliário dificulta o rastreamento e apreensão de seus ativos ilícitos pelas autoridades. Isso demonstra a complexidade e sofisticação das operações de lavagem de dinheiro realizadas por esses grupos e como conseguem se infiltrar e corromper diferentes setores da economia e da sociedade.

A proteção estatal também é um problema. Ao longo da história, a polícia tentou formar seus próprios cartéis, mas agora, em vez de serem parceiros, acabaram sendo empregados desses narcotraficantes.

texto base: Un grupo brasileño muy importante que se llama Primer Comando Capital que, como hablábamos antes, funciona desde las cárceles.

PCC e Operação Trigger IX: uma ação integrada Latino Americana

A história do PCC na Operação Trigger IX, uma ação conjunta de 15 países liderada pela Interpol, focada em combater o tráfico ilícito de armas e drogas. A operação resultou em prisões e apreensões significativas, mostrando a força do trabalho conjunto no combate ao crime organizado.

PCC na Operação Trigger IX marcou as quebradas, mas deixa eu te mostrar a fita que rolou não só aqui, mas em várias partes da América Latina, mano. A Interpol comandou essa ação, unindo 15 países na batalha contra o tráfico de armas e drogas. Várias prisões e apreensões foram feitas, tentando dar um fim no fluxo de armas que só fortalece a violência nas nossas comunidades. Essa é a história de uma guerra que afeta os guetos, onde a busca por justiça e paz é a nossa voz.

PCC e Operação Trigger IX: cerco cabuloso

Era tipo uma guerra, irmão. A polícia da América Latina, unida, numa missão pra acabar com o tráfico. Operação Trigger IX, coordenada pela Interpol, mexeu com o mundo. De norte a sul, do México à Argentina, 15 países trocando informações, tentando derrubar grupos poderosos. Eles apreenderam 25,4 bilhões de Reais em drogas, 8.000 armas de fogo e prenderam quase 15.000 pessoas.

Em Foz do Iguaçu, especialistas se reuniram pra traçar estratégias, mirando no Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e na Mara Salvatrucha. O objetivo era interromper o fluxo de armas de fogo ilícitas que alimentavam a violência nas quebradas.

Paraguay colaboró en la mayor operación contra el tráfico de armas en América Latina

Durante el procedimiento, incautaron 372 toneladas de precursores y 203 toneladas de cocaína.

▪️ La operación se llevó a cabo desde el 12 de marzo al 2 de abril.

A Conexão entre Armas e Drogas

A Interpol já sabia que o contrabando de armas fortalecia às organizações criminosas e aumentava a criminalidade.

O fato de uma operação visando armas de fogo ilícitas ter resultado em apreensões de drogas em massa é mais uma prova, se necessário, de que esses crimes estão interligados.

Jürgen Stock, secretário-geral da Interpol

Gangues criminosas na América Central e do Sul tão cada vez mais armadas, e a polícia local não consegue dar conta. No Brasil e no Paraguai, o PCC organizou assaltos a bancos em grande escala e fugas de prisões. A facção, que começou aqui no Brasil, e agora até se meteu no assassinato de um promotor paraguaio.

A Luta contra o Tráfico e a Violência

Mara Salvatrucha, ou MS-13, continua controlando grande parte do tráfico humano, drogas e armas na América Central. A Operação Trigger IX levou à apreensão de grandes quantidades de munição, até em países que não eram associados à violência armada em larga escala. A polícia do Uruguai conseguiu 100.000 munições, a maior quantidade já apreendida no país. Foram contrabandeadas por dois cidadãos europeus, mostrando a importância do compartilhamento internacional de inteligência.

texto base: In Brazil and neighbouring Paraguay, members of the First Capital Command have staged large-scale bank robberies and prison breaks.

Boliviano traficava do Paraguai para a Argentina é preso no Brasil

Boliviano traficava do Paraguai por taxi-aéreo 400 quilos de cocaína por vez, mas foi preso no Brasil por homicídio na Argentina.

Boliviano traficava do Paraguai e dá um nó na nossa mente!

O Jorge Adalid Granier Ruiz, boliviano da pesada, que fazia transporte de drogas para o Primeiro Comando da Capital foi pego pela Interpol no Brasil.

O cara era conhecido também como Nono, Chuleta e pela alcunha “Narco Fantasma“, por causa da habilidade e em se escondere.

Granier usava seus aviãozinhos prá traficar até 400 quilos de cocaína por vez, era muita coisa, por isso era um dos chefões do tráfico na Argentina.

Ele responsável por jogar as drogas em Santa Fé e abastecer os traficantes do nordeste da Argentina com pó da facção PCC 1533.

A provícia de Santa fé na Argentina tem ficado cada vez mais perigosa nos últimos anos, porque virou parte da Rota NarcoSur e é disputada por vários grupos criminosos.

Boliviano traficava do Paraguai era procurado por homicídio

A Justiça Federal de Salta na Argentina já tinha mandado de prisão pra esse cara por causa de um triplo homicídio que tava ligado ao tráfico de drogas.

Mas ele foi preso mesmo pela Polícia Rodoviária Federal do Brasil em Jaraguari que fica a menos de 50km de Campo Grande, capital do estado do Mato Grosso do Sul.

O “Narco Fantasma” tava com documentos falsos, tentando se passar por outra pessoa.

O Departamento de Interpol da Polícia Federal Argentina já tá tenta pedir a extradição do Granier.

Como não custa nada tentar, o advogado de defesa Fantasma nega as acusações sobre os crimes cometidos na Argentina e garante que é uma perseguição da polícia argentina.

Ele estava fugindo para tentar provar sua inocência em liberdade”, disse o advogado.

Quando caiu ele tava numa Hilux com mais dois, uma mina e um motorista.

O Diego Iglesias, da Procuradoria do Narcotráfico da Argentina, disse que esse Granier era o chefão do transporte de cocaína da Bolívia e do Paraguai.

Prá fazer o serviço, ele usava aviões pequenos pra chegar até a Argentina, e cobrava uma comissão de 300 mil dólares!

Mas a parada não para por aí, não, mano, fica ligado.

Ele tava envolvido num triplo assassinato, foi um negócio cabuloso, com uma família inteira morta após saírem de um casamento de outro narcotraficante.

Morreram Iván Maximiliano Giménez, Érica Vanesa e sua filha Elena, de um ano, numa cena triste de se ver.

Ligações cabulosas

Muito cabulosas as conexões dele com as outras organizações criminosas.

Fuminho do Primeiro Comando da Capital

Numa propriedade da Rodríguez Peña, 1057, na quebrada da Recoleta, Fantasma abrigou um líder pesadão, com a mente repleta de negócios internacionais da Família 1533, o Gilberto Aparecido, o Fuminho, que depois a DEA o pegou lá em Moçambique.

O Clã Loza e Fabián Pelozo narcos de Rosario

Na Argentina, descobriram que o Granier tava no corre, em contato com as gangues do país, treta de norte a sul do torre, com o clã Loza e o mano Pelozo, do tráfico na área, preso em Ezeiza, ele foi chave pro Fantasma em Gran Rosario.

Terminais portuários, coração do país, irmão. Ali a treta rolava solta, Pelozo e Loza na missão, em Ibarlucea, coleta de carrego, cocaína, a carga, e no Norte de Rosario, o jogo tava pesado, ninguém larga.

Como a cocaína chega aos portos do Atlântico? Facção PCC 1533

A cocaína chega aos portos vinda da Colômbia, Bolívia e Peru. Vale tudo: o bagulho atravessa fronteira de avião, helicópitero e até de buzão.

Cocaína chega aos portos: descendo o ladeirão

Como a cocaína chega aos portos? Desce o morro dos Andes voando e depois desce o rio ou pega as estradas!

Não é mole não, mas é o Primeiro Comando da Capital. Segue o fio que o pai não vai deixar você se perder.

Vale de tudo para chegar aos portos do litoral, mas começa assim a caminhada.

A cocaína enviada sai do Peru, Bolívia e Colômbia vai por terra ou ar, em aviões, helicópteros, carros, caminhões e ônibus.

Tem tanda droga descendo ao ladeirão que tá faltando avião e caminhão, então perguntei pro meu sobrinho como estão fazendo por lá:

É verdade que os cocaleiros estão sem transportes para sua produção?

Verdade. Estão sem aviões e caminhões para transportar toda a produção.

Não me lembro de uma quantidade tão grande de tijolos de pasta base e de prensados esperando para o embarque.

Está valendo tudo para conseguir escoar a produção: micro-ônibus, táxis, caminhões, carros e até qualquer um com uma mala na mão ou uma mochila nas costas!

Cocaína chega aos portos: vem da onde e vai para onde?

A droga colombiana é destinada principalmente ao mercado europeu, mas chega um tanto por aqui também.

Já as que giram nas biqueiras da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai é a cocaína do Peru e Bolívia.

E assim, vem droga voando de todo o canto. Quem dominava tudo os caminhos do Peru e Colômbia era o Cabeça Branca.

Alguns líderes das comunidades nativas de Ucayali no Peru estimaram que havia 10 e até 15 voos diários trabalhando para os narcotraficantes e pousando na região. Isso, no entanto, não foi confirmado pelas autoridades antinarcóticos.

Além dos narcotraficantes peruanos e bolivianos, existem “enviados especiais” do temido Primeiro Comando da Capital que fiscalizam o transporte de drogas para o Brasil.

O ministro do Interior do Peru, Vicente Romero, explicou que a destruição dos aeroportos clandestinos (narcoportos) tem um grande impacto no combate ao narcotráfico, porque neutraliza os embarques de drogas para o exterior, especialmente para a Bolívia.

“Isso nos permite cortar as asas do narcotráfico e deter seu avanço.”

leia no site do La Republica

Enquanto o Cabeça Branca passava, dentro dos quartéis…

Os milicos ficam sonhando com porta aviões enquanto o céu do Brasil é cheio de buraco: tudo mané de farda engomada.

