PCC em Rosario: a expansão da facção paulista na Argentina

O PCC em Rosario tem ampliado sua influência na região, aproveitando-se das mudanças nas rotas do narcotráfico causadas pela pandemia. Entenda os detalhes dessa expansão e seus impactos.

PCC em Rosario: no programa Pan & Circo da Cadena Máxima 106.7, explora e análisaa crescente presença da facção criminosa Primeiro Comando da Capital na Argentina e suas implicações no narcotráfico sul-americano.

PCC em Rosario é uma realidade, mas e daí?

Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533), a notória organização criminosa brasileira, amplia sua influência em Rosario, Argentina. A pandemia mudou algumas rotas do narcotráfico, resultando em uma crescente presença na região.

Durante a pandemia, a produção de drogas em países como Peru e Bolívia foi direcionada para a Hidrovia Paraná (rio Paraná – Paraguai), uma rota fluvial de 3.400 km praticamente sem controle, como uma alternativa para evitar a travessia da América do Sul até o Porto de Santos.

Paraguai tem enfrentado graves problemas de corrupção, e os portos de Assunção são dominados pelo PCC, que opera a partir das prisões. Estas facções criminosas são conhecidas como “hermandades criminales” e exigem um rito de iniciação para ingressar.

A sofisticação logística do PCC lhes permite controlar o tráfico de drogas em países como Bolívia, Peru, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. A presença de células do PCC foi detectada em várias prisões argentinas, como as de Resistencia (Chaco), Misiones e Santa Fe.

Em resumo, a expansão do PCC em Rosario é um resultado direto das mudanças nas rotas do narcotráfico devido à pandemia. A facção criminosa aproveitou a oportunidade para estabelecer uma presença significativa na região e expandir suas operações na América do Sul.

Crime organizado, uma nova realidade para a Argentina

O jornalista Germán de los Santos que investigou este fenômeno, compartilhou suas descobertas em uma entrevista no programa Pan & Circo da Cadena Máxima 106.7.

O crime organizado na Argentina é um fenômeno relativamente novo e tem se expandido principalmente em Rosário. Los Monos, um grupo importante de narcotraficantes, cresceram dentro do sistema prisional. De Germán explica que as prisões se tornaram uma espécie de “home office” para esses criminosos, que continuam gerenciando suas atividades ilegais a partir de lá.

O Estado sempre apoiou o slogan de que a prisão e penas mais duras seriam o fim dos problemas, mas essa nova realidade marca o início de outros, ainda mais delicados, que impactam diretamente nas ruas.

site archyde.com

O PCC em Rosário, ou a presença da facção PCC na Argentina, mostra como os grupos criminosos se adaptaram às circunstâncias atuais. Los Monos, por exemplo, dominam Rosário por meio de um sistema de franquias. Cobram de outros para não matá-los, como um esquema de proteção. Isso levou a que muitos negócios tenham que pagar quantias exorbitantes para garantir sua segurança.

Germán conta que Los Monos possuem um método peculiar de cobrança de “proteção” para empresas em diferentes áreas, variando de 50.000 a 300.000 pesos por semana (1.150 Reais à 6.850 Reais), dependendo do setor e da localização. O impacto dessa prática na economia local é significativo.

Esse grupo criminosa converte o dinheiro obtido com extorsões em dólares através de casas de câmbio ilegais, onde aplicam uma taxa adicional de 5% devido ao risco envolvido, chamada de “dólar banana”. Posteriormente, investem esses dólares no setor imobiliário, o que tem resultado no atual boom da construção em Rosário.

Havendo um excesso de oferta de imóveis, com muitos prédios vazios e sem inquilinos, enquanto pessoas em busca de aluguel enfrentam dificuldades para encontrar moradia. Isso é um claro sintoma do impacto negativo que a ação de Los Monos e outros grupos criminosos têm na sociedade.

Ademais, é intrigante como a estratégia de investimento no setor imobiliário dificulta o rastreamento e apreensão de seus ativos ilícitos pelas autoridades. Isso demonstra a complexidade e sofisticação das operações de lavagem de dinheiro realizadas por esses grupos e como conseguem se infiltrar e corromper diferentes setores da economia e da sociedade.

A proteção estatal também é um problema. Ao longo da história, a polícia tentou formar seus próprios cartéis, mas agora, em vez de serem parceiros, acabaram sendo empregados desses narcotraficantes.

texto base: Un grupo brasileño muy importante que se llama Primer Comando Capital que, como hablábamos antes, funciona desde las cárceles.

Laranjas do PCC caem em Bertioga no litoral de São Paulo

A investigação de um caso de lavagem de dinheiro envolvendo laranjas do PCC em Bertioga. Acompanhe a trama e veja como a verdade sobre os imóveis de luxo e os laranjas é desvendada.

Os Estranhos Negócios com Imóveis: Desmascarando os Laranjas do PCC

Haveria laranjas do PCC vivendo na pequena e charmosa cidade litorânea de Bertioga?

A Investigação do Ministério Público de São Paulo

O Ministério Público investiga um caso de lavagem de dinheiro envolvendo a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC 1533).

Desde o início, os promotores suspeitam de laranjas na compra de imóveis de luxo na cidade.

