A facção PCC e os políticos bolivianos — a Caixa de Pandora

A facção PCC e os políticos bolivianos são dois grupos mais próximos do que a sociedade gostaria de crer e a prova é o assassinato de Ruddy.

Você acredita que a facção PCC e os políticos bolivianos estão do mesmo lado?

Caro Francesco Guerra,

Gostaria de compartilhar com você um caso intrigante que, se devidamente investigado, teria muitos desdobramentos.

Trata-se da morte de um boliviano chamado Ruddy Edil Sandoval Suárez, encontrado em Corumbá, Mato Grosso do Sul, uma cidade próxima à fronteira da Bolívia.

O corpo de Ruddy foi encontrado dentro de um Toyota FJ Cruiser com placa da Bolívia. Ele estava com as mãos amarradas nas costas e com tiros na cabeça.

A perícia ainda não foi concluída; portanto, ele pode ter sido morto na Bolívia e seu corpo trazido para o Brasil ou não.

Mais do que a reflexão a respeito das diversas questões que certamente decorrerão dos tópicos apresentados, a pretensão de apresentar a realidade extramuros dessa que, em termos territoriais e humanos, é a maior organização criminosa do Brasil, objetivando fomentar a discussão…

Deputado vincula a facção PCC e os políticos bolivianos

O mistério se aprofunda ainda mais quando descobrimos que Ruddy era acusado de ser narcotraficante e de ter ligações com políticos na Bolívia.

No entanto, ele sempre negou todas as acusações, embora tenha admitido que apoiava financeiramente tanto os grupos políticos Unidad Cívica Solidaridad (UCS) quanto o Creemos.

Curiosamente, pouco depois de Ruddy ser acusado pelo deputado do Creemos, Erwin Bazán, de ser narcotraficante ligado a políticos de outro partido, surgem fotos nas redes sociais de Ruddy com líderes da aliança de Bazán, o Creemos, e não com opositores.

Bazán agiu como centenas de políticos pelo mundo afora, buscando vincular seus inimigos às bruxas, ao comunismo ou ao Primeiro Comando da Capital.

Grupos políticos buscam criar um ambiente de terror com alguma finalidade específica, seja chegar ao poder ou se manter nele, e parece ser o caso de Bazán.

No entanto, o assassinato de Ruddy coloca-o praticamente dentro do Palácio do Legislativo da Bolívia, e sugere que a facção PCC e os políticos bolivianos poderiam ter ordenado sua morte.

Estranhos caminhos ligando estranhos atores

Uma complexa teia de interesses políticos e econômicos envolve os integrantes do cartel de drogas Primeiro Comando da Capital.

Com o lucro do tráfico, a facção paulista investiu em joias, clínicas, restaurantes, fazendas, entre outros, e seus membros passaram a caminhar com segurança pelas ruas de Santa Cruz.

A cidade se tornou o centro de poder do grupo e seus integrantes passaram a financiar candidatos de todas as legendas, como provou o caso Ruddy.

Mas isso ainda é apenas uma especulação, pois a investigação está apenas começando.

LIVRO GRÁTIS NO KINDLE: o surpreendente nas terríveis rebeliões que periodicamente ocupam o noticiário nacional, com suas execuções bárbaras e rituais medievais, não é a eclosão eventual, mas que não ocorram todas as semanas. A chave desse enigma se encontra na pergunta: “De quem é o comando na prisão?”

Pulando a fronteira

O ex-procurador Joadel Bravo afirma que as organizações criminosas brasileiras atuam na Bolívia e muitos de seus integrantes se refugiam lá quando têm problemas com a justiça brasileira ou com as próprias organizações criminosas.

O Primeiro Comando da Capital teria chegado ao país em 2007 com cerca de 100 integrantes, com o objetivo de estabelecer relações com narcotraficantes e produtores bolivianos.

Desde então, o negócio não parou de crescer e, atualmente, a facção PCC 1533 está aproveitando a localização estratégica de Santa Cruz, que serve como refúgio para os maiores cartéis da Colômbia, para expandir a venda de drogas na Europa, África e Ásia, intermediando parcerias entre esses grupos e organizações criminosas europeias.

Inicialmente, o Primeiro Comando da Capital usava rotas que atravessavam o Brasil por estradas, a chamada Rota Caipira, mas agora também inclui transporte aéreo e fluvial para chegar aos portos da Argentina e do Uruguai.

A história do narcotráfico no principal corredor de drogas do país. Pontos estratégicos na rota do narcotráfico internacional, o interior paulista e o Triângulo Mineiro estão no caminho entre os países produtores da droga – Colômbia, Bolívia, Peru…

Com base nessas informações, fica claro que a morte de Ruddy é um mistério complexo que envolve não apenas questões do tráfico transnacional e de negociação entre cartéis de drogas, mas também questões políticas.

É mais complicado que parece

Será que realmente haverá empenho das autoridades para desvendar esse caso, ou os investigadores esbarrarão em alguns políticos intocáveis?

Se tivesse que apostar, colocaria minhas fichas que alguém será entregue como bode expiatório para que a situação continue a aparentar normalidade.

Espero ter compartilhado informações úteis para saciar sua curiosidade. Por favor, mantenha-me informado sobre qualquer pensamento ou informação que possa ajudar na resolução deste mistério.

Sinceramente,

Rícard Wagner Rizzi

leia o texto base: Santa Cruz se ha convertido en un oasis o un refugio del Primer Comando de la Capital (PCC)

A maconha hibrida da Colômbia e o Primeiro Comando da Capital

A maconha hibrida da Colômbia é uma mina de ouro para os traficantes da facção PCC 1533 que se aventuram nas região da fronteira Norte.

Essa história da maconha hibrida da Colômbia é uma realidade fantástica.

Tá tendo uma pá de apreensões de maconha na fronteira da Venezuela com a Colômbia.

Tá na cara que ali virou um corredor pra esse tipo específico de erva que é muito consumida aqui na América Latina.

Em março, a polícia da Colômbia pegou 2,5 toneladas de maconha em um caminhão que tava levando móveis e cozinhas.

Esse carregamento tava indo pra Venezuela e países da América Central, mas a polícia colombiana interceptou.

Já os venezuelanos encontraram 457 quilos de erva abandonados na costa do estado de Falcón, no mar do Caribe.

Essas apreensões se juntaram a outras feitas no final de 2022 e somando tudo, já foram 10 toneladas de maconha que caíram na não das polícias.

A maioria da erva que rola na Venezuela vem das montanhas do norte do departamento de Cauca, na Colômbia.

E é por isso que as autoridades tão atentas na fronteira pra evitar que essa erva chegue na rua e cause mais guerra entre os grupos que dividem o país.

A história do narcotráfico no principal corredor de drogas do país. Pontos estratégicos na rota do narcotráfico internacional, o interior paulista e o Triângulo Mineiro estão no caminho entre os países produtores da droga – Colômbia, Bolívia, Peru…

Maconha hibrida da Colômbia é muita demanda!

O tráfico de maconha na Venezuela tá bombando com a demanda alta.

A Colômbia tá produzindo a maconha hibrida da Colômbia, que é forte demais.

E os caras do tráfico tão se aproveitando esse fluxo e inundando o mercado.

A Venezuela é o ponto perfeito de passagem entre a Colômbia e vários mercados na região.

Como todo mundo sabe que lá é corredor de drogas, os traficantes fazem negócio fácil com compradores de fora.

Tem políticos e militares envolvidos nisso tudo, e a segurança é alta pra quem quer exportar.

A localização estratégica do país ajuda muito, a Venezuela tem saída pro Oceano Atlântico, deixando na cara do gol para chutar para a Europa e pro resto do mundo, e também caminho pelos rios e por terra para o Brasil.

A maconha hibrida da Colômbia da região de Cauca é transportada, pelos caminhos colombianos até as principais cidades colombianas para ser distribuída pros departamentos fronteiriços: Norte de Santander, La Guajira e Vichada, e outros.

Pra conseguir a maconha em Cauca, os traficantes negociam com o Comando Coordinador de Occidente (CCO), uma das facções dissidentes das extintas Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) que domina o cultivo de maconha na região.

A rota e suas organizações criminosas

Uma vez que a erva adentra o solo venezuelano, embarcada nos estados de Falcón, Sucre ou Nueva Esparta, de onde segue viagem nos barcos, que navegam pelos mares caribenhos de Trinidad e Tobago às Bahamas, são muitos os destinos.

Não é segredo que esse corredor transfronteiriço é uma mina de ouro, com lucros estratosféricos para os chefões do tráfico que operam na região.

A autorização de embarques e controle dos barcos em Falcón, estão nas mãos do Cartel de Camacaro, um grupo com conexões políticas de alto escalão.

As organizações criminosas brasileiras também fazem parte do esquema, com o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital, levando a erva colombiana pela bacia do Rio Negro até chegar ao norte do estado de Roraima, onde há muita demanda.