Enquanto os vacilões da Força Aérea sonham, os voos clandestinos vêm da Bolívia (65%), seguida pelo Paraguai (17%), Peru (8%), Colômbia (6%) e Venezuela (4%).

pelo rio Paraná-Paraguai ou por rodovias

A Colômbia domina as rotas do narcotráfico para a América do Norte, mas a Rota do NarcoSul e a Rota Caipira transportam cocaína da Bolívia e Peru através do Paraguai e do Brasil para a Europa.

A liderança é do grupo criminoso brasileiro mais importante, o Primeiro Comando da Capital, é tudo 3 e não tem para ninguém.

A facção PCC 1533 utiliza a hidrovia Paraná-Paraguai e as estradas brasileiras para chegar aos portos litorâneos da Argentina, Brasil e Uruguai.

Os criminosos brasileiros usam duas fases para transportar cocaína.

  • Primeiro, a droga é transportada de avião para atravessar as fronteiras para chegar no Brasil e no Paraguai.
  • Depois, a cocaína é transferida para navios e navegada por via fluvial ou rodoviária até os portos do Atlântico.

Fim! Simples assim.

O narcotráfico está ganhando esta batalha contra o Estado, demonstrando supremacia no controle do território (…) Esses cartéis de drogas são organizados no exterior por grupos como Los Chapitos (um grupo de narcotraficantes do México), o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupos combinados com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, claro, eles têm equipamentos e armas de melhor qualidade do que as forças de ordem.

coronel do Exército da Bolívia Jorge Santistevan

Prisão e penas mais duras: discurso populista reforçam o PCC

O populismo político aponta que a solução para a Segurança Pública é a prisão e penas mais duras, no entanto, essa política gerou o PCC 1533.

Prisão e penas mais duras: o resultado na Argentina

O Estado sempre apoiou o slogan de que a prisão e penas mais duras seriam o fim dos problemas, mas essa nova realidade marca o início de outros, ainda mais delicados, que impactam diretamente nas ruas.

site archyde.com

Meu caro Francesco Guerra,

Permita-me apresentar-lhe a seguinte situação intrigante.

Diversos políticos em todo o mundo, mas principalmente os da direita latinoamericana, em sua crença firmemente arraigada, sustenta que mais prisões e penas severas trariam maior segurança para o povo.

No entanto, suas intenções nobres, se não populistas, foram mal direcionadas.

Pois as organizações criminosas estão usando essas prisões como ferramenta para recrutar, doutrinar e treinar criminosos para seus esquemas ardilosos.

A solução aparentemente simples para combater o aumento da criminalidade revela-se, na verdade, um golpe de mestre da mais formidável organização criminosa, a facção PCC.

Ensinou aos criminosos que prisão não significa que o negócio criminoso acabou, mas muito pelo contrário, que outra etapa se inicia.

Não é possível acabar com a facção PCC sem abordar as questões de superlotação e opressão carcerária, já que estes são fatores que contribuem para a formação e fortalecimento da organização.

A falta de condições adequadas nas prisões, como superlotação, violência e falta de recursos, é um terreno fértil para o crescimento da criminalidade organizada.

Além disso, as condições opressivas nas prisões podem ser usadas pelos líderes da facção para consolidar seu poder e controle sobre seus membros.

Por isso, é importante que sejam implementadas medidas eficazes para melhorar as condições nas prisões, incluindo investimentos em infraestrutura, segurança e programas de ressocialização.

ChatGPT para o site faccaopcc1533primeirocomandodacapital.org

Prisão e penas mais duras: unindo o crime

Além disso, meu caro Francesco,

A política de aprisionamento em massa adotada pelos diversos governos latinoamericanos não só falhou em reduzir a criminalidade e o tráfico de drogas, como fortaleceu ainda mais a influência e o poder do Primeiro Comando da Capital.

Os criminosos recrutados e doutrinados nas prisões apregoam com orgulho que agora fazem parte de uma grande organização criminosa internacional!

Portanto, temos um problema ainda maior em nossas mãos!

Pois a facção PCC está usando sua posição privilegiada dentro das prisões para ameaçar funcionários da Justiça, do Sistema Carcerário e das forças de Segurança Pública.

O criminoso plantou novamente ameaças contra um juiz federal, um promotor federal, um senador provincial e um prefeito.

Ele avisou por meio de outro interlocutor que está detido na prisão de Rawson que iria atacá-los com “balas e granadas”.

“Quem avisa não trai”, alertava a mensagem intimidadora que teve como destinatários uma extensa lista de autoridades judiciais e políticas.

site archyde.com

Prisão e penas mais duras: a revanche

A tudo isso, meu caro Francesco,

As autoridades argentinas pediram conselho para seus pares brasileiros que alertaram que os criminosos se comunicavam por WhatsApp.

O Primeiro Comando da Capital organizava seus asseclas através de troca mensagens de dentro das prisões por todo Brasil.

E assim, os criminosos da organização de dentro das muralhas brasileiras tem contato online com as prisões na Argentina, no Paraguai e na Bolívia.

Atentado ao fato, um juiz de Buenos Aires ordenou uma busca e apreensão de celulares nas celas dos presos — a reação foi imediata e violenta.

Em apenas duas noites mais de dez ônibus foram incendiados com coquetéis molotov.

A Justiça teve que reverter a medida e o Estado teve que assumir que havia subestimado o poder que a comunicação irradiava no crime organizado.

site archyde.com

O Primeiro Comando da Capital está determinado a proteger seu império criminoso, mesmo que isso signifique causar caos e destruição na cidade.

O aprimoramento: a Sintonia Restrita

Francesco, a reportagem sobre a Sintonia Restrita do Metrópoles que você fez a gentileza de encaminhar ao meu escritório é uma das consequências dessa política.

Mostra como a aposta dos políticos populistas na prisão e penas mais duras só profissionalizou a facção paulista PCC.

Graças a essa política prisional o PCC criou um novo exército de criminosos dispostos a seguir suas ordens e a perpetuar seus planos maléficos.

Estratégia, ousadia e muito acesso à informação permeiam um “setor de inteligência” criado pelo Primeiro Comando da Capital.

O grupo funciona como uma ampla rede de criminosos.

As grades e os muros de prisões ao redor do país não são suficientes para brecar o fluxo de informações que movimentam as engrenagens da chamada sintonia restrita – o atual cérebro da facção criminosa.

Carlos Carone e Mirelle Pinheiro para o site Metrópoles

É com grande pesar, meu caro Francesco, que encerro essa minha carta. Lamento, que a cada carta, o mundo se torne cada vez mais incerto.

Atenciosamente, um forte e respeitoso abraço daquele que está até a última gota de sangue disposto a defender a Paz, a Justiça e a Liberdade para todos.

Wagner do Site PCC 1533

leia o artigo base no site archyde.com: The heads of the First Capital Command (PCC) ordered the burning of buses. in just two nights more than ten buses caught fire of public transport with Molotov cocktails…

Argentina: golpe militar e a facção PCC

Golpe militar e a facção PCC como estopim — as organizações como desculpa para retirar os militares das casernas.

Preparação de um golpe militar e a facção PCC como estopim

Um golpe militar e a facção PCC como desculpa é o que vejo meu caro Francesco Guerra.

Permita-me descrever a você um caso que acabo de ler em um periódico portenho.

Uma nação chamou para combater o Primeiro Comando da Capital e outras organizações criminosas as suas Forças Armadas.

Usando a Lei da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), as Forças Armadas subiram os morros do Rio de Janeiro caçando criminosos perigosos.

O objetivo era eliminar o poder do tráfico de drogas e devolver o controle de áreas dominadas por eles de volta ao controle do Estado.

O Poder do PCC e o Mistério das Forças Armadas Incompetentes

Infelizmente, as Forças Armadas foram incapazes de cumprir sua missão e, ainda pior, tentaram tomar o poder da nação.

Primeiro ajudaram a eleger um governante fantoche retirado justamente daquele meio político e região para o qual foram chamados a intervir.

E depois da queda daquele governante, articulando um golpe onde seriam chamados pelo novo governante que ficaria então sob sua tutela, como o anterior.

Curiosamente, agora, a nação vizinha daquela está enfrentando problemas semelhantes com a mesma organização criminosa.

O Primeiro Comando da Capital estaria ganhando poder político e econômico em território argentino.

E o mais surpreendente é que essa nação também está considerando chamar as Forças Armadas que já se mostraram incompetentes em eliminar a organização criminosa.

Este caso levanta várias questões

Por que as Forças Armadas não conseguiram eliminar os criminosos e devolver o território para o controle do Estado e mesmo assim saíram politicamente fortalecidas?

Como as Forças Armadas deixaram de ser um órgão de Governo para se tornar um vírus capaz de contaminar e quase levar a óbito todo um sistema político-social?

E o que faz com que a nação vizinha pense que as suas Forças Armadas seriam capazes de combater o crime organizado em seu território?

São essas dúvidas que me afligiram ao ler a entrevista de Carlos Fernández do Centro de Estudos de Defesa e Segurança e ex-deputado nacional.

leia a entrevista original de Carlos Fernández: “La defensa nacional debe constituirse en una política de Estado”

Idiomas diferentes, métodos iguais

Grupos políticos de direita tentam uzar na Argentina o mesmo processo de tomada de poder usado no Brasil.

A desculpa é a mesma: o avanço do narcotráfico com a influência e poder econômico e político cada vez maior.

Acompanhe a linha de raciocínio do político

Carlos Fernández explica que hoje a droga para entrar na Europa tem que fazer um complexo caminho que inclui os portos argentinos.

Após sair da América do Sul pela Argentina, as drogas seguem para portos na África para de lá seguirem rumo a Europa.

Dessa forma, a Argentina ficou no caminho entre as drogas da Colômbia, do Peru e da Bolívia para os portos africanos e europeus.

De rota para destino

O aumento de fluxo trouxe diversas consequências para o país.

Um deles foi o aumento do consumo de drogas: os argentinos alcançaram o patamar de consumo dos americanos.

As maiores apreensões de drogas que ocorreram recentemente nos portos da Europa saíram pa hidrovia que corta a Argentina centralmente, e que é uma das principais rotas do narcotráfico hoje.

