Irmão excluído da facção PCC 1533 — entrevista de Camila Nunes

Irmão excluído da facção PCC 1533, Primeiro Comando da Capital, conta seu trajeto no mundo do crime até se tornar líder da facção paulista.

A socióloga Camila Nunes Dias

Entrevista com um irmão excluído da facção PCC 1533 dando a real na tv? Fala aí, quantas vezes você viu? Nunca né?

A mídia só mostra um lado do mundo do crime, só vê a violência, o sangue, o tráfico, o terror.

Mas e o que tem por trás de tudo isso? A mídia não fala disso, não.

E as histórias dos manos, as razões que levaram eles a seguir esse caminho?

Aí vem a socióloga Camila Nunes Dias e faz a diferença e por isso ela foi atrás de falar direto com o irmão exlcuído da facção PCC.

Ela mostra que tem mais do que essa gente da imprensa consegue ver: tem um contexto social, político, econômico que tá por trás de tudo isso.

Camila Nunes Dias mostra que os manos não são monstros, que são seres humanos como todo mundo, que tem sonhos, que tem medos, que tem esperanças.

É por isso que a gente fica feliz quando vê Camila falando sobre o Primeiro Comando da Capital em lugares tão importantes mundo afora.

Novo artigo de Camila é a entrevista com o irmão excluído da facção PCC

Agora trombo com ela publicando um trecho de uma entrevista com um irmão excluído da facção PCC no site do Centro Estratégico para Pesquisa do Crime Organizado (SHOC) do Royal United Services Institute (RUSI).

Ela tá dando voz pros manos, tá mostrando a realidade deles, tá desmistificando a imagem que a mídia quer passar.

E é isso que eu tento aqui fazer nesse Site também. A gente tenta mostrar que tem mais do que a violência, que tem um contexto social que explica tudo isso.

Claro que não é pra passar a mão na cabeça do crime, não é pra romantizar a violência.

A gente sabe que o mundo do crime é pesado, que tem muita trairagem, que tem muita injustiça.

Mas a gente também sabe que tem muita gente boa envolvida nisso, muita gente que tá ali por falta de oportunidade, por falta de opção, por falta de alternativa.

Então é isso, mano. A gente fica feliz quando vê a Camila Nunes Dias falando sobre o PCC, porque ela tá dando voz pros manos, tá mostrando a realidade deles, tá humanizando essa galera que a mídia só vê como bandido.

Irmão excluído da facção PCC falando a real

Se quiser ler a entrevista original, com as palavras dela e as resposta do irmão, o link é esse aqui…

A Conversation with Carlos: Former Member of the Primeiro Comando da Capital (PCC), by Camila Nunes Dias

… mas se preferir, acompanha aí minha visão, que não é a mesma coisa, mas também dá para entender.

Irmão excluído da facção, eu entendo a tua situação

Aqui não tem julgamento, não tem condenação

Vamos conversar, vamos trocar ideia

Pode falar a real, sem medo de ser repreendido ou censurado

Aqui o respeito é mútuo, a dignidade é valorizada

Não importa o que você já passou, aqui você é acolhido e respeitado

Então fala, irmão, desabafa, expõe a tua verdade

Aqui nós somos uma família, unidos na busca por paz, justiça e igualdade.

Ele começa falando sobre sua adolescencia e ingresso na facção…

Tive uma infância pobre e simples.

Durante a adolescência, fiquei muito zangado com a minha realidade e suas limitações, descrente de que conseguiria qualquer coisa mesmo que me dedicasse aos estudos.

Naquele momento, as drogas e o contato com o narcotráfico entraram no meu cotidiano, até que perdi de vista meus próprios objetivos.

Na adolescência, me envolvi com drogas e comecei a conhecer membros importantes do PCC que trabalhavam no tráfico local.

Eles logo me recrutaram, identificando o potencial que eu tinha para administrar seus negócios.

Ele fala de como foi sua prisão e crescimento na organização criminosa…

Aos 18 anos fui preso, aos 19 fui batizado no PCC e aos 20 estava no topo da estrutura da organização, no estado mais importante e rico do Brasil no coração da organização criminosa, São Paulo.

O primeiro ano na prisão serviu como um curso intensivo sobre a vida na prisão.

Aprendi como funcionava o PCC e tive alguns mentores.

No meu segundo ano, fui transferido para uma penitenciária para prisioneiros de primeira viagem.

Depois de alguns anos fui dispensado de minhas responsabilidades e, a partir disso, analisei eticamente minha situação e entendi que a vida das drogas não era o que eu queria para o meu futuro.

Saí e fui embora, mas não tive uma segunda chance no meu país e decidi começar uma nova vida fora do Brasil.

Ele conta então de como chegou na liderança da facção PCC…

Eles precisavam de um líder local de confiança e começaram a me dar responsabilidades e poderes.

À medida que fui correspondendo às expectativas, eles me deram mais poder e tarefas mais difíceis até que fui transferido para uma cadeia de liderança do PCC: o depósito dos líderes da organização, onde aconteceu meu batismo.

Depois que fui batizado, fui nomeado padrinho de aproximadamente 60 outras pessoas que foram meus afilhados.

A prisão é um mundo com suas próprias regras, leis e estrutura de liderança.

Nos espaços prisionais, você assume um papel social em uma microssociedade criminosa.

E também sobre a ideologia da Família 1533…

O PCC é uma federação criminosa democrática que parasita o Estado por dentro, organiza o crime em todas as escalas, fornece segurança, proteção, equipamentos, e rede criminal.

Por algum tempo, a ideologia dominante me fez perceber o Estado tradicional como um inimigo e me deu motivos para resistir e lutar.

Quando a liderança local vê que um preso entende e subscreve os ideais do Comando e tem qualidades para avançar nos objetivos da organização, ambas as partes sabem que é hora do batismo.

Não me lembro quando decidi me dedicar totalmente a essa ideologia, simplesmente aconteceu.

No fim, ele termina falando de como virou um irmão excluído da facção

Você só pode sair do PCC por morte, mas pode obter permissão para sair do PCC por motivos religiosos.

Aos olhos do PCC, você sempre será um marginal que pode a qualquer momento tentar uma reviravolta.

No meu caso, fui afastado das minhas funções na sequência de um “processo administrativo” que constatou a minha “falta de responsabilidade” que resultou na perda de dinheiro do Comando.

6. Abandono de responsa:
Quando fecha em uma responsa e deixa de cumpri-la sem motivos (fora do ar, transferências, saúde, etc…). A Sintonia deve analisar todos que serão cadastrados para evitar esses tipos de situações.
Punição: De 90 dias à exclusão (depende da gravidade analisada pela Sintonia).

Dicionário da Facção 1533 – um dos três pilares da organização criminosa Primeiro Comando da Capital – afinal, no PCC é “Tudo 3”

Quebrei uma das regras que estruturam o PCC e fiquei afastado por dois anos. Após esse período, decidi que não queria voltar à organização.

Entendendo a pessoa por trás do criminoso

Sabe, a mídia só mostra a violência e o mal da quebrada, mas nossa irmã Camila Nunes Dias iria mais além.

Ela provavelmente veria, o que eu e você vemos, mas que a imprensa que só pega a visão da polícia e dos políticos não veria nunca.

Olha só…

Uma vida de pobreza e dificuldades pode ter gerado um vazio e falta de oportunidades, levando a desacreditar nas chances de sucesso com estudo e trabalho normal.

Entrando no mundo das drogas e do tráfico, talvez tenha sido uma forma de lidar com essa falta de perspectiva, oferecendo uma solução rápida e aparentemente vantajosa para ganhar dinheiro e status.

Ser recrutado pelo PCC pode ter rolado por ter habilidades de liderança e organização valorizadas pelos chefes do crime.

Esse reconhecimento e posição dentro da organização também pode ter suprido a autoestima e propósito que faltava na vida da pessoa.

Pra resumir, pelo que dá para entender das respostas do irmão excluído da facção PCC, ele vem de uma história de privação e falta de oportunidades, combinada com uma falta de confiança nos governos e na sociedade.

É isso. E não é só ele. Taí o recado.

Fação PCC 15.3.3: fruto das péssimas condições carcerárias

As péssimas condições carcerárias dos presídios paulistas são a causa do surgimento da organização criminosa Primeiro Comando da Capital PCC.

Lugar de fala sobre as péssimas condições carcerárias

Escrever sobre as péssimas condições carcerárias é sempre um desafio.

Poucos conseguem retratar o que ocorre por trás das muralhas sem temer errar ou sofrer represálias.

O mundo por trás dos encarcerados não é assunto para leigos, se bem que, todos acreditam saber de como o Estado deveria agir.

Uns, defendendo o uso indiscriminado da força para manter a disciplina, outros que se permita uma autogestão nos presídios, mas entre o preto e o branco há uma infinita gradação de tons de cinza, nos quais a minha, a sua e a opinião de todos se encaixa.

Já Dr. Gerciel Gerson de Lima trata deste assunto com conhecimento de quem atuou dos dois lados das muralhas…

…ou melhor, dos três lados das muralhas!

PM Lima, também atuou por sobre as muralhas!

De polícia de muralha à advogado de defesa

O conhecido advogado criminalista, foi por nove anos no 14º Batalhão da Polícia Militar na cidade de Osasco; primeiramente como segurança nas muralhas do presídio e depois no pelotão de escolta do Fórum.

Era ele que eu e mais dois aguardávamos em uma mesa de um bar na esquina da rua Santana em Itu, próximo ao escritório do tal Dr. Gerciel.

Quando chegou, nem abriu as portas de vidro preta de seu escritório, quando chegamos e o abordamos.

Sempre me espanta a naturalidade com que o Dr. Gerciel, mesmo tendo deixado os quadros da polícia há tantas décadas, quando decidiu se dedicar aos estudos de Direito, e se tornar um advogado na área criminal, não se altera quando cercado daquela forma.

Ao longo dos anos, Gerciel viu muitas coisas do mundo do crime, um universo sombrio, mas nada poderia prepará-lo para o que testemunhou em suas visitas aos presídios do estado de São Paulo.

Não é possível dizer que não veja o ódio que corre no sangue daqueles que não consegue soltar ou diminuir as penas.

Ódio alimentado na péssimas condições carcerárias

Os que o abordam quando Dr. Gerciel chega ou sai de seu escritório, vivenciaram o estado deplorável das instalações carcerárias, com suas celas superlotadas e condições precárias de higiene.

A violência, companheira constante, com presos brigando uns com os outros e até mesmo com os guardas que os mantinham sob custódia, poderiam virar contra ele a qualquer momento.

Por isso, sempre me surpreende a naturalidade como chega e sai.

Já li nos olhos de advogados tão cheios de boas intenções, medo e perda de inocência, quando se depararam com cobranças duras, cheias de ódio e ameaças de integrantes do mundo do crime.

Dr. Gerciel sabe que o sistema prisional do estado continua em um estado de calamidade, e que algo precisaria ser feito para mudar essa situação, no entanto, os anos de estrada ensinaram a separar o idealismo do mundo real.

Ele também sabia que as normas de exceção não escritas, mas aceitas na prática pelo Judiciário, tinham criado um ambiente propício para a formação e fortalecimento das organizações criminosas.

