O problema da superprodução de coca na Bolívia para o PCC

Superprodução de coca na Bolívia: a dificuldade no transporte pode levar a uma guerra entre o PCC e organizações criminosas de três países.

O problema de transporte para a superprodução de coca na Bolívia

A superprodução de coca na Bolívia devia ser uma boa notícia para a facção PCC 1533.

No entanto, os clãs familiares estão com dificuldades para transportar a superprodução de coca de Chapare e Cochabamba para fora do país.

Meu sobrinho, que costuma ir para aquela região próxima aos Andes, me visitou e lhe fiz quatro perguntas sobre essa situação.

É verdade que os cocaleiros estão sem transportes para sua produção?

Verdade. Estão sem aviões e caminhões para transportar toda a produção.

Não me lembro de uma quantidade tão grande de tijolos de pasta base e de prensados esperando para o embarque.

Está valendo tudo para conseguir escoar a produção: micro-ônibus, táxis, caminhões, carros e até qualquer um com uma mala na mão ou uma mochila nas costas!

O clima está ficando tenso entre as famílias produtoras chapareñas. Pode haver uma luta entre os produtores como existe no Brasil entre as facções criminosas? Você acredita que o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho entrarão na disputa pelo transporte?

Tá bastante complicado.

A disputa pelo transporte pode virar uma briga entre as famílias de produtores Cochabamba.

Tocha, que ainda está preso no Complexo Penal de Chonchocoro, fazia a ponte entre clãs de produtores e a facção PCC, e agora, por dentro das muralhas, pode fortalecer ainda mais os laços com pessoas que intermediam o tráfico para essas famílias de produtores.

Só que o Comando Vermelho também é forte em Chonchocoro, e as organizações criminosas colombianas e mexicanas também estão presentes na região.

Cedo ou tarde, os clãs cocaleiros ficarem no meio de uma guerra que não tem espaço para neutros — vão ter que escolher um lado.

E essa disputa pelo transporte e pelo armazenamento enquanto o produto espera o escoamento certamente vai deixar tudo ainda mais tenso.

Como as polícias do Brasil, Paraguai e Bolívia lidam com essa situação?

Pensa bem tio, a polícia dá um prejuízo de 2 bilhões de Reais somando drogas, veículos, imóveis, tudo. Parece muito?

Só da Bolívia saem uns 300 bilhões de Reais da venda de 55 mil toneladas de cocaína.

O que a polícia apreende não é nada, e agora, com essa dificuldade de transporte ficou ainda mais fácil.

Sempre haverá alguém caindo com alguns tijolos: a polícia apresenta esses vacilões para a imprensa, e o fluxo continua deixando todo mundo feliz.

Como o Primeiro Comando da Capital resolverá a questão do transporte?

A facção aposta muito na atitude e na iniciativa de cada um.

Tem as lideranças que oferecem a oportunidade, dão até o caminho, mas cada um tem que fazer seus corres para fazer acontecer.

Uns roubam aviões no Paraguai e na Argentina para pegar a carga, outros preferem levar por caminhão ou carro até o Rio Paraná no Paraguai.

De qualquer forma, sempre terá alguém dando um jeito de levar até os portos do litoral e de lá para o resto do mundo.

Se lembra que há uns quatro anos o problema foram as chuvas? As estradas estavam todas atoladas? Problemas sempre existirão. É a tal da seleção natural das espécies!

leia o artigo base de Javier Medrano R.: El narco se queda sin avionetas: una ruta cuya logística maneja el Primer Comando Capital (PCC) de Brasil

Autor: Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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