É aí que se começa a ver avanços crescentes dos principais cartéis do narcotráfico a nível sul-americano que passam a atuar cada vez com mais força na Argentina e falo, especificamente, do ‘Primeiro Comando da Capital’, que já marca presença em Rosário, em Santa Fé; há um forte avanço nos portos do rio Paraná; começam a haver ‘bombas de cocaína’ em Pergamino ou em Zárate; as coisas começam a ficar cada vez mais preocupantes em decorrência desse deslocamento e isso tem implicado no aumento da demanda por segurança interna por parte de nossa população.

Carlos Fernández

A solução, segundo o ex-deputado, seria utilizar as Forças Armadas no combate ao narcotráfico.

No entanto, o próprio político floreia sua intenção ao responder ao repórter:

Site Nuevos Papeles:

A rigor, o combate ao narcotráfico e corrijam-me se não for o caso, não é responsabilidade das Forças Armadas e sim das forças de segurança.

Político Carlos Fernández responde:

Sim, claro, está correto. Mas tudo está relacionado com tudo e no seguinte sentido.

Não estamos falando de um Estado que se possa dividir em compartimentos estanques, apesar dos nossos enormes esforços para que assim funcione, o que é um disparate total!

No campo se diz ‘o leite vem da mesma vaca’ e, portanto, o que eu dedico a uma coisa eu não coloco em outra e assim por diante.

Não é que existam recursos infinitos, mas sim necessidades infinitas e recursos escassos. Assim, diante da demanda da sociedade, diferentes caminhos foram tentados que falharam.

Uma das formas inventadas foi transferir para as províncias parte do esforço de combate ao narcotráfico.

Chegando uma nova eleição…

A coalizão de partidos oposicionistas na Argentina apresenta o documento “Unidos pelo Progresso da Justiça”, enfatizando o papel do Primeiro Comando da Capital, uma organização criminosa brasileira, no agravamento do narcotráfico no país. O documento alerta sobre a situação crítica em Rosario, que pode se espalhar por todo o território argentino caso não haja uma ação conjunta entre a nação e as províncias.

A coalizão também menciona o encerramento do programa “Argentina Sem Narcotráfico”, implementado pelos Ministérios da Justiça e Segurança na gestão anterior, como um fator que contribuiu para o avanço das organizações criminosas, incluindo a facção PCC. Conforme esses grupos ganham território, corrompem mais funcionários e fortalecem seus recursos.

O documento destaca a atuação do PCC, em conjunto com o Comando Vermelho, no tráfico de drogas através da Hidrovia, representando uma ameaça à costa argentina. leia no site Sonido Uno 90,7

Elementary my dear “Franz do +43”

Rícard Wagner Rizzi

Guerra entre facções criminosas e a taxa de homicídios

A guerra entre facções criminosas é a principal razão da elevada taxa de homicídio em toda a América Latina segundo levantamento do Insight Crime.

Guerra entre facções criminosas volta a São Paulo

Com o governador Tarcísio de Freitas, a guerra entre facções criminosas volta a assombrar o  Estado de São Paulo.

São Paulo fechará 2022 com o mais baixo índice de homicídio do Brasil, aproximadamente 5,2 para cada 100.000 habitantes.

Segundo levantamento do site Insight Crime, São Paulo, se fosse um país, seria tão seguro quanto o Chile e a Argentina com índices: 4,6.

A exceção do Suriname que não possui grupos de crimes organizados expressivos, todas as outras nações sofreram com a guerra entre organizações criminosas.

Em pouco menos de um mês de governo Tarcísio de Freitas as milícias tentam o domino áreas pacificadas pelo Primeiro Comando da Capital.

A tendência para 2023 será o ressurgimento da guerra entre facções criminosas  com o aumento da taxa de homicídios que será justificada como combate ao crime.

Ataques em 2006 do PCC pouparam 25.000 vidas

A facção PCC e guerra entre facções criminosas

Em 2021 o Estado do Amapá foi assolado por uma guerra onde o Primeiro Comando da Capital lutou contra vários grupos criminosos locais.

No entanto, em 2022 a guerra terminou, sobrando poucos focos de resistência, o que derrubou o índice em 34%.

Já em Rondônia, onde o PCC e o Comando Vermelho (CV) disputam a rota do tráfico da Bolívia, houve um aumento de 29% nos homicídios.

PCC não derrubou a taxa de homicídio em São Paulo

A guerra entre as facções criminosas do PCC no Paraguai e na Bolívia

Na Bolívia houveram vários assassinatos na Guerra entre o PCC e o CV pelo domínio das rotas que levam as plantações bolivianas de coca.

A província de Santa Cruz é essencial para quem quer garantir as rotas de cocaína do Brasil ou Paraguai da Bolívia e do Peru.

No Paraguai, a disputa entre o PCC e o Clã Rotela pelo controle da rota de tráfico do Amambay que alimenta a Rota Caipira deixou um rastro de corpos.

Traduzido, editado e adaptado para este site do artigo “InSight Crime’s 2022 Homicide Round-Up” de Peter Appleby, Chris Dalby, Sean Doherty, Scott Mistler-Ferguson, e Henry Shuldiner.

A taxa de homicídios no Brasil em 2022 é impulsionada pela guerra entre facções criminosas

Brasil: 18,8 por 100.000* (Pop. 214.326.223)

Nos primeiros nove meses de 2022, o Brasil teve uma leve queda de 3% nos homicídios em relação a 2021, com 30.187 homicídios.

A expectativa era terminar 2022 com 40.000 homicídios, marcando uma ligeira queda geral em relação aos 41.069 registrados em 2021 pelo mesmo índice.

Guerra entre facções criminosas como causa

A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.

Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.

Conexão Teresina: uma crônica sobre a atuação do PCC no Piauí

O nordeste do Brasil, que há muito é um epicentro da violência da guerra entre grupos criminosos que buscam controlar as rotas do narcotráfico para a Europa, registrou uma queda de 5% nos homicídios.

A Bahia, o maior estado da região, liderou o ranking, mas também teve uma queda geral de 11%, talvez devido aos investimentos em segurança pública.

O Amapá, um pequeno estado do norte, teve uma queda de 34% nos homicídios, provavelmente devido a uma queda natural na violência após um 2021 particularmente sangrento, quando grandes facções criminosas, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC) lutaram pelo controle do tráfico de drogas contra vários grupos criminosos locais.

Rondônia, estado que faz fronteira com a Bolívia, registrou um aumento de 29% nos homicídios, o maior do país por estar no centro da disputa entre o PCC e seu arquirrival cariocas, o Comando Vermelho (Comando Vermelho – CV), pelo controle da rota hiper lucrativa da cocaína Bolívia-Brasil.

Embora as facções do tráfico de drogas possam ter impulsionado grande parte da violência, a polícia do Brasil, notoriamente ágil no gatilho, também contribuiu.

Enquanto no primeiro semestre de 2022 as mortes causadas pela polícia caíram, milhares de brasileiros continuam sendo mortos pelas forças de segurança.

Em 2021, 84% desses assassinatos cometidos por policiais foram direcionados a negros.

Taxa de homicído Brasil de 1981 à 2021

A polícia e a chacina de jovens negros e pobres

Resumo de Homicídios de 2022 da InSight Crime

Países da América Latina e do Caribe continuaram a registrar altas taxas de homicídios em 2022.

À medida que a produção de cocaína atingiu novos patamares, a fragmentação das gangues continuou e o fluxo de armas na região se agravou.

A situação no Equador foi absolutamente catastrófica.

Quantidades históricas de cocaína entrando no país alimentaram a violência, com assassinatos disparando à medida que os grupos criminosos atacavam funcionários judiciais e matavam policiais em taxas recordes.

Essa cocaína veio em grande parte da Colômbia, onde o recém-empossado presidente Gustavo Petro prometeu se afastar da guerra contra as drogas em favor dos esforços para alcançar uma “Paz Total” com os grupos rebeldes e criminosos do país.

A mudança da estratégia de combate aos grupos criminosos implementada pelo novo governo colombiano, até agora, porém, os níveis de violência permaneceram estagnados.

Em El Salvador, uma repressão decisiva às organizações criminosas reduziu enormemente a taxa de homicídios, embora à custa de supostos abusos sistemáticos dos direitos humanos.

No Haiti, uma quase total falta de capacidade política permitiu que a violência aumentasse, enquanto os bandos criminais paralisavam a capital do país, Port-au-Prince.

O Caribe se tornou o foco de assassinatos da região

A taxa de homicídios da Jamaica aumentou ainda mais, ainda assim o tráfico de armas continuou, mesmo os criminosos já estando fortemente armados.

As Ilhas Turks e Caicos provaram ser o país mais mortal da região per capita, pois os assassinatos mais que dobraram.

Em 2022 o InSight Crime incluiu nações e territórios menores do Caribe, muitos dos quais tiveram um aumento acentuado nos assassinatos.

Embora cientes de suas populações comparativamente pequenas e números de homicídios, nós os incluímos no ranking abaixo para mostrar como os padrões de violência estão afetando toda a região.

Ilhas Turks e Caicos: 77,6 por 100.000 (Pop. 45.114)

Uma onda de violência atingiu as pequenas ilhas Turks e Caicos em 2022, segundo estatísticas oficiais do governo.

Embora 35 assassinatos possam parecer pouco motivo de preocupação, representam um salto de 150% em relação aos 14 assassinatos ocorridos em 2021 em um país com uma população total de pouco mais de 45.000 habitantes.

Muitos dos homicídios se concentraram no último terço do ano, com 21 homicídios ocorridos entre 3 de setembro e 8 de novembro, culminando com um triplo homicídio em 1º de novembro. ilha mais populosa.

Guerra entre facções Criminosas como causa

Embora os motivos para o aumento da violência permaneçam incertos, o chefe de estado nomeado pelo Reino Unido, Nigel Dakin, disse em um post no Instagram que os grupos criminosos jamaicanos estão “tentando remover toda a competição criminosa no território” usando “níveis sem precedentes de violência direcionada”.

Ele culpou a proximidade das ilhas com vizinhos instáveis “inundados de armas e drogas… onde os criminosos aparentemente conseguem se mover facilmente por toda a região”.

Jamaica: 52,9 por 100.000 (Pop. 2.827.695)

Pela primeira vez em três anos, a ilha caribenha não liderou as tabelas regionais de taxas de homicídios.

