Marketing: Análise do Estatuto da Facção PCC 1533 — 7ª parte

O texto explora o Estatuto do PCC, analisando como estratégias de marketing são utilizadas para criar um senso de identidade e propósito, e como a organização responde às adversidades, moldando-se em meio a desigualdades e o sistema prisional.

Marketing: Será que a estratégia de divulgação da marca Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) ao abrir seu estatuto ao público foi positiva? Uma leitura intrigante e esclarecedora.

Estrutura e Organização: O Marketing da Ordem no Caos

Análisar o Estatuto do PCC, na perspectiva de marketing me pareceu ser importante, pela abrangência, respeito e sucesso obtida pela marca “Primeiro Comando da Capital – Facção PCC 1533“.

O documento, claramente foi não foi criado para o público geral e teve como seu público-alvo:

  1. Irmãos e companheiros do PCC: aos quais o estatuto fornece orientações claras sobre o comportamento esperado, a hierarquia a ser seguida, as responsabilidades de cada membro e as consequências de não cumprir as regras.
  2. Potenciais integrantes: estatuto também serve como um documento de orientação para aqueles que estão considerando ingressar na organização. Define claramente o que se espera dos membros, o compromisso necessário e o sistema de valores do PCC.
  3. Membros de outras facções e organizações: Embora não seja o público-alvo principal, o estatuto também envia uma mensagem para outras facções e organizações sobre a estrutura, as regras e os princípios do PCC.

Solidariedade e Identidade Coletiva: A Construção de um Pertencimento

Para o público a que se destinou, o documento é perfeito, tanto na linguagem utilizada quanto no conteúdo. Aparentemente, a intenção era propagar alguns de seus ideais.

  • Solidariedade e responsabilidade coletiva: O estatuto promove a solidariedade e a responsabilidade coletiva entre os membros do PCC, estabelecendo normas e valores que reforçam a cooperação e a lealdade mútua. Essa ênfase na solidariedade e na responsabilidade coletiva pode ser conectada aos pensamentos do comunitarismo e o marxismo, que defendem a importância das relações sociais e da colaboração na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
  • Ética e moralidade: O estatuto estabelece princípios éticos e morais que devem guiar o comportamento dos membros da organização, como a verdade, a fidelidade, a lealdade e a solidariedade. Esses princípios refletem uma preocupação com a conduta moral e a construção de um sistema de valores alternativo ao sistema prisional e à sociedade em geral. A discussão sobre ética e moralidade no estatuto pode ser relacionada a teorias filosóficas como o deontologismo e o consequencialismo, que buscam fundamentar princípios éticos e morais.
  • Conflito e resistência: O estatuto apresenta uma visão de mundo marcada pelo conflito e pela resistência, posicionando o PCC em uma luta contra a opressão e a injustiça. Essa perspectiva pode ser associada a tradições filosóficas como o materialismo dialético e a teoria crítica, que abordam a dialética entre opressão e resistência e buscam compreender as dinâmicas de poder e dominação na sociedade.

No entanto, em determinado momento, a cúpula da organização criminosa optou por divulgar seu Estatuto ao público externo ao mundo do crime. Diante dessa decisão, surge uma questão: Será que a escolha foi positiva?”

A percepção social derivada da leitura do Estatuto do PCC

Das ruas das periferias aos ambientes acadêmicos, o resultado foi positivo. Apesar do documento cimentar a visão em grupos que já eram radicalmente contra a percepção de qualquer tipo de humanidade entre os criminosos, o Estatuto apresentou a organização como um grupo com finalidades política e social.

Não analiso aqui a correção ou não do papel representativo da facção criminosa, apenas o resultado prático da apresentação do Estatuto como uma jogada de marketing para justificar suas ações dentro e fora dos presídios.

Cabe lembrar também o momento histórico em que a organização foi criada e divulgou seu Estatuto. Estávamos vivendo um período de redemocratização após o fim do Regime Militar, com a aprovação recente da ‘Carta Magna Cidadã’, a Constituição Federal de 1988. A sociedade fervilhava com grandes debates sobre a função social do estado, a violência policial e os direitos humanos.

A organização em busca da Paz, da Justiça e da Liberdade

A repetição de frases como “liberdade, justiça e paz” e “juntos venceremos” no Estatuto do Primeiro Comando da Capital sugere que os autores do documento estavam tentando estabelecer um senso de identidade e propósito compartilhado entre os membros do PCC.

Com o passar do tempo, essa estratégia provou ser extremamente bem-sucedida, com a sigla PJLIU, representando “Paz, Justiça, Liberdade, Igualdade e Unidade“, tornando-se um emblema cobiçado nas comunidades periféricas. Isto é verdade não apenas no universo criminal, mas também entre os jovens das classes média e alta, embora em menor número. Estes indivíduos, apesar de serem poucos, possuem uma influência política e social significativa.

O Estatuto do PCC também revela uma organização que busca estrutura, coesão e identidade coletiva em resposta às condições adversas do sistema prisional e às desigualdades sociais mais amplas. Através do estabelecimento de regras, princípios e objetivos, a facção PCC busca criar um senso de ordem e propósito entre seus membros, enquanto também se posiciona como uma força de resistência contra a opressão e a injustiça.

A Construção de uma Identidade Coletiva: O PCC contra o Mundo

O estatuto do PCC tenta estruturar seus membros. Estabelece regras, princípios e metas. Isso é uma resposta ao caos prisional. A falta de ordem é um problema frequente. A demonstração de organização foi estratégica. Reforçou a imagem da facção perante o público.

O documento cria consciência de classe entre os presos. Identifica-os como vítimas de injustiças. Essa visão incentiva a luta coletiva contra a desumanidade prisional e a desigualdade social. Assim, o estatuto se tornou uma ferramenta de marketing.

O estatuto retrata um conflito contra o Estado e as autoridades prisionais. Isso legitima as ações do PCC, retratando a organização como uma força de resistência. Esse ponto de vista, de resistência contra a opressão, inspirou grupos e criou a imagem da luta de Davi contra Golias.

Também forneceu argumentos para a defesa de uma legitimidade social do grupo. Desta forma, a solidariedade e a lealdade entre os membros cria uma identidade coletiva, um mecanismo de coesão social. Essa identidade fortalece a capacidade dos presos de enfrentar adversidades, o que foi percebido pelo público externo.

O documento faz com que cada criminoso se sinta parte de algo maior. Portanto, este é um exemplo de marketing eficaz, amplificando a ameaça e o poder da organização.

O estatuto de 1997 cita a aliança com o Comando Vermelho, sugerindo uma estratégia de expansão e cooperação. Tais alianças respondem à repressão estatal e ao impulso de reforçar a organização. Porém, essa menção desapareceu no estatuto de 2007. Contudo, em seu início, a então pouco conhecida marca paulista vinculou sua imagem à temida organização criminosa carioca, absorvendo parte do sucesso dessa marca.

A cultura do PCC: O Marketing da Sobrevivência

O documento estabelece valores morais e éticos e desenvolve práticas de respeito a comunidade dentro e fora das muralhas, enfatizando a lealdade de seus integrantes, o que juntamente com a expressa uma cosmovisão que posiciona o PCC como uma força de resistência. O uso de termos como “liberdade”, “justiça” e “paz” transforma a luta do PCC em uma causa simbólica, garantiu um grande resultado midiático.

Portanto, a decisão das lideranças da organização de tornar público o documento teve fatores positivos e que se estendem até hoje, tanto pela construção, mesmo que errônea, de uma estrutura organizada e justa, quanto pelo espaço ganho na mídia.

Condições Carcerárias: o Bagulho Sinistro das Prisões do Paraguai

Vamo lá, irmão, sacar a real das condições carcerárias no Paraguai, como a facção PCC 1533 tá mexendo na fita e o quanto as políticas públicas podem virar esse jogo. É nois na luta pra mudar essa realidade, tá ligado?

Condições carcerárias no Paraguai tão sinistras, mano! Vem sacar o que tá rolando nas prisões e a fita com o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533). Descobre como tudo começou há quase quinhentos anos do outro lado do oceano nesse texto da hora.

Aí, depois dá um salve aqui nos comentários do site, no grupo dos leitores ou manda uma mensagem direta pra mim, tá ligado?

Condições Carcerárias: O Drama dos Irmãos Presos no Paraguai e o Rolê do Defensor Público

A Ouvidoria do Paraguai colou nas cadeias e viu condições carcerárias desumanas, os irmãos abandonados e oprimidos pelo Estado. O Defensor Público Rafael Ávila deu um rolê na Penitenciária de Emboscada, conferindo como tá o bagulho nos presídios.

O governo paraguaio tá plantando sementes sinistras, irmão. O Primeiro Comando da Capital, o Clã Rotela e outros grupos criminosos cuida delas e o resultado tá nas ruas. A criminalidade aumentou e se organizou, e tudo começou lá atrás das muralhas, mano.

O sistema carcerário foi feito pra prender pobres e migrantes, tá ligado? E não é de hoje, essa história sinistra começou do outro lado do oceâno, há muito, muito tempo atrás. Presta atenção no que eu tô falando, irmão. A visita do Defensor Público Rafael Ávila mostra o resultado de quinhentos anos de treta.

Superlotação e insalubridade: o sofrimento dos irmãos presos

Vim pra trocar uma ideia com você sobre as condições carcerárias no Paraguai. A situação tá osso por lá, parece que o bagulho tá muito louco.

Primeirão, as cadeias tão lotadas, os irmãos sofrendo nesse rolê. A facção Primeiro Comando da Capital pesa na parada, mudando o jogo na população carcerária.

Tem mó galera que acha que tráfico, crime organizado e corrupção pioram a situação. Pode ser, mano, não vou discordar. Mas também, o drama e o terror que ficavam escondidos atrás das muralhas tão vindo à tona, tá ligado?

Além disso, as condições nas prisões tão sinistras, tipo cortiço, tá ligado? Os caras enfrentam um rolê difícil, e isso acaba limitando a chance deles se recuperarem e voltarem pra sociedade. Mas ó, a facção PCC tem uma organização interna firmeza, o que pode ser perigoso, porque facilita a expansão e o controle deles nas prisões.

Mano, estudando a história das prisões, a gente vê que elas surgiram por causa de mudanças sociais e econômicas. As condições carcerárias no Paraguai tão na mesma levada, a marginalização e a falta de oportunidade leva o pessoal pro crime.

Da criação das houses of corrections ao Paraguai: a luta dos irmãos pra sobreviver

Uns estudiosos da história falam que as prisões, com uma visão mais moderna, começaram nas prisões eclesiásticas e nas casas de correição. As primeiras tão ligadas à Igreja Católica, que queria punir os religiosos que vacilavam. Já as outras, apareceram na segunda metade do século 16. Lá na Inglaterra, chamavam de houses of correction e bridewells. Na Holanda, rolou a mesma fita, com os nomes rasphuis pros homens e spinhuis pras minas.

A criação das houses of corrections tem ligação com o bagulho que tá rolando hoje no Paraguai, tá ligado? O Estado tinha que arrumar lugar pra prender a galera desempregada ou marginalizada. Lá naquele tempo na Europa, o mercado não conseguia abraçar geral quem tava sendo jogado fora pelas elites feudais.