A Família do Norte (FDN), já foi muito grande, mas depois de uma longa guerra com a facção paulista rachou, e hoje é uma gangue menor com presença no Amazonas.

Essa rota usa o rio Orinoco prá transportar a maconha, cruzando a fronteira da Colômbia para a Venezuela, e finalmente chegando ao Brasil, é assim que a droga se movimenta.

Ainda não se conseguiu estabelecer uma definição sobre terrorismo internacional por convenção nas Nações Unidas. Conceito elástico, em que caberia até o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, é pugnado pelos EUA. Caso vingasse, qualquer movimento separatista armado seria dado como terrorista.

Maconha hibrida da Colômbia: muito risco e muito lucro

A Frente Acacio Medina, um outro grupo que de ex-integrantes da FARC controla rotas importantes do estado venezuelano do Amazonas, e garante que as facções brasileiras recebam a quantidade certa pra atender às necessidades dos usuários na região da selva.

Nem tudo é transportado em grandes carregamentos.

Há também redes especializadas que movimentam pequenas quantidades, com compartimentos secretos em veículos particulares, e pessoas cruzando a fronteira ilegalmente, através das “trochas”.

Os custos de transporte são altos, mas não se comparam com os lucros generosos que o tráfico na região gera.

O quilo da maconha hibrida da Colômbia a US$ 42 (214 Reais) nas montanhas do Cauca, mas chega no Brasil a US$ 2.800 (14.266 Reais), o negócio é realmente uma mina de ouro.

Leia o texto original no Insight Crime: Venezuela Becomes Colombia’s ‘Creepy’ Marijuana Drug Corridor

Os narco-submarinos do Primeiro Comando da Capital (PCC 1533)

Submarinos do Primeiro Comando da Capital dominam os mares, mas muitos manos morrem para alimentar a ganância de uns e o vício de outros.

E aí, tá ligado na tecnologia dos equipamentos da firma?

Pois é, os narco-submarinos do Primeiro Comando da Capital é construído pelos próprios caras.

O PCC arrumou um jeito de construir seus próprios submarinos, que tão sendo usados pra levar um monte de drogas pra Europa e outros lugares.

Os manos sacaram que usar submarinos é uma forma de diversificar as operações e diminuir a dependência de rotas terrestres ou aéreas, que são mais fácil de cair na mão dos polícias.

E ainda por cima, esses submarinos permitem que a organização transporte grande quantidade de drogas de forma discreta e segura.

Radiografia do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho: a modelagem conceitual por ela realizada dessas duas organizações clarifica aspectos fundamentais do crime organizado no país, fornecendo os fundamentos de investigações futuras, às quais a autora já se dedica em sua pesquisa…

Emprego nos narco-submarinos do Primeiro Comando da Capital

Sobre os narco-submarinos do Primeiro Comando da Capital. Olha só, tá rolando muita conversa.

Aí é isso, não queria nem entrar nessa, mas vamos lá. Não tem como negar que os equipamentos da firma estão chamando atenção.

Se você está pensando em entrar nessa parada, é bom abrir o olho, porque o esquema é cabuloso.

Pra mandar esses bagulhos pra frente, a tripulação precisa ter de três a cinco manos na parada.

Os caras são escolhidos pelo trampo deles e pela capacidade de operar o submarino na responsa, sacou? Não é qualquer um, assim que chega e vai entrando.

Os moleques ficam encarregados de tudo, desde a preparação da nave até a navegação e a entrega das paradas no destino certo.

Sonharam com malote, glória e fama, mas acordaram mortos

Tem várias fatalidades envolvendo esses equipamentos do tráfico, Os narco-submarinos do Primeiro Comando da Capital também são cabulosos.

Mano, só lamento, mas é triste morrer assim, para alimentar ganância de viciado e de líder que fica, um só no vício e outro só no lucro.

Nem ligam para a vida dos manos que tão precisando do trampo para alimentar a família.

Os caras constroem as paradas usando alta tecnologia, mas fazem de qualquer jeito, sem ligar pra se os parceiros que vão nele morrem.

Quanto mais cheio, mais lucro, menos seguro. O que os caras vão escolher? Bidu!

Carlos Amorim analisa a violência urbana instalada no Brasil e mostra como o crime organizado pretende unificar o tráfico de drogas sob um comando único. Define, ainda, o quadro das operações criminosas que já colocam o país como o segundo maior mercado mundial de consumo de drogas ilegais.

Situações que rolaram e ninguém pode negar

Teve uma vez em 2010 que a Marinha colombiana interceptou um submarino cheio de drogas no Oceano Pacífico.

A polícia chegou e prenderam três dos moleques da nave, mas outros quatro morreram por causa dos gases tóxicos dentro do bagulho.

Imagina só! Você viajando com o corpo de seus manos!

Teve outro caso em 2011, mano, que um submarino cheio de drogas afundou no Caribe, perto da costa da Colômbia. Só um dos quatro manos que tavam lá dentro sobreviveu, foi resgatado por uns pescadores locais.

E não é só isso não, tem outras histórias de acidentes e mortes ligados aos submarinos do tráfico em todo canto desse mundão.

Mesmo com as mortes na caminhada, o fluxo continua

Mano, a Organização das Nações Unidas ONUDC soltou um relatório que está deixando a polícia de toda Europa arrepiada. E não é à toa.

Olha só, em março, lá na Normandia, surgiram do mar 2,3 toneladas de cocaína em bolsas brasileiras, algumas até presas em colete salva-vidas brasileiros, usados normalmente em barquinhos ou veleiros.

E tem mais, um narco-submarino abandonado foi encontrado na costa da Espanha, carregando cocaína do Brasil!

Lá dentro, só tinha roupas, mantas e comida, tudo de fabricação brasileira.

E sabe o que isso confirma? O papel cada vez maior do nosso país no tráfico internacional de cocaína.

A gente precisa ficar ligado, porque o bagulho está ficando cada vez mais louco. Os narco-submarinos do Primeiro Comando da Capital tão rodando o mundo, mano!

A facção foi criada em 1993, meses após o Massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos pela polícia, a facção passou a ditar as regras do crime nos presídios de São Paulo, impôs sua influência sobre outros estados e agora se internacionaliza a uma velocidade vertiginosa. Nunca essa realidade foi retratada com tintas tão fortes.

A História dos submarinos do tráfico

Olha só, irmão, se você quer saber tudo sobre esse assunto, eu te recomendo dar uma olhada no artigo da companheira Irene Hernández Velasco.

Ela manda muito bem, e consegue explicar tudo com mais clareza do que eu poderia fazer.

A gente só ouviu falar desses submarinos usados pelo tráfico de drogas na década de 90.

Fala sério! O que você estava fazendo naquele tempo? Lembra aí! Comenta aqui!

O que você fazia enquanto já tinha mano traficando debaixo d’água.

Os colombianos pularam na frente

Lá em 97, a Colômbia pegou um submarininho, no Equador na fronteira da Colômbia caiu outro.

Foram os primeiros apreendido dos traficantes tramsportando cocaína pros EUA e tinham capacidade pra transportar umas duas toneladas de pó. Esse do Equador foi o primeiro a ser pego em águas internacionais.

Nos anos seguintes, as autoridades de vários países, tipo a Colômbia, Estados Unidos, México e Espanha, relataram que pegaram vários submarinos do tráfico de drogas em rotas marítimas diferentes.

Essas paradas eram cada vez mais feitas com uma tecnologia mais sofisticada, capaz de levar muito pó por distâncias cada vez maior.

De lá pra cá, essa prática de usar submarinos virou moda entre as organizações criminosas que querem traficar drogas internacionalmente, sempre procurando formas cada vez mais modernas e difíceis de serem detectadas.

Esse novo equipamento é mais moderno, mas continua matando nossos irmãos

Mano, as informações sobre a tecnologia dos submarinos do tráfico de drogas são muito limitadas, já que essas embarcações são construídas em segredo.

Mas sabe-se que esses submarinos agora são equipados com tecnologia sofisticada pra serem eficientes e seguros.

Os narco-submarinos do Primeiro Comando da Capital usados pra traficar geralmente são feitos com materiais leves e resistentes, como fibra de vidro e kevlar, pra ficarem mais leves e difíceis de serem detectados pelos radares das autoridades.

Além disso, essas organizações criminosas utilizam tecnologia de comunicação via satélite e sistemas de navegação por GPS para monitorar a localização dos submarinos e garantir que eles cheguem ao destino final sem serem detectados pelas autoridades.

Eles também têm motores silenciosos e sistemas de filtragem de ar pra garantir que a tripulação possa respirar debaixo d’água por bastante tempo.

Só que tô ligado que para colocar mais carga, muitas vezes a chefia tira espaço do ar interno e daí os respiradores não tem nem o que limpar.

Esses submarinos são foda, alguns baixam até 30 metros no oceâno e navegam mais de 5.000 quilômetros.

De três a cinco moleques bem treinados conseguem transportar várias toneladas de drogas por viagem.

Mas, ó, pra construir essas embarcações é preciso gastar uma grana preta, porque eles usam tecnologia sofisticada e materiais de alta qualidade, além de exigir mão de obra especializada e treinada.

A obra preocupa-se em apresentar os problemas e as carências do Estado brasileiro para a proteção das fronteiras, para articular seu serviço de inteligência…

quando você chega eu já fui

E aí, irmãos, para terminar vou te falar sobre as rotas dos narco-submarinos do Primeiro Comando da Capital.

Como todas as rotas usadas pelo tráfico de drogas, tem que variar e mudar bastante e constantemente, se não cai.

Quando a autoridade descobre onde a gente vai chegar, nós já não vamos mais, já fomos, ficam no vácuo caçando ar.

Macaco velho não trepa sempre no mesmo galho.

Algumas rotas são bastante conhecidas até das autoridades, porque aí não tem jeito não, mas vai da sorte.

Uma dessas é a que parte das costas da Colômbia, Equador ou Peru e segue em direção à América Central, com destino aos Estados Unidos ou México.

Essa rota, os submarinos são usados para transportar grandes quantidades de cocaína, que é produzida nas regiões andinas da América do Sul e traficada para o mercado norte-americano, mas aí é coisa dos carteis lá de cima.

Ó prá terminar, vou soltar um versinho aí:

Os manos tão no controle, mas é fato
Que os militares tão fracos, não fazem nada
Tem submarino saindo do Amazonas
Eles sabem, mas não conseguem controlar
É a vergonha do país, a situação é triste
As autoridades falham, e a população que assiste
O tráfico de drogas ganha força e se expande
E as autoridades nada fazem, só ficam de bobeira
É difícil entender, a situação é crítica
Enquanto os mano nadam de braçada
Os militares ficam no leite condeçado e no viagra

Primeiro Comando da Capital e a Venezuela — qual a ligação?

Venezuela e o Primeiro Comando da Capital deixaram de pertencer ao mundo real para serem personagens de contos de doutrinação atravéz do medo

Primeiro Comando da Capital e a Venezuela: realidade e preconceito

O Primeiro Comando da Capital e a Venezuela são dois ícones contemporâneos do preconceito social latinoamericano.


Prezado Artemiy Semenovskiy,

Escrevo-lhe hoje para expressar minha preocupação com a situação dos imigrantes venezuelanos.

Estes imigrantes refletem, ao meu ver, a mesma realidade de todos os que vivem na periferia de nossa sociedade: das metrópoles às pequenas comunidades.

Assusta-me, no entanto, que alguns estranhem a facilidade como que o Primeiro Comando da Capital tenha tanta facilidade em cooptá-los.

Como você sabe, as desigualdades sociais e econômicas são as principais causas dessa marginalização e criminalidade.

E esta injustiça Social é uma consequência da propriedade privada, que cria uma competição desigual pela riqueza e pelo poder.

Primeiro Comando da Capital e a Venezuela: os outros são o problema

Todos olhamos para a Venezuela negando a triste realidade das periferias sociais de nossos próprios países.

Afinal, a Venezuela é um país em tese governado por um governo de esquerda, só que…

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital nasceu e cresceu em uma nação capitalista líder em desigualdade social: o Brasil.

No entanto, preferimos olhar para além de nossas fronteiras, por isso, reproduzo após minha carta a você o artigo do site Insight Crime.

Desta forma, podemos olhar para além do horizonte, para além de nossas fronteiras e de nossas próprias culpas.

Se olhássemos para os migrantes da região norte e nordeste do Brasil, ou das cidades do interior para as capitais, veríamos o mesmo…

… mas olhemos a Venezuela!

Primeiro Comando da Capital e a Venezuela: como reflexo da crise social

O brasileiro Primeiro Comando da Capital, ao lado de outros grupos criminosos como seu aliado venezuelano Tren de Aragua lucram com esta triste crise social.

Para resolver essa situação, seria necessário que o Estado interviesse garantindo a igualdade de oportunidades e renda para todos os cidadãos, independentemente de sua origem social ou econômica.

No entanto, vejo em minha cidade a revolta de amigos e parentes com o governo federal e a CNBB por estarem falando sobre a fome e as desigualdades sociais.

Negamos a realidade mesmo quando salta as muralhas dos presídios para dominar comunidades inteiras: das metrópoles às pequenas comunidades.

Só eliminaremos a criminalidade decorrente da desigualdade econômica e social enfrentando a realidade que preferimos negar.

Bem, anexo ao final desta, o artigo sobre a situação na Venezuela, afinal, o problema é lá e não aqui.

Com um sincero, forte e leal abraço de seu amigo de longa data, lhe desejo paz, justiça, liberdade, igualdade e união.

Wagner do Site

Livre tradução do artigo do site Insight Crime: Venezuelan Migrants Remain Easy Prey for Organized Crime — include large-scale gangs such as Venezuela’s Tren de Aragua and Brazil’s First Capital Command, which are present in several countries in the region

Imigrantes venezuelanos: presa fácil para o crime organizado

Um novo relatório destaca como grupos do crime organizado estão atacando imigrantes venezuelanos.

Esta que é a maior crise de deslocamento da região está se transformando em uma lucrativa oportunidade de negócios para as organizações criminosas.

Mais de 7 milhões de venezuelanos foram deslocados de seu país após uma crise econômica de longo prazo que foi agravada pela pandemia do COVID-19.

Agora, de acordo com um relatório da Plataforma de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes na Venezuela, esses migrantes estão sendo explorados em pelo menos sete países da América Latina e Caribe: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Aruba e Curaçao.

Aqui, o InSight Crime analisa as conclusões do relatório e analisa os múltiplos perigos que os grupos do crime organizado representam para os imigrantes venezuelanos.

Imigrantes como vítimas do crime organizado

A saída de migrantes venezuelanos oferece aos grupos criminosos oportunidades constantes.

Segundo o relatório, os migrantes são frequentemente recrutados por grupos criminosos e colocados para trabalhar nos escalões mais baixos da organização.

São esses eles que realizam tarefas como a venda de contrabando, sempre nas posições de baixo nível e com maiores riscos.

Além de tudo, os migrantes em interação com outros criminosos ficam vulneráveis a serem vítimas do tráfico humano.

Apesar de um suprimento abundante de vítimas, grupos criminosos começaram a recrutar migrantes de abrigos humanitários que abrigam populações em trânsito, segundo o relatório.

Uma vez recrutados, os migrantes são forçados a trabalhar em toda a cadeia de abastecimento do narcotráfico.

Os migrantes foram forçados a trabalhar colhendo folha de coca e transportando drogas entre os países de barco ou como mensageiros humanos.

Nas cidades, os migrantes são obrigados a vender drogas para poderem sobreviver e pagar os agenciadores a que estão submetidos.

As redes de contrabando humano na América Latina lucraram e se expandiram com a alta demanda por seus serviços na Venezuela.

Esses grupos oferecem “pacotes” que incluem viagens da Venezuela para o Chile ou Argentina e depois para a Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil.

Os pacotes também incluem hospedagem, transporte e contrabando por rotas perigosas que cruzam as fronteiras nacionais.

algo como os pacotes pagos por brasileiros para entrarem nos EUA, Japão e Europa e que, por vezes, acabam em morte e escravidão sexual

Imigrantes como vítimas do tráfico humano

Essas zonas também são áreas ativas para redes de tráfico humano, que sequestram migrantes.

Imigrantes venezuelanos foram considerados vítimas de tráfico humano em pelo menos 11 outros países, tanto na América Latina quanto em outros lugares.

Como migrantes não autorizados, as vítimas são incapazes de relatar sua situação ou buscar ajuda, aumentando ainda mais sua precariedade.

A maioria das vítimas do tráfico humano para fins de exploração sexual são mulheres e meninas.

Elas são recrutadas predominantemente por meio de redes sociais e falsas ofertas de emprego para trabalhar em residências particulares, restaurantes ou como cabeleireiros.

Assim que as mulheres chegam ao país de destino, os criminosos pegam seus documentos e as obrigam a prestar serviços sexuais para “pagar” pelo transporte e acomodação.

Algumas vítimas são entregues a grupos como o Tren de Aragua, que as exploram ainda mais.

Os migrantes também são vítimas da exploração do trabalho na indústria agrícola, em trabalhos como colheita, construção e trabalho doméstico em países como Brasil, Aruba e Curaçao.

Imigrantes: quem lucra com a miséria?

Muitos tipos de grupos criminosos lucram com a exploração de migrantes, desde redes transnacionais até clãs locais, segundo o relatório.

Entre os grupos identificados estão o Exército de Libertação Nacional (Ejército de Liberación Nacional – ELN), e grupos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Além destes, organizações criminosas como o Tren de Aragua da Venezuela e o Primeiro Comando da Capital do Brasil.