Infelizmente, isso tem menos a ver com o sucesso em erradicar a própria violência na Jamaica e mais a ver com taxas terrivelmente altas testemunhadas em outras partes do Caribe.

A Força Policial da Jamaica (JCF) registrou 1.498 assassinatos em 2022, 24 mortos a mais que no ano anterior.

Esse resultado coloca a taxa de homicídios da Jamaica em quase 53 mortos por 100.000, uma alta não vista desde 2017.

Vários fatores influenciam a violência implacável da Jamaica e a aparente incapacidade do governo de detê-la.

O tráfico de armas é desenfreado no país insular, com armas pequenas dos EUA inundando o mercado.

Em fevereiro, o primeiro-ministro Andrew Holness reciclou uma estratégia familiar de reprimir o porte ilegal de armas.

À medida que 2022 chegava ao fim, as ações do governo não reduziram os assassinatos na Jamaica.

Juntamente com as consequências crescentes para os proprietários de armas ilegais, o governo recorreu a outra abordagem testada e comprovada e geralmente nada assombrosa: decretar repetidamente estados de emergência em grande parte da ilha.

Aparentemente sem respostas, a Jamaica recorreu publicamente às Nações Unidas em busca de assistência para reduzir o tráfico de armas no país.

De forma desencorajadora, as apreensões recordes de armas e munições parecem ter feito pouco para virar a maré.

Santa Lúcia: 42,3 por 100.000 (Pop. 179.651)

Um total de 76 assassinatos pode não parecer muito.

Mas para Santa Lúcia, com uma população de pouco menos de 180.000 pessoas, isso o coloca perto do topo do ranking regional.

Em 2021, Santa Lúcia registrou 74 assassinatos, um recorde para a época.

O aumento em 2022 para 76 assassinatos significa que o país quebrou seu recorde de homicídios pelo segundo ano consecutivo e levou a pedidos do Partido Unido dos Trabalhadores para que o primeiro-ministro Philip J. Pierre renunciasse ao cargo de ministro da Segurança Nacional.

Guerra entre facções Criminosas como causa

Ao se tornar um centro de trânsito para a cocaína sul-americana para os EUA e Europa, as gangues locais passaram a disputar a hegemonia criminosa.

Isso foi agravado por um influxo de armas americanas: um homem da Pensilvânia preso em março passado por traficar quase 40 armas para Santa Lúcia.

Funcionários eleitos condenaram a “anarquia em nosso país” e prometeram “penalidades draconianas”, mas poucos detalhes foram divulgados.

Venezuela: 40,4 por 100.000 (Pop. 28.199.867)

As mortes violentas na Venezuela permaneceram relativamente estáveis em 2022 após vários anos de declínio, com a taxa geral caindo apenas 0,5%.

O número inclui homicídios comprovados, homicídios cometidos por policiais, mortes ainda sob investigação e desaparecimentos.

Se os desaparecimentos não forem incluídos no cálculo, a taxa geral cai para 35,3 mortos por 100.000 habitantes.

Houve um total de 10.737 mortes violentas em 2022 ou uma média de 29 por dia.

Cinco dos sete principais estados com as taxas mais altas estão localizados na zona centro-norte do país.

O crime organizado venezuelanos

Entre eles estão Aragua, lar da gangue local mais notória da Venezuela, Tren de Aragua, Miranda, onde gangues ultravioletas dedicadas a sequestros e extorsões tomaram conta de faixas de território, e Caracas.

Grande parte da violência está sendo conduzida não pelos maiores grupos do crime organizado, mas por pequenas gangues de rua predatórias.

A dolarização de fato do país criou grandes oportunidades para as gangues, pois indivíduos e empresas usam dólares americanos para transações em dinheiro, mas não podem depositá-los em contas bancárias nacionais, deixando-os na posse de grandes quantidades de dinheiro que os tornam alvos de roubos.

Das mais de 10.000 mortes violentas registradas no ano passado, aproximadamente 13% resultaram de intervenções policiais.

Entre a violência das gangues e da polícia

Essa alta taxa provavelmente está ligada à violência indiscriminada empregada em operações de segurança na Venezuela, onde a polícia se tornou conhecida por cometer execuções extrajudiciais, conforme documentado por agências internacionais de direitos humanos.

Três dos cinco estados com as maiores taxas de mortes resultantes de intervenções policiais, Aragua, Miranda e Guárico, tiveram operações de segurança em grande escala em 2022, acompanhadas por denúncias generalizadas de abusos de direitos humanos, incluindo execuções extrajudiciais.

Além disso, houve 1.370 denúncias de desaparecimentos em 2022.

Algumas áreas da Venezuela tornaram-se notórias por desaparecimentos ligados a atividades criminosas, sobretudo a região mineradora de Bolívar, onde gangues fortemente armadas, conhecidas como sindicatos, disputam o controle do comércio de ouro.

Esses grupos se tornaram notórios pelo desaparecimento de suas vítimas, como mostra a descoberta de várias valas comuns no final de 2022.

São Vicente e Granadinas: 40,3 por 100.000 (Pop. 104.332)

As razões para a alta taxa de homicídios em São Vicente e Granadinas em 2022 não são tão diferentes dos tradicionais focos de violência da região:

Muito disso está entrelaçado com o comércio de cocaína e outros derivados com retaliação.

primeiro-ministro Ralph Gonsalves

Em novembro, as forças de segurança destruíram 135 quilos de cocaína e 18 toneladas de maconha apreendidas nos últimos três anos.

Traficantes de Trinidad e Tobago, que enfrenta um grande problema de violência causada pelas drogas, estão por trás de algumas dessas importações de cocaína.

A maioria dos mortos são por armas de fogo

O governo trinitário-tobagenses está reunindo aliados regionais para impedir que as armas cheguem dos Estados Unidos.

Os EUA precisam fazer algo sobre … o fácil acesso a armas e a fácil exportação de armas. Eles têm os recursos para nos ajudar nisso.

primeiro-ministro Ralph Gonsalves

Poucos cidadãos e empresas acreditam que a polícia tenha condições de investigar e combater os criminosos e menos da metade dos crimes são denunciados.

Trinidad e Tobago: 39,4 por 100.000 (Pop. 1.525.663)

A taxa de homicídios de Trinidad e Tobago saltou mais de 22% em 2022 em relação a 2021.

Após um ano de derramamento de sangue em que os grupos criminosos da duas ilhas ganharam notoriedade em todo o mundo.

Dados do Serviço de Polícia de Trinidad e Tobago mostram que 502 assassinatos foram cometidos no país entre janeiro e outubro.

Policiais disseram ao InSight Crime que outros 47 homicídios foram cometidos em novembro e mais 52 em dezembro, elevando o total de 2022 para 601.

Este é o maior número de assassinatos no país, muito acima dos 550 registrados em 2008.

As várias razões para o aumento da violência

O assassinato de Anthony Boney, líder de um crupo criminoso muçulmano, quebrou o equilíbrio que havia no mundo do crime trinitário-tobagenses.

O resultado foi a fragmentação caótica das grandes organizações criminosas e grupos menores e muito mais violentos.

Essas facções estão lutando pelo controle das múltiplas economias criminosas do país, incluindo contrabando humano, extração de pedreiras e roubo organizado.

Cerca de 12 mil armas circulam no país

A falta de confiança na polícia é reconhecida por ela mesma, principalmente entre a população mais pobre.

Honduras: 35,8 por 100.000 (Pop. 10.278.345)

Honduras continua como o país mais mortal da América Central em 2022, com uma taxa de homicídios de 35,8 mortos por 100.000 pessoas.

Apesar do resultado, o país conseguiu reduzir os homicídios em 12,7% em relação a 2021, o menor número de homicídios desde 2006.

O presidente Xiomara Castro gerou polêmica perto do final do ano ao implementar uma repressão anti-gangues que prendeu 652 supostos membros de gangues e desmantelou 38 gangues.

Muitas das mortes violentas em Honduras são atribuídas a grupos criminosos conhecidos por tráfico de drogas e extorsão.

O setor de transporte de Honduras tem sido particularmente perseguido por extorsão e violência subsequente, com pelo menos 60 trabalhadores perdendo suas vidas em 2022.

Embora o estado de exceção tenha como alvo esses grupos criminosos, é muito cedo para dizer como a estratégia afetará os homicídios do país.

Bahamas: 32 por 100.000 (Pop. 407.906)

As Bahamas terminaram 2022 com 128 assassinatos, quando o comissário de polícia Clayton Fernander, que esperava terminar o ano com menos de 100 homicídios.

Guerra entre facções Criminosas como causa

O país continua como centro de tráfico de cocaína, e em março, o governo admitiu que há disputa pelo narcotráfico na ilha de New Providence.

Chegando em 2023, o governo do primeiro-ministro Philip Davis está enfrentando uma reação negativa.

A oposição baamesa critica a política pública pelo aumento dos crimes: tráfico de drogas, e assaltos e homicídios com o uso de armas de fogo.

O governo por sua vez afirma que são criminosos libertados sob fiança que voltaram a cometer crimes.

Colômbia: 26,1 por 100.000 (Pop. 51.516.562)

Os 13.442 homicídios registrados em 2022 pela Polícia Nacional da Colômbia deram ao país uma taxa de homicídios de 26,1 por 100.000 no ano, ligeiramente abaixo dos 26,8 por 100.000 em 2021.

Talvez não surpreendentemente, os homicídios foram maiores em regiões onde predominam os grupos armados, de acordo com um relatório da Universidad Externado de Colombia.

Os departamentos de Arauca, Putumayo, Cauca, Chocó, Guaviare e Valle del Cauca tiveram a maior concentração de homicídios.

Guerra entre facções Criminosas como causa

A maioria desses departamentos são corredores estratégicos do narcotráfico sobre os quais grupos criminosos lutam pelo controle e pelas receitas do crime.

Desde o início de 2022, o Exército de Libertação Nacional (Ejército de Liberación Nacional – ELN) e grupos mafiosos das ex-FARC travam uma sangrenta batalha pelo controle de Arauca, no sul do país, ao longo da fronteira com o Equador, Peru e Brasil.