Aí, os irmãos eram jogados na rua, expulsos das terras que sempre trampavam, na pior, apelando pro crime e mendicância pra viver, saca? Sente a semelhança com hoje?

Resguarda a semelhança com um panteão funesto em um camposanto, inodoro e destituído de banheiro, iluminação e ventilação adequadas. Encontra-se, deveras, em repugnante condição para se estar naquele local.

Essa fita cabulosa poderia ser lá de antigamente, mas foi falada ontem pelo Defensor de Justiça, Rafael Ávila, depois de colar na Penitenciária de Emboscada, no rolê que ele faz pelos presídios do país.

A Penitenciária Regional de Ciudad del Este e a Penitenciária Nacional de Tacumbú também foram visitadas por funcionários e em todas elas foi constatado o mesmo: Miséria, superlotação e outros males que refletem a interminável crise penitenciária que o país vive há muito tempo.

Na Penitenciária de Emboscada, descobriram que quatorze pessoas viviam juntas em condições subumanas em uma cela de três por quatro metros.

Ávila indicou que fará a visita em todos os presídios do país e que em seguida elaborará um relatório que apresentará ao Ministério Público e também à Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional.

Última Hora: Hacinamiento y miseria evidencian la interminable crisis penitenciaria

Então é isso, irmão. A gente tem que entender essas condições carcerárias no Paraguai e o bagulho do PCC pra conseguir enxergar o que tá rolando e tentar mudar a parada. Tamo junto nessa batalha, mas segue o raciocínio pra entender como o bagulho ficou desse jeito.

Condições Carcerárias: A História dos Presídios e o Desafio de Mudar a Parada

Queria te mostrar agora como as “condições carcerárias” e a parada com a facção PCC tão ligadas, saca? Lá na Inglaterra, em 1530, o rei mandou usar o castelo de Bridewell pra abrigar os mendigos e os bandidos menos perigosos. Disciplina e trabalho forçado eram o esquema das bridewells, e o bagulho se espalhou pela Inglaterra.

Pra te mostrar como esse rolê é antigo e já fedia, as tais houses na Inglaterra começaram lá em 1530, mano, só dez depois que o Cabral, aquele que descobriu o Brasil, tinha ido pro saco.

No sistema dos Estados Unidos, a parada também era opressão, trampando os manos, mas de um jeito diferente, saca? Lá, a semente que germinou foi outra, não igual ao nosso sistema prisional latino-americano. Então, fica ligado pra entender como essa história é complexa e conectada, irmão.

Só pra ter uma ideia, como essa história é antiga, Pedro I, que Proclamou a Independência do Brasil, ainda andava no colo das amas de leite da Dona Carlota Joaquina, quando nos EUA surgiu o primeiro sistema penitenciário na Filadélfia.

Lá nos states, os presos passaram a ficar isolados e só trocar ideia na hora do trampo, sempre sob o olhar do vigia. A única parada pra ler era a Bíblia, seguindo a filosofia dos Quakers, que achavam que o isolamento e a leitura do Livro Sagrado botavam os presos pra pensar no erro e se arrepender.

Mas ó, essa parada nunca colou no Brasil, Paraguai ou em qualquer lugar da América Latina, entendeu? É porque é caro pra chuchu e tem uma pá de gente trancada no sistema. Lá atrás, quando criaram as primeiras prisões por aqui, os latino-americanos ficavam babando em tudo que vinha da Europa, tipo da França e da Inglaterra.

Aqui se faz, aqui se paga: chegou a conta dessas escolhas

Na ouvidoria, os manos afirmam que a assistência médica é de araque, só com o básico e o mínimo pra casos urgentes. A comida é terrível, irmão, o cardápio semanal é só macarrão com feijão e quase nunca tem carne. Os presos usam até garrafa de plástico pra pegar a comida, enquanto só uma minoria consegue comer com prato e talher.

Saca só, o último relatório do Ministério da Justiça diz que 17.025 adultos, entre homens e mulheres, tão vivendo nas diferentes prisões do país. Dessa galera, só 5.623 tão cumprindo pena mesmo. O resto? Inocentes, em prisão preventiva, sofrendo por causa de atrasos judiciais e outros problemas, tá ligado? O Defensor de Justiça Rafael Ávila tá fazendo a parte dele, mas a responsa é de todos nós, irmão. Vamos juntos fazer a nossa parte pra mudar essa situação.

Enquanto isso, a gente vê o impacto dessas condições carcerárias no Paraguai, com o Primeiro Comando da Capital e outros grupos criminosos atuando pesado graças a opressão do sistema, se aproveitando da situação dos presídios pra fortalecer seu domínio.

Então, irmão, a gente tem que entender essas condições carcerárias e o bagulho do PCC pra enfrentar esse desafio. Tem que melhorar as políticas públicas, investir em educação, emprego e inclusão social, pra aliviar a pressão no sistema carcerário e melhorar a vida dos irmãos lá dentro.

texto baseado no Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, do Dr. Gerciel Gerson de Lima: SISTEMA PRISIONAL PAULISTA E ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS: A PROBLEMÁTICA DO PCC – PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL.
E em artigo do site Última Hora:

PCC como voz: A facção PCC que ganhou força nos presídios

O texto explora o PCC como voz nos presídios, desde seu surgimento até os impactos na sociedade. Veja como o Primeiro Comando da Capital evoluiu e suas consequências.

“PCC como voz” mostra como o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) surgiu nos anos 90, buscando melhorar a vida dos detentos, mas pagamos um preço alto por isso.

O começo do Primeiro Comando da Capital

Cê já imaginou o “PCC como voz” surgindo nos anos 90, com os manos largados pelo Estado nos cárceres? No começo, o Primeiro Comando da Capital parecia ser a voz dos presos, trazendo paz pros presídios. Detentos sofriam violência, desamparo e condições desumanas, mas o Estado não tava nem aí.

… ao invés de ressocializar criminosos na cadeia, os deixou entregues a própria sorte e os marginalizam ainda mais, permitindo que as prisões recebam mais que o dobro do que suporta de detentos, submetendo-os a condições desumanas e humilhantes, assim como impondo castigos cruéis

Aí surgiu o PCC, disposto a ajudar, zelar pela paz, lutar contra injustiça e opressão nos cárceres e comunidades, mostrando como um grupo de criminosos poderia organizar um movimento pra defender algo legítimo, sacou?

“… não somos contra o governo, mas somos contra a injustiça, abuso de poder, maus tratos, espancamentos e violência há anos às classes pobres nesse País”

Estatuto coloca o PCC como voz dos cárceres

O Estatuto do PCC tinha um ideal firmeza, representando a voz dos esquecidos: fazer valer os direitos humanos que os manos das autoridades ignoravam. Mas, mano, a sociedade pagou caro pela violência, assaltos e rebeliões que rolaram por causa dessa fita.

Deixamos claro que não somos sócios de um clube e sim integrantes de uma Organização Criminosa, que luta contra as opressões e injustiças que surgem no dia a dia.

ítem 4 do Estatuto da facção PCC

O problema das cadeias no Brasil é um reflexo da nossa sociedade e dos corres em áreas como saúde, educação e saneamento.

Nem mesmos as armas nucleares podem trazer uma PAZ sólida e duradoura sem que a humanidade enfrente as injustiças sociais. Onde houver dominação, haverá sempre luta pela libertação e pelo fim da opressão. Onde houver violações dos direitos haverá sempre combate e resistência em nome da IGUALDADE, por isso a dificuldade em se manter uma PAZ sólida e duradoura.

Cartilha da Família 1533

A maioria da população, no entanto, não correu atrás de mudanças pros presídios. Em resposta, o PCC, como voz dos detentos, mandou a letra: “agora o problema é de vocês!”. A facção PCC 1533 dominou o Brasil inteiro, coordenando altos crimes e levantando grana pra organização.

A culpa é sua cidadão de bem, mas é nossa também

Então, é assim: a sociedade tem que ficar esperta na hora de escolher os políticos, porque eles tão aí pra melhorar o corre em várias áreas, sacou? Não é só o bagulho dos presídios, tem a saúde, a educação, o saneamento e tudo mais. A gente tem que ficar de olho, cobrando mudanças e progresso pra geral, especialmente pros menos favorecidos.

Os presídios são só uma parte do problema, mano. Tem que ver que a desigualdade e a falta de oportunidade é que empurra os irmãos pro crime. Se a gente tivesse uma política social firmeza, com acesso à educação de qualidade e emprego digno, a parada seria diferente.

Então é isso, irmão: a sociedade tem que tá unida, cobrando os políticos e exigindo políticas públicas melhores. Afinal, eles tão aí pra representar nós, e se a gente não fica em cima, eles vão seguir fazendo o que é melhor pra eles, e não pro povo. A responsa é nossa também, então temos que lutar pra mudar essa situação e garantir um futuro melhor pra todos, inclusive pros que tão no cárcere.

Estratégias para enfrentar e enfraquecer a facção

O tal do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que tão falando que diminuiu a criminalidade, não segura os líderes do PCC. Jornal já mostrou que os cabeças, mesmo como voz dos presídios, ainda conseguem se comunicar e armar os corres criminosos.

Tá lá para quem duvidar na matéria no “Conexão Repórter” do SBT que mostrou uns vídeos de 2007, lá na Penitenciária de Presidente Venceslau. A fita mostrava os líderes do PCC, tipo Marcola e Juninho Carambola, trocando ideia soltos, sem estresse. Aí, dependendo das oportunidades, eles podiam armar os corres e espalhar pros outros presídios.

Pacificação após o PCC como voz das quebradas

A paz nos presídios de São Paulo e a diminuição de mortes nas ruas podem ser só por um tempo, mas a sociedade não pode dormir no ponto e deixar o “PCC como voz” de lado de novo. Uma ideia pra enfraquecer a facção é atacar as finanças deles, como rolou com a máfia italiana Camorra lá fora.

No fim das contas, é mó responsa analisar o Primeiro Comando da Capital e buscar estratégias pra acabar com essa parada, encarando a desordem e corrupção que tão zuando nosso país.

texto baseado no trabalho dos pesquisadores Paula dos Santos Bigoli e Eduardo Buzetti Eustachio Bezerro: Facções Criminosas: o caso do PCC – Primeiro Comando da Capital

Facção PCC no Uruguai: Expansão, Alianças e Consequências

O texto explora a presença e as ações da facção PCC no Uruguai, abordando a expansão da organização criminosa, alianças com outras gangues e os objetivos dessas atividades.


Facção PCC no Uruguai: saiba como o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533), ampliou suas atividades no país vizinho, estabelecendo alianças, influenciando o cenário do crime organizado e ameaçando a estabilidade nas prisões.

Facção PCC no Uruguai: como tudo começou

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital, originária do Brasil, começou a se instalar em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, em 2010. O objetivo era controlar diretamente o tráfico de drogas e expandir sua influência nas prisões paraguaias.

Após o assassinato do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, em 15 de julho de 2016, o Departamento de Estado Americano começou a investigar a disputa entre os dois grupos rivais pelo domínio do legado de Raffat e o impacto do novo posicionamento do PCC no Narcosul (Narcosur), o Cartel Internacional de Drogas da América do Sul.

