Morre Pé Quebrado, mas quem são esses integrantes do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e o que ele estaria fazendo na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia?
Morre Pé Quebrado: os últimos acontecimentos envolvendo o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e a guerra entre essa facção e o Comando Vermelho (CV) no estado do Mato Grosso.
Inicialmente, é importante entender que a sintonia do “Pé Quebrado” do PCC é responsável por eliminar inimigos da facção e manter a disciplina, conforme o Dicionário do PCC e o Estatuto do PCC. Recentemente, um homem identificado como Davi, integrante do PCC, foi morto em confronto com a Polícia Militar em Mirassol D’Oeste, Mato Grosso.
A pequena cidade de Mirassol D’Oeste não é rota do tráfico internacional, no entanto, fica há 79 quilômetros de Cáceres, a última cidade brasileira antes de acessar a BR-70 para chegar a fronteira com a Bolívia, tornando assim, Mirassol como um refúgio estratégico para o Primeiro Comando da Capital.
Acredita-se que ele estava na região para matar integrantes da facção inimiga Comando Vermelho. Segundo informações, Davi e um comparsa de 19 anos estavam efetuando disparos em uma área rural quando foram surpreendidos pelos policiais. Armado, Davi atirou contra os militares e acabou alvejado.
Antes desse episódio, Davi já havia tentado matar sua ex-namorada e o atual companheiro dela em um bar na avenida Tancredo Neves em Mirassol D’Oeste. Entretanto, o revólver falhou, e Davi fugiu após agredir a ex com socos e chutes na cabeça. Ele também tentou atirar no namorado da ex, mas a arma falhou novamente. (veja o vídeo)
O assassinato do CV em Cuverlândia
Além disso, Davi, seu comparsa de 19 anos e um terceiro criminoso, são suspeitos de assassinar Denilson, suspeito de integrar a organização criminosa rival, em Curvelândia à apenas 24 quilômetros de Mirassol D’Oeste. O comparsa de 19 anos que foi preso afirmou que Davi esta na região para combater o Comando Vermelho.
O homem foi morto com diversos disparos na mesma noite na qual Davi tentou matar sua ex-mulher e seu companheiro. Testemunhas relatam que os assassinos chegaram em uma moto vermelha e ordenaram que as vítimas entrassem na casa. Em seguida, efetuaram vários disparos contra elas.
Ademais, Davi e seu comparsa teriam roubado uma espingarda em São José dos Quatro Marcos, a 13 quilometros de Mirassol, o que demonstra que o criminoso atuava não apenas no município, mas em toda a região.
CV mata Tiktoker: uma jovem de 21 anos, foi assassinada após postar vídeos no TikTok com referências ao Primeiro Comando da Capital, o que atraiu a atenção do Comando Vermelho.
CV mata Tiktoker em Brasnorte após fazer sinal de três com os dedos; entretanto, suspeito é preso por tráfico de drogas em Barra do Bugres, a 400 quilômetros de distância.
Sempre me surpreende a podridão e a covardia dos integrantes da organização criminosa Comando Vermelho.
Uma prisão ocorrida ontem trouxe à minha memória um caso que eu preferia ter esquecido há muito tempo.
CV Mata Tiktoker: A Trágica História de Ellen
O Vídeo Controverso no TikTok
Ellen, uma jovem de 21 anos, postou um vídeo no TikTok fazendo o sinal de três com os dedos, interpretado como uma referência ao Primeiro Comando da Capital.
Em resposta, membros do Comando Vermelho (CV) de Brasnorte alertaram a garota a respeito das possíveis consequências de suas ações.
Ellen prontamente pediu desculpas e removeu o vídeo, mas dias depois postou outro vídeo fazendo o mesmo sinal.
Apesar de ter apagado a postagem rapidamente, um integrante do CV já havia visto e denunciado a jovem.
A tiktoker foi atraída até uma residência por um de seus futuros assassinos, com quem mantinha um relacionamento amoroso.