Os assassinatos de líderes sociais continuaram inabaláveis em 2022.

Até dezembro do ano passado, 33 líderes sociais foram assassinados em Nariño, enquanto outros 25 foram mortos em Cauca.

O ELN e a ex-máfia das FARC estão presentes em ambos os departamentos, assim como as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (Autodefesas Gaitanistas de Colombia – AGC), também conhecidas como Urabeños ou Clã do Golfo (Clan del Golfo).

O presidente Gustavo Petro chegou ao poder com ambições de “Paz Total”.

Vários grandes grupos armados assinaram um cessar-fogo bilateral que deve vigorar nos primeiros seis meses de 2023, embora o ELN seja uma ausência notável.

Resta saber como a medida vai se desenrolar.

Equador: 25,9 por 100.000 (Pop. 17.797.737)

Pelo segundo ano consecutivo, o Equador teve uma das taxas de homicídios que mais cresceram na região.

Guerra entre facções Criminosas como causa

Em 2022, o país foi dilacerado por grupos criminosos que brigavam por quantidades impressionantes de cocaína vindas da Colômbia e registraram 4.603 assassinatos.

Isso representa um aumento de algo em torno de 82% e 86,3% em relação ao ano anterior, de acordo com a base de cálculos.

Os especialistas atribuem a culpa diretamente à violência associada ao narcotráfico. Isso é amplamente correto.

Choneros e Lobos na disputa

Duas organizações criminosas, Choneros e Lobos, reuniram em torno de si aliados para disputarem o mercado criminoso com extrema violência.

]O foco é dominar áreas de controle da infraestrutura do narcotráfico, incluindo o porto marítimo de Guayaquil, o epicentro da violência no país, e Esmeraldas, uma província que faz fronteira com a Colômbia e é um centro de trânsito de drogas.

Em Esmeraldas os assassinatos atingiram um novo recorde, com corpos sendo deixados pendurados em pontes e assassinatos em larga escala ocorreram em todo o país.

Grupos menores, mas altamente organizados, estão aparecendo agora, esculpindo brutalmente sua própria fatia do bolo do narcotráfico.

O tráfico de armas está aumentando constantemente, com armas semiautomáticas, revólveres e munições inundando o país, principalmente dos Estados Unidos e do Peru.

E a influência do crime organizado mexicano e colombiano apenas estimula ainda mais a violência.

México: 25,2 por 100.000 (Pop. 126.705.138)

Com uma ligeira queda nos homicídios em 2022, os homicídios no México ultrapassaram 30.000 pelo quinto ano consecutivo.

No ano passado, ocorreram menos 30.968 homicídios, ou 85 por dia, além de 947 feminicídios — valores são calculados separadamente.

Somando 31.915 assassinatos, 25,2 por 100.000 habitantes, uma ligeira queda em relação à taxa de 2021.

Quase 50% desses assassinatos se concentraram nos mesmos seis estados de 2021: Guanajuato, com 3.260, Baja California, Chihuahua, Jalisco, Michoacán, o estado do México.

Guerra entre facções criminosas como causa

Há muito tempo os estados fronteiriços de Baja California e Chihuahua convivem com a violência dos grupos do crime organizado que disputam o controle das rotas do narcotráfico para os Estados Unidos.

Já Jalisco está localizada ao norte de Michoacán e Colima, cujos portos – Lázaro Cárdenas e Manzanillo – são pontos de chegada de precursores químicos da Ásia necessários para a produção de drogas sintéticas.

Belize: 25 por 100.000 (Pop. 400.031)

Belize encerrou 2022 com 113 assassinatos, uma queda em relação aos 125 em 2021, para uma taxa de homicídios de 25 por 100.000 pessoas.

O comissário de polícia Chester Williams disse à mídia local que o país agora saiu da lista dos dez países mais assassinos do mundo.

No entanto, o governo americano alerta que muitos dos crimes violentos em Belize ocorreram no lado sul de Belize e estão “relacionados a gangues”.

Os crimes violentos, incluindo assaltos à mão armada, são “comuns mesmo durante o dia e em áreas turísticas”.

Porto Rico: 17,4 por 100.000 (Pop. 3.263.584)

O território dos EUA viu uma queda bem-vinda na violência em 2022, registrando 567 homicídios, ante 616 em 2021, segundo a mídia local.

A disponibilidade de armas de fogo continua sendo um problema para as autoridades de Porto Rico, com crimes relacionados a armas permanecendo muito mais altos do que nos estados dos EUA e em outros territórios.

Traficantes ilegais de armas trouxeram milhares de armas para o país, enquanto a Lei de Armas de Porto Rico de 2020 tornou a obtenção e o porte legal de uma arma de fogo muito mais fácil.

E o tráfico de cocaína, responsável por grande parte da violência no território, continuou em ritmo acelerado com apreensões maciças feitas regularmente em 2022.

Guatemala: 17,3 por 100.000 (Pop. 17.109.746)

Os 3.004 homicídios registrados na Guatemala em 2022 deram ao país uma taxa de homicídios de 17,3 por 100.000 habitantes.

Foi um aumento de 5,7% em relação aos 2.843 homicídios registrados no ano passado.

De acordo com a ONG de Direitos Humanos, Grupo de Apoio Mutuo – GAM, foram 3.609 assassinatos, houve um aumento de 7% nos homicídios entre janeiro e outubro de 2022.

As descobertas do GAM também revelaram um salto preocupante no número de vítimas de assassinato que apresentaram sinais de tortura, de 104 em todo o ano de 2021 para 164 nos primeiros 10 meses de 2022.

Guerra entre facções criminosas como causa

A atividade criminosa provavelmente está por trás desses aumentos.

Em outubro, pelo menos sete pessoas foram mortas a tiros na piscina de um hotel em El Semillero, na costa do Pacífico da Guatemala, e o crime estaria relacionado ao Barrio 18.

Também em outubro, cinco nicaraguenses foram encontrados mortos com as mãos amarradas nas suas costas no município de Atescatempa.

Barbados: 15,3 por 100.000 (Pop. 281.200)

Assim como em seus vizinhos caribenhos, a pronta disponibilidade de armas de fogo foi responsabilizada por um aumento acentuado nos assassinatos em Barbados em 2022.

Dos 43 homicídios registrados, mais de 75% foram cometidos com armas de fogo.

Isso apesar da polícia de Barbados alegar sucesso em uma campanha contínua de recuperação de armas, com 75 armas apreendidas até setembro de 2022.

Isso foi superior às 36 recuperadas em todo o ano de 2021.

Um aumento persistente nos assassinatos, apesar de mais armas serem coletadas, só pode significar uma coisa: muitas armas estão entrando em Barbados.

Em junho, três homens americanos foram condenados por enviar pelo menos 30 armas de fogo para Barbados por meio de serviços de correio.

Em setembro, o comissário de polícia de Barbados confirmou que o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) dos EUA estava trabalhando com Barbados para conter o fluxo de armas.

Mas há uma confusão persistente sobre o cenário do crime organizado do país, apesar de seu tamanho modesto.

Em uma entrevista para a televisão em novembro, o membro do gabinete de prevenção ao crime, Corey Lane, afirmou que havia apenas duas gangues em Barbados e não 52, como afirmam algumas fontes não especificadas.

Guiana: 15,1 por 100.000 (Pop. 804.567)

Foram registrados 122 assassinatos até meados de dezembro de 2022, a menor contagem de homicídios em uma década.

No entanto, armas de fogo ilegais continuam a entrar no país vindas dos Estados Unidos e do Brasil, aumentando a violência no país.

A Guiana também está lidando com a disseminação da mineração ilegal, já que a invasão de gangues venezuelanas ameaça aumentar a violência.

Costa Rica: 12,2 por 100.000 (Pop. 5.153.957)

A Costa Rica viveu seu ano mais sangrento da história em 2022, com 627 homicídios cometidos, 53 assassinatos a mais em relação a 2021.

Desde 2017 o país não ultrapassava 600 assassinatos em um mesmo ano.

O presidente Rodrigo Chaves reconheceu o problema, admitindo que a violência estava “saindo do controle”.

Limón na costa atlântica é a segunda província mais populosa, mas foi a com mais homicídios: 167 — um quarto do total nacional.

A província de Limón teve uma taxa de homicídios de 35,9 por 100.000 habitantes, um ligeiro aumento em relação ao ano anterior.

Guerra entre facções criminosas como causa

Os assassinatos estão ligados ao aumento da luta pelo controle do porto de Limón, pelos grupos criminosos que buscam exportar cocaína para a Europa.

Até 90% das mortes na província foram relatadas como ligadas ao crime organizado, disse o Departamento de Investigação Judicial (OIJ).]

República Dominicana: 11,9 por 100.000* (Pop. 11.117.873)

A República Dominicana registrou 661 homicídios nos primeiros seis meses de 2022,

Extrapolando esses números para um período de 12 meses, encerrou o ano com uma taxa de homicídios de 11,9 por 100.000 habitantes.

Se confirmado, isso representaria um aumento significativo de 9,2 homicídios por 100.000 em 2020 e 10,6 por 100.000 em 2021.

Apesar desse aumento, o país registra menos homicídios que muitos países caribenhos, apesar de ser o principal país de trânsito de cocaína na região.

Várias fontes disseram que a atitude de negócios em primeiro lugar do submundo da ilha pode fornecer uma explicação para essa paz relativa.

Apenas 8,8% dos assassinatos estavam diretamente ligados ao tráfico de drogas ou ao uso de drogas. A maioria dos assassinatos são crimes passionais.

Panamá: 11,5 por 100.000 (Pop. 4.351.267)

O Panamá conseguiu reverter sua tendência recente de aumentar gradualmente os assassinatos.

Os 501 homicídios registrados em 2022 representam uma queda de 8,9% no número de homicídios em relação aos 550 de 2021.

Antes de 2022, a taxa de homicídios do país vinha subindo lentamente, de 9,6 por 100.000 em 2018 para 12,8 por 100.000 em 2021.

Enquanto alguns países continuaram a adotar uma abordagem militarizada para combater o crime, a polícia do Panamá adotou uma estratégia diferente.