A guerra entre as organizações criminosas brasileiras Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho (CV) transpôs as fronteiras do Brasil e do Paraguai, levando o Serviço de Inteligência da Polícia Nacional do Uruguai a monitorar cinco províncias – Artigas, Cerro Largo, Rivera, Rocha e Treinta y Tres – quanto a possíveis ações violentas desses grupos criminosos e seus aliados.

Alianças com Gangues Locais e Disputas Territoriais

A polícia uruguaia foi avisada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) que o PCC estaria distribuindo armas aos seus membros no sul do Brasil para agir no Uruguai. Além de assaltos, ações nos presídios uruguaios também estariam sendo planejadas.

Dados do MP-SP indicam que, em agosto de 2016, o PCC possuía 686 membros conhecidos no Rio Grande do Sul. A facção tem presença significativa no estado, disputando ou fazendo alianças com diversas outras facções, sendo a Bala na Cara a mais importante rival na região.

Existe o receio de que o PCC organize, dentro do sistema penitenciário uruguaio, métodos de recrutamento semelhantes aos utilizados no Brasil. Membros da facção receberam apoio externo, aproveitando alianças comerciais com gangues uruguaias ligadas ao tráfico internacional de armas.

As ações do PCC visam não apenas o controle das rotas de acesso de drogas e armas, mas também a lavagem de dinheiro e o envio de drogas para a África e Europa através do porto de Montevidéu. Isso fortaleceria a posição do PCC em relação às outras facções na América Latina.

Carta de uma cunhada do PCC: coragem e esperança de uma mãe

“Carta de uma cunhada” é uma história emocionante e inspiradora de uma mãe corajosa, buscando um futuro melhor para seus filhos e enfrentando as adversidades de ter um marido membro do Primeiro Comando da Capital.

“Carta de uma cunhada” revela a luta de uma mãe determinada em superar desafios, proteger seus filhos e encontrar amor em meio a um cenário complexo que envolve as famílias dos integrantes da facção PCC.

E para quem não é da Família 1533, vai uma explicação necessária:

Na organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), o termo “cunhada” é utilizado para se referir às esposas, companheiras ou namoradas dos membros da facção. Essas mulheres geralmente possuem laços afetivos com os integrantes do PCC e podem ou não estar diretamente envolvidas nas atividades criminosas da organização.

Carta de uma cunhada: uma mãe e o bem-estar e a felicidade dos filhos

Escrevo com muita esperança sobre meu futuro e dos meus filhos. Sou mãe de três crianças incríveis – o mais velho tem 13 anos e o mais novo, 9 anos – e enfrento muitos desafios em minha vida, especialmente para sustentar e proteger meus filhos com o fruto do meu trabalho.

Há alguns anos, me mudei para a capital e fui confrontada com a dura realidade das facções criminosas. Moro em um residencial onde muitos têm parentes presos, membros do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533). Contudo, vale ressaltar aqui que não é porque somos “cunhadas” que vivemos de corre. A maioria de nós trabalha duro para sustentar nossas famílias e promover um furuto melhor para nossos filhos, e não vivemo do dinheiro do crime.

Encontrando amor e esperança em meio às adversidades

Conheci meu marido através de uma vizinha que cuidava dos meus filhos, uma mulher trabalhadora e honesta. Seu marido estava no presídio com o meu atual companheiro, e foi assim que nossa história começou.

Há dois anos atrás eu falei brincando que ia arrumar um marido preso que era pra não me incomodar mais com os de fora. Eu buscava uma nova chance no amor, depois de relacionamentos abusivos e dolorosos no passado.

Vim de dois relacionamentos nos quais sofri agressões e precisei recorrer à Lei Maria da Penha, além de medidas protetivas. Homens, que aparentavam ser bons na sociedade, mostravam sua verdadeira face dentro de casa.

O pai dos meus filhos, por exemplo, era viciado em drogas e me agrediu após muitos anos juntos. Nunca aceitei a violência, e sempre enfrentei essas situações com coragem. Com o passar do tempo, percebi o impacto desses relacionamentos em meus filhos e a importância de proporcionar a eles uma vida mais segura e amorosa.

Essa minha vizinha, um dia depois de uma visita ao seu esposo, falou que ele tinha um amigo que perguntou se não conhecia uma mulher pra ele trocar uma idéia é enfim poder se relacionar. Que no início seria só amizade, mas de desse certo…

Até mesmo você merece uma segunda chance

Aceitei me corresponder por cata com aquele homem, um integrante do PCC 1533. Logo de início já deixei claro meu jeito de pensar e o que eu pretendia. Disse que:

… não quero que você minta para mim, não preciso de você, não preciso do seu dinheiro, não preciso de você. Vim para, meio que, conhecer, de verdade, né? E eu falei para ele que estava fazendo uma caridade, que todos têm direito a um carinho, que estava garantindo minha vaga no céu, falei brincando, mas assim, não foi só por isso. Nem todo mundo que está preso não merece uma chance. Ele já estava lá há cinco anos, sem visitas, já faz cinco anos que ele está aqui.

Aos poucos, nossa amizade evoluiu para algo mais, e hoje já completamos um ano juntos. Aprendi a enxergar além das aparências e descobri que, mesmo na prisão, ele se preocupa comigo e com meus filhos. Sei que ele é uma figura controversa, mas acredito que todos merecem uma segunda chance, afinal, todos merecemos uma segunda chance.

É difícil lidar com a realidade de ter um marido envolvido com uma organização criminosa como o Primeiro Comando da Capital e pensar nas implicações econômicas, afetivas e sociais para meus filhos. No entanto, percebi que não posso generalizar.

Nos dias de visita, encontro mães, trabalhadoras e pessoas que, mesmo diante das circunstâncias difíceis, tentam apoiar e orientar seus entes queridos encarcerados. A tensão do lado de fora das muralhas é apenas superada pela esperança e pelo amor no coração de todas aquelas mulheres, idosos e crianças reunidos ali, levando carinho aos seus pais, filhos e irmãos presos.

Minha vida é uma constante correria, mas atualmente encontrei uma profissão que me apaixona: sou responsável por um setor em uma organização que realiza trabalhos sociais. Meu trabalho me proporciona momentos de reflexão sobre a relevância do caráter e do amor, independentemente das decisões tomadas no passado.

A importância do caráter e da educação para um futuro promissor

Esta carta de uma cunhada é uma história de superação, esperança e busca por um futuro melhor. Aprendi a acreditar nas segundas chances e a valorizar o verdadeiro caráter das pessoas, mesmo diante das adversidades.

Com todos os desafios e experiências, continuo a me esforçar para ser a melhor mãe possível para meus filhos, proporcionando-lhes um lar seguro e cheio de amor. Tenho esperança de que eles cresçam com valores sólidos e possam fazer escolhas melhores na vida.

A segurança econômica, afetiva e social que busco oferecer aos meus filhos é um dos meus maiores objetivos. Entendo que o ambiente em que vivemos pode apresentar riscos, mas acredito que, com amor, orientação e dedicação, é possível superar as dificuldades e criar um futuro mais promissor para eles.

Ter um marido membro do Primeiro Comando da Capital pode despertar julgamentos e estigmas, mas aprendi a seguir em frente e a lutar pelo bem-estar da minha família. Acredito que a educação e a formação moral dos meus filhos são fatores cruciais para evitar que sigam um caminho similar.

Como mãe, minha responsabilidade é ensinar aos meus filhos a importância do trabalho honesto, do respeito ao próximo e do valor da vida. Não abro mão disso, pois sei que o futuro deles depende das minhas decisões. Que Deus me permita fazer sempre as melhores escolhas.

Carta de uma cunhada é uma história real

A cada dia, enfrento desafios e incertezas, mas meu amor pelos meus filhos me dá força para continuar. Eles são minha inspiração e minha motivação para buscar uma vida melhor, longe das influências negativas e do crime. Sei que nem todos os membros da facção PCC são iguais, e que muitos deles enfrentam suas próprias lutas internas.

Esta carta de uma cunhada é um relato sincero de uma mãe que luta por um futuro melhor, tanto para si quanto para seus filhos. É um testemunho de que, mesmo diante das adversidades e das escolhas difíceis, é possível encontrar esperança, amor e resiliência. Continuarei a enfrentar os desafios que a vida coloca no meu caminho, sempre focando no bem-estar e na felicidade dos meus filhos, pois são eles que realmente importam.

A culpa pelo caos do sistema prisional brasileiro e a facção PCC

A culpa pelo caos no sistema prisional brasileiro é resultado de diversos fatores, incluindo injustiça social, falta de oportunidades e superlotação carcerária, criando o calpo perfeito para a presença do Primeiro Comando da Capital e outras organizações criminosas.

Culpa pelo caos no sistema prisional brasileiro é um tema complexo e preocupante; descubra a relação entre injustiça social, falta de oportunidades, superlotação carcerária e a facção PCC 1533.

Culpa pelo Caos: Desvendando os Problemas do Sistema Prisional Brasileiro

Quero compartilhar informações que obtive de Gerciel Gerson de Lima, advogado criminalista da Comarca de Itu no interior paulista, sobre a culpa pelo caos no sistema prisional brasileiro.

Segundo ele, a equação envolve injustiça social, falta de oportunidades e superlotação carcerária.

Primeiro Comando da Capital e facção PCC 1533 são termos que aparecem frequentemente quando se discute a situação das prisões. As informações fornecidas pelo Dr. Gerciel revelam que, em 2021, 682.182 pessoas estavam encarceradas no Brasil, deixando o país em posição de destaque entre os que mais prendem no mundo.

Injustiça Social e Falta de Oportunidades: Ingredientes do Caos

Os problemas do sistema carcerário incluem superlotação, torturas, maus tratos, rebeliões e a presença de grupos criminosos, como o mencionado da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

O advogado paulista explicou que a superlotação é consequência de vários fatores, incluindo o aumento da criminalidade, a atuação eficiente e truculenta da polícia e dos agentes prisionais e um sistema de julgamento excessivamente punitivo.

A condenação de cidadãos por crimes menos graves ou famélicos contribui indiretamente para o problema da superlotação, enquanto a reincidência de presos libertos devido à falta de oportunidades e ao estigma amplia ainda mais a questão.

Repensando a Abordagem do Estado

O criminalista levantou uma questão importante: se o Estado negligenciava sua imagem institucional ao prender e torturar presos políticos, o que esperar do tratamento dado aos que cometeram algum delito?

A resposta é clara: o preso comum enfrenta um sistema prisional retrógrado, desumano e carente de reformas que garantam dignidade ao detento.

Essas informações nos fazem refletir sobre as motivações do crime e a importância de entender o “por quê” e não apenas o “quem”.

Espero que este texto proporcione uma visão abrangente dos pontos discutidos com o advogado criminalista. Estou ansioso para ouvir seus comentários no site, nos grupos de WhatsApp ou através de mensagens privadas.

PCC e o sistema carcerário: um passeio pela história do descaso

O PCC e o Sistema Carcerário: neste texto, revisito a história do sistema carcerário brasileiro, analisando seu descaso, as condições precárias das prisões e sua relação com a desigualdade social no país.

PCC e o sistema carcerário são temas relevantes na sociedade atual; explore conosco essa história de descaso e desigualdade no Brasil levaram a criação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

O PCC e o sistema carcerário feitos um para o outro

O vídeo “Suas Faces, PCC | Primeiro Comando da Capital – sua origem | O quê Marcola Têm haver com isso?” do Canal Fatos Descobertos aborda a história e origem da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533). O PCC surgiu no sistema carcerário do estado de São Paulo, em 1993, e se expandiu para outros estados, tornando-se uma rede com ramificações em diversas áreas do crime organizado.