Sonhar é preciso, vive a realidade também é preciso

Nos primeiros anos, quando chega ou sai de seu escritório, Dr. Gerciel refletia sobre como poderia ajudar a mudar essa situação.

Ele sabia que não seria fácil, mas estava determinado a fazer a sua parte para melhorar a vida dos presos e daqueles que trabalhavam no sistema prisional.

Nos anos que se seguiram, Gerciel identificou as áreas mais críticas do sistema prisional e elaborou propostas concretas para melhorar as condições nos cárceres.

Eu, no início da década de 2010, nas páginas deste site, publiquei várias de suas propostas e lutas, mas ele, mais do que eu, sabia que não poderia resolver estas questões.

Comprometido em fazer o possível para criar um futuro melhor para aqueles que estavam atrás das grades, fazia grandes defesas que chamaram a minha atenção.

Ele, e outros advogados trabalharam para pressionar as autoridades a tomarem medidas concretas para melhorar as condições carcerárias e combater a violência dentro do sistema prisional.

O motivo das revoltas e rebeliões: as péssimas condições carcerárias

Avaliando hoje, essa última década, desde que acompanho a questão carcerária e o trabalho do Dr. Gerciel, considero que não avançamos.

Se por um lado, o advogado pode ser abordado em frente ao seu escritório sem temer o mundo do crime, por outro há a falta de resultados na luta pela melhoria das condições dos encarcerados.

Não foram as primeiras décadas do século 21 que produziram um mundo menos injusto.

Não foi nesse quarto da história que nos apercebemos que quanto mais apagarmos luzes, mais nas trevas nos encontraremos.

O Dr. Gerciel, em 2010 me chamava a atenção que o sistema carcerário paulista era tido como ultrapassado tanto no aspecto estrutural quanto na política de ressocialização do preso.

As constantes violações dos direitos básicos e fundamentais da pessoa humana é motivo de revoltas, rebeliões e manifestações que, na maioria das vezes, são combatidas com métodos e punições violentas.

Essa prática classificada por um relatório da Organização das Nações Unidas como “tortura sistemática”, teve como ápice o Massacre do Carandiru e a criação do Primeiro Comando da Capital.

Dormindo de boi para criar o PCC 1533

O antigo policial e hoje advogado criminalista ressalta também que o sistema prisional paulista não é uma exceção, pois no restante do país a situação não é muito diferente.

Em alguns estados a situação vivida diz respeito a um verdadeiro “caos”, com presos amontoados, tornando, assim, o ambiente propício à proliferação de doenças como a escabiose em função da superlotação.

Sem espaço suficiente para sequer dormir na “horizontal”, o preso comum, serviçal da cela, dorme muitas vezes em pé, naquilo que os próprios chamam de “dormir no boi”.

Tal expressão, antiga no meio da população carcerária, remete ao fato de que, ao dormir em posição vertical, o preso amanhece com os pés em forma arredondada pelo inchaço, assemelhando a pata do referido bovino.

Nesse ambiente, não há repressão policial que consiga controlar a massa carcerária e o fortalecimento de uma ideologia criminosa.

Enquanto o “cidadão de bem” com sua alma inundada de perversidade moral defende o endurecimento das penas e as condições duras do cárcere.

O resultado prático demonstra o danoso resultado dessa política carcerária, algo que já, há muito, era defendido por Dr. Gerciel e outros defensores dos Direitos Humanos.

O caos e o nascimento da facção PCC

Desta forma, Dr. Gerciel associa o caos do sistema prisional com o nascimento da facção criminosa intitulada Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) no interior dos presídios paulistas.

Tal surgimento é atribuído exatamente ao histórico desrespeito que se pratica contra o preso, não se observando sequer direitos e princípios consagrados mundialmente, como o da dignidade humana.

Segundo ele, esta cultura que marginaliza a população carcerária e não lhe oferece as mínimas condições de ressocialização e posterior inserção no tecido social faz parte de um sistema estruturado com este objetivo.

A Marcola de Saias, a Guerreira do Acre e a cultura sexista do PCC

A Guerreira do Acre: como a mulher conquistou seu lugar na sociedade, e hoje tem o direito de morrer e apodrecer nas prisões como os homens.

A Mulher guerreira, Marcola de Saias, não é a primeira e não será a última

João Erik e Vinny do 11, vamos falar sobre a guerreira do Acre e a tal Marcola de Saias.

Ambos me procuraram essa madrugada para que eu comentasse sobre aquela mulher.

Ela ganhou as capas dos jornais de todo o país e lhes garanto, encontrei referência a ela em várias partes do mundo.

Suliane Abitabile Arantes, a Elektra, a Intocável, a Assombrada, a Kitana, a Mariana, e por fim e mais importante, a Marcola de Saias.

PCC ‘untouchable’ woman did trafficking accounting and registration of new members in the faction
Mujer ‘intocable’ del PCC hizo contabilidad de trata y registro de nuevos integrantes en la facción

Já devem ter notado que sou metódico e fujo das grandes manchetes sobre a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533).

É uma tentação e rende views repercutir os assuntos do dia, mas eu prefiro as notícias marginais, os detalhes que passam despercebidos do público.

Não me anima escrever sobre “Marcola de Saias” do dia. Sim! Pois é! Ela é a terceira que foi assim citada neste site desde que publico sobre o PCC em 2007!

O sexista Primeiro Comando da Capital

Estou prestes a compartilhar com vocês uma história real de horror que resgatei de uma mulher, guerreira da facção criminosa PCC 1533, realmente forte.

Esta história ilustra bem a mudança cultural a que vocês se referem, e que vocês acreditam estar ocorrendo.

Sei que será difícil de digerir, mas creio que é importante que vocês estejam cientes de que não é o caminho que está sendo seguido.

Vocês, assim como a maioria de nós, refletem no outro suas próprias expectativas, que por vezes vão de encontro à cultura do outro.

Não precisamos olhar no horizonte para ver isso, basta observarmos no nosso grupo de Zap: quantas mulheres há e a diferença do perfil dos homens.

O Primeiro Comando da Capital é um grupo sexista e não existe tendência de mudar essa realidade, existem sim, exceções.

A Guerreira do Acre e a Marcola de Saias são exceções à regra

A história que vou contar é a da Guerreira do Acre.

Não é a primeira história desse tipo e certamente não será a última, mas creio que é um exemplo da culturareal do PCC, que difere de nosso imaginário.

Ela lutou por sua família de sangue e pela Família 1533, acabou sendo perseguida e, em certo momento, nunca mais tive notícias dela.

Admirei a coragem dessa mulher que, possivelmente, nunca saberei se conseguiu sobreviver.

O Primeiro Comando da Capital na época era outro

A facção PCC 1533 investia pesado em ajuda aos guerreiros por mais isolados que estivessem.

Eu, na época, participava de diversos grupos de WhatsApp de “responsa” da facção, e de lá assisti a diversas “movimentações de tropas e armas”.

Foi assim para fortalecer os Amigos dos Amigos (ADA) no Rio de Janeiro, os Guardiões do Estado (GDE) no Ceará, e a Guerreira do Acre.

Hoje vemos a organização criminosa deixando crias para trás isoladas em diversos recantos do país para se focar no lucro seguro.

Esse meu comentário não deve ser entendido como uma crítica, mas como fruto de uma análise dos fatos, e posso estar errado.

Mudança na cultura do Primeiro Comando da Capital

Mas, ao contrário do que vocês possam pensar, a mudança que esperam vai de encontro à cultura da organização da facção paulista 1533.

Hamilton Pozo, com quem tive aula na faculdade, afirmava que uma mudança cultural em uma organização ou sociedade precisaria de 50 anos para se consolidar.

Não é fácil mudar a mentalidade de um grupo social, especialmente quando ela está enraizada em uma cultura que valoriza mais a sexualidade do que o lucro e os direitos humanos.

O imaginário do mundo do crime gira em torno da sexualização tanto do homem quanto da mulher, tornando o estereótipo como regra.

Vocês dois presenciaram ontem, no nosso grupo de Zap uma demonstração no caso do homem que queria contratar alguém para matar a própria mulher.

Sexo, armas e drogas

Nos próximos dias, atendendo a vocês, abordarei aqui no site a questão da sexualidade na facção Primeiro Comando da Capital.

Independente do que pensemos, eu, vocês ou um “cria do 15” do norte de Roraima, nós devemos continuar lutando por aquilo que acreditamos.

Assim como a Guerreira do Acre que lutou por sua causa, que lutou por sua família de sangue, que lutou pela Família 1533.

É isso que nos faz crescer e evoluir como seres humanos. Espero que essa história os inspire a continuar lutando e a não desistir de seus ideais.

o texto a seguir foi publicado neste site em 28 de janeiro de 2018 e na época eu utilizava base acadêmica para meus textos

A acadêmica de Roraima e a guerreira do PCC do Acre

É possível levar a sério um artigo acadêmico sobre a violência e a criminalidade urbana em um estado que é só selva?

E se eu disser ainda que foi escrito por uma mulher?

Este é o caso de Retratos da Violência Urbana e da Criminalidade em Boa Vista — Roraima: A capital mais setentrional do Brasil, de Janaine Voltolini de Oliveira.

Nossa! Me senti agora como Monteiro Lobato!

Você já leu o livro Éramos Seis, de Maria José Dupré?

Quem prefaciou a obra foi ninguém menos que Monteiro Lobato, ícone de nossa literatura e responsável por parte da formação cultural de nossa nação.

Nesse prefácio, Lobato não teve vergonha em contar que recebeu de seu editor o original do livro de Dupré que narrava a vida de uma mulher e de seus filhos, desde nasceram até a fase adulta, e ele inicialmente se recusou a ler a obra, pois tinha sido escrita por uma mulher e a premissa era ridícula.

Monteiro Lobato, eu e nossa misoginia

Após muita insistência do editor, Monteiro Lobato, acabou lendo e se apaixonando pelo trabalho da autora (assim como eu).

Janaine não é Dupré e eu muito menos sou Lobato, mas Dupré não podia prever que Lobato não iria querer lê-la por ser mulher, e Lobato não poderia prever que em cinquenta anos sua obra quase seria proibida por ser sexista e racista.

Assim como Janaine não poderia prever que um leitor se referiria ao seu trabalho dessa forma:

E se eu disser ainda que foi escrito por uma mulher?

A violência e o empoderamento da mulher

O artigo publicado na Revista de Ciências Sociais da UNESP faz uma avaliação do quadro de violência em Roraima e analisa seus números, apresentando as possíveis causas e soluções para o problema.

É um bom resumo do que acontece por lá e um facilitador para quem quer fazer uma análise rápida, mas não profunda, da situação do estado.

A questão da mulher me chamou a atenção assim que peguei o trabalho de Janaine — pensei em criar uma cota para a produção masculina nesse site, pois quase todos os trabalhos que fiz no último mês foram produzidos por mulheres ou cujo assunto eram as mulheres dentro da hierarquia do PCC.

Não acredito no acaso, e muito menos duvido dele.