O diretor da polícia nacional do Panamá, John Dornheim, destacou a importância de a aplicação da lei incorporar soluções tecnológicas e contar com informações.

“Você não persegue o crime com músculos, persegue-o com inteligência”

John Dornheim

A decisão parece estar valendo a pena, com um quarto das acusações contra suspeitos de homicídio ocorrendo graças à vigilância por vídeo.

Ainda existem áreas problemáticas

Com cerca de 7% da população, a província costeira de Colón foi responsável por 21% dos assassinatos — taxa de homicídios próxima à de Honduras.

Assassinatos indiscriminados ligados ao crime organizado na província resultaram em homicídios em hospitais e escolas, disputas territoriais e aumento do desemprego também estão entre as causas das mortes que assolam a região.

Guerra entre facções criminosas como causa

Colón detém o ponto de entrada do Atlântico para o Canal do Panamá e é um ponto crucial para a logística do tráfico de cocaína.

O país quebrou novamente seu recorde anual de apreensão de drogas, em meio a notícias de que atuava como um importante centro de envio de cocaína para uma coalizão de grandes traficantes de drogas na Europa.

O principal traficante de drogas do Panamá, Jorge Rubén Camargo Clarke, chefe da federação de gangues de Bagdá, foi preso em fevereiro de 2022, mas os números não sugerem que tenha ocorrido uma luta sangrenta pelo controle do mercado entre os rivais.

Uruguai: 11,2 por 100.000 (Pop. 3.426.260)

Houve 383 homicídios registrados no Uruguai em 2022, um aumento de 25% nos homicídios de 2021, que reverte alcançada em 2021.

Os cálculos do InSight Crime mostram um aumento ligeiramente maior de 27,6%.

Guerra entre facções criminosas como causa

O presidente Luis Lacalle Pou colocou diretamente a culpa pelo aumento da violência nos confrontos de gangues relacionados ao tráfico de drogas.

As brigas entre grupos criminosos pelo controle do tráfico de drogas em Montevidéu, capital do país, parecem ter aumentado.

Em junho, a polícia uruguaia informou ter identificado até 45 clãs familiares criminosos em Montevidéu e, em novembro, tiroteios entre alguns desses clãs confinaram moradores de Villa Española e Peñarol em suas casas.

Uruguai na rota das drogas

Essas gangues também foram cruciais para o crescente perfil do Uruguai como nação de trânsito para o comércio de cocaína.

As conexões com o Brasil, Paraguai e Argentina têm visto uma maior quantidade de drogas fluindo pelo Uruguai, trazendo maiores índices de violência criminal.

Enquanto isso, o surgimento do Primeiro Cartel Uruguaio (Primer Cartel Uruguayo – PCU), liderado pelo misterioso narcotraficante Sebastián Marset, aumentou a pressão sobre as forças de segurança do país e levantou a tampa da corrupção generalizada nas fileiras políticas do país.

Paraguai: 8 por 100.000* (Pop. 6.703.799)

Foram 489 homicídios entre janeiro e novembro de 2022, o que levará a superar a taxa de 2021 de 7,4 para 100.000 habitantes.

Guerra entre facções criminosas como causa

O ano passado viu mais da mesma violência, já que assassinatos de alto escalão e assassinatos entre gangues pareciam encerrar o ano.

A disputa entre Primeiro Comando da Capital e o clã local Rotela monopolizaram as mortes na disputa pelo domínio territorial dos corredores de tráfico de drogas e armas, particularmente a província de Amambay, no Paraguai, na fronteira leste com o Brasil.

Gangues menores e clãs familiares também contribuem para os assassinatos nas áreas mais violentas do Paraguai.

O conhecido Clã Insfrán teria sido ligado ao assassinato em maio de 2022 do promotor paraguaio Marcelo Pecci.

A violência do país é ajudada em parte pelo fato de que armas e munições fornecidas aos militares acabam rotineiramente nas mãos de organizações criminosas.

O papel ascendente do Paraguai como um nó-chave no drogoduto de cocaína da Europa significa que o conflito entre as principais gangues do país provavelmente continuará a transbordar.

El Salvador: 7,8 por 100.000 (Pop. 6.314.167)

Foram 495 homicídios em 2022 contra 1.147 no ano anterior, mantendo uma tendência de baixa desde 2015, quando o índice era de 103 por 100.000 habitantes, o que fazia de El Salvador o país mais violento do Hemisfério Ocidental.

A queda nos assassinatos no ano passado ocorreu em meio a uma das repressões anti-gangues mais brutais já vistas na América Latina.

Um violento assassinato de gangues em março que custou 87 vidas respaldou a política de forte repressão aos grupos criminais do presidente Nayib Bukele.

O governo alavancou poderes de emergência para atacar as principais gangues de rua do país, a MS13 e a Barrio 18, prendendo cerca de 60.000 pessoas, ou quase 2% da população adulta no processo.

Os resultados foram surpreendentes, com assassinatos e extorsões caindo drasticamente. A repressão forçou as gangues a se esconderem, embora continuem bem armadas.

Suriname: 7,7 por 100.000 (Pop. 612.985)

O menor país sulamericano registrou 47 assassinatos entre janeiro e meados de dezembro de 2022 — taxa de 7,7 por 100.000 habitantes.

Este é um aumento acentuado em comparação com os 32 assassinatos registrados em 2021, mas inferior aos 54 registrados em 2020.

O aumento da taxa de homicídios pode ser em decorrência do papel do Suriname como país de trânsito para a cocaína.

O presidente Chandrika Persad Santochi disse ao InSight Crime em outubro de 2022 que o tráfico de drogas afetou seriamente o crime violento no Suriname.

Especialistas identificaram o tráfico de cocaína como a maior ameaça à segurança nacional do Suriname e responsável por alguns dos eventos mais violentos recentes.

Em julho de 2021, três corpos carbonizados foram encontrados no oeste de Paramaribo, capital do Suriname. Um dos supostos autores do crime declarou que foi morto em relação à apreensão de cerca de 1 tonelada de cocaína pelas autoridades.

Mas em comparação com seus vizinhos, principalmente no Caribe, o Suriname tem uma baixa taxa de homicídios.

Um dos fatores que possivelmente explicam a diferença entre o Suriname e países como Jamaica, Trinidad e Tobago e Santa Lúcia é que o Suriname não possui gangues urbanas sofisticadas.

Nicarágua: 6,7 por 100.000 (Pop. 6.850.540)

A total falta de dados confiáveis ou relatórios sobre homicídios na Nicarágua, mais uma vez, dificulta um levantamento de homicídios para o país.

Fontes oficiais colocam a contagem de homicídios no país em 460, mas esses números “não são confiáveis”.

A falta de transparência do país parece improvável que mude em breve.

Em novembro de 2022, o presidente Daniel Ortega conquistou um quarto mandato em uma eleição duramente criticada pela comunidade internacional.

O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou de “eleição de pantomima”. Durante o governo de Ortega, 160 jornalistas foram forçados ao exílio.

Chile: 4,6 por 100.000 (Pop. 19.493.184)

Os homicídios cresceram mais de 32% no Chile em 2022 em relação a 2021, marcando o ano como um dos mais mortais do país.

Os números da polícia mostram que 960 assassinatos foram cometidos no ano passado, em comparação com 726 no ano anterior.

A região norte de Tarapacá viu novamente a criminalidade elevar as taxas de homicídio a novos patamares, enquanto o contrabando de migrantes controlado pela mega-gangue venezuelana Tren de Aragua emergiu como uma séria ameaça à segurança nacional.

O tráfico de drogas no país cresceu, o roubo de cobre se expandiu e as máfias madeireiras que controlam a extração ilegal de madeira se tornaram mais violentas.

Embora o aumento de assassinatos seja alarmante, as autoridades alertaram que o retorno às regulamentações e à vida pré-pandêmica favoreceu o aumento da criminalidade, que foi artificialmente baixo em 2020 e 2021.

Os aumentos registrados em 2022 são irregulares porque, à medida que a vida cotidiana foi retomada , o número de crimes ocorridos também normalizou para antes da pandemial.

coronel Gutiérrez, comandante da polícia militar do Chile

O Chile com 4,6 homicídios para 100.000 habitantes continua entre as nações menos violentas da América Latina.

Argentina: N/A (Pop. 45.808.747)

A Argentina normalmente publica suas estatísticas anuais de crimes em abril do ano seguinte.

Em 2021, o Ministério da Segurança registrou 2.092 assassinatos, para uma taxa de homicídios de 4,6 por 100.000 habitantes, continuando sua tendência de queda nos assassinatos desde um ano particularmente violento em 2014.

Guerra entre facções criminosas como causa

Certos focos de violência, porém, são acessíveis, principalmente na província de Santa Fé.

Na Santa Fé, que abriga a cidade de Rosario, 406 pessoas mortas em 2022, o maior número desde 2015, elevando a taxa de homicídios da província para 11,31 por 100.000.

O ano sangrento de Rosario cativou as manchetes, dado o fato de que sua taxa de homicídios quadruplica a média nacional.

Uma rivalidade entre gangues locais de tráfico de drogas, os Monos e o Clã Alvarado, alimenta grande parte dos assassinatos da cidade.

A leste de Santa Fé, a província de Entre Ríos registrou seu terceiro ano consecutivo de redução de homicídios, com as autoridades elogiando uma postura dura contra o narcotráfico como a chave para o sucesso.

O tráfico de cocaína de fato tem aumentado na província, mas as autoridades locais intensificaram os esforços para combater os traficantes na esperança de evitar uma nova queda na violência.

Bolívia: N/A (Pop. 12.079.472)

As autoridades bolivianas não divulgaram estatísticas oficiais de homicídios nos últimos três anos, mas os interesses criminosos de grupos locais e regionais – particularmente em relação à expansão da capacidade de produção de cocaína da Bolívia – garantiram que a violência continuasse.

Guerra entre facções criminosas como causa

Em fevereiro do ano passado, o assassinato de dois traficantes de drogas brasileiros no departamento de Santa Cruz destacou a ameaça contínua do Primeiro Comando da Capital do Brasil (Primer Comando Capital – PCC) e rival, companheiro de gangue brasileira, o Comando Vermelho CV, para a Bolívia. Santa Cruz é um importante centro de tráfico de cocaína sendo contrabandeada para o Brasil ou Paraguai da Bolívia e do Peru.