Dr. Gerciel Gerson de Lima é um especialista na questão carcerária e seus ensinamentos podem contribuir para a compreensão da origem e do crescimento do PCC.

De acordo com Dr. Gerciel, a superlotação das prisões e a negligência do Estado em relação às condições dos detentos são fatores que contribuíram para a formação dessa organização criminosa. Além disso, o sistema carcerário ineficiente e a falta de políticas de ressocialização também desempenharam um papel importante nesse processo.

Conhecer e debater essas questões é fundamental para que possamos buscar soluções efetivas para enfrentar o problema do crime organizado no país.

E aí, o que você acha dessa situação, gostaria de ouvir sua opinião aqui nos comentários ou nos grupos do site, caso ainda não participe de nenhum grupo se inscreva no link do Zap no começo da matéria? Vamos conversar mais sobre isso e pensar em possíveis soluções?

Desafios iniciais do sistema carcerário

O sistema carcerário em São Paulo já enfrentava problemas desde 1829. Eu descobri que um relatório da época denunciava o espaço físico reduzido e o ambiente abafado na prisão. Outros relatórios apontaram falta de higiene, ausência de assistência médica, alimentação escassa e acúmulo de lixo, mostrando total desrespeito à dignidade humana.

Anos mais tarde, em 1841, outro relatório destacava as péssimas condições da Cadeia de São Paulo. Nuto Sant’Anna chamou a situação de “indecorosa” e “uma verdadeira violação do Código Penal”. Assim, o sistema prisional brasileiro começou sem preocupação com a dignidade do detento ou a questão da ressocialização.

Este estado de cousas porem não é somente indecoroso para um Estado, que alardia de Christão, e de civilizado; é mais: uma verdadeira violação do Código Penal. Ninguem negará, que elle agrava as penas legalmente impostas aos réos, far-lhes soffrer maior soma de males do que a lei respectivamente preestabeleceu para seus crimes; e esses males são o sofrimento moral, e physico de todos os momentos produsido pela impureza do ar; e dos aposentos, a deterioração da saude, e por conseguinte o encurtamento da vida dos presos, males que elles não sofririão, si o estado das Prizões fosse tal, como a Razão, a Constituição o prescrevem, entretanto não é licito que um crime seja punido com penas diversas, ou maiores do que as para elle estiverem decretadas.

Presos e condenados e o descaso histórico e desigualdade social

A propósito, é importante diferenciar os presos dos condenados. Os presos são aqueles que aguardam julgamento, enquanto os condenados já receberam uma sentença definitiva. A manutenção conjunta desses dois grupos tem origem na história do sistema prisional brasileiro.

Eu percebi que o descaso com o sistema carcerário está intimamente ligado à questão social no Brasil. A prisão é, em grande parte, para os pobres, pois raramente alguém com alto poder aquisitivo sofre as mazelas do sistema carcerário. Isso reflete a má distribuição de renda no país, que começou desde a época do Brasil Colônia, caracterizada pela exploração e abismo entre ricos e pobres.

A ascensão de Marcola

Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, é um dos líderes mais notórios do PCC. Marcola ascendeu ao poder na organização após um tempo em que os líderes eram José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roriz da Silva, o Cesinha.

Marcola foi um dos responsáveis por transformar o PCC em uma organização altamente estruturada e lucrativa, expandindo suas atividades para além das prisões e estabelecendo conexões com outros grupos criminosos, tanto no Brasil como no exterior.

A história do PCC e de Marcola são exemplos de como a questão carcerária no Brasil é complexa e exige uma abordagem mais abrangente. Isso inclui políticas públicas voltadas para a melhoria das condições dos detentos, programas de ressocialização e medidas de combate à corrupção e ao crime organizado.

Refletindo sobre o passado

As informações que te contei foram extraídas da dissertação do Dr. Gerciel Gerson de Lima, apresentada na Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, sob orientação da Professora Doutora Ana Lúcia Sabadell da Silva do Núcleo de Estudos de Direitos Fundamentais e da Cidadania em 2009.

Entender a história do PCC e do sistema carcerário é fundamental para compreender os desafios enfrentados atualmente e buscar soluções que promovam a dignidade humana e a ressocialização dos detentos. Espero que essa conversa tenha te ajudado a entender melhor essa questão.

30 Anos Preso: O Apocalipse do Primeiro Comando da Capital

A ameaça do apocalipse do PCC, associado aos 30 anos de prisão de Marcola, desperta medo e incerteza na sociedade. O adiamento do evento catastrófico e a possível libertação de líderes notórios geram questionamentos sobre o futuro.

Um apocalipse anunciado

“30 anos preso” era a palavra-chave que ecoava pelos presídios e quebradas, alimentando a tempestade do apocalipse.

O fim do mundo planejado pelos chefes do Primeiro Comando da Capital se daria no exato momento em que Marcola, o líder maior da facção, fosse impedido de sair do encarceramento após cumprir o seu tempo normal de prisão.

Antigamente, era comum ouvir sobre o apocalipse vinculado ao Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533), e a atmosfera se carregava.

Em 2015, um sobrinho relatou, em uma saidinha, os preparativos para o aniversário de 30 anos de prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola do PCC. Preso pela primeira vez em 1986, a chegada de 2016 marcaria sua detonação automática do apocalipse, caso não fosse libertado. Esse apocalipse significava uma revolta total nas ruas e presídios, uma espiral de violência e terror.

O adiamento do apocalipse

Contudo, 2016 veio e se foi.

Em 2019, Marcola foi transferido para um presídio federal, gerando apreensão e receio de retaliações por parte do PCC. Na época, Bolsonaro chegou a ligar para Moro, buscando impedir a transferência devido ao medo da reação da facção. Entretanto, a ordem judicial obtida pela promotoria de Justiça de São Paulo prevaleceu, e a transferência ocorreu sem reações por parte do PCC. Hoje, Bolsonaro afirma que a decisão de transferir Marcola foi sua, em uma tentativa de reivindicar o controle da situação e demonstrar seu posicionamento contra o crime organizado.

Mas, novamente o apocalipse não ocorreu. A liderança do PCC optou por não deflagrar a temida revolta, talvez calculando os riscos e ponderando as consequências.

30 anos de prisão como cálculo político

Há exceções em que condenados permanecem presos mesmo após cumprir 30 anos. O comportamento na prisão, a periculosidade e o acúmulo de penas são considerados na avaliação de liberação.

A questão política também pesa: Lula ficou preso sem provas, enquanto Bolsonaro, Trump e militares brasileiros permanecem impunes, apesar das evidências contra eles.

A coragem de soltar réus notórios

No caso de Marcola e Charles Bronson, outro preso famoso, qual magistrado teria a coragem de soltá-los, dentro ou não dos limites da lei?

Em suma, a sombra do apocalipse do PCC paira sobre a sociedade, impregnada de medo e incerteza.

Rogério Jeremias Simone, conhecido como Gegê do Mangue, deixou o presídio pela porta da frente em 2018, cumprindo as normas legais. No entanto, a repercussão negativa de sua soltura e a subsequente fuga para o exterior dificultaram ainda mais a possível libertação de Marcola. Diante desse cenário, a Justiça passou a buscar subterfúgios para mantê-lo detido.

Por enquanto, o evento catastrófico foi adiado, mas a pergunta permanece: o que ocorrerá quando Marcola e outros líderes do PCC eventualmente deixarem a prisão? O apocalipse bíblico pode ser apenas uma metáfora, mas o medo gerado pelo apocalipse do PCC é tangível e real.

Deu chabu! Mas por quê?

Contudo, atualmente, o Primeiro Comando da Capital é uma organização mais horizontal, composta por subgrupos que não são diretamente afetados pela transferência de Marcola e outros líderes para fora do estado ou pela imposição do regime disciplinar diferenciado.

A estrutura da organização criminosa persiste, tanto dentro quanto fora dos presídios. Parece natural que ocorra uma disputa interna para ocupar o lugar das lideranças isoladas nos presídios federais. Não tenho nenhuma esperança que o PCC acabou.

afirma Lincoln Gakiya à Revista Isto É

Neste novo cenário, o Apocalipse tornou-se apenas uma opção. A decisão de colocá-lo em prática ou não será tomada levando em consideração os interesses políticos, econômicos e sociais da maioria dos membros da facção.

30 Anos Preso: A Sombra de Charles Bronson do PCC

Charles Bronson e a contagem regressiva

“30 anos preso” é uma palavra-chave que ressoa no imaginário popular, conectando-se às sombras do Primeiro Comando da Capital e ao seu líder máximo, Marcola.

Neste cenário surge a figura de Charles Bronson, cuja história se entrelaça com o temido apocalipse do PCC. Charles Bronson, condenado a 99 anos de prisão, completou recentemente 28 anos de reclusão.

Seu advogado busca abatimentos de benefícios, acreditando na possibilidade de libertação. Porém, o medo do Primeiro Comando da Capital permeia o ar, e as perspectivas de libertação trazem consigo um rastro de incertezas e terror.

A libertação de líderes notórios da facção paulista PCC

A facção PCC tem como uma de suas principais marcas a capacidade de gerar medo e um sentimento de iminente apocalipse. A possibilidade de libertação de líderes notórios, como Charles Bronson, alimenta esse sentimento e incita preocupações na sociedade.

Quando se fala em “30 anos preso”, muitos associam esse marco ao líder do PCC, Marcola. Contudo, essa marca também atinge outros personagens do mundo do crime, como Charles Bronson. A libertação de tais indivíduos pode desencadear eventos catastróficos, evocando a atmosfera de um apocalipse bíblico.

Em suma, a sombra de Charles Bronson, assim como a de Marcola, paira sobre a sociedade, trazendo consigo o medo do apocalipse do PCC. A libertação desses líderes notórios pode representar um ponto de virada na luta contra o crime organizado, e o temor de um apocalipse real cresce a cada dia.

texto base: Charles Bronson Prudentino já Cumpriu 28 dos 99 Anos a que foi condenado

O Massacre do Carandiru e o Surgimento da facção paulista PCC

O Massacre do Carandiru, um trágico evento na história do Brasil, e como ele levou ao surgimento e fortalecimento de facções criminosas, como o PCC. Discute-se a omissão do Estado e a violação dos Direitos Humanos nas penitenciárias, destacando a necessidade de mudanças para garantir a dignidade e os direitos fundamentais dos detentos.

O Massacre do Carandiru foi o chute inicial da criação de uma das Maiores Facções Criminosas do Mundo: o Primeiro Comando da Capital.

A Relação entre Omissão Estatal e o Massacre do Carandiru

Caros leitores, permitam-me apresentar um caso intrigante, retirado do TCC de Julia Fernandes Pereira da Universidade Federal de Ouro Preto, sobre o trágico Massacre do Carandiru.

Essa história sombria revela como a omissão estatal e as condições precárias das penitenciárias brasileiras contribuíram diretamente para o surgimento e ascensão do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do mundo.

Para entender esse problema social enraizado na sociedade brasileira, é fundamental analisar as condições de sobrevivência dentro das penitenciárias em 1992, especialmente na Casa de Detenção de São Paulo, localizada no bairro do Carandiru.