A pesquisadora demonstra no artigo o aumento brutal do número de mulheres assassinadas — o Mapa da Violência 2015 denunciou o aumento de 500% da quantidade de homicídios de mulheres em Roraima em relação aos anos de 2003 a 2013.

Os números são o resultado do aumento da presença das mulheres, que estão dominando cada vez mais todas as áreas.

Uma escreve e outra derrama sangue

Quando Janaine escreveu o artigo, não poderia prever que trouxesse, a um de seus leitores, a lembrança de maneira tão viva de uma irmã ou companheira do PCC, que teve seu áudio viralizado um pouco antes dos ataques ocorridos no início de agosto de 2017 em Rio Branco:

Aqui o bagulho tá feio mesmo. Eu sou do Acre, só que os irmãos não estão muito unidos não. Mataram meus companheiros lá.

Até perder meu filho já perdi.

Tudo por causa dessa guerra. Agora os irmãos tem que tomar atitude aí.

Tem Irmão encurralado aí. Tem que ajudar Irmão.

Guerreira do Acre

Na voz, uma mulher, fiel de sangue ao Primeiro Comando da Capital, e seu pedido de apoio que mobilizou soldados e recursos da facção de diversas partes do Brasil.

A situação que estava quente, ferveu, sendo necessária uma operação de guerra envolvendo o governo estadual e federal para conter a situação.

A mulher conquistando o direito de matar e morrer

Monteiro Lobato teria que se conformar: a mulher conquistou seu lugar na sociedade, e hoje elas já escrevem tanto quanto os homens sobre a questão criminal, e com o incremento em torno de 1,5% ao mês do número de integrantes femininas nas facções.

Dentro de cinco anos elas possivelmente já estarão em pé de igualdade com os homens.

Eu não vou esperar tanto tempo para parabenizar as mulheres que conquistaram o direito de morrer como se fossem homem. Mary Wollstonecraft e Nísia Floresta devem estar muito satisfeitas com as conquistas das mulheres neste século.

Vídeo da execução de uma integrante do Bonde dos 13 do Acre (B13)

Recado PCC das trancas de Pernambuco: “tamo sendo oprimidos”

Integrante da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) manda a situação real das trancas de Pernambuco.

Um recado das trancas de Permanbuco

Essa mensagem recebida das trancas de Pernambuco é um grito de socorro que não pode ser ignorado por nenhum de nós.

Após o áudio e a sua transcrição, apresento minha leitura, que de certo não é a mesma que a tua, é muito mais sombria.

PCC de Pernambuco pede ajuda em tranca da oposição

Um forte abraço aí, uma boa noite aí prá nóis.

Quem tá na voz aqui é …

Veja só, que a gente numa situação difícil, que aqui está descabelado, sem aparelho para fazer a conexão, tamo fora da sintonía por isso aí.

Por que altas coisas que está escrita no Estatuto e não está acontecendo não, você entendeu?

É porque irmão, veja só, é por que o que está escrito no Estatuto não está acontecendo em nada, por isso estou fora de sintonía.

Porque tem altos irmãos aí que tem condições, mas só se lembram da barriga deles, entendeu irmão?

Estou dizendo a você, aqui tem o Comando Vermelho, a CLS, tudo inimigos nossos, entendeu?

Tem o Comando Litoral Sul e tem FDN também misturado aqui. Aqui é cheio de lixo mesmo.

Aqui na cadeia que estou, não está favorável não! É pouca quantidade dos irmãos nossos, é mais Comando Vermelho, entendeu?

É mais tumulto, não é qualidade não, é mais tumulto.

Então o que está acontecendo, o que está escrito no estatuto tá acontecendo não, é isso aí, tô descabelado irmão.

Muita guerra eu tive em … através da facção, faz … anos que sou da facção, eu era Geral do Sistema, eu fechei como Geral do Sistema e Geral de Estados e Países, eu fechei nessas duas responsas aí.

Pronto irmão, você faz a anotação aí, pedindo uma ajuda irmão, porque altas cadeias de Pernambuco aqui a gente está sendo oprimidos.

Porque tem muito lixo e os irmão do PCC tem pouco aqui. Em todas as cadeias de Pernambuco está tá expandindo o lixo.

Eu queria que você fizesse um relatório aí dizendo o que está acontecendo nas cadeias de pernambuco, entendeu?

É isso aí que estou dizendo a você, um forte abraço aí uma boa noite para nós aí tamo junto aí viu irmão…

As trancas de Pernambuco e o Brasil

Não passa uma semana sem que eu receba o pedido de ajuda de um irmão ou companheiro que ficou perdido na estrada.

No entanto, estes gritos de socorro hoje chegam com mais constância e lugares de onde antes jamais viriam.

Conheço esses gritos, são os mesmos que eu ouvia quando PCCs eram dizimados no Amazonas, no Acre e em alguns estados do Nordeste.

Primeiro, buscavam sintonía, depois pediam socorro enquanto eram caçados por inimigos, e por fim o silêncio: um a um eram mortos e os que sobreviveram fugiam.

Tranca de Pernambuco: sabemos onde termina

A mensagem da tranca de Pernambuco alerta para o que está acontecendo e sabemos onde essa estrada termina.

Um integrante do PCC cercado por inimigos, há dez anos, mexeria com todos, mas hoje não mais.

O sonho de uma família unida contra a opressão carcerária evoluiu pouco a pouco para se transformar em uma empresa rentável.

Duzentos milhões seriam gastos para resgatar Marcola enquanto irmãos e companheiros são ilhados, esquartejados e decapitados em uma guerra sem esperança.

Tranca de Pernambuco: é o princípio do fim da Família 1533?

Parece que algo aconteceu com o Primeiro Comando da Capital, pois não mais é como foi no passado.

Aparentemente, companheiros, irmãos e lideranças estabelecidas agora só pensam em seus próprios interesses.

Integrantes são abandonados nas regiões mais afastadas e que não dão lucro à facção, resultando em casos de morte por todos os cantos.

O que é mais impressionante é que o grito do irmão de Pernambuco reflete as mensagens que recebo quase diariamente.

o socorro não virá irmão. Não virá.

Parece que o dinheiro e o poder afastaram os integrantes da Família 1533. Mas agora me pergunto:

O Primeiro Comando da Capital sobreviverá sem sua abrangência nacional?

Esse pode ser o início do fim da Família 1533 e o nascimento de uma empresa?

E o mais importante, qual será o destino dos crias abandonados nas trancas e nas regiões distantes?

Esta é uma situação bastante preocupante, e exige nossa atenção imediata.

É necessário investigar mais a fundo para entender o que está por trás dessas mensagens.

Alguns se preocuparão em como ajudar aos irmãos encurralados.

Outros se preocuparão com o fim da hegemonia das facções criminosas Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho e o caos e o banho de sangue que virá a seguir: dentro e fora do Sistema Carcerário.

Destino traçado. Triste Fim.

Mas, apesar de todos os nossos esforços, não podemos escapar da sombra iminente que paira sobre nossas cabeças.

Lembrando-nos constantemente de um passado com planos e esperanças, mas agora temos apenas certeza da morte.

Sonháva-mos acordados e hoje temos pesadelo com aqueles que foram nossos irmãos mas nos abandonaram no meio dos inimigos.

Pior que a incerteza do futuro é viver um presente sem esperança.

Talvez, em algum lugar escuro e profundo, haja uma resposta para nossas preocupações, mas por enquanto, só nos resta esperar, tremendo de medo diante da escuridão, mas ainda assim, esperando pela luz que um dia virá iluminar nosso caminho para a segurança e felicidade que tanto almejamos.

É isso aí que estou dizendo a você, um forte abraço aí uma boa noite para nós aí tamo junto aí viu irmão.

Parece que os fundamentos do PCC estão desaparecendo aos poucos. poder… é verdade que o PCC é poder, dinheiro, mas para um determinado fim, esse de ajudar os presos, ou até mesmo ajudar o povo na rua. Acho que os fundamentos do PCC estão sendo perdidos e que os mais velhos devem incutir esses valores nos jovens e recém-chegados. Você deve saber que em todo o mundo o PCC é visto como um movimento revolucionário e não como uma organização criminosa, mas isso pode mudar com o tempo se os líderes não tomarem decisões sobre esta situação. que porque haveria muito mais pessoas para ajudá-los, é esse movimento revolucionário que o fez ser ouvido por grandes líderes políticos, e os tornou tão fortes, ouvidos e acima de tudo respeitados pelos outros.

Penal de Chonchocoro nas mãos do Primero Comando da Capital

O complexo penal de Chonchocoro nas mãos do Primeiro Comando da Capital é uma realidade possível após a prisão de Tocha na Bolívia.

Nas sombrias e sujas paredes do presídio de Chonchocoro, o poder é dividido entre dois inimigos sangrentos e implacáveis.

Os grupos brasileiros Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e o Comando Vermelho (CV) controlam tudo dentro das muralhas, governando com punho de ferro sobre a multidão de prisioneiros tatuados que se aglomera em seus territórios.

Nenhum movimento é feito sem seu consentimento, nenhuma palavra é dita sem sua aprovação dos líderes de um dos dois grandes grupos.

Os líderes criminosos brasileiros corrompem os guardas com dinheiro, ameaças e chantagem, e até mesmo subornando autoridades de fora do presídio para garantir seu domínio sobre os encarcerados.

Aqueles que se opõem a eles são rapidamente silenciados pela violência brutal que é seu método preferido: cabeças rolam pelo pátio.

Para os encarcerados por trás das muralhas sobrias e sujas de Chonchocoro, a vida é uma existência de terror constante, marcada por um constante medo da punição por qualquer deslize ou desobediência.

As organizações criminosas garantem ordem, disciplina e respeito, mas cobram um alto preço para quem se atreve a questionar seu poder ou seu domínio.

Tocha, um líder do Primeiro Comando da Capital na Bolívia foi recapturado há poucos dias e enviado também para trás dessas muralhas em Santa Crus de la Sierra.

Mestre em fugas, Tocha que era o elo de ligação entre a mais poderosa organização criminosa da América do Sul com as famílias criminosas bolivianas agora terá uma nova missão.

O antigo mestre em fugas, agora tem em suas mãos a chance de criar laços de sangue com criminosos de várias nações que foram unidos naquelas masmorras: peruanos, colombianos e bolivianos.

As autoridades tentam esconder o mal atrás das muralhas, mas lá, onde o sangue escorre no pátio e nas celas, os espíritos dos que sobrevivem se fortalecem enquanto aguardam o momento de saltar para as ruas, para as comunidades.

E, apesar das afirmações das autoridades de que as organizações criminosas foram desmanteladas, a verdade é que esses inimigos poderosos ainda controlam tudo dentro das paredes do presídio, e ninguém é capaz de derrubá-los de seu trono de poder.

leia matéria base no FM Bolívia: “Facciones” del Primer Comando de la Capital PCC y el Comando Rojo mandan en el penal de Chonchocoro

Prisão e penas mais duras: discurso populista reforçam o PCC

O populismo político aponta que a solução para a Segurança Pública é a prisão e penas mais duras, no entanto, essa política gerou o PCC 1533.