Laranjas do PCC, indivíduos que emprestam seus nomes e documentos para esconder atividades ilegais, são tema recorrente em casos reais de crime organizado no Brasil.

Muitos parentes de presos e criminosos são usados na lavagem de dinheiro e acabam presos ou respondendo à Justiça. No entanto, nesta investigação, os criminosos não envolveram seus próprios parentes.

Trilha do Dinheiro e o Modus Operandi dos Laranjas

O Ministério Público começou a seguir a trilha do dinheiro, que o levou aos imóveis de luxo em Bertioga, com a ajuda de informantes locais e a análise de documentos.

Os promotores descobrem várias transações suspeitas e possíveis conexões entre um corretor, o PCC e outros membros da organização.

Ele se aprofunda na investigação dos laranjas do PCC, aprendendo sobre como essas pessoas são cooptadas e usadas para ocultar patrimônio e atividades criminosas.

Enquanto isso, no Paraguai…

O Ministério Público do Paraguai está se aproximando do limite final para penalizar um grande esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o Primeiro Comando da Capital.

Em 2016, foi descoberto no Paraguai um enorme esquema de lavagem de dinheiro do PCC, em funcionamento desde pelo menos 2013.

Para legalizar os recursos da facção, foram criadas duas empresas: Notle S. A e RSS S. A, com um capital estimado em cerca de 150 milhões de reais.

O prazo para que o processo prescreva contra os proprietários das empresas de fachada está se esgotando. Além disso, um dos réus solicitou uma extensão do prazo, já que seu advogado abandonou o caso…

Desvendando os Segredos e Expondo os Laranjas

A investigação dos promotores brasileiros não pegou os peixes graúdos, mas confrontaram com o corretor do PCC, que negou qualquer envolvimento com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital e alega que os imóveis foram comprados de forma legítima.

No entanto, o MP-SP pressionou o corretor, fazendo-o revelar detalhes sobre os negócios fraudulentos e a lavagem de dinheiro.

A identidade dos laranjas do PCC começou a ser exposta, mostrando a magnitude do esquema criminoso daquela célula da facção no litoral paulista.

A Queda dos Fantasmas e dos Laranjas do PCC

Com as informações obtidas do corretor, permitiram aos investigadores encontrar provas suficientes para incriminar o tio e o primo, que são denunciados à justiça, ambos pessoas com pouca renda e que não teriam em seu nome imóveis de luxo.

A verdade sobre os imóveis de luxo em Bertioga finalmente foi revelado, expondo o alcance do crime organizado na cidade.

Os laranjas do PCC, elementos cruciais no esquema, são desmascarados e enfrentam as consequências de seus atos.

A história dos laranjas do PCC atua como um alerta para o perigo da tentação. Muitos de nós já fomos ou podemos ser abordados para colaborar, recebendo pix em nossa conta para ajudar um amigo.

Esse dinheiro pode ser útil, mas também pode trazer problemas se envolvido em uma investigação.

texto base: “corretor do PCC” que usava tio e primo como “laranjas”

Os intermediários entre a facção PCC e as máfias européias

Cai um dos esquemas de lavagem de dinheiro das organizações criminosas PCC e a ‘Ndrangheta.

Bacetto, como é conhecido o mafioso Sebastiano Giorgi da ‘Ndrangheta de San Luca, gerenciava a sucursal norte-europeia do tráfico de droga da América Latina para a Europa a partir de seu restaurante a beira de um lago em Überlingen na Alemanha.

Ele é quem forjava o cartel de compradores e distribuidores de cocaína unindo as diversas famílias que formam a ‘Ndrangheta e grupos europeus como: os albaneses e romenos.

Ele também aproximou a ‘Ndrangheta aos cartéis colombiano e mexicano, aos corretores no Paraguai e no Uruguai e amarrou os negócios com o apoio do Primeiro Comando da Capital no Brasil.

Giorgi não negociava diretamente com os integrantes do PCC, Maluferru, como é conhecido o corretor Giuseppe Romeo é quem buscou um intermediador. Conta-se que quando Maleferru chegou ao Brasil veio disfarçado de padre missionário com hábito, chapéu e Bíblia de baixo do braço, mas o acerto acabou sendo fechado no Ristorante It’s Time da Cesare em Rivalta de Torino na Itália com Nicola Assisi e seu filho Patrick. — Cecilia Anesi, Margherita Bettoni e Giulio Rubino para o IRPI Media

A máfia italiana também atua triangulando a lavagem do dinheiro da organização criminal Primeiro Comando da Capital na região da Tríplice Aliança:

O dinheiro das drogas, cigarros e armas vendidas no Brasil voltam ao Paraguai utilizando os mesmos transportadores que levaram as mercadorias.

Em solo paraguaio, os reais são entregues em dinheiro às casas de câmbio, que os repassam aos importadores e comerciantes de mercadorias da China.

Estes repassam os recursos aos bancos paraguaios, argumentando que receberam aqueles reais do Paraguai.

Revela documento de inteligência americana citada em artigo: „Erstes Kommando der Hauptstadt“ und italienische ‚Ndrangheta in Paraguay

leia também: Neoliberalismo e a facção PCC 1533 feitos um para o outro

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