Infelizmente, essas condições ainda persistem em muitos estabelecimentos prisionais até hoje, com superlotação e falta de higiene sendo questões crônicas.

O Surgimento do PCC e a Revolta contra a Omissão Estatal

Ao analisar o surgimento do PCC, torna-se claro que a omissão estatal no auxílio aos menos favorecidos gera revoltas sociais e a busca por suporte, independentemente de sua origem.

A vida em celas insalubres, surtos de doenças graves, falta de recursos financeiros e rixas internas por causa de drogas geram desespero por sobrevivência dentro das penitenciárias.

Nesse cenário, o PCC surge como uma organização que oferece assistência necessária, embora de maneira racionalizada e extremamente radical.

Com um regimento interno agressivo e opressor, essa facção criminosa busca impor ordem e garantir a sobrevivência de seus membros.

A Casa de Detenção de São Paulo e o Sentimento de Repúdio contra o Estado

A situação da Casa de Detenção de São Paulo, no bairro do Carandiru, foi um exemplo perfeito das condições precárias que levaram ao desenvolvimento do sentimento de repúdio contra o Estado.

A superlotação, a insalubridade, o desamparo estatal e a ausência do cumprimento de direitos básicos à saúde foram fatores que geraram uma movimentação generalizada e desesperada, que se perpetua até hoje.

O Legado do Massacre do Carandiru e a Continuidade das Condições Precárias nas Penitenciárias

O Massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, é um marco na história brasileira e está diretamente relacionado ao surgimento e ascensão do PCC.

Infelizmente, muitas das condições que levaram a essa tragédia ainda persistem em estabelecimentos prisionais do país, evidenciando a urgência de melhorias no sistema carcerário.

A compreensão dessa realidade é fundamental para que possamos buscar soluções e evitar a repetição de eventos tão trágicos e marcantes quanto o Massacre do Carandiru.

A Tragédia e as Controvérsias do Massacre do Carandiru

A “Varredura” Social e a Chocante Violência no Carandiru

O Massacre do Carandiru expôs a terrível realidade das ações violentas contra os marginalizados da sociedade brasileira.

Nesse trágico episódio, 111 detentos foram mortos por policiais militares, que alegaram legítima defesa contra presos armados com armas brancas e objetos artesanais.

No entanto, não houve baixas entre os policiais, levantando questionamentos sobre a justificativa apresentada.

Massacre do Carandiru: Manipulação dos Números e Suspeitas de Censura

Há fortes indícios de que o número oficial de mortos no Massacre do Carandiru tenha sido manipulado pela mídia da época, possivelmente por motivos eleitorais. Jornais e a Organização dos Estados Americanos OEA especulam que o número de mortos possa ter sido muito maior do que os 111 divulgados.

Alguns presos chegaram a afirmar que 280 pessoas foram mortas, enquanto a comissão de presos da Casa de Detenção apontou 220 mortes.

A Repercussão do Massacre e o Apoio de Parte da Sociedade

O Massacre do Carandiru foi apoiado por uma parcela da sociedade na época e, infelizmente, ainda encontra apoio hoje em dia.

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou recentemente o Projeto de Lei 2821/21, que concede anistia aos policiais que participaram do massacre.

A justificativa apresentada foi que os policiais atuaram em uma ação para restabelecer a ordem dentro das penitenciárias.

A Importância de Lembrar e Refletir sobre o Massacre do Carandiru

A história do Massacre do Carandiru é um importante lembrete das injustiças e violências sofridas pelos marginalizados no Brasil.

É fundamental revisitar esse evento trágico e questionar as ações e justificativas apresentadas, bem como os números divulgados, para que possamos trabalhar em direção a um futuro mais justo e humano, evitando a repetição de tragédias como esta.

A Omissão Estatal e o Impacto no Cenário das Penitenciárias Brasileiras

O Indulto Natalino e a Controvérsia em Relação aos PMs do Massacre do Carandiru

O ex-presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto de indulto natalino, concedendo benefícios aos 74 PMs condenados pelo Tribunal do Júri pelos homicídios ocorridos no Massacre do Carandiru.

Essa decisão reforça a ideia de que não houve abuso de poder pelos funcionários públicos e evidencia a omissão do Estado na busca por justiça contra crimes praticados contra os encarcerados.

A Contribuição da Omissão Estatal para a Criação de um “Novo Estado”

A omissão do Estado na prestação das garantias constitucionais contribuiu para a criação de um “novo Estado” dentro dos presídios e aglomerados do país.

A realidade das penitenciárias brasileiras é drasticamente diferente do que é previsto e garantido pela Constituição, com problemas como superlotação e dificuldades de reinserção social para ex-detentos.

O Aproveitamento da Brecha Social e Estatal pelo PCC

O PCC se aproveita dessa brecha social e estatal para se estabelecer dentro dos presídios, oferecendo paz por meio da violência e controlando o tráfico de drogas.

A facção criminosa também oferece apoio às famílias, contratação de advogados e proteção aos detentos, embora puna aqueles que traem seu sistema com a pena de morte, conforme mencionado em seu Estatuto.

A Necessidade de Enfrentar a Omissão Estatal e Buscar Justiça

Para romper o ciclo de violência e o domínio das facções criminosas como o PCC, é fundamental enfrentar a omissão estatal e garantir que as condições das penitenciárias sejam de acordo com o previsto na Constituição.

Somente assim será possível criar um ambiente propício à reinserção social dos detentos e buscar justiça para as vítimas de eventos trágicos, como o Massacre do Carandiru.

Desvendando os Mistérios por Trás do Massacre do Carandiru

A Insustentável Realidade e o Desejo de Mudança nas Sombras do Estado

Analisando cuidadosamente os indícios, percebe-se que a omissão do Estado em relação às condições das penitenciárias e aglomerados resulta em uma realidade insustentável para aqueles que vivem nessas circunstâncias.

A busca pela garantia de um mínimo existencial leva muitos a optarem por sistemas alternativos de apoio, como facções criminosas, tais como o PCC, cuja origem remonta ao Massacre do Carandiru.

O Surgimento do PCC e o Intrincado Labirinto do Funcionalismo Social Alternativo

Em minha investigação, descobri que o PCC e outras facções criminosas exercem um papel significativo no sistema prisional brasileiro, criando um sistema interno de controle do caos e estabelecendo um novo funcionalismo social baseado no tráfico de drogas e armas.

A adesão a essas facções, apesar de sua natureza radical, é um claro indício da gravidade da realidade social vivenciada pelos marginalizados.

A Necessidade de Autogoverno e a Revolta Silenciosa Contra o Estado

Diante da situação degradante enfrentada pelos detentos e moradores de aglomerados, emerge uma necessidade de autogoverno e uma revolta silenciosa contra o Estado.

Através de relatos externos e pesquisas empíricas, consegui compreender esse fenômeno e a busca por justiça com as próprias mãos.

Foco na Análise das Penitenciárias de São Paulo

O melhor método de investigação é concentrar-se nas penitenciárias de São Paulo, principalmente no surgimento do PCC após o Massacre do Carandiru.

Esse enfoque permite coletar dados mais concretos sobre a facção e seu surgimento, evitando a diluição dos resultados ao analisar outras facções pelo país.

O Grande Desafio do Estado em Lidar com a Realidade das Facções Criminosas e o Massacre do Carandiru

Para enfrentar a realidade das facções criminosas e a busca por justiça pelas próprias mãos, é imperativo que o Estado reconheça e lide com as falhas em seu sistema de apoio e garantia de direitos.

A solução passa por enfrentar a omissão estatal, melhorar as condições nas penitenciárias e aglomerados, e promover a reinserção social dos detentos de maneira efetiva, evitando que episódios como o Massacre do Carandiru se repitam.

O Massacre do Carandiru e a Ascensão das Facções Criminosas

Investigação Aprofundada e Fontes Criteriosas

Com olhar analítico, explorando documentários e livros aclamados pela crítica, que apresentam perspectivas imparciais e confiáveis, evitando a contaminação por informações tendenciosas ou duvidosas.

O Massacre do Carandiru, assim, é revelado como o estopim para a ascensão efetiva de uma das maiores facções dentro do mundo do crime.

O Caos Preexistente nas Penitenciárias e o Surgimento do PCC

A investigação revela que o Massacre do Carandiru foi apenas a faísca que acendeu um rastilho de pólvora, evidenciando problemas muito mais profundos e arraigados nas penitenciárias brasileiras.

A partir de obras como Carandiru de Drauzio Varella, A Guerra de Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias, e República das Milícias também de Bruno Paes Manso, constata-se que o PCC emerge após o massacre ocorrido no maior presídio da história do país.

A Omissão Estatal e o Descaso com os Direitos Humanos

As autoridades estatais optaram por se omitir mesmo após 10 anos do Massacre do Carandiru, perpetuando um ciclo vicioso de violação aos direitos básicos e ignorando os Direitos Humanos nos estabelecimentos prisionais.

A situação degradante e humilhante vivenciada pelos detentos, muitos ainda sem sentença, apenas reforça a urgência de mudanças no sistema carcerário brasileiro.

O Desafio de Romper o Ciclo e Resgatar a Dignidade nas Penitenciárias

Com a conclusão desta investigação, torna-se evidente que é necessário enfrentar o descaso estatal e buscar soluções para garantir a dignidade e os direitos fundamentais dos detentos.

É preciso romper o ciclo vicioso que alimenta a ascensão de facções criminosas como o PCC, evitando que tragédias como o Massacre do Carandiru se repitam no futuro.

Esse texto foi elaborado tendo como base o TCC: O massacre do Carandiru e o surgimento e asensão do PCC de Júlia Fernandes Pereira para a Universidade Federal de Ouro Preto

Fuga frustrada na Penitenciária de Pedro Juan Caballero

O impacto emocional causado pela descoberta de um plano de fuga frustrada do PCC na Penitenciária de Pedro Juan Caballero, com detalhes sobre a operação, a apreensão de objetos e a atmosfera de terror vivenciada pelos presos.

Fuga frustrada do PCC gera apreensão entre os detentos

Fuga frustrada termina com o que era para ser apenas mais um dia como tantos outros na Penitenciária Regional Pedro Juan Caballero.

No entanto, desde a noite anterior, podíamos sentira que a atmosfera estava mais carregada de medo e apreensão do que o normal.

Podíamos sentir o aumento da tensão entre os detentos, especialmente aqueles ligados ao Primeiro Comando da Capital.

O motivo?

Um plano de fuga frustrado pelos agentes penitenciários e pela Polícia Nacional, que pegou a todos eles de surpresa.

Operação surpreendente e apreensão de objetos proibidos

O coração acelerou quando a operação surpresa começou nos pavilhão “A”, onde estavam detidos presos brasileiros ligados ao PCC, e no Pavilhão “B”, chamado “Católico Baixo”.

Durante a busca, foram apreendidos diversos objetos proibidos, como armas brancas, bebidas alcoólicas, mudas de maconha e celulares.

A fuga frustrada após tanto planejamento gerou em todos medo e tensão, pois nós ou nossa família poderíamos sofrer retaliação dos prisioneiros ligados ao Primeiro Comando da Capital.