Prisão e penas mais duras: o resultado na Argentina

O Estado sempre apoiou o slogan de que a prisão e penas mais duras seriam o fim dos problemas, mas essa nova realidade marca o início de outros, ainda mais delicados, que impactam diretamente nas ruas.

site archyde.com

Meu caro Francesco Guerra,

Permita-me apresentar-lhe a seguinte situação intrigante.

Diversos políticos em todo o mundo, mas principalmente os da direita latinoamericana, em sua crença firmemente arraigada, sustenta que mais prisões e penas severas trariam maior segurança para o povo.

No entanto, suas intenções nobres, se não populistas, foram mal direcionadas.

Pois as organizações criminosas estão usando essas prisões como ferramenta para recrutar, doutrinar e treinar criminosos para seus esquemas ardilosos.

A solução aparentemente simples para combater o aumento da criminalidade revela-se, na verdade, um golpe de mestre da mais formidável organização criminosa, a facção PCC.

Ensinou aos criminosos que prisão não significa que o negócio criminoso acabou, mas muito pelo contrário, que outra etapa se inicia.

Não é possível acabar com a facção PCC sem abordar as questões de superlotação e opressão carcerária, já que estes são fatores que contribuem para a formação e fortalecimento da organização.

A falta de condições adequadas nas prisões, como superlotação, violência e falta de recursos, é um terreno fértil para o crescimento da criminalidade organizada.

Além disso, as condições opressivas nas prisões podem ser usadas pelos líderes da facção para consolidar seu poder e controle sobre seus membros.

Por isso, é importante que sejam implementadas medidas eficazes para melhorar as condições nas prisões, incluindo investimentos em infraestrutura, segurança e programas de ressocialização.

ChatGPT para o site faccaopcc1533primeirocomandodacapital.org

Prisão e penas mais duras: unindo o crime

Além disso, meu caro Francesco,

A política de aprisionamento em massa adotada pelos diversos governos latinoamericanos não só falhou em reduzir a criminalidade e o tráfico de drogas, como fortaleceu ainda mais a influência e o poder do Primeiro Comando da Capital.

Os criminosos recrutados e doutrinados nas prisões apregoam com orgulho que agora fazem parte de uma grande organização criminosa internacional!

Portanto, temos um problema ainda maior em nossas mãos!

Pois a facção PCC está usando sua posição privilegiada dentro das prisões para ameaçar funcionários da Justiça, do Sistema Carcerário e das forças de Segurança Pública.

O criminoso plantou novamente ameaças contra um juiz federal, um promotor federal, um senador provincial e um prefeito.

Ele avisou por meio de outro interlocutor que está detido na prisão de Rawson que iria atacá-los com “balas e granadas”.

“Quem avisa não trai”, alertava a mensagem intimidadora que teve como destinatários uma extensa lista de autoridades judiciais e políticas.

site archyde.com

Prisão e penas mais duras: a revanche

A tudo isso, meu caro Francesco,

As autoridades argentinas pediram conselho para seus pares brasileiros que alertaram que os criminosos se comunicavam por WhatsApp.

O Primeiro Comando da Capital organizava seus asseclas através de troca mensagens de dentro das prisões por todo Brasil.

E assim, os criminosos da organização de dentro das muralhas brasileiras tem contato online com as prisões na Argentina, no Paraguai e na Bolívia.

Atentado ao fato, um juiz de Buenos Aires ordenou uma busca e apreensão de celulares nas celas dos presos — a reação foi imediata e violenta.

Em apenas duas noites mais de dez ônibus foram incendiados com coquetéis molotov.

A Justiça teve que reverter a medida e o Estado teve que assumir que havia subestimado o poder que a comunicação irradiava no crime organizado.

site archyde.com

O Primeiro Comando da Capital está determinado a proteger seu império criminoso, mesmo que isso signifique causar caos e destruição na cidade.

O aprimoramento: a Sintonia Restrita

Francesco, a reportagem sobre a Sintonia Restrita do Metrópoles que você fez a gentileza de encaminhar ao meu escritório é uma das consequências dessa política.

Mostra como a aposta dos políticos populistas na prisão e penas mais duras só profissionalizou a facção paulista PCC.

Graças a essa política prisional o PCC criou um novo exército de criminosos dispostos a seguir suas ordens e a perpetuar seus planos maléficos.

Estratégia, ousadia e muito acesso à informação permeiam um “setor de inteligência” criado pelo Primeiro Comando da Capital.

O grupo funciona como uma ampla rede de criminosos.

As grades e os muros de prisões ao redor do país não são suficientes para brecar o fluxo de informações que movimentam as engrenagens da chamada sintonia restrita – o atual cérebro da facção criminosa.

Carlos Carone e Mirelle Pinheiro para o site Metrópoles

É com grande pesar, meu caro Francesco, que encerro essa minha carta. Lamento, que a cada carta, o mundo se torne cada vez mais incerto.

Atenciosamente, um forte e respeitoso abraço daquele que está até a última gota de sangue disposto a defender a Paz, a Justiça e a Liberdade para todos.

Wagner do Site PCC 1533

leia o artigo base no site archyde.com: The heads of the First Capital Command (PCC) ordered the burning of buses. in just two nights more than ten buses caught fire of public transport with Molotov cocktails…

ChatGPT fala sobre a facção PCC Primeiro Comando da Capital

O que a inteligência artificial pensa sobre o PCC, guerra entre facções, jovens e drogas.

Terceira parte da entrevista com o ChatGPT

Nessa terceira publicação, o ChatGPT sobre a relação da facção PCC com a questão das armas, drogas, jovens e a guerra entre facções.

…. é necessário pensar em estratégias que possam ir além da repressão e abordar outras questões, como prevenção, tratamento de dependentes químicos e políticas públicas de segurança mais eficazes, visando reduzir o poder do crime organizado e melhorar as condições das prisões.

ChatGPT

… a falta de controle de armas no Brasil também pode contribuir para a disponibilidade de armas para o PCC.

ChatGPT

O PCC e os outros grupos criminosos

O que você sabe sobre a guerra entre as facções criminosas no Brasil.

A guerra entre as facções criminosas no Brasil é uma luta constante pelo controle de territórios, tráfico de drogas e outros crimes organizados.

As duas principais facções criminosas no Brasil são a Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) que operam em várias regiões do país e há relatos frequentes de violência e conflitos armados entre elas.

Embora ambas as organizações criminosas sejam muito poderosas e perigosas, é difícil determinar qual delas tem uma vantagem clara sobre a outra, pois a situação é altamente dinâmica e pode mudar rapidamente.

Ambas as facções têm seus próprios pontos fortes e fracos, e é provável que sua capacidade de competir e prosperar dependa de vários fatores, incluindo o ambiente político, econômico e social em que operam.

A situação é agravada pela corrupção e falta de efetividade das forças de segurança, o que permite que as facções criminosas tenham acesso a armas e recursos financeiros.

A guerra entre facções criminosas tem sido uma fonte de preocupação para as autoridades brasileiras e é considerada um dos maiores desafios para a segurança pública no país.

Quais são os grupos, facções, bondes ou gangues que atuam em conjunto como aliados da facção paulista Primeiro Comando da Capital?

(esta resposta eu não publicarei pois o ChatGPT errou redondamente, citando inimigos históricos como o Comando Vermelho, Primeiro Grupo Catarinense e a Família do Norte como aliados, além disso cita grupos que sequer existem)

Quais grupos criminosos internacionais podem ser comparados com o Primeiro Comando da Capital? E por qual razão?

A principal atividade do Primeiro Comando da Capital é o tráfico de drogas, mas também está envolvido em outros crimes, como roubos, sequestros e assassinatos.

O PCC é conhecido por sua hierarquia rígida, disciplina interna, lealdade aos membros e violência extrema contra seus inimigos.

Algumas organizações criminosas que também são conhecidas por suas atividades ilícitas, violência extrema contra seus inimigos, hieraquia rígida e disciplina interna são:

  • Yakuza: uma organização criminosa japonesa que se originou na década de 1600. Seus membros estão envolvidos em diversas atividades ilegais, incluindo tráfico de drogas, jogos de azar, extorsão e prostituição. A Yakuza é conhecida por sua estrutura hierárquica e por suas tatuagens corporais, que são usadas como símbolos de identificação.
  • Cartéis de drogas mexicanos: organizações criminosas que controlam o tráfico de drogas no México e em outros países. Os cartéis são conhecidos por sua violência extrema e seus confrontos com as autoridades. Alguns dos cartéis mais conhecidos incluem o Cartel de Sinaloa, o Cartel de Jalisco Nova Geração e o Cartel de Los Zetas.
  • Máfia italiana: uma organização criminosa que se originou na Itália no final do século XIX. A Máfia está envolvida em várias atividades ilegais, incluindo tráfico de drogas, extorsão, jogos de azar e assassinatos. A organização é conhecida por sua estrutura hierárquica e pela lealdade inabalável dos membros.

Cada um desses grupos criminosos tem sua própria história e características distintas.

No entanto, todos eles estão envolvidos em atividades ilegais e são conhecidos por sua violência extrema e pela ameaça que representam para a sociedade.

A questão das armas

Como a política de facilitação da compra e posse de armas pelo governo Bolsonaro influiu na organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

A política de liberação de armas provavelmente não teve um impacto direto significativo na organização criminosa Primeiro Comando da Capital no Brasil.

Embora o aumento da disponibilidade de armas possa ter contribuído para a escalada da violência em geral, o PCC tem uma estrutura sólida e fontes de financiamento diversificadas, incluindo o tráfico de drogas, extorsão e roubo de cargas, que permitem que a organização mantenha sua posição de poder.

Além disso, o PCC tem uma forte presença em presídios e uma ampla rede de contatos e aliados, o que dificulta a ação das autoridades na luta contra o crime organizado.

Onde a facção PCC consegue suas armas?

A fonte de armas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital é controversa e não há informações precisas disponíveis a esse respeito.

Algumas fontes afirmam que as armas são adquiridas através de compra ilegal no mercado negro, enquanto outras afirmam que são trazidas de outros países através de contrabando.

Além disso, a falta de controle de armas no Brasil também pode contribuir para a disponibilidade de armas para o PCC.

A questão das drogas

A liberação do uso recreativo de drogas teria impacto nos negócios da organização criminosa PCC?

Não há uma resposta definitiva quanto ao impacto da legalização do uso recreativo de drogas sobre a organização criminosa PCC.

Alguns argumentam que a legalização poderia reduzir a demanda por drogas ilegais e, consequentemente, afetar os negócios do PCC.

Outros argumentam que a legalização não afetaria significativamente os negócios do PCC, já que eles se concentram em outros tipos de atividades criminosas, além da venda de drogas.

Além disso, é possível que o PCC simplesmente se adapte ao novo cenário e encontre novos meios de continuar suas atividades criminosas.

O combate às drogas aumenta o número de presos e é nos presídios que o PCC recruta seus integrantes. Qual é o resultado dessa equação?

O combate às drogas pode ter como consequência o aumento do número de prisões, uma vez que muitas das atividades ilegais relacionadas às drogas são consideradas crimes e puníveis com prisão.

Entretanto, a simples prisão de indivíduos envolvidos no tráfico de drogas não é suficiente para solucionar o problema.

O tráfico de drogas é um negócio ilegal que movimenta grandes quantidades de dinheiro e possui uma demanda constante por parte dos consumidores, o que leva a sua continuidade mesmo diante das ações de repressão por parte das autoridades.

A prisão em si não é suficiente para impedir que os indivíduos envolvidos no tráfico de drogas continuem a exercer suas atividades criminosas.

Nos presídios, muitos desses indivíduos têm a oportunidade de se associar a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital, em busca de proteção e benefícios, como acesso a drogas, telefones celulares e outros privilégios.

Além disso, as condições precárias das prisões, como superlotação, falta de higiene e violência, favorecem a proliferação dessas organizações criminosas.

Dessa forma, a equação resultante do aumento do número de presos devido ao combate às drogas pode favorecer a expansão de organizações criminosas dentro dos presídios, como o PCC, que podem se tornar mais poderosas e influentes.

Isso pode levar a uma maior dificuldade para o controle do crime organizado e a um aumento da violência tanto dentro como fora das prisões.

Portanto, é necessário pensar em estratégias que possam ir além da repressão e abordar outras questões, como prevenção, tratamento de dependentes químicos e políticas públicas de segurança mais eficazes, visando reduzir o poder do crime organizado e melhorar as condições das prisões.

Jovens e a facção PCC

Por que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital desperta tanto interesse pelos jovens?

Não é possível afirmar de forma precisa por que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital desperta tanto interesse entre jovens.

É possível que a atração seja resultado de uma combinação de fatores, como falta de oportunidades, falta de educação e esperança, bem como a busca por pertencimento, proteção e reconhecimento.

Além disso, a propaganda ou o discurso da organização pode ser atraente para algumas pessoas, mesmo que as ações dela sejam violentas e criminosas.

É importante destacar que participar de uma organização criminosa é perigoso e pode ter graves consequências para a vida e a liberdade de uma pessoa.

É comum, pelo menos entre as crianças e os jovens buscarem a presença e a proteção de colegas mais fortes e violentos, isso acontece também em relação aos jovens de periferia que se aproximam de criminosos, principalmente daqueles que pertencem a organizações criminosas reconheciddas, como é o caso do Primeiro Comando da Capital. Você pode explicar qual a razão e como essa realidade pode ser combatida?

O comportamento de buscar proteção e pertencimento a grupos mais fortes e violentos, como gangues ou organizações criminosas, é comum entre crianças e jovens que vivem em ambientes vulneráveis, como periferias urbanas e áreas de pobreza e exclusão social.

Existem várias razões para isso acontecer, mas algumas das principais incluem:

  • Necessidade de proteção: muitos jovens que vivem em áreas de violência e insegurança sentem que precisam de proteção contra ameaças reais ou percebidas. Ao se juntar a um grupo mais forte e violento, eles esperam estar mais seguros e protegidos.
  • Busca de identidade: muitos jovens que vivem em áreas de pobreza e exclusão social têm poucas oportunidades para desenvolver uma identidade positiva e se sentir valorizados pela sociedade. Ao se juntar a um grupo, eles podem encontrar uma identidade coletiva e se sentir mais importantes e relevantes.
  • Pressão social: a pressão dos pares pode ser muito forte entre crianças e jovens, especialmente em ambientes de pobreza e exclusão social. Ao se juntar a um grupo, eles podem se sentir mais aceitos e populares, mesmo que isso signifique envolver-se em atividades ilegais ou violentas.

Para combater essa realidade, é importante oferecer alternativas positivas para esses jovens, como programas de educação, esportes e atividades culturais.

Essas atividades podem ajudar a desenvolver habilidades, valores e identidades positivas, além de fornecer oportunidades para os jovens se conectarem com outras pessoas e comunidades fora do ambiente de violência e exclusão social.

Também é importante investir em políticas sociais que melhorem as condições de vida nas áreas vulneráveis, como acesso a educação de qualidade, saúde, habitação e empregos.

Isso pode ajudar a reduzir a pressão social e a necessidade de proteção entre os jovens, além de oferecer esperança e perspectivas de futuro.

Por fim, é fundamental combater a impunidade e a corrupção no sistema de justiça criminal e policial, para que os jovens percebam que a violência e o crime não são o caminho certo para alcançar justiça ou proteção.

Além disso, é preciso oferecer oportunidades de reintegração social para aqueles que já cometeram crimes, para que possam sair do ciclo de violência e criminalidade e ter uma segunda chance de construir uma vida positiva.

Sobre os documentos do PCC

Você conhece o Estatuto do PCC? O que você pode falar sobre ele?

O Estatuto do PCC é o conjunto de normas e regras internas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

Embora não seja público, ele é conhecido por especialistas e investigadores como um documento que estabelece as diretrizes da organização e define as sanções para os membros que cometem infrações.

O Estatuto também descreve a hierarquia da organização e as funções de seus membros.

É importante destacar que a existência e o conteúdo do Estatuto do PCC são considerados ilegais e contrários aos valores e às leis do Estado brasileiro.

Você conhece a chamada “Cartilha de Conscientização da Família 1533”? O que pode me falar sobre ela?

A “Cartilha de Conscientização da Família 1533” é um documento divulgado pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital com o objetivo de difundir sua ideologia e fortalecer o controle sobre seus membros.

A cartilha inclui uma série de regras e orientações sobre como os membros do PCC devem se comportar e se relacionar com a sociedade e com as autoridades.

Ela também aborda questões como a importância da disciplina e da obediência às regras da organização, a necessidade de proteção dos segredos da organização e a defesa da família dos membros.

É importante destacar que a cartilha é considerada ilegal e que seu conteúdo é condenado pela sociedade e pelas autoridades como uma ameaça à paz e à ordem pública.

Você conhece o chamado “Dicionário do PCC”? O que pode me falar sobre ele?

Sim, conheço o chamado “Dicionário do PCC”.

É uma lista de regras, códigos e procedimentos adotados pelo Primeiro Comando da Capital, organização criminosa brasileira.

Essa lista foi encontrada durante uma operação de busca e apreensão e foi considerada uma das principais fontes de informação para entender a estrutura e as ações da facção.

O “Dicionário”, como é conhecido, é visto como uma forma de controlar e manter a disciplina entre os integrantes da organização.

Pacificação do PCC

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital afirma que sua política de pacificação derrubou a taxa de mortalidade.

Não é possível afirmar a veracidade dessa afirmação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

Grupos criminosos frequentemente apresentam informações falsas ou distorcidas para justificar suas ações ilegais e violentas.

A melhor maneira de avaliar a segurança de uma região é consultar fontes confiáveis, como autoridades governamentais e agências de segurança.

A questão da situação prisional

Qual a razão pela qual o Primeiro Comando da Capital teve tanta facilidade para convencer os presos a entrarem para o grupo criminoso?

O Primeiro Comando da Capital teve sucesso em convencer muitos presos a se juntarem ao grupo criminoso devido a uma combinação de fatores, incluindo a falta de proteção e recursos para os presos, as condições precárias nas prisões brasileiras, e a violência frequente.

O PCC se apresentava como uma organização que fornecia proteção e apoio aos presos, incluindo ajuda financeira para suas famílias e representação em questões legais.

Além disso, o PCC oferecia uma estrutura de liderança e poder dentro da prisão, o que era atraente para muitos presos que sentiam que não tinham outras opções para lidar com a violência e as condições precárias nas prisões.

Adicionalmente, o PCC tem uma estrutura de comando e controle rigorosa e utiliza a violência e a ameaça de violência para intimidar os presos e manter a lealdade à organização.

Isso faz com que muitos presos se sintam compelidos a aderir ao PCC para proteger a si mesmos e suas famílias.

Em resumo, a combinação de falta de proteção e recursos para os presos, condições precárias nas prisões, e a oferta de proteção e apoio pelo PCC, juntamente com sua estrutura de poder e controle rigoroso, ajudou a explicar a sua capacidade de convencer muitos presos a se juntarem ao grupo criminoso.

Expansão do PCC

Em quais estados a organização criminosa Primeiro Comando da Capital tem tido maiores dificuldades de conseguir domínio? E por que razão?

O Primeiro Comando da Capital é uma organização criminosa de grande escala, com atuação em diversos estados brasileiros.

No entanto, é difícil determinar com precisão em quais estados a organização tem tido maiores dificuldades de estabelecer domínio, pois a atuação do grupo é frequentemente subterrânea e não há informações públicas confiáveis a esse respeito.

Alguns estados brasileiros têm implementado medidas de segurança rigorosas para enfrentar o PCC, incluindo a cooperação entre agências de segurança pública e a realização de operações especiais para prender líderes e membros do grupo criminoso.

Essas medidas podem ter dificultado a atuação do PCC nesses estados, mas não há evidências concretas de que a organização tenha sido completamente neutralizada em qualquer região do Brasil.

Em geral, a atuação do PCC é influenciada por uma série de fatores, incluindo a presença de outros grupos criminosos rivais, a capacidade das autoridades de segurança em combater o grupo, e a disponibilidade de recursos e proteção para os membros do PCC.

Em estados onde as autoridades de segurança são mais fortes e têm mais recursos, pode ser mais difícil para o PCC estabelecer e manter seu domínio.

Você disse que nos estados onde existe um sistema de segurança pública mais forte e com mais recursos a organização criminosa Primeiro Comando da Capital teria maiores dificuldades de crescer, no entanto, o Estado de São Paulo é o com mais recursos e com um forte aparato de Segurança Pública e foi justamente nesse estado que o PCC mais cresceu. Não parece incoerente a sua resposta?

Desculpe, eu cometi um erro na minha resposta anterior.

É verdade que o Estado de São Paulo, que tem um sistema de segurança pública forte e com muitos recursos, também foi um dos locais onde o Primeiro Comando da Capital cresceu mais rapidamente.

A presença de fortes sistemas de segurança pública não necessariamente impede o crescimento de grupos criminosos como o PCC, que são altamente organizados e têm uma estrutura de comando e controle sofisticada.

O crescimento do PCC em São Paulo e em outros estados pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo a corrupção dentro das instituições de segurança pública, a falta de acesso à justiça e à educação para populações vulneráveis, e a existência de um mercado para o tráfico de drogas e outros crimes.

A luta contra o PCC e outros grupos criminosos é uma tarefa complexa que exige uma abordagem integrada, que vá além da mera aplicação da lei.

É necessário abordar as causas subjacentes à criminalidade, incluindo a desigualdade social e econômica, a falta de oportunidades e a exclusão social, a fim de promover uma sociedade mais justa e segura.

Em qual nação da América do Sul a organização criminosa Primeiro Comando da Capital tem maior capacidade de ampliar seus negócios?

Não há informações disponíveis sobre em qual nação da América do Sul o Primeiro Comando da Capital tem a maior possibilidade de ampliar seus negócios.

O PCC é uma organização criminosa baseada no Brasil e suas atividades são principalmente concentradas no Brasil.

Embora o PCC tenha se expandido em outros países da América do Sul, a extensão e a intensidade dessas atividades variam amplamente.

A luta contra o PCC e outros grupos criminosos internacionais requer uma abordagem coordenada entre as nações envolvidas, incluindo a troca de informações e a cooperação no que diz respeito à investigação, perseguição e prevenção.

