A eleição no Paraguai e a luta contra o crime organizado! Acompanhe a inspetora Rogéria Mota em uma jornada de cooperação internacional para combater o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533).
A crescente influência na eleição no Paraguai do Primeiro Comando da Capital
O que intrigava a investigadora do GAECO de São Paulo, Rogéria Mota, era a aparente onipresença do Primeiro Comando da Capital no Paraguai, apesar das crescentes apreensões.
Se antes sua presença e influência ´na eleição no Paraguai em especial na cidade de Pedro Juan Caballero, eram ostensivas, agora havia notícias da organização criminosa em todos os cantos da nação guarani.
A facção criminosa deixou de ser uma gangue de ladrões e, após investir em empresas legais para lavar dinheiro e financiar políticos e entidades sociais, passou a ser um player importante no xadrez social, influenciando as diretrizes políticas das corporações policiais e judiciais, que em tese deveriam coibir e ameaçar sua existência.
O Primeiro Comando da Capital hoje é como um polvo, cujos tentáculos se estendem por todos os aspectos da sociedade paraguaia, se não de toda sociedade sul-americana.

Cooperação Internacional e Ação no Paraguai
Em uma ação de cooperação internacional de combate ao crime organizado, Rogéria Motta, ao encerrar a investigação do “Estranho Caso dos Dois Reais de Pau de Ferros”, seguiu direto para o Paraguai a convite da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad).
Com sua vasta experiência e talento investigativo, a inspetora Rogéria Mota unia forças com os agentes paraguaios para desvendar os segredos e desmantelar as operações da facção paulista PCC 1533 no país vizinho.
Funcionária da Polícia Civil de São Paulo, Rogéria Mota há anos atua no GAECO do Ministério Público de São Paulo em investigações comandadas pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya.
A Emoção da Investigação
A força conjunta, a expertise de Rogéria Mota e a determinação dos parceiros da Senad a enchiam de esperança, mesmo porque, ela acreditava que pelo menos parte dos planos para o assassinato de Gakiya estavam escondidos na província de Assunção no Paraguai.
A emoção da investigação consumia Rogéria Mota, que mergulhava no submundo do Paraguai, desvendando os segredos por trás das conexões do PCC e do tráfico de drogas que chegariam a influenciar na eleição no Paraguai.
A inspetora testemunhava as vidas quebradas, os sonhos despedaçados e as esperanças desaparecidas, enquanto pessoas comuns eram atraídas para o negócio sujo do narcotráfico.
Camponeses, populações indígenas e moradores das periferias eram lançados aos tubarões e consumidos pelo engodo do dinheiro fácil.
Rogéria Mota enfrentava a dor e o sofrimento das vítimas e de seus entes queridos com um olhar calmo e compreensivo, mas sua determinação em desmantelar a organização criminosa PCC.
O Crescimento do PCC e o Desafio da Sociedade Paraguaia
Apesar de todos os esforços das autoridades sul-americanas, incluindo os de Rogéria Mota, o poder econômico, social e político do Primeiro Comando da Capital continuava a crescer.
A história se desenrolava como uma sinfonia sombria, trazendo mais emoção, tensão e complexidade a cada nota.
A inspetora Rogéria Mota enfrentou o que mais temia: o verdadeiro desafio era a própria sociedade paraguaia.
Enquanto mergulhava na escuridão do crime organizado, buscando aplicar a lei com rigor e proteger os mais vulneráveis, a sociedade se fechava cada vez mais para ela.
Com habilidade e perspicácia, Rogéria descobriu as motivações por trás do PCC e seus planos sinistros. A luta contra o crime e a corrupção se intensificou, mas a inspetora estava sozinha.
A solidariedade e coragem dos paraguaios ajudavam-na a enfrentar o mal, mas eles entendiam melhor do que ela a dinâmica da sociedade guarani.
Riscos e consequências e as razões históricas
Por mais que seus colegas paraguaios demonstrassem boa vontade, todos tinham famílias e contas a pagar, além de uma vida a viver.
Rogéria conheceu agentes públicos e privados que trabalhavam para organizações criminosas, muitos motivados pela proximidade com esses criminosos no dia a dia.
Para Rogéria, era fácil agir e voltar para sua cidade e sua vida, no entanto, convencer funcionários a colaborar significava colocar em risco suas vidas e as de seus filhos.
A sombra dessas forças ocultas pairava sobre a aparente boa vontade de seus colegas paraguaios.
A parceria entre o PCC e outros grupos criminosos no Paraguai tem raízes históricas, iniciadas após a Guerra do Paraguai, também conhecida como “Guerra de la Triple Alianza” ou “Guerra contra la Triple Alianza”. Rogéria Mota sabia que não mudaria a cultura política e social do Paraguai sozinha.
Relatório da Inspetora Rogéria Mota para o GAECO Aponta Problemas Estruturais
Rogéria enviou um relatório à sua chefia em São Paulo, detalhando suas investigações e levantando questões sobre a confiabilidade das forças policiais paraguaias. O documento também apontava problemas estruturais que precisavam ser enfrentados para combater o crime organizado no país:
- A eleição no Paraguai é diferente da que ocorre no Brasil. Lá os candidatos ficam mais vulneráveis à influência do poder econômico de lobbies legais e ilegais. Um especialista afirmou: “Isso efetivamente levou a financiamento ilegal, financiamento disfarçado e, a realidade nos mostra que muito desse financiamento vem do dinheiro das drogas”;
- O narcotráfico cresce e se complexifica devido aos espaços dentro do Estado e daqueles que administram a esfera pública; e
- O narcotráfico se expande como opção de sobrevivência e alternativa de trabalho para pessoas à margem da sociedade, como setores camponeses e populações indígenas.
Não é só que o narcotráfico esteja apenas ganhando mais mercados, mas está atingindo uma parcela maior da população paraguaia: a pobreza, os programas fracassados de substituição de cultivos, a escassa presença do estado e a corrupção policial contribuíram para a continuação da produção de maconha em Amambay, e a Família 1533, como se intitulam os integrantes da facção paulista, não para de crescer.