A hipótese de fuga com reféns e a sombria atmosfera de terror

Sem encontrar vestígios de túneis escavados pelos prisioneiros, fomos compelidos a considerar outras hipóteses para a fuga frustrada.

Uma dessas possibilidades assustadoras seria a tentativa de usar reféns como escudo para escapar da penitenciária, o que fez nosso pavor crescer ainda mais.

A atmosfera de terror se intensificou qual um vendaval sombrio quando soubemos que a esposa do chefe de segurança da penitenciária sofrera uma ameaça em sua própria morada.

Estranhos em uma motocicleta dispararam contra a residência, exacerbando o medo entre os detentos e funcionários, como se estivessem todos presos em um pesadelo sem fim.

Acreditava-se que os presos afeitos ao PCC estariam por trás da intimidação, suspeitando que os agentes penitenciários haviam delatado o plano de fuga frustrada, aumentando a sensação de terror em nosso cárcere.

A sombria ação das autoridades e o impacto emocional no cotidiano da penitenciária

A operação envolveu agentes da Investigação Criminal, do Grupo de Operações Especiais (GEO) e de outras unidades policiais, somados aos funcionários do Ministério Público.

Para as pobres almas aprisionadas, a fuga frustrada desencadeou um turbilhão de emoções sombrias.

O clima de tensão, medo e surpresa se instalou como uma névoa densa, enquanto a vigilância dos agentes penitenciários se intensificava, ecoando o pavor em seus corações.

A descoberta desse sinistro plano de fuga reforçou a pressão dos integrantes da facção sobre os outros presos e sobre a guarnição do presídio.

E, se antes, caminhar pelos sombrios corredores da penitenciária de Pedro Juan Caballero já mexia com nossas emoções, agora, com a descoberta do plano de fuga frustrada, a sensação de medo e apreensão se tornou ainda mais intensa e palpável.

texto base: plan de fuga de miembros del Primer Comando Capital (PCC), hecho que no todavía no quedó descartado.

Ismael Pedrosa: A Sombra na Gênese da facção PCC 1533

O papel de José Ismael Pedrosa, diretor da Casa de Custódia de Taubaté, foi fundamental na criação do Primeiro Comando da Capital (PCC). Sua postura violenta e arbitrária, aliada às políticas de Estado, intensificou o sofrimento dos detentos e impulsionou a formação da organização criminosa.

A Casa de Custódia de Taubaté: Um Retrato de Horror

Sob o manto de opressão e violência de Ismael Pedrosa, a Casa de Custódia de Taubaté, conhecida como Piranhão, se tornou o caldeirão fervente onde nasceu o Primeiro Comando da Capital (PCC).

No coração desse cenário tenebroso, uma figura sombria se destacava: José Ismael Pedrosa, o então diretor da instituição.

Ismael Pedrosa, o Espírito da Crueldade

Assombrado por seu passado no massacre do Carandiru, Pedrosa carregava consigo a reputação de impiedoso e temido.

A transferência para Taubaté em 1993 apenas exacerbou a violência, punições e arbitrariedades em seu reinado de terror, alimentando a revolta e o ódio dos detentos.

O Pacto Sombrio: O Surgimento do PCC

Em meio ao caos, oito presos, temendo punições severas após um jogo de futebol violento, selaram um pacto macabro de resistência e solidariedade.

Nascia, então, a facção paulista PCC 1533, uma resposta sinistra às políticas de Estado e às ações sombrias de Pedrosa.

A Dança das Sombras: O Estado e o PCC

A obra de Jozino ilumina o papel das autoridades estatais e da figura de Pedrosa no fenômeno PCC, destacando a relação de causa e efeito entre ambos.

Segundo Débora, esposa de um membro do PCC, seu marido teria afirmado para o diretor:

O PCC foi fundado por nove pessoas. Oito presos e o senhor!

O Legado Macabro de Ismael Pedrosa: O Estatuto da Organização Criminosa PCC

O artigo 14 do Estatuto da Organização Criminosa PCC de 1997 revela a meta sombria de desativar a Casa de Custódia de Taubaté, o local onde o grupo nasceu entre “lutas inglórias e sofrimentos atrózes”.

14. A prioridade do Comando no montante é pressionar o Governador do Estado à desativar aquele Campo de Concentração “anexo” à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, de onde surgiu a semente e as raízes do Comando, no meio de tantas lutas inglórias e a tantos sofrimentos atrózes.

Estatuto do Primeiro Comando da Capital de 1997

A desativação do local simboliza a libertação dos cárceres da tortura e das mãos de Pedrosa.

Conclusão: O Eco da Escuridão

A história do PCC está entrelaçada à figura sombria de José Ismael Pedrosa, cujas ações e políticas intensificaram o sofrimento dos detentos e impulsionaram a criação da organização criminosa. Como um conto macabro, o legado de Pedrosa ecoa nas sombras da sociedade, lembrando-nos da crueldade humana e das consequências das ações nefastas daqueles que detêm o poder.

texto base desse artigo: A complexidade e o enigma do Primeiro Comando da Capital: uma análise do surgimento sóciohistórico da facção — de Eduardo Armando Medina Dyna (UFPR)

Tren de Aragua: a Intrigante História da Multinacional do Crime

Tren de Aragua e facção PCC 1533, suas dinâmicas financeiras, influência no sistema prisional e desafios para o combate ao crime organizado na América Latina.

Os segredos do Tren de Aragua e suas relações com o Primeiro Comando da Capital

A História Intrigante razão de existir do Tren de Aragua

Além da Venezuela

Meus caros amigos, permitam-me compartilhar com vocês a história fascinante do Tren de Aragua, uma organização criminosa que se tornou uma verdadeira multinacional do crime.

Esta história começa com sua origem no presídio de Tocorón, no estado de Aragua, na Venezuela, que saltou os muros do presídio para as comunidades carentes em seu país e de lá expandiu pelo uso da força sua influência para as áreas industriais e hoje já domina parte do governo do país.

Agora, o Tren de Aragua é uma organização criminosa envolvida em mais de 20 atividades ilícitas, de drogas e ouro ao tráfico de pessoas, operando da Costa Rica à Argentina e ao Brasil.

Aproveitando a Crise Venezuelana

O Tren de Aragua soube utilizar a crise sem precedentes na Venezuela a seu favor, expandindo suas operações criminosas para pelo menos outros oito países latino-americanos.

Entre os milhões de venezuelanos que deixaram o país, membros do grupo criminoso encontraram oportunidades de negócios ilícitos em terras estrangeiras.

O Tren de Aragua, a facção brasileira Primeiro Comando da Capital, além de outros grupos criminosos lucram com a triste crise social e o abandono do governo.

Para resolver essa situação, seria necessário que o governo interviesse garantindo a igualdade de oportunidades e renda para todos os cidadãos, independentemente de sua origem social ou econômica.

No entanto, vejo em minha cidade a revolta de amigos, colegas de trabalho e parentes quando pautas como a fome e as desigualdades sociais são levantadas.

Negamos a realidade mesmo quando ela salta as muralhas dos presídios para dominar comunidades inteiras: das metrópoles às pequenas comunidades no interior da Venezuela às grandes metrópoles do Sudeste do Brasil.

Só eliminaremos a criminalidade decorrente da desigualdade econômica e social e questão carcerária enfrentando a realidade que preferimos negar e nos apegar a propostas populistas.

O poder dos grupos crimiosos Tren de Aragua e o Primeiro Comando da Capital provam que a estrutura econômica e política de um país tem o poder de transformar as gangues em exércitos criminosos transnacionais e substitutos violentos do Estado em comunidades.

A organização criminosa venezuelana e a exploração sexual

A maioria das vítimas do tráfico humano para fins de exploração sexual são mulheres e meninas.

Elas são recrutadas predominantemente por meio de redes sociais e falsas ofertas de emprego para trabalhar em residências particulares, restaurantes ou como cabeleireiros.

Assim que as mulheres chegam chegam no Brasil e na Colômbia, os criminosos pegam seus documentos e as obrigam a prestar serviços sexuais para “pagar” pelo transporte e acomodação.

O Tren de Aragua, é um dos principais grupos nesse mercado e o que mais exploram as mulheres escravizadas.

Diversos outros grupos criminosos, incluindo clãs familiares, alguns de origem venezuelana, e outros da Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia atuam neste negócio, no entanto o Tren de Aragua não apenas aproveita as rotas migratórias como catalisa em torno de si e organiza a exploração dos grupos menores.

O Tren de Aragua como multinacional do crime

Tren de aragua e Aliança com o PCC no Brasil

No Chile, o Tren de Aragua estabeleceu e passou a disputar uma posição de destaque, competindo ou em parceria os grupos Cartel de Sinaloa, Jalisco, Nova Geração do México, o cartel do Golfo da Colômbia, o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital.

Em território brasileiro sua principal função é na região fronteiriça norte fornecer armas e drogas e intermediar prostituição com mão de obra imigrante.

Comparação entre as organizações criminosas

Origem, Estrutura e Financiamento

A seguir, permitam-me comparar a origem, a estrutura e o financiamento da organização Tren de Aragua e seu aliado brasileiro, o Primeiro Comando da Capital.

O Nascimento e Raízes no Sistema Prisional

Meus caros amigos, o Tren de Aragua, surgiu como uma quadrilha composta por aproximadamente 5.000 homens, originária do presídio de Tocorón.

11. O Primeiro Comando da Capital — P.C.C. fundado no ano de 1993, numa luta descomunal e incansável contra a opressão e as injustiças do Campo de Concentração “anexo” à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, tem como tema absoluto “a Liberdade, a Justiça e a Paz”.

Estatuto do PCC original de 1997

Com o passar do tempo, a organização se envolveu em diversas atividades criminosas, como extorsão, prostituição, assassinato, roubo, narcotráfico, lavagem de ouro e contrabando.

De acordo com a jornalista Ronna Rísquez, que investigou o grupo durante três anos, foi a partir deste núcleo cárcerário que eles conseguiram se estabelecer como uma poderosa força criminosa, controlando aspectos da vida cotidiana em algumas áreas e influenciar decisões de governos locais e de forças federais de segurança.

É interessante notar a semelhança entre as origens do grupo criminoso Tren de Aragua e do Primeiro Comando da Capital, pois ambos surgiram dentro do sistema prisional de seus respectivos países, a Venezuela e o Brasil.

Esta circunstância comum ilustra como as prisões servem como berço para o desenvolvimento de organizações criminosas em todo o mundo.

Fatores que Contribuem para o Surgimento de Grupos Criminosos nas Prisões

Existem diversas razões pelas quais os sistemas prisionais podem ser propícios para o surgimento de grupos criminosos como o Tren de Aragua e a facção paulista PCC:

  1. Condições Precárias: Muitas prisões na América Latina enfrentam problemas de superlotação, falta de higiene e violência, condições desumanas que podem levar os detentos a buscar proteção e apoio em grupos criminosos organizados.
  2. Falta de Controle e Corrupção: A falta de controle efetivo por parte das autoridades prisionais e a corrupção entre os funcionários podem facilitar a atuação desses grupos criminosos dentro das prisões, incluindo a permissão para a entrada de itens ilícitos e o estabelecimento de esquemas de extorsão.
  3. Redes e Conexões: As prisões servem como pontos de encontro para criminosos de diferentes origens, permitindo a formação de alianças e a troca de informações, habilidades e recursos. Essas conexões podem ser úteis para expandir e fortalecer as atividades criminosas.
  4. Radicalização e Recrutamento: A exposição a ideologias extremistas e criminosas dentro das prisões pode levar a um processo de radicalização e recrutamento de novos membros, resultando no crescimento e fortalecimento de grupos criminosos.
A Importância das Reformas no Sistema Prisional

As semelhanças entre as origens e a manutenção do poder pelo Tren de Aragua e pela facção PCC ressalta a importância de abordar as falhas do sistema prisional e buscar reformas para prevenir o surgimento de organizações criminosas dentro dos cárceres, tanto para impedir que outros grupos surjam, como para encerrar o recrutamento e o financiamento dos grupos já existentes.