É importante destacar que a luta contra a criminalidade transnacional é uma tarefa complexa e que a resposta deve ser baseada em evidências e no respeito aos direitos humanos.

O que é o sintonia do PCC? O que significa sintonias no PCC?

Sintonia do PCC. Sintonia não é apenas uma palavra, uma idéia ou uma função dentro da organização criminosa. Sintonia é a base de tudo no PCC

Sintonia do PCC: luz guia nas trevas

Assim começa o comunicado de um Sintonia do PCC:

Um forte e sincero e leal abraço a todos os irmãos e companheiros.

Inicialmente o “sintonia” que for transmitir para os “irmãos” e “companheiros” deve com respeito lembrar a todos que só com a conscientização é possível alcançar a PAZ, mesmo que dentro das muralhas, dos difíceis ambientes e situações que os soldados da facção e suas famílias estejam.

Introdução da Cartilha do Primeiro Comando da Capital

Afirmar que a facção é invensível não é verdade, mas em Deus tudo é possível, até sobreviver no inferno.

Como controlar as feras que vivem dentro de nós? Como controlar as feras que vivem no Mundo do Crime?

Sintonia: apenas os que vivem em sintonia conseguirão sobreviver e andar nas trevas de nosso mundão.

Complexidade como forma de sobrevivência

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital é tão complexa que nem mesmo Marcola ou os 14, conhecem todas as engrenagens.

E é assim que tem que ser.

Um pequeno vírus sobrevive no mundão graças ao seu grande poder de mutação.

Quando os anticorpos aprendem seu funcionamento, o vírus já mudou, já não é o mesmo.

E assim acontece com a facção PCC 1533:

As lideranças estavam dispersas: o governo achou que a divisão deixava a facção forte e incontrolável, então juntaram toda a liderança em Presidente Venceslau.

O governo fez um show na televisão com os líderes do Primeiro Comando da Capital sendo transferidos para o P2 em Presidente Venceslau:

Agora o PCC acabou!

apregoram os de sempre

As lideranças juntas se reestruturaram: o governo achou que a união dos líderes deixou os caras mais fortes e incontroláveis, novamente as separaram.

O governo fez um show na televisão com os líderes do Primeiro Comando da Capital sendo transferidos para os Presídios Federais:

Agora o PCC acabou!

apregoram os de sempre

Vai pensando. Vai sonhando. A transferência causou mais uma mutação na facção que continua tão forte quanto antes com a criação da Sintonía dos 14.

O sucesso da organização criminosa PCC é essa complexa estrutura de sintonias independentes, em permanente mutação mas trabalhando em harmonia para o progresso do conjunto.

Sintonía do PCC é a base da facção

Sintonia do PCC não é apenas uma frase, não é apenas um termo.

Sintonia do PCC é a sua razão de existir, de entender o Mundo do Crime e a sociedade.

Foi por falta de sintonia entre o Governo do Estado e a comunidade carcerária que os ataques do Primeiro Comando da Capital ocorreram em 2006.

Graças a perfeita sintonia entre a comunidade carcerária e o mundo do crime nas ruas que os ataques do PCC de 2006 pararam São Paulo.

Sintonía quer dizer correr-lado-a-lado, estar junto na mesma caminhada, ligar a prisão às ruas, quando estão plenamente dentro dos objetivos da facção o integrante está em uma sintonia total ou sintonía 100%.

Não só os irmãos e companheiros que estão em sitonia: hip hoppers, educadores, oficineiros, artistas, blogueiros, ravers, skatistas, pichadores, e qualquer um que queira a pacificação das ruas e justiça para quem está nos presídios.

A teoria na prática é outra

Para preservar a vida de todos nossos irmãos e se precisar de qualquer apoio para sair busque a sintonia de seu estado e se não tiver apoio busque a hierarquia acima.

Mas deixamos claro que aquele que for para a rua tem a obrigação de manter contato com a Sintonia da sua quebrada ou da quebrada que ele estiver.

Os integrantes que estiverem na rua e passando por algum tipo de dificuldade, poderão procurar a Sintonia para que o Comando possa ajudar ir para o corre, deixando claro que o intuito da organização é fortalecer todos os seus.

No entanto, aqui no site, recebo muitas solicitações de ajuda de irmãos e companheiros que tem dificuldade encontrar sua sintonía após saírem do Sistema Carcerário.

Com exceção de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, é comum receber mensagens de integrantes perdidos sem conseguir sintonizar o comando.

Lembrando que o irmão ou Disciplina de uma quebrada ou cidade tem acesso ao Sintonía de sua região e não ao Sintonía dos Estados, e assim por diante.

Sintonia do PCC é tudo e nada existe sem sintonía

Talvez por isso os “sintonias” da organização criminosa Primeiro Comando da Capital sejam peças tão fundamentais para a facção criminosa paulista PCC 1533.

Dentro da hierarquia do PCC os sintonias tem a função de harmonizar as ações e o pensamento das partes dispersas e compartimentadas da organização.

Foi a forma criada para impedir que a organização criminosa se fragmenta-se mesmo que perseguida por agências policiais de diversos níveis em todo o mundo,

Mesmo investigadores especialistas no Primeiro Comando da Capital não tem condições de entender a complexidade das partes que formam a complexa engrenagem sempre em mutação.

Mas até onde podem chegar as sintonias?

… se prepara, mas sem alarmar a todos e quanto todo o sistema no Brasil tiver nessa mesma sintonia e lá fora a gente tiver uns 2 dep. federal ou senador […] nas mãos, nós damos nosso grito de guerra: “Paz, justiça e liberdade.”

O que nos preocupa atualmente é a firme disposição da facção de espalhar seus líderes por todos os presídios em Sintonia (…) o objetivo da facção é espalhar os seus líderes pelo interior para fortalecer as regiões que, como eles chamam, não estão na Sintonia.

Espalhai-vos sobre os presídios abundantemente

O Sintonía do PCC: metodologia do caos

Cada sintonía é liderada por um “irmão” batizado da facção paulista PCC 1533.

Diferentemente de outros grupos criminais e mafiosos baseados em laços familiares, a pessoa não é fundamental, e sim a função, como em uma empresa.

Um “irmão” que seja sintonía de uma região ou setor, pode passar a outra posição ou região de acordo com os interesses da Família 1533.

O Barone, escolhido para ser o Sintonia da tranca do Complexo de Gericinó no Rio de Janeiro pelo paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) em parceria com a facção aliada Terceiro Comando Puro (TCP).

Por um estranho acordo, Barone não respondia ao “Sintonia do estado do Rio de Janeiro” ou ao “Sintonia geral das trancas do Rio de Janeiro”.

Barone que não era nem paulista e nem carioca. Veio de Belém do Pará, mas por alguma razão continuava a responder manter a Sintonia Geral de Pernambuco que o indicou para assumir a Sintonia da Tranca no Rio de Janeiro.

Um flash sobre a expansão do PCC no Rio de Janeiro

O Sintonía do PCC: integrando as partes

O sintonía é o responsável por tomar decisões e coordenar as atividades dentro de sua região e de sua especialidade em harmônia com o todo.

Na sua grande maioria, os sintonias são responsáveis por diferentes áreas de atuação da organização criminosa: tráfico de drogas e armas, assaltos, lavagem de dinheiro…

Cada setor do PCC atua de forma totalmente independente do conjunto, por isso a importância de todas as partes seguirem sintonizadas.

A liderança dos 14 precisa harmonizar as disputas constantes entre as diversas sintonias: Trancas, Progresso, Ruas, Interior, Capital, Financeiro, Rifa, Disciplinas… — a tensão é constante.

SintonIa do PCC: segurança, lucro e Família

O PCC não pode ser visto como fonte de lucros ou ganhos financeiros para seus líderes, e nem pode privilegiar pessoalmente seus integrantes conforme a posição ocupada mesmo para suas lideranças máximas.

Os irmãos que assumem cargos não tem salário ou ganhos diretos, só despesas com o cargo, mas com essas responsabilidades ganham moral e visão, abrindo portas para bons negócios.

Conhecer e ter acesso a mercados relevantes no mundo do crime cujas portas são abertas à poucos é um diferencial enorme para conseguir bons negócios.

Dessa forma, a facção opera de forma eficiente e segura, minimizando os riscos de infiltração policial e maximizando os lucros do crime.

Um negócio para poucos: pensar nos irmãos

Existem sintonias que podem gerir e negociar capitais, equipamentos e mercadorias da facção e obter lucros pessoais com isso, mas esses não podem ser abusivos.

No entanto, o intúito do irmão que pretende assumir um posto de liderança não deve ser nem o lucro e nem o poder, mas o que pode fazer pelos seus irmãos.

Aí pegamo firme, pegamo firme não, eu peguei firme. Trouxe a roupa do mundão. Depois consegui a comida do mundão. Aí, eu e o Fabrício começamo a botar o bagulho pra andar. E tava indo legal.

Você tá ali na frente da cadeia pra isso, é primeiro eles, depois nóis [os disciplinas]. Esse é o procedimento, é o fundamento da faxina. Se você for entrar pensando que você vai ter tudo, que você só vai ganhar e não vai contribuir, você tá muito enganado.

Coesão e Cobrança

Além disso, o sistema de sintonias mantém a disciplina e a coesão interna da facção, garantindo que as ordens da liderança sejam cumpridas.

Em caso de descumprimento das orientações das lideranças ou quando algum irmão foge dos princípios da facção ele pode ser punido por agir isoladamente.

Sintonia Fina: para não ter mal entendido

“Sintonia fina” é o termo usado na facção para se referir ao processo de comunicação e coordenação interna entre seus membros.

Entre criminosos todo cuidado é pouco e o clima é sempre tenso, mesmo dentro da Família, então é fundamental que o “papo esteja sempre reto”.

Esse processo é muito rigoroso para garantir que as diferentes células ou associados em todos os estados e países atuem de maneira coesa e segura.

A “sintonia fina” refere-se ao sistema de comunicação entre essas células e facções, que é baseado em um conjunto de regras e protocolos rigorosos.

Esses protocolos incluem a utilização de códigos secretos, comunicação criptografada, regras de conduta e punições para membros que não cumprem as regras estabelecidas.

O certo pelo certo o errado será cobrado

Cobrando de bate pronto os que não correm pelo comando, não correm pelo certo, não estão em sintonia com a ética do crime.

… zuando a quebrada, vou falá pra você, eu cheguei ontem na sintonia lá, falei pro irmão que eu preciso de aval para batizar uns quarenta e matar uns dez pra poder arredondar a regional aqui, irmão.

Allan de Abreu – Cocaína: A Rota Caipira

Assim, há um alto grau de coordenação e controle, permitindo o planejamento e execução de operações complexas, como tráfico de drogas, extorsões, sequestros e assassinatos.

A “sintonia fina” também é usada para resolver conflitos internos e manter a lealdade dos membros, o que é essencial para a sobrevivência da organização.

Os diversos níveis e setores das Sintonias do PCC

Os 14 — A Sintonia dos 14

A Sintonia Final ou Sintonía Geral Final foi substituída pela “Sintonia dos 14”. O Disciplina pega o “contexto das idéias” e manda para os “14”.