Ao chegar, Ellen foi levada em um veículo até a Estrada do Perobal, na zona rural de Brasnorte, onde foi executada com quatro tiros.
A garota só foi encontrada morta dias depois em uma área de mata, com as mãos amarradas e as marcas dos tiros.
Na época do crime, dois irmãos e a mãe foram presos como suspeitos do assassinato. Um quarto envolvido, conhecido apenas como Gean, ainda não foi localizado.
Ontem, um homem foi preso em Barra do Burgues, Mato Grosso, por tráfico de drogas, mas também estava sendo procurado pelo envolvimento na morte de Ellen.
Este caso, meu leitor, é um triste lembrete da violência que assola nosso país. Apesar da crueldade e brutalidade presentes, não podemos nos esquecer da importância de buscar justiça para as vítimas e seus entes queridos.
A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.
Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.
A guerra entre facções Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital resulta na morte de Kelly Cristina em São José do Rio Claro, MT. A vítima foi executada em frente à sua filha, e o caso envolve uma complexa teia de intrigas e ameaças.
Guerra entre facções do Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital: mulher executada em frente a sua filha de 5 anos.
Mais um covarde assassinato ocorreu recentemente na cidade de São José do Rio Claro, em Mato Grosso.
Esta morte envolve a guerra entre facções do Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC).
Kelly Cristina foi executada com quatro disparos em frente à sua filha de apenas cinco anos de idade.
O cenário do crime ocorreu na tarde de uma quinta-feira, em uma residência simples da pequena cidade, onde a vítima vivia com seu marido, supostamente integrante da facção PCC 1533.
Kelly também tinha amizades dentro da organização criminosa paulista, mas não se sabe ao certo se ela mesma possuía alguma ligação direta com a facção.
No ano anterior, três membros do Comando Vermelho invadiram a casa de Kelly, acusando-a de ser integrante do PCC.
A situação se complicou quando se descobre que Kelly abrigou temporariamente um andarilho, que afirmou ser do PCC e jurado de morte pelo CV.
A teia de intrigas e a investigação do caso na guerra entre facções
Kelly havia oferecido sua casa como esconderijo para o andarilho desde o último sábado, mas ele partiu na quarta-feira, buscando outro local para se esconder.
Curiosamente, uma amiga de Kelly enviou uma mensagem poucas horas antes de sua morte, alegando ser ameaçada e cobrada em R$100.
Segundo a filha de Kelly, que presenciou a execução de sua mãe, os membros do CV perguntaram pelo andarilho antes de cometer o crime.
Este último, por sua vez, afirmou que o Comando Vermelho já havia tentado matá-lo em outras três ocasiões.
A tragédia se desenrolou quando dois homens chegaram de motocicleta à residência de Kelly e efetuaram quatro disparos na região das costas da vítima, que foi encontrada caída entre os cômodos do banheiro e da cozinha.
A pequena criança testemunhou toda a cena.
A captura dos suspeitos e a busca pela verdade na guerra entre facções
Dois suspeitos foram presos em flagrante pelo crime.
Entretanto, ainda restam muitas perguntas a serem respondidas, e a verdade por trás desta complexa trama permanece nebulosa.
Esperamos que se possa trazer justiça à memória de Kelly Cristina, com a exemplar punição destes atos covardes dos integrantes do Comando Vermelho.
A guerra entre os grupos criminosos tem que chegar ao fim, para que haja paz e segurança às comunidades afetadas por essa violência.
A Tropa Castelar, uma facção criminosa formada por ex-integrantes do Comando Vermelho, surge em Mato Grosso, aliando-se ao Primeiro Comando da Capital. Com o enfraquecimento do CV, a Tropa Castelar busca ganhar espaço no cenário criminal.
Tropa Castelar: como ficará a Cidade Tranquila do Passado
Sorriso, uma cidade situada nas vastidões do estado de Mato Grosso, é célebre por sua fértil produção agrícola e pela amabilidade que emana de sua população.
Com aproximadamente 100 mil almas, Sorriso ostenta o título de capital nacional do agronegócio e se orgulha de sua pujante economia.
Entretanto, as sombras da inquietação pairam sobre a cidade, pois sua paz é agora ameaçada pelo surgimento da Tropa Castelar, uma facção criminosa composta por ex-integrantes do temível Comando Vermelho.
A Tropa Castelar e a Guerra pelo Poder
A Tropa Castelar, oriunda do momento em que alguns membros do Comando Vermelho decidiram renegar sua lealdade e formar um grupo independente, selou um pacto com o Primeiro Comando da Capital, o poderoso antagonista dos CVs.
Inicialmente, a Tropa Castelar carecia de recursos monetários, armas e efetivo, o que parecia conduzi-los ao infortúnio.
Todavia, o PCC enxergou uma oportunidade de fragilizar o Comando Vermelho e optou por unir-se à Tropa Castelar, fortalecendo-os e engendrando uma ameaça inédita para Sorriso.
O jornalista, Juvenilson, lançava mão de sua posição e das viagens frequentes à capital em um carro de imprensa para convencer seus comparsas de que seria “improvável ser interceptado por viaturas policiais”.
Operação Recovery: Tentativa de Restaurar a Ordem
Perante o caos, a Polícia Civil desencadeou a “Operação Recovery”, com o propósito de capturar membros do Comando Vermelho responsáveis pelo tráfico de drogas e homicídios em Sorriso.
No total, 34 pessoas foram presas e R$ 1 milhão em bens da facção foram confiscados. Com o CV debilitado, a Tropa Castelar, agora respaldada pela facção PCC, busca se impor na cidade.
Tropa Castelar: O Caso de Elvis e sua Garota
A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.
Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.
Em um infortúnio recente, repleto de violência e desespero, um veículo Chevrolet Vectra empreendeu uma perseguição sombria à motocicleta pilotada por um homem chamado Elvis, que levava consigo uma garota na garupa.
Ao longo do sinistro embate, o condutor do automóvel, movido por uma inescrutável determinação, arremessou o veículo em direção à motocicleta, resultando na queda trágica do casal ao chão, sob o olhar indiferente da noite.
Elvis, suspeito de fazer parte da infame organização criminosa Comando Vermelho, fora escolhido como alvo pelos ocupantes do Vectra, membros da enigmática e temida Tropa Castelar.
De forma inesperada, o motorista do Vectra perdeu o controle de seu veículo, colidindo com um poste e provocando danos à estrutura, como se as próprias forças das trevas conspirassem contra ele.
Com um ar sombrio e impiedoso, ele e seu cúmplice desceram do automóvel e, em um ato de fria brutalidade, executaram Elvis com uma série de disparos que ecoaram pela eternidade.
A garota, porém, foi poupada pelos criminosos, como se o destino houvesse intervindo em seu favor.
Ela foi socorrida pelos Bombeiros e até o presente momento, os perpetradores desse hediondo ato permanecem ocultos nas sombras, aguardando o desfecho de seu nefasto enredo.
Gilmar, PCC na veia, fez justiça com as próprias mãos em Querência, matou o líder daquela quebrada do Comando Vermelho.
Mas Alysson e Gabriel, do CV, na vingança tentaram contra-atacar e foram atrás de Gilmar, só acertaram raspão.
No dia seguinte, Gilmar foi atrás dos dois que tentaram mandá-lo para o inferno e, matou os dois em Porto Alegre do Norte.
A polícia desconfiou que o tiro de raspão era a razão da vingança. Gilmar negou no começo contando uma história cabulosa:
O irmão de um homem que trabalhava com ele em uma fazenda, e que foi morto por uma agente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e agora ele estava sendo ameaçado.
Não colou não e a polícia logo desconfiou que era conversa. Aí, sabe como é, Gilmar abriu o bico e deu todo o papo reto, que foi ele mesmo: PCC mata dois CVs que foram vingar a morte de outro integrante do Comando Vermelho, e fim.
Comando Vermelho: a morte dos quatro e a taxa de homicídios em Mato Grosso
Quatro trabalhadores paranaenses foram mortos em Nova Monte Verde em 2022 devido a uma interpretação equivocada de um sinal feito por um dos trabalhadores.
Um olhar mais atento sobre a morte destes quatro homens e sobre a taxa de homicídio no Mato Grosso nos revela uma realidade complexa.
As previsões sobre o futuro do crime organizado no Brasil, mesmo produzidas há tão pouco tempo, já se provaram erradas: o CV não se enfraqueceu
Aproveitando-se da mudança estratégica do Primeiro Comando da Capital, o Comando Vermelho (CV) conseguiu a hegemonia de um amplo território.
Como resultado, o aumento de 22,5% em 2022 das mortes violentas em Mato Grosso — acompanhada pelo aumento da letalidade policial em Mato Grosso.
Este estado não é prioridade para a Rota Caipira, excencial para o PCC, e tão pouco para a Rota do Solimões, mas fica no entroncamento das duas.
Pode haver, por parte da facção paulista, interesse por manter a resistência, no entanto, ser apenas o suspiro dos últimos crias isolados resistindo ao CV.
A principal razão da elevada taxa de homicídio na América Latina é a guerra entre facções criminosas, mas Mato Grosso não é exceção.
É apontado como o principal fator para o aumento na violência matogrossense a guerra entre as facções Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho.
Comando Vermelho: a certeza da vitória do Primeiro Comando da Capital
Entre 2018 e 2022, três fatores sugeriam que o Comando Vermelho estaria destinado a perder grande parte de seu poder nos primeiros anos daquela década:
Primeiramente, em 2018, as forças armadas foram enviadas para o Rio de Janeiro para combater o crime organizado, base da facção criminosa carioca Comando Vermelho.
Em segundo lugar, em 2019 a posse do presidente Bolsonaro que tem um histórico apoio aos milicianos, principalmente no Rio de Janeiro.
Assim, O CV enfrentaria simultâneamente em seu território três poderosos inimigos: grupos milicianos apoiados por forças públicas militares; as forças regulares de Segurança Pública; e os grupos criminosos inimigos.
Além de todos esses percalços, o Comando Vermelho enfrenta uma longa, desgastante e incerta guerra contra a organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital.
A soma desses fatores indicava que o Comando Vermelho se tornaria um pequeno grupo atuando em algumas periferias brasileiras.
Aproveitando esse momento de fragilidade do CV, o PCC assumiria a hegemonia criminosa no Brasil, visto que não estava sendo atacado em seu berço, o estado de São Paulo.
Só faltou combinar com os russos! Apesar de tudo, passados anos, o Comando Vermelho continua tão firme e tão forte quanto estava antes.
Vários fatores contribuíram para a resiliência da facção carioca CV:
adaptabilidade aos diversos fatores que lhe foram adversos alterando quando necessário e pelo tempo que acharam melhor seu leque de aliados;
a diversificação de atividades ajudou a organização a se manter financeiramente viável, mesmo sob forte pressão.;
estratégia de expansão territorial que garantiu no passado o poder nacional do PCC que atuava com o mesmo vigor e interesse em uma grande metrópole ou em uma vila em um município fronteiriço;
relação com comunidades locais: de maneira distinta do que o PCC que visava manter um bom relacionamento com a sociedade civil e política, o CV foca na comunidade criminosa local; e
Apesar de tantos golpes mortais, o CV não foi aniquilado. Quem corre pelo lado errado do lado errado da vida continua e continuará entre nós.
O Comando Vermelho é uma manifestação das contradições existentes em nosso espírito coletivo, assim não será eliminado, se muito, se compreendido poderá ser contido.
Alfredo Moreira Ávila Neto e seus colegas, em artigo, lembra algo que não pode ser esquecido:
O Comando Vermelho, fundado em 1979, viu nascer metade dos brasileiros: 49,7% dos brasileiros tem menos de 40 anos de idade.
Assim como o Primeiro Comando da Capital e o Quilombo dos Palmares, o CV sobreviverá independentemente do que qualquer um de nós possa fazer.
O site Insght Crime apresenta um resumo da história da facção carioca.
O Comando Vermelho (CV) é o grupo criminoso mais antigo do Brasil, formado em uma prisão do Rio de Janeiro durante o Regime Militar na década de 1970 como um grupo de autoproteção para presos.
Começou com furtos roubos e assaltos a banco, mas na década de 1980 o grupo se aventurou no comércio de cocaína, trabalhando com cartéis de drogas colombianos e assumindo um papel de liderança social em muitas favelas cariocas.
As péssimas condições do presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande, no Rio de Janeiro, levou os presos a se unirem para sobreviver dentro do sistema.
Inicialmente formaram um grupo miliciano chamado “Falange Vermelha”, mas logo abandonaram sua ideologia do mundo do crime, pois o grupo se envolveu cada vez mais com o crime organizado e a imprensa passou a chamá-lo de “Comando Vermelho”.
Em 1979, o grupo havia se espalhado para fora da prisão e para as ruas do Rio e seus membros livres tinham a tarefa de fornecer dinheiro aos presos.
Esse dinheiro era conseguido por meio de atividades criminosas como assaltos a bancos, o que lhes permitia manter uma boa qualidade de vida na prisão e financiar suas tentativas de fuga.
As ideias do Comando Vermelho se espalharam para outras prisões e o poder da organização cresceu.
Duas décadas depois, em São Paulo, surgiria um movimento prisional semelhante, o Primeiro Comando da Capital (PCC 1533).
O Comando Vermelho era considerado um parceiro ideal pelos cartéis colombianos quando o boom do tráfico de cocaína começou na década de 1980.
O CV já possuía estrutura e organização adequadas para receber e distribuir grandes quantidades da droga.
Os integrantes que não estavam presos agora tinham uma tarefa clara: formar quadrilhas armadas para tomar os territórios do narcotráfico.
O grupo assumiu o controle de muitas favelas do Rio de Janeiro que haviam sido abandonadas pelo estado, estabelecendo um sistema paralelo de governança nas favelas e dando emprego a moradores há muito excluídos da sociedade brasileira.
O Comando Vermelho diversifica suas atividades
Na década de 1990, a influência dos todo-poderosos chefes do jogo ilegal da cidade, conhecidos como “bicheiros”, começou a diminuir, permitindo que o Comando Vermelho se tornasse o principal grupo do crime organizado do Rio e aumentasse sua presença em outros estados.
Em 2005, acreditava-se que o Comando Vermelho controlava mais da metade das áreas mais violentas do Rio de Janeiro, embora em 2008 essa proporção tenha caído para 40%.
Um programa de pacificação da polícia que buscou trazer uma maior presença do estado para áreas dominadas pelo crime reduziu ainda mais a influência do grupo no início de 2010, mas essa estratégia de segurança teve pouco efeito a longo prazo.
Acredita-se que o Comando Vermelho tinha ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O líder do Comando Vermelho, Luiz Fernando da Costa, conhecido como “Fernandinho Beira-Mar”, foi preso na Colômbia em 2001 por supostamente trocar armas por cocaína com a guerrilha.
No final de 2016, o rompimento de uma antiga aliança entre o Comando Vermelho e o PCC gerou uma onda de violência nas prisões brasileiras.
No ano seguinte, o conflito entre os dois grupos continuou, pois o PCC buscava reduzir o poder do Comando Vermelho, formando alianças com gangues inimigas e cooptando membros do grupo carioca para assumir o controle do narcotráfico em áreas de influência do grupo.
O Comando Vermelho tem uma estrutura de liderança relativamente fraca e foi descrito como uma rede de atores independentes, em vez de uma organização hierárquica estrita liderada por um único líder.
No entanto, há chefes que se destacam dentro da estrutura, como Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”, atualmente preso, e Isaías da Costa Rodrigues, o “Isaías do Borel”, que esteve preso por mais de 20 anos, até obter sua liberdade em 2012, preso novamente em 2015 e liberado de novo em agosto de 2022, sendo que quatro meses depois é decretada novamente sua prisão.
O Comando Vermelho tem sede no Rio de Janeiro, mas está presente em outras partes do Brasil, inclusive em São Paulo. Atua também no Paraguai e na Bolívia.
Em dezembro de 2014, às autoridades paraguaias prenderam um líder do Comando Vermelho, Luís Cláudio Machado, conhecido como “Marreta”.
Leque de aliados e inimigos do Comando Vermelho
O Comando Vermelho trabalhou em estreita colaboração com o PCC, até que a aliança de longa data entre os dois grupos se dissolveu em 2016.
Além do PCC, os principais inimigos do Comando Vermelho são milícias formadas por grupos milicianos formados por ex-agentes e agentes das forças de segurança em serviço e duas facções criminosas cariocas: Amigos dos Amigos (ADA) e o Terceiro Comando Puro (TCP), facção dissidente do Terceiro Comando (Terceiro Comando), criado por ex-integrantes do Comando Vermelho.
Acredita-se que o Comando Vermelho tenha vínculos com guerrilheiros colombianos recentemente desmobilizados das FARC, além de outras redes que traficavam cocaína da região andina e maconha do Paraguai.
O Comando Vermelho perdeu poder nos últimos anos, após a ascensão de rivais como o Amigos dos Amigos, que teriam formado uma aliança com o PCC para enfrentar o Comando Vermelho pelo controle territorial do Rio.
Mas parece que está ampliando sua presença internacional, principalmente na Bolívia e no Paraguai.
De acordo com estimativas de 2013, o Comando Vermelho envia uma tonelada de cocaína colombiana para o Brasil todos os meses do Paraguai, que se tornou um centro de tráfico de cocaína para gangues brasileiras.
O conflito contínuo do Comando Vermelho com o PCC se espalhou para fora do sistema prisional, provocando confrontos violentos no Rio e no norte do Brasil pelo controle de lucrativas rotas de tráfico de drogas e mercados locais de drogas.
Pai e filho envolvidos com o Primeiro Comando da Capital são atacado em um intervalo de poucas horas. O pai foi morto na Bolívia e o filho sobreviveu no Brasil.
O narcotráfico está ganhando esta batalha contra o Estado, demonstrando supremacia no controle do território (…) Esses cartéis de drogas são organizados no exterior por grupos como Los Chapitos (um grupo de narcotraficantes do México), o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupos combinados com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, claro, eles têm equipamentos e armas de melhor qualidade do que as forças de ordem.
Há dois meses um integrante da facção PCC foi encontrado amarrado na zona rural perto da rodovia MT-358, e mesmo tento levado três tiros na cabeça e recebido pauladas por todo o corpo, sobreviveu e disse que tomou um ‘salve’ de cinco crias do Comando Vermelho.
No mês passado foi a vez de Pablo do Comando Vermelho, teve sua casa na Vila Horizonte invadida de madrugada por dois supostos integrantes do PCC de capacete e foi morto em seu quarto.
Dessa vez foi de José Claudeson do PCC que foi surpreendido por CVs enquanto estava trabalhando em uma obra com o pai na Vila Alta. Ele foi decapitado na frente do pai e sua cabeça foi levada em uma mochila pelos assassinos. — fonte: Barbará Sá para o RD News