O uso de explosívos pelo Primeiro Comando da Capital PCC 1533

O uso de explosívos pelo Primeiro Comando da Capital. Como esses equipamentos se enquandram dentro da estratégia da facção paulista PCC 1533

Montagem da ação da polícia nos atentados do PCC 1533 em 2002

No paiol do PCC: lançadores de granadas e foguetes

Artefatos explosivos são amplamente utilizados pelo PCC 1533: desde uma granada atirada contra uma viatura durante uma fuga, passando por assaltos à caixas eletrônicos em supermercados, até as megaoperações contra empresas de transportes de valores e em resgate de presos em penitenciárias de segurança máxima no Brasil e no exterior.

“O Primeiro Comando da Capital (PCC) foi assinalado pelo Departamento de Polícia Federal (DPF) por possuir granadas, lançadores de granadas, petardos (tipo de explosivo), foguetes, lançadores de foguetes, metralhadoras, pistolas e artefatos explosivos improvisados.

A apreensão desses artefatos foi feita pelo DPF em Pradópolis/SP, a 320 km da capital do estado, e chamou a atenção da mídia e autoridades de segurança pública quanto ao alto poder de fogo e destruição dos explosivos.”

É o que nos conta os pesquisadores Tiago Mesquita Feitoza e José Alves Júnior, especialistas em segurança pública, sendo um civil e outro militar, em um trecho de um artigo sobre o uso de explosivos por criminosos.

Uma análise sobre o uso criminoso de explosivos no Brasil de 2013 a 2017: o estado do amazonas em perspectiva — Revista Brasileira de Operações Antibombas

O responsável pelo pânico generalizado: ataques contra as forças policiais, incêndios a carros e ônibus realizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Esta obra apresenta o caminho que levou o PCC a atingir tamanho grau de influência no sistema carcerário e nos bairros periféricos, culminando na paralisação de São Paulo…

A facção PCC 1533 e os atentados a bomba

É preciso “fazer como os mexicanos” e não apenas ficar “contratando doutor”

líder PCC RJ Fernandinho Beira-Mar

O Primeiro Comando da Capital não executa grandes atentados terroristas, ao estilo das organizações criminosas de seu porte no restante do mundo, para não chamar atenção sobre si, atrapalhando os negócios — o fluxo segue suave.

Enquanto as facções aliadas Terceiro Comando Puro (TCP), os Guardiões do Estado (GDE) e o Bonde dos 13 (B13), e as facções inimigas cariocas buscam visibilidade midiática, o PCC procura as sobras fora das muralhas: na sociedade civil e na política.

Em sua origem, o grupo criminosos buscou e conseguiu notoriedade com os violentos ataques contra as forças de segurança pública em 2006, quando pararam São Paulo, no entanto, suas empreitadas terroristas com bombas foram um fiasco.

Talvez você não se lembre, mas o Primeiro Comando da Capital organizou dois grandes atentados, em 2002, na capital paulista, que teriam entrado para a história do terrorismo mundial se tivessem funcionado: BOVESPA e Fórum da Barra Funda.

Atentado na Bolsa de Valores (BOVESPA)

A bomba tem que ser colocada na Bolsa de Valores, que fica no centro de São Paulo. — diz Petronilha, a Primeira Dama do PCC.

A intenção era clara: gerar impacto não somente no âmbito jurídico, mas também no econômico.

Um atentado na Bolsa de Valores teria repercussão mundial. No fórum talvez tivesse, mas na Bolsa afetaria os mercados, provocaria consequências das mais diversas.

explicam Marcio Sérgio Christino e Claudio Tognolli.

Deu xabú

Petrolina estava sob grampo e a polícia conseguiu prendê-la antes que o atentado ocorresse.

Seus comparsas não foram localizados, mas abortaram o plano e abandonaram o veículo com os explosivos para ser encontrado pela polícia.

Radiografia do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho: a modelagem conceitual por ela realizada dessas duas organizações clarifica aspectos fundamentais do crime organizado no país, fornecendo os fundamentos de investigações futuras, às quais a autora já se dedica em sua pesquisa…

Atentado no Fórum da Barra funda

A Polícia Militar do Estado de São Paulo oferecia liberdade a presos para se infiltrarem na organização e conduzirem os comparsas para serem mortos.

Foi o caso da “Chacina da Castelinho”, na qual o infiltrado passou a falsa informação para os criminosos de que uma grande quantidade de dinheiro estaria chegando em um aeroporto, mas era apenas um plano da polícia para executar os bandidos.

A palavra chacina não tem uma conotação jurídica como homicídio ou latrocínio, sendo representada no âmbito jurídico como “homicídios múltiplos”.

Chacina, portanto, é uma expressão popular que desencadeou um acúmulo de violência contra um grupo de pessoas estereotipadas, seja pela classe social, cor da pele ou ação política.

Camila de Lima Vedovello e Arlete Moysés Rodrigues+

A facção Primeiro Comando da Capital, descontente com a estratégia dos agentes do Estado, enviou uma mensagem que não aceitaria mais esse tipo de covardia: um carro repleto de explosivos no estacionamento do Fórum da Barra Funda na capital do estado.

O veículo foi deixado no estacionamento do Fórum, “um Ford-Escort, de cor bege. Em seu porta-mala foram colocados 20 cartuchos de autoexplosivo comercial da marca Mg-gel e cinco quilos de autoexplosivo comercial granulado. O peso aproximado dos cartuchos era de 30 quilos de explosivo plásticos. Havia também um cilindro de gás acetileno que iria gerar muita chama, fogo, impacto e deslocamento de ar. Perfazendo um total de 46 quilos de material explosivo, seria a maior explosão da história do Brasil.” — Marcio Sérgio Christino e Cláudio Tognolli.

Deu xabú. Possivelmente por uma falha no sistema do detonador, o automóvel não explodiu, permanecendo estacionado por dois dias até que a polícia fosse chamada para verificar o veículo. Só então perceberam se tratar de um carro bomba.

A explosão ocorreria no dia do julgamento dos sequestradores do publicitário Washington Olivetto, vinculados às organizações terroristas chilenas Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR) e a Frente Patriótica Manuel Rodriguez (FPMR).

O PCC enviaria sua mensagem ao mesmo tempo que ficaria fora holofote, o que em parte ocorreu: foi dissolvida a equipe policial que realizava as operações com presos infiltrados para o extermínio de criminosos.

O atentado na eleição de 2018

Só Jair Bolsonaro e seus mentecaptos seguidores acreditaram que o Primeiro Comando da Capital teria recrutado Adélio Bispo para matá-lo, como o próprio presidente chegou a anunciar.

A facção planejou atentados para a eleição de 2018 que visariam chamar a atenção para as péssimas condições do sistema carcerário — assim como no caso do Fórum João Mendes, a autoria recairia sobre outro grupo, dessa vez seria o Comando Vermelho (CV).

Fernandinho Beira-Mar foi o responsável pelo planejamento:

A facção paulista utilizaria tecnologia das FARCs: explodindo simultaneamente 5 carros bombas em estados diferentes, enquanto haveriam sequestros de autoridades e rebeliões em presídios em todos os estados do país.

A megaoperação foi abortada: a facção afirma que abandonou o plano para se manter nas sombras e não atrapalhar os negócios. Já as autoridades afirmam que foi graças ao setor de inteligência que descobriram o plano e impediram a ação dos criminosos antes que ele acontecesse.

Ambas as hipóteses merecem crédito…

… mas a hipótese que organização criminosa PCC recrutou Adélio Bispo com uma faca só recebeu crédito de Bolsonaro e de seu séquito de mentecaptos, que depois passaram a afirmar com certeza que ele foi contratado pelo PT, PSOL, PSDB, China, Venezuela, CV…

A obra preocupa-se em apresentar os problemas e as carências do Estado brasileiro para a proteção das fronteiras, para articular seu serviço de inteligência…

O uso de explosivos pela facção PCC 1533

Fora alguns casos esporádicos, nos quais isoladamente, integrantes utilizam explosivos caseiros para pequenos atentados locais, a organização criminosa passou a administrar de maneira profissional o uso desses artefatos, ficando um irmão responsável pelo paiol.

A estocagem e distribuição de armamentos pesados e explosivos do paiol de cada região ficou sob a responsabilidade de um irmão ou companheiro, que avalia o risco e o retorno de cada empreendimento nos quais os equipamentos devem ser usados.

Tiago Mesquita Feitoza e José Alves Júnior descrevem em seu artigo a evolução histórica do uso dos explosivos por organizações criminosas, desde a década de 1960 até o ano 2000, quando houve a banalização do uso desses materiais pelos criminosos.

Se por um lado eles contam que a utilização de explosivos para roubo de caixas eletrônicos começou no sul do país, chegando posteriormente a São Paulo, por outro lado eles não contam que o PCC envia criminosos treinados no uso de explosivos para repassar o conhecimento em troca de parte dos lucros nos assaltos ou por um valor fixo — e se eles não vão contar esse fato, muito menos eu o farei.

Para conhecer em detalhes de onde e como os artefatos explosivos são utilizados pelos criminosos, continue a leitura na Revista Brasileira de Operações Antibombas.

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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