O relatório revela também a presença de clãs familiares e gangues criminosas menores, algumas de origem venezuelana, e outras da Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia.

Enquanto a maioria desses grupos simplesmente aproveita as rotas migratórias que passam por seu território, a pandemia do COVID-19 atuou como um catalisador para o crescimento de grupos criminosos associados ao contrabando de migrantes e ao tráfico de pessoas, incluindo o já mencionado Tren de Aragua, que tem expandido para outros países.

Ainda não se conseguiu estabelecer uma definição sobre terrorismo internacional por convenção nas Nações Unidas. Conceito elástico, em que caberia até o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, é pugnado pelos EUA. Caso vingasse, qualquer movimento separatista armado seria dado como terrorista…

Imigrantes como vítimas da violência: uma estratégia comum

Os migrantes recrutados e explorados por grupos do crime organizado estão expostos a níveis angustiantes de violência, ameaças, desaparecimento forçado e homicídio.

Segundo o relatório, os migrantes venezuelanos são vítimas frequentes de desaparecimentos forçados, sendo as regiões fronteiriças pontos específicos de perigo.

Os traficantes de seres humanos muitas vezes levam as vítimas por rotas perigosas e frequentemente as abandonam.

Alguns desaparecimentos ocorrem em regiões onde grupos armados lutam pelo controle do território, outros em contextos de violência sexual.

O tráfico humano é uma das principais causas de desaparecimento de migrantes, seja como vítimas de exploração laboral em bares em Aruba e Curaçao, ou em áreas de mineração da Bolívia e do Brasil.

Migrantes recrutados por gangues criminosas também correm o risco de serem mortos em confrontos com outras gangues.

Cerca de 1.000 venezuelanos foram assassinados na Colômbia em 2022, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses da Colômbia.

Mortes violentas ligadas a disputas de tráfico de drogas também ocorreram no Brasil, de acordo com o relatório.

E migrantes cujo status os impede de usar o sistema bancário formal foram vítimas de ameaças, violência física ou sequestro por agiotas na Argentina, Bolívia, Brasil e Colômbia.

Livre tradução do artigo do site Insight Crime: Venezuelan Migrants Remain Easy Prey for Organized Crime — include large-scale gangs such as Venezuela’s Tren de Aragua and Brazil’s First Capital Command, which are present in several countries in the region

Guerra entre facções no Paraguai: haverá luz no horizonte?

Não haverá tregua na guerra entre facções no Paraguai. São quatro os poderosos grupos disputando o domínio do entreposto do tráfico de drogas

Guerra entre facções no Paraguai não tem prazo para acabar.

A Guerra entre facções foi manchete no site Ultima Hora, e a conclusão do editorialista ninguém ousa questionar.

Em letras garrafais, a manchete afirma que a guerra entre as facções não cessará tão cedo em terras guaranis.

À crescente importância do país no mercado internacional de drogas acirra a disputa territorial entre as organizações criminosas brasileiras Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e o Comando Vermelho, e os grupos criminosos paraguaios: Clã Insfrán e o Clã Rotela.

As organizações criminosas, cada vez mais poderosas, contam agora com armas pesadas, adquiridas clandestinamente do mercado negro das Forças Armadas.

A situação parece desesperadora para as autoridades paraguaias, que não tem conseguido acompanhar o rítimo de crecimento do crime organizado.

Seria necessário o fortalecimento de mecanismos multinacionais para desvendar e combater intrincada rede de corrupção e violência que acompanham essas poderosas organizações criminosas.

Restaurar a ordem nos paises do Cone Sul só será uma realidade se os governos de todos os países envolvidos abandonarem os discursos e ações populistas.

Leia notícia diretamente no site Ultima Hora: El Primer Comando de la Capital (PCC) se posiciona en la mirada internacional como uno de los sectores criminales…

O Plano “Z” de combate ao PCC em Pando na Bolívia

Plano “Z” tem zero de resultado prático

Dez meses depois dos problemas apontados pela comissão da Câmara dos Deputados da Bolívia que debatia o problema do crime organizado no Departamento de Pando em 4 de abril de 2022.

Na ocasião, a Brigada Parlamentar e o Comando da Polícia Departamental do Departamento de Pando apresentaram um plano para ação conjunta de combate aos grupos criminosos: o Plano “Z”

A ideia era localizar criminosos e controlar áreas de fronteira com o Brasil impedindo a presença de criminosos brasileiros em Cobija.

Comado Vermelho (CV), Primer Comando de la Capital (PCC) y el B13, preocupó a pobladores de Pando. Ante esta situación, autoridades pandinas y del Estado de Acre (Brasil) se reunieron para reforzar el control en el paso fronterizo que une ambos países.

No entanto, quase um ano depois s grupos criminosos brasileiros Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho, e o grupo boliviano Los Choleros continuam atuando livremente em Pando.

O recrutamento de menores de idade por criminosos foi, na época, considerado uma das prioridades:

“É preocupante que menores de idade estejam envolvidos em atos criminosos, são bolivianos comandados por brasileiros que estão à frente das quadrilhas”.

Deputada Ariana Gonzales (MAS) presidente da Brigada Parlamentar Pando

‘Ndrangheta e o PCC 1533 — correntes de alianças

‘Ndrangheta e o PCC não são apenas organizações criminosas, mas cernes de federações que incluem vários grupos e facções criminosas.

‘Ndrangheta e o PCC — fabricantes de alianças

A ‘Ndrangheta e o PCC (Primeiro Comando da Capital) são duas organizações criminosas com origens e pensamento muito distintos.

Além das diferenças das culturas organizacionais e de suas bases, tem origens em países diferentes e operando em continentes diferentes.

A ‘Ndrangheta é uma organização criminosa com sede na região italiana da Calábria, enquanto o PCC fica na região sudeste do Brasil.

Embora as duas organizações sejam distintas e operem em diferentes partes do mundo, elas estabeleceram conexões e colaborações em atividades criminosas, como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A parceria entre a ‘Ndrangheta e do PCC nos últimos anos levou toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa.

‘Ndrangueta e PCC como federação de criminosos

Além disso, ambas as organizações são consideradas entre as maiores e mais poderosas do mundo, o que sugere que, mesmo sem estabelecer uma conexão direta, podem ter influência mútua indireta em atividades criminosas em todo o mundo.

A Agência Latinapress destaca o leque de alianças da organização mafiosa ‘Ndrangheta na América Latina, o que lembra muito o método de aliciamento de aliados da facção PCC:

Nos últimos anos, a ‘Ndrangheta esteve ligada a vários grupos criminosos na América Latina, disse Sergi.

Entre eles estão o grupo paramilitar colombiano Los Urabeños, mais conhecido como Clã do Golfo, facção Primeiro Comando da Capital Brasileira (PCC), e também grupos criminosos como os cartéis de Cali e Medellín, Los Zetas do México e as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (FARC).

Ndrangheta mit zahlreichen kriminellen Gruppen in Lateinamerika in Verbindung gebracht worden. Dazu gehören die des brasilianischen Ersten Hauptstadtkommandos (PCC)

‘Ndrangheta e o PCC, a aliança criminosa internacional que inunda a Europa com cocaína

Yuri Neves e Monica Betancur → InSight Crime – Investigation and Analysis of Organized Crime

As recentes capturas de dois membros da ‘Ndrangheta, em São Paulo, revelaram mais uma vez a proximidade entre a máfia italiana e o PCC brasileiro, dois dos grupos criminosos mais poderosos do mundo.

Em 8 de julho, a Polícia Federal do Brasil prendeu Nicola e Patrick Assisi em São Paulo por suspeita de tráfico de drogas.

Nicola Assis é supostamente o principal contato da ‘Ndrangheta na América do Sul e trabalhou com o grupo brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC) para introduzir a cocaína na Europa, segundo pesquisa publicada no jornal Expresso.

Os corretores da máfia são tão poderosos que lidam diretamente com o PCC. Traficando da Colômbia, da Bolívia e do Peru, passando pelo Paraguai como rota de trânsito.

Zully Rolón, ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai

Unir para crescer no mundo do crime

A parceria entre as duas organizações criminosas possibilitou que a ‘Ndrangheta passasse a hegemonia do tráfico de drogas da América para a Europa com o dominando 80% do fluxo. — Última Hora

Essas prisões não são mais do que os mais recentes indícios de que os dois grupos coordenam de perto suas atividades de tráfico de drogas.

Uma investigação policial constatou que o chefe do clã Pelle de la ‘Ndrangheta, Domenico Pelle, viajou a São Paulo pelo menos duas vezes entre 2016 e 2017.

Durante esse período, acredita-se que ele tenha se encontrado com Gilberto Aparecido dos Santos, também conhecido como Fuminho, o mão direita do líder preso do PCC Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola.