Os “14” analisam junto com o resumo e passam a visão para o Disciplina, Resumo e por fim para o Torre.

Se o caso envolve um “decreto” ou “check”, pode levar a vida de alguém ou uma situação entre facções, o Resumo tem que ser ouvido.

Os decretos, comuns no mundo do crime, são previstos no Estatuto e no Dicionário do PCC, mas são sempre processos complexos, mesmo para as lideranças.

O nome “Sintonia dos 14” possívelmente faz referência aos 14 líderes que compunham a antiga “Sintonia Final” em Presidente Bernardes. e mantêm basicamente três níveis hierarquicos: a “Sintonia dos 14”, a “Sintonia dos Estados” e a “Sintonia das Regiões”.

Sintonía Geral Final ou Sintonía Geral Fina (W2 P2 ou SGF)

Como a mudança para a “Sintonia dos 14” é recente, mantenho aqui os dados da Sintonía Geral Final, mas deixando ciente que não está mais ativa.

A “sintonia final” é o topo da hierarquia do Primeiro Comando da Capital e é composta pelos líderes mais graduados da facção.

Eram também conhecidos com W2 ou P2 por estarem os líderes concentrados no Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau em São Paulo.

A “sintonia final”, responsável por tomar as decisões mais importantes e estratégicas da organização, é formada por aproximadamente 14 integrantes.

Esses “irmãos” ocupam os mais altos níveis hierárquicos da organização e são responsáveis por coordenar as atividades da facção em todos os países.

Eles definem as estratégias de atuação, estabelecem alianças com outras organizações criminosas e tomam as decisões mais importantes e arriscadas da facção.

Líderes que decretam a morte de outros líderes

As principais lideranças do PCC podem ser enquadradas para responder por suas atitudes pela “Sintonía Final”, como foram os casos de GG, Paka e Pavão.

De lá partiram decisões como as ordens para executar integrantes da alta liderança como Gegê do Mangue e Paka que não estariam agindo de acordo.

Gegê do Mangue fez parte da “Sintonia Final” e foi quem teve a ideia de implantar a rifa paralela do PCC nos outros estados, e apesar de sua importância na facção ele foi condenado à morte pela própria Sintonía Final por enriquecer de maneira indevida com o dinheiro da facção.

A cobrança dentro da prisão paraguaia de Jarvis Gimenes Pavão para entender sua atitude de comercializar com o Comando Vermelho veio dessa instância.

Também de lá partiu em 2016 a ordem para a execução de Jorge Rafaat Toumani e outras lideranças rivais da organização.

Assim como decretar guerra, à paz e a associação a outros grupos criminosos passam por essa liderança.

Foi  a Sintonía Geral Final que acolheu e fez virar realidade a proposta do irmão Moreno que a aliança com o Comando Vermelho fosse quebrada.

Lideranças que planejam o crescimento

É de lá também que sai a decisão final de liberar rebeliões em presídios ou ataques nas ruas.

Roberto Soriano, o Tibiriçá, fazia parte da “Sintonía Final” quando desenvolveu o chamado “Projeto Paraguai” em 2010 que ampliou a ação do PCC naquele país.

São eles que tornam o PCC 1533 uma das organizações criminosas mais temidas do Brasil e um grande desafio para as autoridades que tentam combatê-lo.

Apesar dos esforços das autoridades em isolar essas lideranças suas ordens continuam, ainda hoje atravessando as muralhas das prisões e chegando às ruas.

Muitos advogados, parentes dos presos e funcionários são investigados e por vezes presos por servirem de despachantes para essas lideranças.

Lideranças que foram treinadas pelo melhor

A ideia de formar esse núcleo central decisório nasceu do contato que Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros líderes tiveram com Norambuena.

Mauricio Hernandez Norambuena, esteve preso junto com os PCCs era um ex-guerrilheiro chileno e comandante da organização político-militar Frente Patriótica Manuel Rodríguez.

Norambuena trouxe para o PCC sua experiência em lutas políticas e de guerrilha, e logística militar, entre elas a formação de um politburo. 

Esse órgão fundamental nas lógica soviética consistia em um comitê central com capacidade de gerir núcleos independentes em diversos níveis e funções e regiões.

Sendo assim, a “Sintonía Final” não tem um limite territorial definido, ao contrário de todos os outros níveis de sintonía da organização criminosa.

Lideranças que agem como Conselheiros Administrativos?

O objetivo principal da “Sintonia Final” é lutar pelos ideais da “Família 1533”, o crescimento e o progresso da organização e seus integrantes.

É muito comum se confundir Marcola e a “Sintonía Final” do PCC com o CEO (Chief Executive Officer) e o Conselho Administrativo de uma empresa.

No entanto, diferentemente de uma empresa onde seus administradores visam o lucro, na facção a função é uma missão que pode custar a vida.

Julinho Carambola foi por algum tempo o porta-voz e secretário-geral da Sintonía Geral.

A Sintonia do Progresso

O tráfico de drogas é o carro chefe da facção, e a Sintonia do Progresso é a responsável pelo comércio das drogas da organização criminosa.

A cúpula desse setor é a Sintonia do Progresso Final, sob as quais ficam as Sintonias dos Estados, Países e Regiões.

A “Sintonía do Progresso” é dividida em “Sintonía da FM” e “Sintonía da 100%”, a primeira gere as drogas batizadas distribuídas ao público nas biqueiras, e a segunda a droga pura que entra nos presídios.

A Sintonia dos Estados e Países ou Sintonía Geral dos Estados e Nações

Esta Sintonia pela sua complexidade e tamanho é dividida por regiões: Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste — havendo mais de um sintonía para cada região.

A Sintonia dos Estados e Países tem a função de manter a coesão de cada região dentro das normas gerais da facção e das lideranças.

Cabe a esses Sintonias participar em conjunto dos “decretos”, julgamentos que podem resultar em morte do acusado, para que não seja cometido injustiças.

… de dois policiais da mesma corporação “”sangue derramado se cobra do mesmo modo”), tendo sido determinado o prazo de dez pias para cumprimento da “missão”, sob pena de a inércia ensejar “punição” por ordem da “Sintonía” da região.

PCC a organização criminosa primeiro comando da capital

Para isso, os responsáveis pelas Sintonias tem que conhecer profundamente toda a área que lhe foi conferida, seu mercado e seus integrantes.

Desta forma pode potencializar suas ações tanto dentro dos presídios quanto nas ruas, repassando e intermediando  informações dos Sintonias das Trancas e das Quebradas.

Esse elo entre a Sintonía Final e o nível operacional e administrativo é fundamental para o funcionamento da complexa engrenagem da organização criminosa paulista.

A sintonia dos outros Estados e Países e o Resumo Disciplinar dos Estados e Países são duas instâncias vinculadas e que aparentemente se confundem.

Sintonía das Trancas ou Sintonía das Cadeias ou Sintonía do Sistema

A sintonia das Trancas é liderada por um “irmão” que é responsável por tomar decisões e coordenar as atividades dentro do Sistema Prisional.

Ele controla os diversos grupos da facção que gerenciam o comércio de drogas, a disciplina dos presos e a realização de rebeliões ou pacificação.

O nome “Trancas” refere-se às celas dos presídios, que são trancadas para manter os presos confinados.

A sintonia das Trancas é responsável por manter a disciplina e a hierarquia dentro dos presídios, garantindo que os membros da facção sejam protegidos.

Essa Sintonia faz com que  as regras da organização sejam seguidas, e os abusos por parte de presos mais fortes e funcionários inescrupulosos sejam coibidos.

As trancas são a base de tudo no PCC

A sintonia das Trancas é muito importante para o PCC, pois o sistema prisional latinoamericano é uma parte fundamental da estrutura da organização.

É ela que garante a maior parte dos batizados que são recrutados dentro do sistema prisional dos diversos estados e países visando sua própria proteção.

Líderes e integrantes do PCC estão presos, e a sintonia das Trancas é responsável por gerenciar as atividades e a comunicação com o mundo exterior.

A intermediação de qualquer produto ilegal ou comunicação para fora das muralhas ou entre unidades dos presídios é gerenciado pela Sintonía das Trancas.

A Sintonia das Trancas é dividida em várias partes menores, como as Sintonias Femininas, Sintonía das Comarcas, Sintonía do Interior, e Sintonía dos CDPs.

“A irmã-sintonía” é a que recebe o “Salve”, comunicado transmitido através do celular pelo “Sintonía geral das cadeias”.

Mesmo essas subdivisões podem ser ainda fatiadas, como por exemplo uma Sintonía para as Padarias dentro de um complexo prisional.

As padarias produzem ou misturam as drogas para venda, tanto no varejo, quanto no atacado para os leilões, dentro e fora dos presídios.

Sintonia dos Gravatas

Essa sintonía ganhou notoriedade nos noticiários entre os anos de 2016 e 2018, mas já era conhecida desde 2006.

A Sintonia dos Gravatas é formada por advogados que trabalham para o Primeiro Comando da Capital — dezenas já foram presos e centenas investigados.

As ações de defesa dos presos integrantes da facção criminosa não constituem qualquer ilícito, no entanto os advogados da Sintonia dos Gravatas extrapolaram suas funções.

Seus integrantes atuam como despachantes dos criminosos, levando salves e decretos de morte, de dentro para fora das muralhas.

Também intermediam a entrada de objetos e pessoas para os presos, administram bens da organização e recebem e gerem objetos e dinheiro obtidos pelo crime.

É comum os advogados da “Sintonia dos Gravatas” serem os responsáveis pelos esquemas de lavagem de dinheiro e organizar manifestações públicas contra o governo.

Nas próprias comunicações do PCC isso fica explícito quando nos deparamos com a fase “Minar o governo e a SAP” (Secretaria de Administração Penitenciária), com imagens comprometedoras de supostos maus-tratos.

Promoto de Justiça Márcio Christino

Essa frase do Promotor Márcio Christino comprova que mesmo quando a organização utiliza imagens reais de maus tratos, os órgãos públicos consideram um abuso a acusação.

Christiano é a prova viva da importância de uma força poderosa para se contrapor a um sistema tão injusto.

Sintonía da Rifa  — Sintonía do Jogo do Bicho

Não sei como ficou a Sintonia das Rifas com a decisão de 2022 de tirar da obrigatoriedade a contribuição para a rifa de seus membros.

O nome “Rifa” refere-se a compra de bilhetes numerados onde os integrantes da facção concorriam a prêmios.

Apesar de não ser obrigatória, os integrantes eram coagidos a comprar os bilhetes para ajudar as famílias integrantes presos, mortos ou inválidos com cestas básicas.

As rifas e os bailes funk rendem um bom dinheiro para a facção e é essencial para fazer justiça com a família daqueles que necessitam.

Sintonía das Ruas

A “Sintonia das Ruas” que mais ganhou notoriedade foi o Dyego Santos Silva, o Coringa, que era Sintonía Geral da Rua em São Paulo.

Dyego geria uma verba maior que a maioria dos municípios brasileiros.