Em julho do ano passado, o povoado de Porongo, na periferia de Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento de Santa Cruz, foi palco de uma violência incomum contra policiais na Bolívia.

Três foram mortos a tiros depois de tentar prender um homem local. O suspeito do assassinato era genro de um narcotraficante local.

Haiti: N/A (Pop. 11.447.569)

Guerra entre facções criminosas como causa

A violência das gangues causou a morte de 2.183 pessoas em 2022, um aumento de 35,2% em comparação com o ano passado.

Mas esses números quase não fazem sentido.

A catástrofe de segurança na ilha atingiu níveis sem precedentes que acredita-se que nenhum funcionário eleito em nível nacional permaneça lá.

Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, evaporou-se qualquer influência política que pudesse conter as gangues do país.

A guerra de gangues que antes se opunha às duas maiores organizações criminosas do país, G9 e G-PEP, se dissolveu ainda mais em uma colcha de retalhos de guerras territoriais ao redor da capital, Porto Príncipe, que viu a maior parte dos assassinatos, incluindo execuções sumárias e adolescentes portando armas de nível militar.

Os sequestros mais que dobraram. A violência sexual e o estupro também são comuns.

Acho que é a primeira vez que vimos esse nível de ilegalidade, esse nível de violência de gangues em que a vida das pessoas não importa.

Cécile Accilien, professora de estudos haitianos na Kennesaw State University

Peru: N/A (Pop. 33.715.471)

O Peru não divulgou números oficiais de homicídios para 2022 e os números do Ministério da Saúde parecem não ter base na realidade histórica.

Segundo o Ministério da Saúde houve 1.307 assassinatos — uma taxa de homicídios de apenas 3,9 por 100.000 habitantes.

Em 2021, houve 2.166 mortes — uma taxa de 6,6 por 100.000, um aumento em relação a 2020, mas ainda menor do que em qualquer ano desde 2013.

Embora o governo tenha declarado vários estados de emergência com o objetivo de combater a criminalidade em Lima, mas os corpos continuaram se acumulando.

No início do ano, um legista disse à TV Perú que os assassinatos em partes da capital dobraram ou até quadruplicaram.

Guerra entre facções criminosas como causa

Em outros lugares, uma série de assassinatos resultantes de gangues que lutam pela mineração ilegal em La Libertad, uma região na costa oeste, levou as autoridades a impor estado de emergência.

Quatro líderes de comunidades indígenas que se opunham à mineração ilegal e ao tráfico de drogas foram mortos em uma única semana de março.

Em meio à agitação social após a deposição do ex-presidente Pedro Castillo em dezembro, a Procuradoria-Geral de Ayacucho confirmou que havia aberto investigações de homicídio contra militares e chefes de polícia após a morte de manifestantes.

*As estimativas para esses países são projeções. Os dados do ano inteiro não estavam disponíveis para esses países no momento da publicação. As taxas de homicídio calculadas pelo InSight Crime são baseadas nos melhores dados de homicídio disponíveis e na população estimada do país para 2021, de acordo com o Banco Mundial. Quaisquer pontos de dados não calculados por este método foram atribuídos às suas fontes. Esta lista será atualizada à medida que mais dados estiverem disponíveis.

**Parker Asmann, Douwe den Held, Alex Papadovassilakis e Juan Diego Posada contribuíram para este artigo.

Primer Comando Capital e o Hezbollah

O Primer Comando Capital e seu crescente poder na região da Tríplice Aliança chama a atenção das autoridades para seu poder de fogo.

La Nacion dá destaque ao Primer Comando Capital

O Primer Comando Capital, como é chamada a facção paulista PCC 1533 em parte da comunidade de língua espanhola, é destaque na imprensa argentina.

La Nacion destaca que em ações em Rosario, o grupo criminoso utilizou como arma mais poderosa a metralhadora FMK3 e uma pistola 9 mm metralhadora.

O jornal ainda lembra que no Paraguai os criminosos do PCC tem a disposição metralhadoras antiaéreas calibre 12.7 montadas em caminhões.

O tráfico de armas não é um dos braços da facção paulista, descobriu-se uma manobra para abastecer o PCC com armamento militar do Paraguai.

As armas circulam por todos os lados da Tríplice Fronteira.

A Polícia Militar do Paraná interceptou dois caminhões com pistolas. espingardas e fuzis escondidos em um carregamento de arroz.

Em 2019, foi descoberta uma linha de abastecimento de armas militares que chegou às mãos do PCC a partir de um eixo estabelecido em Buenos Aires-Rosário.

Na ocasião, inclusive um canhão antiaéreo com projéteis de 20 mm fazia parte do acervo de armas e munições que era realizado em nosso país para embarque ao Paraguai, onde o PCC se estabeleceu em vigor.

A interceptação desse contrabando de armas foi mais uma prova de que as redes dessa organização criminosa têm tentáculos cada vez mais longos.

leia matéria completa no artigo de Daniel Galo no La Nacion

Não se deve no entanto pensar que a organização brasileira age apenas oomo um grupo comercial no ramo ilegal de drogas e armas, a facção paulista, possúi uma ideologia como é usual nos grupos terroristas.

Manifesto del Primer Comando de la Capital — organización criminal brasileña PCC 1533

Os terroristas islâmicos e o Primer Comando Capital

Pensemos em um grupo de pessoas que no início tinham poucos adeptos, mas na humildade foram conquistando moral e espaço.

Em determinado momento quando já tinham certa força passaram a utilizar da violência para fortalecer sua posição e conquistar rapidamente ainda mais seguidores.

Com o crescimento essas pessoas criaram uma estrutura piramidal para melhor gerenciar e controlar seu crescimento, implantando uma hierarquia semelhante das organizações militares.

Eles inclusive adotavam regras rígidas de conduta e a busca de um objetivo intangível.

Por um objetivo seus membros, por considerar justo, fariam qualquer esforço em pról de seu grupo, até entregando a sua própria vida ou a de outros.

Facções criminosas e extremistas religiosos

O parágrafo acima pode ser utilizado igualmente para descrever o nascimento, o crescimento, e o amadurecimento tanto do Primeiro Comando da Capital de Marcola quanto do Islamismo de Maomé.

Ambos os grupos quando retiramos a tinta ideológica vemos que foram feitos com mesmo barro e queimados no mesmo forno e ambos criaram para si e para seus atos justificativas para o injustificável.

Se por um lado o islamismo radical considera lícito matar soldados israelenses e ocidentais em nome da Guerra Santa contra os opressores americanos, a facção paulista acredita ser justo matar policiais e servidores públicos para combater o sistema opressor.

Gente de paz também mata

A maioria absoluta dos membros de ambos os grupos são pessoas que abominam a violência feita pela minoria radical, mas são esses poucos intolerantes, dominadores, e suicidas que mantêm a identidade assassina do grupo e impõe o medo e o respeito perante a sociedade e aos inimigos.

A proximidade dos métodos é tão grande que o islã converte para sua religião, e o PCC batiza aqueles que aderem aos seus ideais.

Ambos são jihadistas, visto que é exigido o jihad (esforço e sacrifício) tanto dos seguidores de Maomé quanto os de Marcola, mas coincidências entre as filosofias dos dois grupos não para por aí.

Johana Catherine Pérez Calderón no artigo “La Triple Frontera como polo de atracción del yihadismo en la región de América Latina: Orientación teórico-histórica”, alerta que a soma de vários fatores deu base para que os serviços de inteligência dos países do hemisfério norte focassem sua atenção no intercâmbio entre os grupos extremistas estrangeiros e as facções brasileiras: Primeiro Comando da Capital PCC 1533 e Comando Vermelho CV.

Fatores determinantes na Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina, e Paraguai):

  • proximidade das ideologias e métodos das organizações;
  • desigualdade social e econômica nacionais;
  • explosão demográfica a partir da década de oitenta;
  • comunidade de imigrantes muçulmanos;
  • células do Hezbollah, do Hamas, do Al-Qaeda, e do Estado Islâmico (EI);
  • dificuldade dos governos de controlarem a circulação pelas fronteiras;
  • corrupção de funcionários públicos, policiais, e militares; e
  • geografia e biodiversidade que dificultam a fiscalização do tráfico de drogas e armas.

A Tríplice Fronteira como um solo fértil

O autor conclui esse trecho do trabalho trazendo a preocupação do diretor do jornal Vanguardia, Hector Guerin: a experiência em operações de guerra convencional e não convencional trazida pelas organizações estrangeiras poderá se somar ao conhecimento tático das facções criminosas brasileiras, e esses últimos serão as fontes de recrutamento dos futuros terroristas.

Essa região é conhecido como um centro financeiro e de tráfico de armas do Hezbollah, sofrendo permanente monitoramento dos serviços secretos dos países do hemisfério norte, e é exatamente nesse local que o PCC tem investido para obter o monopólio das atividades ilícitas.

Não há como negar o intercâmbio comercial entre as organizações, cabe descobrir apenas analisar o quanto ela estaria influenciando dentro da estrutura cultural e operacional da gangue, e qual o seu envolvimento no complexo jogo internacional de poder e espionagem.

A morte do megatraficante como fagulha no palheiro

O assassinato de Jorge Rafaat Toumani e de quase uma dezena de pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital apenas nesse ano, talvez não seja apenas fruto da guerra declarada entre ela e o Comando Vermelho CV.

Essa possibilidade tem tirado o sono dos que estudam o assunto, pois pode ser o caminho de entrada do terrorismo internacional em terras brasileiras ou a exportação da tecnologia gerencial e de método desenvolvido pela organização criminosa PCC para outros países.

A Tríplice Fronteira também sofre forte influência da máfia Chinesa, no entanto não parece estar havendo interesse da facção paulista na integração com esse grupo, mas a proximidade geográfica e de interesses paralelos terá efeito na transferência de conhecimento na lavagem internacional do dinheiro do tráfico.