A taxa de homicídios na Venezuela e no Brasil

A taxa de homicídios no país é alarmante, chegando a 40,4 por 100.000 habitantes. Cinco dos sete principais estados com as taxas mais altas estão localizados na zona centro-norte do país, onde gangues se espalham por todo território.

Cinco dos sete principais estados com as taxas mais altas estão localizados na zona centro-norte do país, onde o Tren de Aragua tem maior presença terririal, e onde controla o contrabando de migrantes.

Um estudo publicado pelo site Insight Crime afirma que a violência nessas áreas é conduzida não pelos maiores grupos do crime organizado como o Tren de Aragua, mas sim por pequenas gangues de rua predatórias.

No entanto, outro ponto do mesmo estudo afirma que a região norte do Chile Tarapacá viu um aumento significativo na taxa de homicídios enquanto o contrabando de imigrantes controlado pelo Tren de Aragua.

Isso nos leva a uma comparação interessante com a abordagem adotada pelo Primeiro Comando da Capital no Brasil.

Ambos os grupos, Tren de Aragua e PCC, buscam manter a paz entre as gangues e reduzir as taxas de homicídios em seus territórios, tendo a organização criminosa brasileira adotado o lema “Paz entre Bandidos” ou Pacificação, reduzindo as taxas de homicídios em todos os estados onde obteve hegemonia.

O estado de São Paulo, berço do Primeiro Comando da Capital e há muito pacificado um dos lugares mais seguros do país, no entanto, locais em que mantém a Guerra entre Facções para domínio territorial com altos índices de homicídios.

No entanto, mesmo que a informação de que o Tren de Aragua não está impulsionando diretamente o aumento da taxa de homicídios esteja correta, pode ser que ocorra uma guerra pela hegemonia com outros grupos menores ou dissidentes, o que pode estar contribuindo para o aumento da violência nessas áreas, assim como ocorre em muitas regiões do Brasil entre a facção paulista e seus inimigos.

Financiamento dos Grupos Criminosos

Caros amigos, os métodos de financiamento empregados pelas duas notórias organizações criminosas: o Primeiro Comando da Capital (PCC), e o Tren de Aragua.

Métodos de Financiamento do PCC

O PCC, uma organização criminosa originária do Brasil, recorre a diversas estratégias para financiar suas atividades ilícitas.

A lista que eu coloco abaixo é a tradicionalmente aceita, no entanto, em 2022 a organização criminosa mudou seu método de financiamento.

A mensalidade deixou de ser cobrada, sendo substituída por dinheiro do fluxo de drogas e a rifa foi substituída pelo jogo do bicho.

  • Mensalidades (Cebola): Membros do PCC são obrigados a pagar uma mensalidade regular, conhecida como “cebola”, que serve como contribuição financeira à organização. Esses pagamentos auxiliam no financiamento das atividades criminosas do grupo e no apoio a membros encarcerados e suas famílias.
  • Rifas: O PCC também realiza rifas entre seus membros e simpatizantes, com prêmios em dinheiro ou bens. As rifas são usadas para arrecadar fundos adicionais e fortalecer o vínculo entre os membros da organização.
  • Contribuição sobre ações criminosas: Membros do PCC que participam de atividades criminosas, como tráfico de drogas, roubos e sequestros, são obrigados a compartilhar uma porcentagem dos lucros com a organização. Essa contribuição ajuda a financiar a estrutura da organização e a garantir a lealdade dos membros.

Em suma, o financiamento dessa organização criminosa é diversificado e complexo, ao contrário do Tren de Aragua.

Métodos de Financiamento do Tren do Aragua

O Tren de Aragua financia suas atividades principalmente através da extorsão da população carcerária, cobrando uma taxa semanal de cerca de 15 dólares por preso, o que gera uma receita significativa para o grupo.

Aqueles que não pagam enfrentam violência, dormem ao relento ou recebem pouca ou nenhuma alimentação.

A análise desses métodos de financiamento é crucial para entender como esses grupos criminosos operam.

Os diversos entes de combate ao Primeiro Comando da Capital no Brasil focam há pelo menos 20 anos, suas ações na tentativa de estancar o financiamento do grupo, mas, a exemplo da mudança que ocorreu em 2022, as fontes e os métodos são mudados para dificultar cairem.

 Análise do Fenômeno destes Grupos Criminosos

Caros amigos, permitam-me, apresentar uma análise pessoal do fenômeno do crime organizado, com foco nas organizações criminosas PCC e Tren de Aragua.

Dinâmicas Financeiras e Resiliência dos Grupos Criminosos

Ambas as organizações, PCC e Tren de Aragua, dependem de várias fontes de financiamento para sustentar suas atividades criminosas e manter a lealdade de seus membros.

Enquanto o PCC utiliza uma combinação de mensalidades, rifas e contribuições de ações criminosas, o Tren de Aragua foca principalmente na extorsão da população carcerária.

A diversidade das fontes de financiamento do PCC pode ser vista como uma vantagem em termos de resiliência e adaptação às mudanças nas condições e repressão das autoridades.

A Influência do Sistema Prisional na Formação de Grupos Criminosos

A extorsão da população carcerária pelo Tren de Aragua demonstra o controle e a influência que a organização tem dentro do sistema prisional venezuelano, semelhante ao controle exercido pelo PCC no Brasil, só que a facção brasileira criou a ideia de família e conquistou o domínio através de muito sangue, mas a fidelidade através de uma filosofia de apoio mútuo e de criação de inimigos comuns: estado e seus representantes, e integrantes de outros grupos criminosos.

Ambos os grupos, no entanto, conseguiram explorar as falhas e a corrupção dos sistemas prisionais para gerar renda e soltados, e fortalecer sua posição no mundo do crime fora das muralhas dos presídios.

Conclusão e Perspectivas

Em conclusão, apesar das diferenças nas formas específicas de financiamento, o PCC e o Tren de Aragua compartilham uma habilidade de aproveitar as oportunidades dentro e fora das prisões para sustentar suas atividades criminosas e expandir seu alcance.

Essa análise destaca a necessidade de abordagens eficazes e abrangentes no combate ao crime organizado e na reforma dos sistemas prisionais na América Latina.

A compreensão das dinâmicas sociais e financeiras desses grupos criminosos é crucial para o desenvolvimento de políticas públicas e estratégias de segurança eficientes.

Além disso, é imperativo investir em programas de prevenção, reabilitação e reintegração de indivíduos envolvidos no crime, bem como promover a transparência e a responsabilização das instituições prisionais e policiais.

Somente através de uma abordagem global e fundamentada em evidências poderemos combater com sucesso o crime organizado e promover uma sociedade mais justa e segura para todos.

para ler o texto base desse artigo: In Brazil, the gang has made a notable alliance with the main armed group, First Command of the Capital, around arms sales and prostitution.

Irmão excluído da facção PCC 1533 — entrevista de Camila Nunes

Irmão excluído da facção PCC 1533, Primeiro Comando da Capital, conta seu trajeto no mundo do crime até se tornar líder da facção paulista.

A socióloga Camila Nunes Dias

Entrevista com um irmão excluído da facção PCC 1533 dando a real na tv? Fala aí, quantas vezes você viu? Nunca né?

A mídia só mostra um lado do mundo do crime, só vê a violência, o sangue, o tráfico, o terror.

Mas e o que tem por trás de tudo isso? A mídia não fala disso, não.

E as histórias dos manos, as razões que levaram eles a seguir esse caminho?

Aí vem a socióloga Camila Nunes Dias e faz a diferença e por isso ela foi atrás de falar direto com o irmão exlcuído da facção PCC.

Ela mostra que tem mais do que essa gente da imprensa consegue ver: tem um contexto social, político, econômico que tá por trás de tudo isso.

Camila Nunes Dias mostra que os manos não são monstros, que são seres humanos como todo mundo, que tem sonhos, que tem medos, que tem esperanças.

É por isso que a gente fica feliz quando vê Camila falando sobre o Primeiro Comando da Capital em lugares tão importantes mundo afora.

Novo artigo de Camila é a entrevista com o irmão excluído da facção PCC

Agora trombo com ela publicando um trecho de uma entrevista com um irmão excluído da facção PCC no site do Centro Estratégico para Pesquisa do Crime Organizado (SHOC) do Royal United Services Institute (RUSI).

Ela tá dando voz pros manos, tá mostrando a realidade deles, tá desmistificando a imagem que a mídia quer passar.

E é isso que eu tento aqui fazer nesse Site também. A gente tenta mostrar que tem mais do que a violência, que tem um contexto social que explica tudo isso.

Claro que não é pra passar a mão na cabeça do crime, não é pra romantizar a violência.

A gente sabe que o mundo do crime é pesado, que tem muita trairagem, que tem muita injustiça.

Mas a gente também sabe que tem muita gente boa envolvida nisso, muita gente que tá ali por falta de oportunidade, por falta de opção, por falta de alternativa.

Então é isso, mano. A gente fica feliz quando vê a Camila Nunes Dias falando sobre o PCC, porque ela tá dando voz pros manos, tá mostrando a realidade deles, tá humanizando essa galera que a mídia só vê como bandido.

Irmão excluído da facção PCC falando a real

Se quiser ler a entrevista original, com as palavras dela e as resposta do irmão, o link é esse aqui…

A Conversation with Carlos: Former Member of the Primeiro Comando da Capital (PCC), by Camila Nunes Dias

… mas se preferir, acompanha aí minha visão, que não é a mesma coisa, mas também dá para entender.

Irmão excluído da facção, eu entendo a tua situação

Aqui não tem julgamento, não tem condenação

Vamos conversar, vamos trocar ideia

Pode falar a real, sem medo de ser repreendido ou censurado

Aqui o respeito é mútuo, a dignidade é valorizada

Não importa o que você já passou, aqui você é acolhido e respeitado

Então fala, irmão, desabafa, expõe a tua verdade

Aqui nós somos uma família, unidos na busca por paz, justiça e igualdade.

Ele começa falando sobre sua adolescencia e ingresso na facção…

Tive uma infância pobre e simples.

Durante a adolescência, fiquei muito zangado com a minha realidade e suas limitações, descrente de que conseguiria qualquer coisa mesmo que me dedicasse aos estudos.

Naquele momento, as drogas e o contato com o narcotráfico entraram no meu cotidiano, até que perdi de vista meus próprios objetivos.

Na adolescência, me envolvi com drogas e comecei a conhecer membros importantes do PCC que trabalhavam no tráfico local.

Eles logo me recrutaram, identificando o potencial que eu tinha para administrar seus negócios.

Ele fala de como foi sua prisão e crescimento na organização criminosa…

Aos 18 anos fui preso, aos 19 fui batizado no PCC e aos 20 estava no topo da estrutura da organização, no estado mais importante e rico do Brasil no coração da organização criminosa, São Paulo.

O primeiro ano na prisão serviu como um curso intensivo sobre a vida na prisão.

Aprendi como funcionava o PCC e tive alguns mentores.

No meu segundo ano, fui transferido para uma penitenciária para prisioneiros de primeira viagem.

Depois de alguns anos fui dispensado de minhas responsabilidades e, a partir disso, analisei eticamente minha situação e entendi que a vida das drogas não era o que eu queria para o meu futuro.

Saí e fui embora, mas não tive uma segunda chance no meu país e decidi começar uma nova vida fora do Brasil.

Ele conta então de como chegou na liderança da facção PCC…

Eles precisavam de um líder local de confiança e começaram a me dar responsabilidades e poderes.

À medida que fui correspondendo às expectativas, eles me deram mais poder e tarefas mais difíceis até que fui transferido para uma cadeia de liderança do PCC: o depósito dos líderes da organização, onde aconteceu meu batismo.

Depois que fui batizado, fui nomeado padrinho de aproximadamente 60 outras pessoas que foram meus afilhados.

A prisão é um mundo com suas próprias regras, leis e estrutura de liderança.

Nos espaços prisionais, você assume um papel social em uma microssociedade criminosa.

E também sobre a ideologia da Família 1533…

O PCC é uma federação criminosa democrática que parasita o Estado por dentro, organiza o crime em todas as escalas, fornece segurança, proteção, equipamentos, e rede criminal.

Por algum tempo, a ideologia dominante me fez perceber o Estado tradicional como um inimigo e me deu motivos para resistir e lutar.

Quando a liderança local vê que um preso entende e subscreve os ideais do Comando e tem qualidades para avançar nos objetivos da organização, ambas as partes sabem que é hora do batismo.

Não me lembro quando decidi me dedicar totalmente a essa ideologia, simplesmente aconteceu.

No fim, ele termina falando de como virou um irmão excluído da facção

Você só pode sair do PCC por morte, mas pode obter permissão para sair do PCC por motivos religiosos.

Aos olhos do PCC, você sempre será um marginal que pode a qualquer momento tentar uma reviravolta.

No meu caso, fui afastado das minhas funções na sequência de um “processo administrativo” que constatou a minha “falta de responsabilidade” que resultou na perda de dinheiro do Comando.

6. Abandono de responsa:
Quando fecha em uma responsa e deixa de cumpri-la sem motivos (fora do ar, transferências, saúde, etc…). A Sintonia deve analisar todos que serão cadastrados para evitar esses tipos de situações.
Punição: De 90 dias à exclusão (depende da gravidade analisada pela Sintonia).

Dicionário da Facção 1533 – um dos três pilares da organização criminosa Primeiro Comando da Capital – afinal, no PCC é “Tudo 3”

Quebrei uma das regras que estruturam o PCC e fiquei afastado por dois anos. Após esse período, decidi que não queria voltar à organização.

Entendendo a pessoa por trás do criminoso

Sabe, a mídia só mostra a violência e o mal da quebrada, mas nossa irmã Camila Nunes Dias iria mais além.

Ela provavelmente veria, o que eu e você vemos, mas que a imprensa que só pega a visão da polícia e dos políticos não veria nunca.

Olha só…

Uma vida de pobreza e dificuldades pode ter gerado um vazio e falta de oportunidades, levando a desacreditar nas chances de sucesso com estudo e trabalho normal.

Entrando no mundo das drogas e do tráfico, talvez tenha sido uma forma de lidar com essa falta de perspectiva, oferecendo uma solução rápida e aparentemente vantajosa para ganhar dinheiro e status.

Ser recrutado pelo PCC pode ter rolado por ter habilidades de liderança e organização valorizadas pelos chefes do crime.

Esse reconhecimento e posição dentro da organização também pode ter suprido a autoestima e propósito que faltava na vida da pessoa.

Pra resumir, pelo que dá para entender das respostas do irmão excluído da facção PCC, ele vem de uma história de privação e falta de oportunidades, combinada com uma falta de confiança nos governos e na sociedade.

É isso. E não é só ele. Taí o recado.

Fação PCC 15.3.3: fruto das péssimas condições carcerárias

As péssimas condições carcerárias dos presídios paulistas são a causa do surgimento da organização criminosa Primeiro Comando da Capital PCC.

Lugar de fala sobre as péssimas condições carcerárias

Escrever sobre as péssimas condições carcerárias é sempre um desafio.

Poucos conseguem retratar o que ocorre por trás das muralhas sem temer errar ou sofrer represálias.

O mundo por trás dos encarcerados não é assunto para leigos, se bem que, todos acreditam saber de como o Estado deveria agir.

Uns, defendendo o uso indiscriminado da força para manter a disciplina, outros que se permita uma autogestão nos presídios, mas entre o preto e o branco há uma infinita gradação de tons de cinza, nos quais a minha, a sua e a opinião de todos se encaixa.

Já Dr. Gerciel Gerson de Lima trata deste assunto com conhecimento de quem atuou dos dois lados das muralhas…

…ou melhor, dos três lados das muralhas!

PM Lima, também atuou por sobre as muralhas!

De polícia de muralha à advogado de defesa

O conhecido advogado criminalista, foi por nove anos no 14º Batalhão da Polícia Militar na cidade de Osasco; primeiramente como segurança nas muralhas do presídio e depois no pelotão de escolta do Fórum.

Era ele que eu e mais dois aguardávamos em uma mesa de um bar na esquina da rua Santana em Itu, próximo ao escritório do tal Dr. Gerciel.

Quando chegou, nem abriu as portas de vidro preta de seu escritório, quando chegamos e o abordamos.

Sempre me espanta a naturalidade com que o Dr. Gerciel, mesmo tendo deixado os quadros da polícia há tantas décadas, quando decidiu se dedicar aos estudos de Direito, e se tornar um advogado na área criminal, não se altera quando cercado daquela forma.

Ao longo dos anos, Gerciel viu muitas coisas do mundo do crime, um universo sombrio, mas nada poderia prepará-lo para o que testemunhou em suas visitas aos presídios do estado de São Paulo.

Não é possível dizer que não veja o ódio que corre no sangue daqueles que não consegue soltar ou diminuir as penas.

Ódio alimentado na péssimas condições carcerárias

Os que o abordam quando Dr. Gerciel chega ou sai de seu escritório, vivenciaram o estado deplorável das instalações carcerárias, com suas celas superlotadas e condições precárias de higiene.

A violência, companheira constante, com presos brigando uns com os outros e até mesmo com os guardas que os mantinham sob custódia, poderiam virar contra ele a qualquer momento.

Por isso, sempre me surpreende a naturalidade como chega e sai.

Já li nos olhos de advogados tão cheios de boas intenções, medo e perda de inocência, quando se depararam com cobranças duras, cheias de ódio e ameaças de integrantes do mundo do crime.

Dr. Gerciel sabe que o sistema prisional do estado continua em um estado de calamidade, e que algo precisaria ser feito para mudar essa situação, no entanto, os anos de estrada ensinaram a separar o idealismo do mundo real.

Ele também sabia que as normas de exceção não escritas, mas aceitas na prática pelo Judiciário, tinham criado um ambiente propício para a formação e fortalecimento das organizações criminosas.

Sonhar é preciso, vive a realidade também é preciso

Nos primeiros anos, quando chega ou sai de seu escritório, Dr. Gerciel refletia sobre como poderia ajudar a mudar essa situação.

Ele sabia que não seria fácil, mas estava determinado a fazer a sua parte para melhorar a vida dos presos e daqueles que trabalhavam no sistema prisional.

Nos anos que se seguiram, Gerciel identificou as áreas mais críticas do sistema prisional e elaborou propostas concretas para melhorar as condições nos cárceres.

Eu, no início da década de 2010, nas páginas deste site, publiquei várias de suas propostas e lutas, mas ele, mais do que eu, sabia que não poderia resolver estas questões.

Comprometido em fazer o possível para criar um futuro melhor para aqueles que estavam atrás das grades, fazia grandes defesas que chamaram a minha atenção.

Ele, e outros advogados trabalharam para pressionar as autoridades a tomarem medidas concretas para melhorar as condições carcerárias e combater a violência dentro do sistema prisional.

O motivo das revoltas e rebeliões: as péssimas condições carcerárias

Avaliando hoje, essa última década, desde que acompanho a questão carcerária e o trabalho do Dr. Gerciel, considero que não avançamos.

Se por um lado, o advogado pode ser abordado em frente ao seu escritório sem temer o mundo do crime, por outro há a falta de resultados na luta pela melhoria das condições dos encarcerados.

Não foram as primeiras décadas do século 21 que produziram um mundo menos injusto.

Não foi nesse quarto da história que nos apercebemos que quanto mais apagarmos luzes, mais nas trevas nos encontraremos.

O Dr. Gerciel, em 2010 me chamava a atenção que o sistema carcerário paulista era tido como ultrapassado tanto no aspecto estrutural quanto na política de ressocialização do preso.

As constantes violações dos direitos básicos e fundamentais da pessoa humana é motivo de revoltas, rebeliões e manifestações que, na maioria das vezes, são combatidas com métodos e punições violentas.

Essa prática classificada por um relatório da Organização das Nações Unidas como “tortura sistemática”, teve como ápice o Massacre do Carandiru e a criação do Primeiro Comando da Capital.

Dormindo de boi para criar o PCC 1533

O antigo policial e hoje advogado criminalista ressalta também que o sistema prisional paulista não é uma exceção, pois no restante do país a situação não é muito diferente.

Em alguns estados a situação vivida diz respeito a um verdadeiro “caos”, com presos amontoados, tornando, assim, o ambiente propício à proliferação de doenças como a escabiose em função da superlotação.

Sem espaço suficiente para sequer dormir na “horizontal”, o preso comum, serviçal da cela, dorme muitas vezes em pé, naquilo que os próprios chamam de “dormir no boi”.

Tal expressão, antiga no meio da população carcerária, remete ao fato de que, ao dormir em posição vertical, o preso amanhece com os pés em forma arredondada pelo inchaço, assemelhando a pata do referido bovino.

Nesse ambiente, não há repressão policial que consiga controlar a massa carcerária e o fortalecimento de uma ideologia criminosa.

Enquanto o “cidadão de bem” com sua alma inundada de perversidade moral defende o endurecimento das penas e as condições duras do cárcere.

O resultado prático demonstra o danoso resultado dessa política carcerária, algo que já, há muito, era defendido por Dr. Gerciel e outros defensores dos Direitos Humanos.

O caos e o nascimento da facção PCC

Desta forma, Dr. Gerciel associa o caos do sistema prisional com o nascimento da facção criminosa intitulada Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) no interior dos presídios paulistas.

Tal surgimento é atribuído exatamente ao histórico desrespeito que se pratica contra o preso, não se observando sequer direitos e princípios consagrados mundialmente, como o da dignidade humana.

Segundo ele, esta cultura que marginaliza a população carcerária e não lhe oferece as mínimas condições de ressocialização e posterior inserção no tecido social faz parte de um sistema estruturado com este objetivo.

%d blogueiros gostam disto: