Nas sombrias e sujas paredes do presídio de Chonchocoro, o poder é dividido entre dois inimigos sangrentos e implacáveis.
Os grupos brasileiros Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e o Comando Vermelho (CV) controlam tudo dentro das muralhas, governando com punho de ferro sobre a multidão de prisioneiros tatuados que se aglomera em seus territórios.
Nenhum movimento é feito sem seu consentimento, nenhuma palavra é dita sem sua aprovação dos líderes de um dos dois grandes grupos.
Os líderes criminosos brasileiros corrompem os guardas com dinheiro, ameaças e chantagem, e até mesmo subornando autoridades de fora do presídio para garantir seu domínio sobre os encarcerados.
Aqueles que se opõem a eles são rapidamente silenciados pela violência brutal que é seu método preferido: cabeças rolam pelo pátio.
Para os encarcerados por trás das muralhas sobrias e sujas de Chonchocoro, a vida é uma existência de terror constante, marcada por um constante medo da punição por qualquer deslize ou desobediência.
As organizações criminosas garantem ordem, disciplina e respeito, mas cobram um alto preço para quem se atreve a questionar seu poder ou seu domínio.
Tocha, um líder do Primeiro Comando da Capital na Bolívia foi recapturado há poucos dias e enviado também para trás dessas muralhas em Santa Crus de la Sierra.
Mestre em fugas, Tocha que era o elo de ligação entre a mais poderosa organização criminosa da América do Sul com as famílias criminosas bolivianas agora terá uma nova missão.
O antigo mestre em fugas, agora tem em suas mãos a chance de criar laços de sangue com criminosos de várias nações que foram unidos naquelas masmorras: peruanos, colombianos e bolivianos.
As autoridades tentam esconder o mal atrás das muralhas, mas lá, onde o sangue escorre no pátio e nas celas, os espíritos dos que sobrevivem se fortalecem enquanto aguardam o momento de saltar para as ruas, para as comunidades.
E, apesar das afirmações das autoridades de que as organizações criminosas foram desmanteladas, a verdade é que esses inimigos poderosos ainda controlam tudo dentro das paredes do presídio, e ninguém é capaz de derrubá-los de seu trono de poder.