A Guerra como ponto de desrruptura

A guerra entre o PCC X CV se dá em um momento de mudança cultural, os governos mais sensíveis aos direitos humanos e civis: Barack Obama e Lula/Dilma estão sendo substituídos por Donald Trump e Michel Temer.

O primeiro sinal de alerta de que haverá uma maior fiscalização das células criminosas é a declaração do novo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, que o tráfico de armas e drogas dentro das fronteiras só será alcançado com o esforço internacional envolvendo todas as nações interessadas.

Para o Primeiro Comando da Capital e para o Comando Vermelho isso significa que o jogo só está começando, ou então que está acabando.

Imprensa e Redes Sociais ligam PCC 1533 aos governos de esquerda

Grupos da extrema direita internacional se organizam e difundem pelo mundo a ideia que a facção Primeiro Comando da Capital se expande em países de esquerda.

Imprensa e redes sociais ligadas à grupos de extrema direita difundem pelo mundo notícias vinculando a expansão da facção Primeiro Comando da Capital nos países onde são oposição. Argentina e Chile são o foco no momento, ao mesmo tempo, não se faz mensão ao Uruguai e Paraguai onde o aumento de casos é mais expressivo, mas os governos são considerados de direita.

As reportagens e postagens são um show de generalidades sem dados comprobatórios ou notícias de casos pontuais que visam estabelecer um vínculo entre membros do governo e integrantes da facção paulista ou demonstrar a inabilidade ou falta de comprometimento no combate ao crime.

texto no The Rio Times

Leia mais em: A organização criminosa Primeiro Comando da Capital sendo utilizada para desestabilizar governos e instituições pelo mundo.

Leia também: O Primeiro Comando da Capital ajudou na eleição de Jair Bolsonaro

A complexa rota do tráfico da facção PCC 1533

A Rota Caipira do PCC e o roubo de aviões nos países fronteiriços.

Avião roubado na Argentina chega à Bolívia

Nem sempre o caminho mais curto é o melhor.

O Paraguai é hoje o principal produtor de maconha da região e o maior corredor de cocaína da Bolívia para a Europa. A coca boliviana é misturada no Paraguai com precursores químicos ilegais que chegam de outros países.

Em seguida, é escondido em caminhões e contêineres para ser transportado para a África e a Europa. Cabo Verde e Roterdã são os principais portos de destino, segundo a Secretaria Antidrogas do Paraguai (Senad).

Catalina Oquendo – El País

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) tem como uma das principais portas de entrada do tráfico de drogas e armas a cidade brasileira de Corumbá no Mato Grosso do Sul.

O tráfico internacional de drogas no Cone Sul não é para amadores e o caso do roubo da aeronave Cessna 206 Stationair LV-KEY pode servir como exemplo:

A cidade sul-mato-grossense é de fácil acesso tanto por terra quanto por ar, no entanto, é altamente vigiada pelas autoridades brasileiras. Uma das opções dos traficantes é levar a droga do Paraguai para o Norte da Argentina, onde roubaram o Aeroclub Chaco, o Cessna, sobrevoaram o Paraguai até o Leste da Bolívia quase na fronteira com o Brasil e de lá enviaram por terra para Corumbá, de onde foi jogado na Rota Caipira com destino aos principais mercados consumidores no Sudeste ou para algum porto para exportação.

 O artigo do Diário Norte cita o site InSight Crime que aponta, por fim, que o estado do Mato Grosso do Sul, onde fica Corumbá, “é vital” para o empreendimento criminoso transnacional com suas redes fluviais e suas densas florestas, “que oferecem a cobertura ideal para a circulação de pessoas, animais , armas e drogas”, destacando que a principal quadrilha que atua na área é o temível Primeiro Comando da Capital (PCC).

O periódico La Nacion alerta sobre o perigo das movimentações na fronteira do Primeiro Comando da Capital, a temível e sanguinária quadrilha de narcocriminosos.

No Chaco, o roubo de dois pequenos aviões sugere a entrada do Primeiro Comando da Capital, o grupo de drogas mais poderoso do Atlântico sul-americano.

deputado provincial e Ex-Secretário de Gestão Federal do Ministério da Segurança Nacional Enrique Thomas.

últimas notícias do Primer Comando Capital na Argentina

Estudo internacional vincula PCC ao Hezbollah

Caso você venha a dar uma passada por Basingstoke no Reino Unido posso indicar dois lugares para se conhecer: um deles é o Milestones Museum, no qual você pode voltar ao passado e andar nas ruas como elas eram em 1930, mas isso é para os fracos.

Em segundo lugar, indico para os leitores desse site indico darem uma passada pela Editora Palgrave Macmillan, que editou, agora em 2017, um estudo profundo sobre terrorismo e contra-terrorismo onde é analisado, entre outras coisas o envolvimento do Primeiro Comando da Capital PCC 1533 com grupos terroristas islâmicos:

The Palgrave Handbook of Global Counterterrorism Policy

Scott Nicholas Romaniuk, Francis Grice, Daniela Irrera, e Stewart T. Webb examinam diversos tipos de estratégias e práticas terroristas e contra-terroristas em dezenas de países. O lado forte desta obra é sua abordagem multidisciplinar, incluindo, por exemplo, ciências políticas e relações internacionais, sociologia e história, além de examinar a teoria e a prática caso a caso.

Segundo a obra, a facção paulista deixou de ser um “simples bando de criminosos”, pois. devido à ausência do Estado, ela ocupou outras áreas, adquirindo importância política e ganhando significado social. Também é ressaltada a ação do PCC na região da tríplice fronteira” entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Nessa região, vários fatores, como lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas, drogas, e armas, unidos a comunidade local libanesa xiita, contribuíram para que a facção se aliasse aos grupos terroristas islâmicos na cidade brasileira de Foz do Iguaçu.

A Polícia Federal descobriu o pacto entre traficantes do Hezbollah e do PCC: contrabando e explosivos em troca de proteção para os soldados muçulmanos nas prisões brasileiras. As autoridades do Brasil (que normalmente não se preocupam com os terroristas) durante a Copa do Mundo 2014 temeram que a soma da força do Primeiro Comando e às técnicas do Hezbollah colocassem em risco o evento, caso o líder da facção fosse transferido para uma prisão de segurança máxima.

Em  The Palgrave Handbook of Global Counterterrorism Policy, as consequências desses fatos são analisadas, resultando em um levantamento histórico e estratégico sobre a influência dos diversos grupos terroristas árabes, incluindo a Al-Qaeda, dentro do território brasileiro e suas relações com as facções locais.

Volta Roberto Tenório Bezerra ̶ Robertinho do PCC.

Toda religião tem seu líder e seus ídolos, e Robertinho não faz parte desse seleto grupo por composto por Marcola, Gegê do Mangue, Pavão e a Dona de Copas.

O Reino da Salvação prometido pelo Primeiro Comando da Capital para seus seguidores só será alcançado graças aos espetáculos midiáticos promovidos por esses líderes que agregam seguidores, criam a imagem pública de Robin Hood, e manobram a sociedade através do discurso de defesa dos oprimidos pela sociedade.

Nem só de pão vive o homem, mas a fé nesses líderes se dissolveria a primeira brisa se não tivessem cavado um alicerce fundo e Roberto Tenório Bezerra é parte dessa base sólida, que sustenta o PCC como organização internacional de drogas.

Robertinho atua há mais de vinte anos na Tríplice Fronteira entre o Brasil, o Paraguai, e a Argentina. Ele já foi preso nesses três países e está condenado a 30 anos de prisão no Brasil, e agora está voltando deportado para cumprir sua pena.

Ele ficou preso por algum tempo no Presídio de Alta Segurança de Charqueados mas não deixou de gerenciar seus negócios de dentro do sistema prisional, quanto a esse fato o Ministro Ricardo Lewandowski analisando um Habeas Corpus pedido por Robertinho disse:

Cabe destacar … duas remessas contaram com a relevante coordenação de Roberto Tenório Bezerra, … apontado como um dos maiores fornecedores de drogas do Paraguai para o Brasil em atividade na região da tríplice fronteira.


Embora recolhido … comanda com total desenvoltura, via celulares, os trabalhos do traficante situado no Paraguai de codinome William ou Beija-Flor, junto ao qual Robson vem adquirindo as cargas…

O Robson citado por Lewandowski é ninguém menos que Robson Carlos de Andrade Maciel, o “Robinho do Dendê”, chefe da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), que tem negócios com o PCC através de Robertinho, mas são inimigos de sangue dos Amigos dos Amigos (ADA) que são aliados do Primeiro Comando da Capital.

O Ministro Lewandowski deu sua opinião a respeito das negociações que aconteceram entre os dois de dentro dos presídios:

“Com base no monitoramento telefônico e diligências de campo, … “Robinho do Dendê”… Exercendo o comando intelectual das negociações, … é a expressão acabada da falência do sistema penitenciário brasileiro … não o privou do acesso fácil e indiscriminado a diversos aparelhos celulares…”

Bem, nem toda alegria dura para sempre e nem todo sofrimento é eterno. O segurança do presídio de alta segurança não foi alta o suficiente para manter Robinho preso e ele fugiu e passou a comandar seus negócios do Paraguai, mas deixou o país após um cerco da polícia paraguaia em 2013.
Foi recapturado em  mas acabou sendo capturado em janeiro de 2014 em um hotel em Puerto Iguazú na província argentina de Missiones. Novamente ganhou as ruas por meios tortos e acabou sendo novamente capturado no último dia 3 no centro da Ciudad del Este no Paraguai.

O governo paraguaio continua em sua política de extraditar o mais rápido possível os membros da cúpula da facção para o Brasil e agora Robertinho está de volta, não trouxe consigo o Reino da Salvação prometido pelo Primeiro Comando da Capital para seus seguidores, mas quem sabe está mais perto de ser um líder midiático e não mais apenas como uma das rochas sólidas da fundação.

No Chaco, o roubo de dois pequenos aviões sugere a entrada do Primeiro Comando da Capital, o grupo de drogas mais poderoso do Atlântico sul-americano.

deputado provincial e Ex-Secretário de Gestão Federal do Ministério da Segurança Nacional Enrique Thomas.
%d blogueiros gostam disto: