Prisão e penas mais duras: o resultado na Argentina
O Estado sempre apoiou o slogan de que a prisão e penas mais duras seriam o fim dos problemas, mas essa nova realidade marca o início de outros, ainda mais delicados, que impactam diretamente nas ruas.
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Meu caro Francesco Guerra,
Permita-me apresentar-lhe a seguinte situação intrigante.
Diversos políticos em todo o mundo, mas principalmente os da direita latinoamericana, em sua crença firmemente arraigada, sustenta que mais prisões e penas severas trariam maior segurança para o povo.
No entanto, suas intenções nobres, se não populistas, foram mal direcionadas.
Pois as organizações criminosas estão usando essas prisões como ferramenta para recrutar, doutrinar e treinar criminosos para seus esquemas ardilosos.
A solução aparentemente simples para combater o aumento da criminalidade revela-se, na verdade, um golpe de mestre da mais formidável organização criminosa, a facção PCC.
Ensinou aos criminosos que prisão não significa que o negócio criminoso acabou, mas muito pelo contrário, que outra etapa se inicia.
Não é possível acabar com a facção PCC sem abordar as questões de superlotação e opressão carcerária, já que estes são fatores que contribuem para a formação e fortalecimento da organização.
A falta de condições adequadas nas prisões, como superlotação, violência e falta de recursos, é um terreno fértil para o crescimento da criminalidade organizada.
Além disso, as condições opressivas nas prisões podem ser usadas pelos líderes da facção para consolidar seu poder e controle sobre seus membros.
Por isso, é importante que sejam implementadas medidas eficazes para melhorar as condições nas prisões, incluindo investimentos em infraestrutura, segurança e programas de ressocialização.
ChatGPT para o site faccaopcc1533primeirocomandodacapital.org
Prisão e penas mais duras: unindo o crime
Além disso, meu caro Francesco,
A política de aprisionamento em massa adotada pelos diversos governos latinoamericanos não só falhou em reduzir a criminalidade e o tráfico de drogas, como fortaleceu ainda mais a influência e o poder do Primeiro Comando da Capital.
Os criminosos recrutados e doutrinados nas prisões apregoam com orgulho que agora fazem parte de uma grande organização criminosa internacional!
Portanto, temos um problema ainda maior em nossas mãos!
Pois a facção PCC está usando sua posição privilegiada dentro das prisões para ameaçar funcionários da Justiça, do Sistema Carcerário e das forças de Segurança Pública.
O criminoso plantou novamente ameaças contra um juiz federal, um promotor federal, um senador provincial e um prefeito.
Ele avisou por meio de outro interlocutor que está detido na prisão de Rawson que iria atacá-los com “balas e granadas”.
“Quem avisa não trai”, alertava a mensagem intimidadora que teve como destinatários uma extensa lista de autoridades judiciais e políticas.
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Prisão e penas mais duras: a revanche
A tudo isso, meu caro Francesco,
As autoridades argentinas pediram conselho para seus pares brasileiros que alertaram que os criminosos se comunicavam por WhatsApp.
O Primeiro Comando da Capital organizava seus asseclas através de troca mensagens de dentro das prisões por todo Brasil.
E assim, os criminosos da organização de dentro das muralhas brasileiras tem contato online com as prisões na Argentina, no Paraguai e na Bolívia.
Atentado ao fato, um juiz de Buenos Aires ordenou uma busca e apreensão de celulares nas celas dos presos — a reação foi imediata e violenta.
Em apenas duas noites mais de dez ônibus foram incendiados com coquetéis molotov.
A Justiça teve que reverter a medida e o Estado teve que assumir que havia subestimado o poder que a comunicação irradiava no crime organizado.
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O Primeiro Comando da Capital está determinado a proteger seu império criminoso, mesmo que isso signifique causar caos e destruição na cidade.
O aprimoramento: a Sintonia Restrita
Francesco, a reportagem sobre a Sintonia Restrita do Metrópoles que você fez a gentileza de encaminhar ao meu escritório é uma das consequências dessa política.
Mostra como a aposta dos políticos populistas na prisão e penas mais duras só profissionalizou a facção paulista PCC.
Graças a essa política prisional o PCC criou um novo exército de criminosos dispostos a seguir suas ordens e a perpetuar seus planos maléficos.
Estratégia, ousadia e muito acesso à informação permeiam um “setor de inteligência” criado pelo Primeiro Comando da Capital.
O grupo funciona como uma ampla rede de criminosos.
As grades e os muros de prisões ao redor do país não são suficientes para brecar o fluxo de informações que movimentam as engrenagens da chamada sintonia restrita – o atual cérebro da facção criminosa.
Carlos Carone e Mirelle Pinheiro para o site Metrópoles
É com grande pesar, meu caro Francesco, que encerro essa minha carta. Lamento, que a cada carta, o mundo se torne cada vez mais incerto.
Atenciosamente, um forte e respeitoso abraço daquele que está até a última gota de sangue disposto a defender a Paz, a Justiça e a Liberdade para todos.
Wagner do Site PCC 1533