Fuminho foi durante anos, um dos criminosos mais procurados no Brasil e acredita-se que coordena as remessas internacionais de cocaína da Bolívia para o PCC.

O Marcola era homicida, sequestrador, roubava banco, não tinha nada a ver com a facção, mas é um homem articulado.

E quando ele foi levado para o presídio de Tremembé [no interior de SP] começa a conversar com os últimos presos políticos no sistema prisional e aprende com eles sobre como estruturar o tráfico, a gerenciar como uma empresa, ao mesmo tempo em que vende internamente para os detentos a ideia de uma irmandade revolucionária.

desembargadora Ivana David

As apreensões como ferramenta de pesquisa

Enquanto isso, no primeiro semestre de 2019, as apreensões de drogas no Brasil aumentaram mais de 90%.

Grande parte dessa cocaína se dirigia para a Europa, onde a ‘Ndrangheta controla as rotas de tráfego em grande parte do continente.

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Sobre um fundo azul o símbolo das duas organizações criminosas: Primeiro Comando da Capital e 'Ndrangheta

Análise da organização InSight Crime:

Uma união de conveniência entre a ‘Ndrangheta e o PCC para contrabandear narcóticos do Brasil para a Europa foi consumada.

Cada grupo controla um ponto no fluxo de cocaína, o que não representa risco para a contraparte.

Nos últimos anos, o PCC tem trabalhado para dominar redes de entrada ilegal e centros de transporte no Brasil e nos países vizinhos.

Essa extensa rede de logística transformou-os no principal aliado criminoso de organizações estrangeiras que procuram tirar cocaína do Brasil.

Por seu turno, o ‘Ndrangheta tem controle do movimento de cocaína para os consumidores no continente europeu.

O caso do Aeroporto de Guarulhos

Um dos esquemas, tinha como base as esteiras do Terminal do Aeroporto de Guarulhos:

…as bolsas seguiam pelas esteiras rolantes até a área restrita, onde funcionários aliciados pelo Primeiro Comando da Capital recebiam dos comparsas as fotos com as imagens das malas recheadas com drogas, e as embarcavam para Portugal, França e Holanda, na Europa, e também para Johannesburgo, na África do Sul.

A expansão do PCC inclui incursões na Bolívia, onde o grupo pode comprar cocaína diretamente dos produtores daquele país, segundo a Americas Quarterly.

Desvendando a rota

Fontes policiais no Brasil, falando sob condição de anonimato, disseram à InSight Crime que Fuminho está desempenhando um papel crucial na presença do PCC na Bolívia.

Então, a cocaína é transferida para o Paraguai, um destino importante para mercadorias ilegais sob cujo controle o PCC travou uma dura batalha .

Do Paraguai, o grupo direciona a cocaína para cidades brasileiras de fronteira, como Ponta Porã e Foz do Iguaçu, segundo uma investigação do UOL.

No entanto, fontes consultadas pela InSight Crime revelaram que Foz do Iguaçu foi em grande parte substituída por outros cruzamentos, especialmente pequenos atrelados entre Ponta Porã, no estado do Mato Grosso do Sul, e Guaíra, no estado do Paraná, onde há menos segurança. .

O caso do Porto de Santos

A droga é então transferida para o interior do país e, finalmente, para o porto de Santos (22,7 toneladas de cocaína apreendidas em 2018), Paranaguá (4,3 toneladas) e Itajaí (0,46 toneladas) no sudeste do Brasil.

O porto de Santos é um dos maiores centros portuários de toda a América Latina e um importante canal de narcóticos para a Europa.

Em 2019, cerca de metade das apreensões de drogas foram realizadas neste porto, onde o PCC controla o fluxo de narcóticos.

Nenhum outro grupo criminoso no Brasil conseguiu uma rede logística que cubra toda a região, o que permite ao grupo controlar o movimento e a venda de cocaína para organizações estrangeiras, como a ‘Ndrangheta.

Os italianos na coordenação internacional

A máfia italiana opera no Brasil desde pelo menos os anos oitenta, segundo a Polícia Europeia.

Naquela década, o clã Morabito de ‘Ndrangheta, dirigido por Giuseppe Morabito, coordenava as remessas de drogas de São Paulo para a cidade italiana de Milão.

O jurista Walter Fanganiello Maierovitch em seu livro “Máfia, poder e antimáfia: um olhar pessoal sobre uma longa e sangrenta história”, relaciona o poder do Estado, da política e da economia em meio à atuação da máfia italiana e como esse modelo influenciou as organizações pré-mafiosas da América Latina, como a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e as milícias.

“Acho que elas são piores do que as facções. No caso da facção fica muito claro quem é o bandido e quem o mocinho, a milícia transita entre o Estado e o crime, o que é bem pior.”

desembargadora Ivana David

Uma extensa cadeia criminosa

Agora, o grupo tem cúmplices em toda a Europa, com a capacidade de descarregar drogas em portos de importância crucial, como Antuérpia, Hamburgo e Roterdã.

Quando os carregamentos chegam, o ‘Ndrangheta trabalha com traficantes italianos , que transportam os narcóticos para uma distribuição mais ampla em toda a Europa.

Embora ambos os grupos tenham outras fontes de renda, esse canal transnacional desempenhou um papel importante no sucesso e expansão de cada um dos grupos.

O crescimento exponencial do PCC

Documentos apreendidos pelas autoridades em 2018 mostraram que a renda anual dos grupos poderia chegar a US$ 200 milhões.

Os documentos também revelaram que as afiliadas do grupo em todo o Brasil e outros países se multiplicaram, passando de pouco mais de 3.000 em 2014 para mais de 20.000 em 2018.

Ter um fluxo contínuo de cocaína do Brasil também tem sido crucial para a ‘Ndrangheta.

O grupo pode controlar até 80% de toda a cocaína que entra na Europa, a principal fonte dos enormes ganhos criminosos do grupo, estimados em US$ 60 bilhões por ano, comparável ao PIB da Croácia ou da Bulgária, segundo a CNN.

Contratar matador de aluguel do PCC ou assassino do PCC

Contratar um matador de aluguel do Primeiro Comando da Capital pode ser a forma mais segura de cair em um golpe de alguém usando indevidamente o nome da facção PCC 1533.

Vai contratar matador de aluguel?

Contratar matador de aluguel não é tão fácil quanto muitos imaginam, e muitos são enganados por pessoas que usam o nome da facção PCC 1533.

Aqui, nesse site, de cada quatro contatos de leitores, um quer contratar um matador de alguel.

Por vezes é a própria pessoa que quer tirar sua vida e outras vezes vingança, mas quase todas por problemas de traição.

Só que não é assim que funciona e quem tenta contratar um matador por um site está pedindo para ser estorquido.

Quem são os matadores de aluguel do PCC?

Os matadores de aluguel, também conhecidos como “pistoleiros”, são membros ou associados da facção PCC 1533 que são contratados para realizar assassinatos por encomenda.

Esses assassinatos geralmente são motivados por disputas internas de poder no grupo, vingança ou retaliação contra rivais ou inimigos do PCC.

Os matadores de aluguel do Primeiro Comando da Capital são temidos por sua capacidade de agir com rapidez e precisão, e muitas vezes usam armas de fogo de grosso calibre para realizar seus assassinatos.

Eles também são conhecidos por sua brutalidade, e muitas vezes deixam suas vítimas em condições horríveis.

O que Aline, eu e Wagner podemos contar

Talvez você, assim como Aline, já tenha sido enganado por alguém que utilizou o nome do Primeiro Comando da Capital.

Acontece muito o uso indevído da poderosa organização criminosa paulista. Por isso nunca é demais alertar.

Pensei em vir dizer a você algo assim:

Cuidado, não se engane, muitos utilizam o nome da facção para enganar, mas aí, Ricardo Araújo Pereira me mostrou o absurdo que seria isso.

É mais ou menos como dizer a uma pessoa que está nervosa para ficar calma; ora, ninguém fica nervoso ou cai em um golpe porque quer.

Aline, Wagner, eu e você podemos ficar nervosos ou cair em golpes.

Por isso venho aqui contar dois casos, um que foi me narrado por Aline e outro que acompanhei pessoalmente.

Em ambos os casos um golpe foi armado e o nome da facção paulista foi usada para impor força e respeito.

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O falso matador do PCC 1533

Contratando um assassino de aluguel

Aline resolveu matar a pessoa que a estava ameaçando, mas, não sendo uma mulher do mundo do crime, resolveu contratar um matador profissional, e, para isso, deu um Google.

A primeira dica do Google foi justamente um site onde um matador profissional se propõe a eliminar qualquer pessoa por um preço módico (5 mil reais), garantindo total anonimato.

Convenientemente o site se chamava-se matadordealuguelprofissional.tk, um site bonitinho, ajeitadinho mesmo, feito com esmero e carinho ― coisa de moleque burguês.

Claro que você irá dizer que jamais cairia nesse golpe, entendo, mas todos nós somos enganados o tempo todo, cada qual a seu jeito, então melhor não criticar Aline.

A garota não é a primeira pessoa a me procurar por acreditar que pode utilizar a força da facção para conseguir vingança por ter caído em um golpe, mas não é assim que funciona .

É possível cobrar de quem usa o nome do PCC?

É preciso lembrar que ninguém nesse site tem nenhuma ligação com a facção paulista, e mesmo se tivesse…

O Dicionário do PCC é o documento em que estão previstos os crimes a serem punidos pelo Tribunal do Crime, e nele há apenas um artigo que poderia ser utilizado nesse caso (só que não):

33. Mau exemplo:

Fica caracterizado quando o integrante foge do que rege a nossa disciplina, não passando uma imagem nítida da organização, quando se coloca como faccionário diante da massa, desrespeitando e agindo totalmente oposto ao que é pregado pela facção.

Punição: exclusão e fica sendo analisado pela irmandade local e pela Sintonia.

Essa regra vale só para facciosos que tenham utilizado mal o nome da organização e não pode ser usada contra um garoto 171 ― não será o PCC que vai se meter nesse negócio.

Aline também não buscará a polícia para reclamar que ela pagou por um assassinato não executado, e assim o site continuará ativo, baseado em um provedor na Oceania, e os incautos continuarão a depositar quantias na conta do garoto na agência do Itaú próxima à Avenida Paulista.

paraguai maravilhoso mundo das compras pcc

Viagem para compras no Paraguai

Há alguns anos um conhecido havia fechado um bom negócio no Paraguai, no qual ia economizar um bom dinheiro, e quando, empolgado, comentou comigo.

Eu que estou sempre cabreiro, comecei a duvidar do negócio.

Nas primeiras horas da manhã de um dia de setembro do ano passado, pego a estrada em direção à Foz do Iguaçu.

Seria minha primeira visita à cidade, finalmente veria de perto as cachoeiras!

O plano era chegar lá à noite, então parei em Maringá, próximo à Catedral, para almoçar, sem pressa, aproveitando a oportunidade de quebrar a rotina.

Se tudo corresse conforme planejado, o conhecido iria naquele mesmo dia para Foz de avião e se hospedaria no mesmo hotel que eu.

Nós não teríamos contato por lá, mas meu localizador já estava há dois dias rastreando o aparelho dele.

Os fornecedores iriam buscá-lo no hotel e o levariam a algum ponto em Pedro Juan Caballero.

A mim cabia apenas segui-lo de longe e, se fosse o caso, fazer o possível para tentar garantir sua vida ― é um mundo do cão.

Compras de armas e drogas no Paraguai PCC

Todos nós somos enganados

Terminado o almoço em Maringá, recebo uma ligação cancelando a operação. Wagner Amantino Maciel havia ido fechar bom negócio no Paraguai, no qual ia economizar um bom dinheiro, e seu corpo foi encontrado boiando em um rio.

Se Wagner, que era o cara dentro da facção, responsável pelas mais elaboradas operações do Primeiro Comando da Capital, caiu em uma emboscada, o que dizer então de Gegê do Mangue e Paca?

Então quem seríamos nós para sobreviver a uma trairagem?

Aline foi ingênua ao contratar, por meio de um site, um matador de aluguel. Aqueles que burlam a lei merecem ser iludidos e mortos, como foi Wagner, mas a vida é assim para quem acredita que há a lei do retorno.

A cada dois anos todos nós, que julgamos Aline e Wagner, somos enganados por nossos políticos prediletos, roubados e, muitos de nós, mortos pelas mãos da criminalidade e da falta de serviços de saúde e saneamento ― é um mundo cão.

Ricardo de Araújo Pereira ser enganado pcc 1533

A lista de Ricardo Araújo Pereira

O cronista da Folha, Ricardo Araújo Pereira, cita alguns motivos pelos quais não se deve aconselhar a calma a quem a perdeu, e eu não vou deturpar suas palavras para mostrar a razão pela qual eu não deveria vir até você dizer que não se deve acreditar em alguém que se diz PCC:

  1. Cair em um blefe não depende da nossa vontade. É bastante raro, creio eu, a gente acreditar em um golpe porque quer. “Vou ser enganado agora, que legal”, ou “eu vou fazer um grande negócio, parece até enganação, vou arriscar só para conferir”. Não é a razão que estará no comando da pessoa, mas sim a emoção, e meus argumentos não têm o poder de influir nas decisões emocionais de ninguém.
  2. A pessoa que recomenda o cuidado se sente superior àquela que está sendo aconselhada e, no geral, nem se toca das inúmeras vezes nas quais foi enganada em sua vida.
  3. É fácil dizer a alguém que é um absurdo comprar drogas e armas de um novo fornecedor ou contratar um matador de aluguel pela internet quando não tem uma ameaça a sua vida ou a de seus familiares, no aconchego do lar e lendo um texto na internet. Só quem já passou por momentos de desespero, nos quais a razão se cala diante da emoção, pode julgar os desafortunados.
  4. Existem alguns cartazes dizendo que se deve tomar cuidado, mas “nenhum conselho digno de ser seguido é formulado num meme”.

Ah! Antes que me esqueça, o acordo com aquele fornecedor de Pedro Juan Caballero, com quem meu colega deixou de fazer negócios, não era uma armadilha. Outro conhecido se arriscou mais e acabou fazendo bons negócios ― até que a casa caiu por outros motivos.

A pivatização do porto de Santos e a facção paulista PCC 1533

Se a pivatização do porto de Santos é de interesse da facção criminosa Primeiro Comando da Capital qual a presa do governo do governo?

Privatização do porto de Santos e o interesse dos grupos criminosos

A jornalista italiana Maria Zuppello chama a atenção para um possível interesse do Primeiro Comando da Capital na pivatização do porto de Santos.

“Primer Comando Capital y la ‘ndrangheta buscan una oportunidad para controlar toda la cadena logística” — leia reportagem completa no Infobae

É inegável que o porto de Santos é o principal escoadouro da organização criminosa paulista, no entanto é apenas um elo na cadeia portuária.

No Atlântico a facção paulista utiliza portos da Argentina e Uruguai, além de portos espalhados por toda a costa brasileira de norte a sul.

Roberto Bueno, especialista em gestão de segurança pública, explica que há fortes interesses políticos envolvendo os portos:

… o que leva a suspeitar do vastíssimo interesse de autoridades na região, cuja intervenção no modelo de operações mafiosas é central, servindo de muros de contenção às autoridades tanto quanto elaboradoras de rotas de fuga aos percalços de “outsiders” do esquema criminoso pactuado com segmentos delas.

Basta lembrar que uma das primeiras providências do presidente Jair Bolsonaro foi trocar o superintendente da Polícia Federal de Santos.

Bolsonnaro foi muito criticado a época pois a corporação vinha batendo recordes em apreensão de drogas.

Quando a presidente Dilma Rousseff apresentou uma apreensão recorde de drogas, o então deputado Jair Bolsonaro afirmou que aí estava a prova do aumento do tráfico de drogas, pois “todos sabem como funciona”.

Bolsonaro sugeria que os traficantes deixavam “cair” propositadamente parte da mercadoria para encobrir seus acordos as forças policiais.

Anos depois, já presidente, Jair Bolsonaro bateu um novo recorde de apreensão de drogas, e então? Isso seria prova do aumento do tráfico e o envolvimento das autoridades como ele mesmo afirmou poucos anos antes?

Após quatro anos de governo Bolsonaro, a jornalista Maria Zuppello lembra que o porto de Santos hoje é controlado pelo Primeiro Comando da Capital que…

… um exército de mais de 112 mil bandidos ferozes (…) que no tráfico de cocaína e maconha, faturam cerca de 600 milhões de dólares anuais.

Maria Zuppello

O especialista Antonio Nicasco afirma que a facção PCC nesse período fortaleceu as relações que já tinha com a organização mafiosa ‘Ndrangheta:

O poder do PCC cresceu muito nos últimos anos. Uma das novas rotas estudadas pela ‘Ndrangheta junto com o PCC é a do Equador ao Panamá pelo Oceano Pacífico. Do Panamá, os contêineres são desviados para o Atlântico.

Com a perda do controle do governo federal pelo grupo político que dominava o porto de Santos e a transferência de seus integrantes para o governo do Estado de São Paulo, a Polícia Federal deixa de ser um instrumento disponível.

É nesse contexto que a discussão da privatização do porto de Santos acontece com o governador Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Jair Bolsonaro, tentando agilizar a pivatização do porto de Santos:

“… está pronto, vai ser um espetáculo e vai criar muitos empregos.”

A facção PCC 1533 planta sua própria maconha no Paraguai?

Facção PCC 1533, o Primeiro Comando da Capital, passa a produzir a sua própria maconha para exportação no Paraguai, é o que afirma o SENASP, mas um pesquisador questiona essa conclusão.

Facção PCC 1533: direto das fazendas paraguaias para as cidades européias

A facção PCC 1533, a maior organização criminosa brasileira, está expandindo seus negócios para o cultivo de maconha no Paraguai?

Relatórios governamentais paraguaios afirmam que sim, mas, de fato, não há certeza de como o Primeiro Comando da Capital (PCC) está agindo.

As especulações começaram no final de agosto, com a descoberta de seis plantações de maconha em Colônia Estrella, município no departamento oriental de Amambay.

Uma placa informava que os campos eram propriedade do PCC e que invasores seriam mortos, disseram os agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD).

Leia também: A facção PCC 1533 no nordeste do Paraguai

Outras apreensões com a marca da facção PCC 1533

Em julho, funcionários da SENAD na Colônia Estrella descobriram sacos plásticos cheios de maconha, com as iniciais “PCC” rabiscadas neles.

Então, nas redes sociaism o SENAD afirmou que essas apreensões provavem que o PCC controla o cultivo de maconha na Colônia Estrella.

Os campos desativados “formavam um centro de produção e armazenamento de maconha em grande escala” da organização criminosa paulista em solo paraguaio.

“(O PCC) busca monopolizar o tráfico de drogas desde a fonte”, afirma um agente da SENAD.

Análise Criminal InSight

Será uma mudança, se confirmado que a facção PCC 1533 que é tradicionalmente um comprador atacadista de maconha, agora cultiva a própria maconha no Paraguai.

Certamente, o departamento de Amambay, que fica na fronteira do Brasil, é uma das principais áreas de produção de maconha da América Latina.

Amambay é também o principal reduto da facção brasileira no Paraguai, que por lá se consolidado como a maior compradora de maconha dos produtores locais.

No entanto, assumir a produção marcaria uma grande mudança na forma como o comércio de maconha funciona no Paraguai.

Carlos Peris, cientista político e especialista em tráfico de drogas da Universidade Católica de Assunção afirma explica como funciona o mercado de drogas no Paraguai:

Os agricultores raramente cultivam exclusivamente para um grupo ou traficante, mas geralmente têm vários clientes.

Podemos dizer que a droga plantada e apreendida pela SENAD era para o PCC? É claro.

Podemos dizer que essa plantação era exclusiva do PCC? Absolutamente não.

Leia também: A facção PCC 1533 e o Exército do Povo Paraguaio EPP

De acordo com Peris, o comércio de maconha de Amambay tem um modelo de cadeia de abastecimento com acordos de longo prazo.

Os agricultores locais cultivam e colhem apenas algumas toneladas do total disponível para vender a intermediários que, posteriormente, vendem o produto na fronteira.

Só nesse ponto do processo é que grupos criminosos brasileiros, como o Primeiro Comando da Capital agem abertamente.

Se o PCC estivesse experimentando sua própria produção de maconha, a quadrilha estaria tentando eliminar os dois primeiros elos dessa cadeia de abastecimento, aumentando potencialmente sua margem de lucro.

O PCC atua há muito tempo no narcotráfico no Paraguai

A facção paulista aumentou com sucesso o número de membros recrutando nas prisões e ganhou dinheiro com o tráfico de armas e sequestros.

O site InSight Crime revelou anteriormente, e as recentes apreensões por parte de autoridades paraguaias confirmaram que o grupo passou ao cultivo de maconha.

Apesar dos fatos, resta a dúvida:

Em síntese, pode ser um fazendeiro usando o nome da temida organização criminosa Primeiro Comando da Capital para afastar invasores e ladrões.

Enfim, mesmo que o PCC não seja proprietário direto das plantações de maconha, afinal, qualquer associação com o grupo pode ajudar os agricultores a proteger suas terras.

Leia também as últimas notícias do “Primeir Comando Capital” no Paraguai

Tráfico Internacional: o roteiro da droga peruana da facção PCC

Tráfico internacional disputa o Departamento de Pando. Os peões nesse jogo são jovens que são usados como mulas no transporte da droga do Peru para o Brasil passando pela Bolívia.

O interesse do PCC na Bolívia começou em 2007 com o objetivo de estabelecer relações com narcotraficantes bolivianos e foi implementada inicialmente por aproximadamentes 100 integrantes da facção.

jornalista Allan de Abreu

Maldonado é um dos últimos municípios peruanos na fronteira norte com a Bolívia. Daí chega a cocaína produzida no Vale dos rios Apurímac, Ene e Mantaro (Vraem). Depois segue para Iñapari, que é município fronteiriço com Bolpebra, já em solo boliviano. Na frente está Assis, do lado brasileiro. Lá está a tríplice fronteira, no meio da selva amazônica.

A cocaína passa facilmente até Bolpebra e de lá são apenas 86 quilômetros até Cobija. O percurso é geralmente rápido e com poucos controles. Mukden é uma comunidade em Bolpebra e lá a Polícia realiza algumas operações. Uma recente foi a apreensão de cinco quilos de cocaína que passaram de Iñapari. O destino era Cobija e depois iria para o lado brasileiro. A pessoa que transportava a droga era um jovem que carregava os pacotes na mochila…

Leia a reportagem completa no El Deber de como ao Primeiro Comando da Capital e a gang local dos Choleros trazem para o Brasil, via Bolívia a maconha do Peru.

Bolívia: a facção PCC e o grupo criminal los Choleros de Pando

A disputa entre as organizações criminosas pelo controle do tráfico na fronteira entre o Brasil, o Peru e a Bolívia.

O banda criminal los Choleros disputa o estratégico eixo de tráfico de drogas do Departamento boliviano de Pando com o Primeiro Comando da Capital (PCC 1533) e facção carioca Comando Vermelho (CV).

O interesse do PCC na Bolívia começou em 2007 com o objetivo de estabelecer relações com narcotraficantes bolivianos e foi implementada inicialmente por aproximadamentes 100 integrantes da facção.

jornalista Allan de Abreu

Pando faz fronteira com o Acre, Rondônia, e Peru, além de dar acesso ao centro da Bolívia — controlar essa rota reduz o custo do tráfico devido ao menor risco de perda da liberdade, de investimentos e de vidas.

A capital Cobija se localiza ao lado dos núcleos urbanos brasileiros de Brasiléia e Epitaciolândia, e as organizações lutam também para tomar o controle do comércio local, como ilustra artigo do El Dia:

A comerciante boliviana Maria Eugenia Alavi Burgoa foi assassinada no Mercado Municipal de Epitaciolândia, (…) o crime teria sido executado pela facção Bonde dos 13 (B13) [até então] aliada do PCC. Ela levava produtos de Antofagasta (via El Alto) para a Zona Franca de Cobija e trocando com artigos brasileiros…

Explicando outro caso investigado, o chefe de polícia de Pando explica:

Há conflitos entre essas facções criminosas e eles cometem pistoleiros e acertam contas. Os Choleros se dedicam ao narcotráfico para ter controle ou poder.

Cel. Julio Monroy

O contexto da discórdia: Choleros, PCCs, B13s e CVs

O repórter Ivan Alejandro Paredes (El Deber) no artigo “Choleros, la mafia pandina que declaró la guerra al PCC y Comando Vermelho” que os Choleros se especializaram em aliciar jovens e adolescentes para atravessarem as fronteiras brasileiras com drogas, especialmente cocaína, mas agora o grupo disputa o controle e o poder territorial.

A organização criminosa paulista se associa às famílias e grupos locais bolivianos, seguindo a estratégia elaborada por seu líder Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que privilegia a construção de alianças baseadas em interesses comuns econômicos e de sobrevivência.

conheça o arco de alianças e de inimigos da facção PCC

A aliança com o PCC não vingou em Pando

Dentro desse contexto, como entender a disputa com o grupo criminoso local?

Tudo começa com com o assassinato pelo PCC de Jorge Rafaat Toumani no centro de Pedro Juam Caballero em 15 de junho de 2016 que quebra da antiga aliança PCC/B13/ADA/GDE contra CV/FDN.

Essa ação coroou a tentativa do controle hegemônico do mercado ilegal paraguaio por parte da facção PCC 1533, mas acabou criando dificuldades além das previstas para o grupo paulista.

últimas notícias do Primer Comando de la Capital na Bolívia

As peças se arranjando sem Rafaat Toumani

Ao contrário do que previram os líderes do PCC, a morte do megatraficante paraguaio enfraqueceu, mas não acabou com o Comando Vermelho — essa fragilidade criou problemas colaterais para seu aliado amazonense Família do Norte (FDN).

Passados oito anos, a situação no Paraguai continua indefinida e no Norte, na Rota do Solimões as mudanças não param de acontecer.

Inicialmente, o Primeiro Comando da Capital uniu-se a um grupo desmembrado da Família do Norte, denominada a Cartel do Norte (CDN), para eliminar os crias que resistiam da facção Comando Vermelho e do que sobrou da FDN.

O tempo desgastou essa vantagem inicial e a aliança com a Cartel do Norte foi desfeita. Resultando na retomada de vastas áreas pelo Comando Vermelho, incluindo Manaus e Rio Branco, expulsando crias do PCC parte em direção à Bolívia e outra de volta às suas regiões nativas no sudeste e sul.

Divisão, caos e espaço para Los Choleros

Essa disputa entre os grupos brasileiros e a dificuldade cada vez maior do Primeiro Comando da Capital em fechar novas alianças permitiu que o antigo aliado do Acre, o Bonde dos 13, no lado brasileiro da fronteira do Departamento de Pando, se declarasse neutra.

E do outro lado da fronteira de Pando, na Bolívia, o grupo local Choleros tomasse coragem e fôlego para enfrentar de igual para igual e ao mesmo tempo os dois mais importantes grupos criminais do Cone Sul.

O Plano “Z” de combate ao crime em Pando

Site da Câmara dos Deputados da Bolívia já debatia o problema no Departamento de Pando em 4 de abril de 2022.

Na ocasião, a Brigada Parlamentar e o Comando da Polícia Departamental do Departamento de Pando apresentaram um plano para ação conjunta de combate aos grupos criminosos.

A ideia era localizar criminosos e controlar áreas de fronteira com o Brasil impedindo a presença de criminosos brasileiros em Cobija.

Comado Vermelho (CV), Primer Comando de la Capital (PCC) y el B13, preocupó a pobladores de Pando. Ante esta situación, autoridades pandinas y del Estado de Acre (Brasil) se reunieron para reforzar el control en el paso fronterizo que une ambos países.

O recrutamento de menores de idade por criminosos já era conhecido e foi considerado uma das prioridades:

“É preocupante que menores de idade estejam envolvidos em atos criminosos, são bolivianos comandados por brasileiros que estão à frente das quadrilhas”.

Deputada Ariana Gonzales (MAS) presidente da Brigada Parlamentar Pando

No entanto, passado quase um ano, todos os problemas apontados parecem apenas que se agravaram.

HSBC e o dinheiro da facção Primeiro Comando da Capital

Meu falecido avô dizia que esse mundo é pequeno, e eu preciso concordar com ele. Outro dia, navegando por aí, me deparei pela primeira vez com Robert Evan Ellis – um analista de economia, política e segurança latino-americana –, que, da bela cidade de Montgomery, no Alabama, fazia suas considerações sobre a evolução do crime organizado brasileiro.

Para minha surpresa, me deparo, hoje, novamente com Robert; só que dessa vez ele está falando sobre o aumento da influência da China na América Latina, em uma coletânea de David Denoon: China, The United States, and the Future of Latin America: U.S.–China Relations.

“Certos escritores se desculpam de não haverem forjado coisas excelentes por falta de liberdade – talvez ingênuo recurso de justificar inépcia ou preguiça. Liberdade completa ninguém desfruta […]” – escreveu Graciliano Ramos em Memórias do Cárcere.

O escritor-analista Robert Evan Ellis produz muitos artigos doutrinantes, que apontam para um caminho já conhecido por muitos de nós brasileiros e, em especial, por Graciliano Ramos – que em 1935 foi demitido do serviço público, deportado em um porão de navio e preso, sem acusação, durante o Governo Vargas: eram os ventos do New Deal soprando.

“América para os americanos” – slogan da doutrina Monroe.

Durante a Era Vargas, vivíamos sob a influência da “política de boa vizinhança”, do presidente americano Franklin Delano Roosevelt, onde o Departamento de Estado americano através do Office of the Coordinator of Inter-American Affairs (OCIAA), influenciava abertamente  o governo brasileiro (ou pelo menos tentava), como mandava a velha cartilha da Doutrina Monroe.

A volta ao velho sistema de influência econômica e cultural, o Big Stick, é a proposta para hoje de Robert para o governo americano.

Somado a outros argumentos, há o de que o The Hong Kong and Shanghai Banking Corporation (HSBC) está administrando o dinheiro da organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC), e alerta que esse fato pode não parecer tão perigoso quanto a presença de tropas chinesas em outros países latino-americanos, mas, na verdade, é até mais grave.

É no varejo, nas ações diárias, comerciais e financeiras, que a China está conquistando espaço na América Latina; isso faria parte de um planejamento a longo prazo, e se os Estados Unidos da América não se atentarem, terão corroída sua posição global, ficando vulneráveis – até mesmo militarmente – em regiões muito próximas ao seu território.

Bem, Robert Evan Ellis aponta como solução para os Estados Unidos o retorno aos tempos do New Deal. Meu falecido avô, além de achar esse mundo pequeno, também era um grande admirador do presidente Getúlio Vargas. Eu lamento pelo o que passou Graciliano Ramos, mas Vargas soube, a seu tempo, explorar o medo americano como ninguém.

Os turistas russos e a caça à Máfia Russa no Brasil

Máfia russa no Brasil, depoimento de um preso no Amazonas

As operações de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro da Máfia Russa no Brasil, até o momento, não passam de uma suposição, que transformou nossos policiais federais em agentes “russofóbicos”, e a vida dos turistas russos um inferno. Pelo menos é o que afirma o empresário e aventureiro Moris Wind ou Artemiy Semenovskiy (Артемий Семеновский).

Encontrei uma pérola sem preço: Рycckий Кokaиh b Бpaзилии – Рaзoблaчaem ЛoжЬ (Cocaína russa no Brasil – Explicando as mentiras), cujo autor se auto denomina representante do CPLCRB (ОКОРГБ). Sei que você sabe que o CPLCRB é o Comitê Público para a Libertação dos Cidadãos Russos no Brasil, então nem preciso te dizer.

A maneira como ele escreve me agrada, é como se estivesse contando um caso. O que deve ser novidade para os russos, para nós é uma velha história: como nasceu, e onde chegou o Primeiro Comando da Capital. Artemiy Semenovskiy não economiza tintas de cores fortes para descrever o PCC, o sistema carcerário brasileiro, e a Polícia Federal:

“Paroxismo engraçado: o próprio poder gerou e criou seu inimigo mais terrível, porque o PCC surgiu como uma reação ao caos da polícia, à desumanidade do sistema prisional, à indiferença de juízes e funcionários.” — até o russo já percebeu isso, mas nós queremos insistir mais no mesmo caminho para ver se chegaremos a um destino diferente.

Artemiy se interessa pela política brasileira, mas não parece ter uma ideia clara do que acontece por aqui, apesar de estar mais bem informado que eu — enquanto eu o entrevistava, ele comentou que a Dilma estava em St. Petersburgo. Eu fui conferir, e: “Dilma, na Rússia, ressuscita slides e se irrita com tradução de sua palestra”.

 

Governos desmoronando e uma polícia perdida e desmotivada, sem ter como controlar a criminalidade, pois prender um indivíduo significa colocá-lo dentro de uma organização criminosa na qual ele poderá determinar a morte do próprio policial que o prendeu. É assim em todos os estados, só muda a sigla da facção, e a virulência da gangue. — é a avaliação de Artemiy.

Nós brasileiros não aprendemos com o passado, mas Artemiy Semenovskiy, que é russo, vê aqui o que já aconteceu em sua terra com Lênin, ou na Alemanha com Hitler: a necessidade de um bode-expiatório. Para Artemiy a bola da vez são as facções criminosas, de preferência o PCC, mas para que o plano seja perfeito é preciso que o inimigo seja externo:

A Máfia Russa — cumpre duas funções: o inimigo externo, que não pode ser tocado e nem mensurado. E o atual governo ainda pode acusar o anterior de conspirar com a Rússia, pois os governos Lula e Dilma tentaram aproximação com o país. O inimigo perfeito, pois até os PCCs, por fazerem parte da sociedade brasileira, têm seus defensores.

Em uma campanha eleitoral o mérito das propostas dos candidatos não fará diferença, mas sim o poder de vender a ilusão que o inimigo imaginário possa ser contido, e para isso qualquer governo pode atacar um grupo minoritário. Para Artemiy a escolha já foi feita: desta vez serão as pessoas presas no sistema penal, e os russos.

Quando me deparei com o texto desse russo, achei que era um garoto que estava criando uma teoria da conspiração com o seu Comitê Público para a Libertação dos Cidadãos Russos no Brasil (CPLCRB), mas depois de dois dias de intensa pesquisa vi que realmente o cara ficou preso em Manaus e tem conhecimento de causa.

Agora, cabe a você analisar com o seu conhecimento, somado aos dados passados por Artemiy, e concluir se ele realmente tem razão, total ou parcial, nas conclusões as quais chegou. Quanto a mim, outro dia volto aqui para contar as aventuras e desventuras passadas por ele nesse caso, assim como de outros russos que estão presos no Brasil.

 

 

Russos presos pedem indenização de 7,7 milhões

 

 

 
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