A sintonia geral de rua comunica a todos os seus integrantes interna e externa que graças a dedicação de muitos dos seus integrantes, a partir desta data 02/2011 será implantado dentro da organização um setor de apoio aos irmãos que vierem necessitar de um auxílio bélico e apoio financeiro para o auxílio aluguel e outras maiores necessidades emergenciais.

Este setor se caracteriza como sendo um banco de apoio aos irmãos. O objetivo central deste novo trabalho será unicamente fortalecer os irmãos que estão totalmente descabelados saindo da prisão ou também aqueles irmãos que se encontram na liberdade em período inferior a seis meses.

Revista Piauí – A GUERRA: Como o PCC deflagrou uma crise nas prisões brasileiras ao tentar ganhar poder fora de São Paulo

Sintonía Restrita — Progresso Restrito

Esses são a nata da atividade. São encarregados das ações de inteligência, investigação e planejamento.

Algumas de suas ações ganharam destaque e envolviam planejamento de longo prazo, com aluguel de casas próximas aos alvos e meses de observação.

No geral as ações desse grupo passam despercebidas pois os agentes da Sintonía Restrita simulam assaltos ou acidentes para cumprir os decretos.

As ações dessa Sintonia, no entanto, nunca serão descobertas. Funcionários públicos que foram investigados e suas famílias mapeadas, não denunciarão por medo de retaliação.

Estratégia, ousadia e muito acesso à informação permeiam um “setor de inteligência” criado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

O grupo funciona como uma ampla rede de criminosos.

As grades e os muros de prisões ao redor do país não são suficientes para brecar o fluxo de informações que movimentam as engrenagens da chamada sintonia restrita – o atual cérebro da facção criminosa.

Carlos Carone e Mirelle Pinheiro para o Metrópoles

Como funciona a Sintonia do PCC no Estado de São Paulo 

Em São Paulo, além das sintonias setoriais ligadas à do estado, existem subdivisões entre interior e capital.

A Sintonia de São Paulo é responsável pela coordenação das ações do PCC dentro do estado de São Paulo e tem influência em outras regiões do país.

A estrutura da Sintonia de São Paulo é dividida em três níveis: a “Sintonia Geral”, a “Sintonia dos Estados” e a “Sintonia das Regiões”.

A “Sintonia Geral” de São Paulo por vezes é também responsável pela tomada de decisões estratégicas da organização criminosa PCC 1533 em todo o país.

A “Sintonia das Regiões” é responsável por coordenar as atividades do PCC em cada região dentro de cada estado.

Na capital há um “Sintonia Geral Final de SP” mas a metrópole é dividida pelas zonas: ZL, ZN, ZS e ZO, e depois por bairros.

Cada região tem um representante na Sintonia das Regiões, que é responsável por coordenar as ações do PCC em sua área geográfica específica.

Essa estrutura de organização do PCC permite que a facção atue de forma coordenada e eficiente não só no Estado, mas em todo o país.

Sintonía do PCC no Interior SP

São Paulo tem uma característica diferente de outros estados, ele é dividido em regiões e essas regiões são divididas pelos códigos de área DDD.

As regiões são Vale do Paraíba, Bauru, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Litoral… (respectivamente 012, 014, 015, 016, 013…)

Além dessa divisão ainda há a “Sintonia Local” que é responsável por coordenar as atividades do PCC em cada cidade do interior.

Cada cidade tem um representante na Sintonia Local, que é responsável por coordenar as ações do PCC em sua área de atuação.

Todas essas sintonias estão sob a coordenação da “Sintonía Geral Final do Interior SP”

… mil membros pelo interior paulista, discriminado cidade a cidade. Toda a contabilidade empresarial do PCC ali, ao alcance de um clique. Com cifras volumosas. Só em julho entraram na caixa da sintonía do interior exatos…

Allan de Abreu – Cocaína: A Rota Caipira

Outras sintonias dentro da organização criminosa PCC

  • Sintonia do Financeiro – administração de bens e recursos;
  • Sintonia da Cebola ou Sintonía da Caixinha – arrecadação das mensalidades dos batizados;
  • Sintonia das Ajudas ou Sintonía do Apoio – administra o pagamento das cestas básicas ou pensões;
  • Sintonia dos Ônibus – garante transporte para a visita dos presos;
  • Sintonia do Pé de Borracha – administra os veículos da facção;
  • Sintonía dos Cigarros – um dos principais negócios da facção em várias regiões;
  • Sintonia das FM – controle de pontos de drogas que são cedidos a terceiros; e
  • Sintonia Bob Esponja ou Sintonía das drogas – Sintonía das IML que é da cocaína batizada)
  • Sintonia do Cadastro

Curiosidade:

A palavra sintonia é repedita 43 vezes no Dicionário do PCC; 17 vezes no Estatuto do PCC de 2017; e 4 vezes na Cartilha do PCC.

Das Trevas, irmão do Primeiro Comando da Capital na pequena Deodápolis em Mato Grosso do Sul era o Sintonia da Quebrada e do Cadastro, e não só mantinha suas biqueiras como entregava mercadoria para quem não tinha como investir.

Além de tudo o que foi dito, Sintonia também está na Netflix.

A facção PCC manda parar a briga entre as torcidas organizadas

Briga entre torcidas organizadas de futebol: a organização Primeiro Comando da Capital PCC 1533 ainda não usou a força que já possui.

Briga entre torcidas e a polícia

No claustrofóbico interior do vagão de metrô, meus olhos eram testemunhas involuntárias da dança violenta das torcidas rivais na plataforma da Linha Verde:

O concerto amargo de punhos e ofensas ressoava pelo compartimento, impondo seu silêncio brutal aos demais passageiros.

Jovens protagonistas de duas torcidas encenavam um espetáculo de brutalidade insana.

Os grupos rivais, equiparados em sua determinação feroz, trocavam golpes impiedosos, cada ação impulsionada pela única intenção de derrubar o adversário.

Porém, a chegada abrupta da polícia e dos seguranças do metrô, com o claro objetivo de dissipar o caos, causou uma guinada na narrativa.

Ao invés de findar o confronto, a presença das forças de segurança pareceu forjar uma inusitada aliança entre os grupos oponentes, que agora se voltavam contra os recém-chegados com uma ferocidade redobrada.

Os agentes da lei, originalmente destinados a enfrentar duas facções rivais, agora se viam diante de um sólido grupo hostil, determinado e unificado.

No confinamento do vagão de metrô, havia assistido a um tumulto de torcidas, agora era testemunha da insólita pacificação de eternos antagonistas e da sua aliança contra a autoridade estatal e suas forças coercitivas.

PCC: O Mandante por Trás das Torcidas Organizadas

Os tais “cidadãos respeitáveis” parecem estar presos em um ciclo de erros, sem tirar lições dos próprios deslizes.

Falharam em 1991, quando se mantiveram indiferentes aos confrontos mortais entre facções rivais dentro das prisões – o pavio que desencadeou o Massacre do Carandiru.

Erraram novamente em 1993, ao aplaudirem as decapitações no presídio do Piranhão – um estopim para a criação do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O erro persiste na atualidade, onde a visão miópica falha em perceber que o PCC não apenas dita ordens às torcidas organizadas, mas que as torcidas organizadas são, na verdade, uma extensão do PCC.

Esta não é uma condenação moral ou crítica, mas a pura constatação de que as torcidas organizadas consistem, na maioria, de jovens marginalizados, prontos para se rebelar contra a opressão do Estado e suas forças de segurança.

Isso foi o que relatei em 2012, embora com um maior número de palavras. E é isso que reitero hoje:

Os supostos “cidadãos de bem” parecem ter uma dificuldade crônica em aprender com os próprios erros.

Artigo original publicado em 3 de abril de 2012:

Arthur Conan Doyle e a briga entre torcidas

Arthur Conan Doyle me alertou nos idos de 1993 sobre algo que estava me passando despercebido — ele me acusa de ser muito pouco observador.

Ao assistir pela TV presos jogando futebol com a cabeça de outros presos em um presídio do interior de São Paulo eu fiquei abismado!

Em 31 de agosto de 1993 no Piranhão (Casa de Custódia de Taubaté) jogadores do time “Partido do Crime da Capital — PCC” decapitaram os adversários…

… e foi assim, sem jogadores vivos, que o “Partido Caipira” foi eliminado do campeonato daquele ano e o Brasil nunca mais foi o mesmo.

Como quase todas as pessoas, fiquei revoltado com aquela loucura, mas Arthur que assistia ao meu lado não!

Ele ficou ali, sem falar nada como se nada tivesse acontecido.

Ele viu em 1933 o que eu só vejo hoje

Aceito que não é o gênio que eu acho que é, e sei que cometeu muitos erros, mas ainda acho que ele é um gênio.

Portanto, entenderei as restrições que você possa colocar, mas você não tem como negar que ele vê coisas antes das outras pessoas.

Naquela noite histórica de 31 de agosto de 1993, quando finalmente desliguei a televisão, Arthur simplesmente disse:

O mundo está cheio de coisas óbvias, que ninguém, em momento algum, observa! E aí está uma delas.

Eu não vi nada de oculto por trás do horror que é  um jogo de futebol que termina em sangue! — Arthur às vezes fala merda.

Juntando os pontos

Resolvi dar uma desculpa e ir embora, Arthur é que era a visita em minha casa e não parecia que iria embora tão cedo!

No entanto, passados anos, vejo que ele viu o que eu não vi.

Em dezembro de 2010 quando outra revolução política começou em uma briga de futebol e então vi o óbvio que Arthur viu em 1993.

A Primavera Árabe: regra, não foi exceção

Rodrigo Vianna lembra que as torcidas organizadas surgiram na América Latina nos anos 70 e se enraizaram na sociedade.

Esses grupos sociais são compostos na maioria por jovens na faixa dos 20 aos 30 anos de idade.

Meu amigo dizia que “ao eliminar o impossível, o que sobraria, por mais incrível que parecesse seria a verdade”, então, jogos de futebol tem um grande poder revolucionário.

Jovens, futebol, Piranhão e revolução

Geleião tinha 32 anos quando no dia do jogo no Piranhão. Marcola que não estava no jogo mas participou do movimento tinha 25 anos.

Pode se dizer que os fundadores do PCC foram os oito integrantes do time de futebol e todos jovens na faixa dos 20 aos 30:

  • Misael Aparecido da Silva, o Misa;
  • Wander Eduardo Ferreira, o Eduardo Cara Gorda;
  • Antonio Carlos Roberto da Paixão, o Paixão;
  • Isaías Moreira do Nascimento, o Isaías Esquisito;
  • Ademar dos Santos, o Dafé;
  • Antônio Carlos dos Santos, o Bicho Feio;
  • César Augusto Roris da Silva, o Cesinha; e
  • José Márcio Felício, o Geleião.

Todos, além de jovens, viviam isolados dentro do mundo que eles mesmos construíram por terem sido levados pela sociedade a criar.

Assim, foram os fundadores do Primeiro Comando da Capital, e assim é com os jovens das torcidas organizadas hoje.

PCC nascido do sangue no Piranhão

Faltou  imaginação à mim quando houve o banho de sangue no Piranhão, ou eu teria visto o potencial de tudo o que estava começando.

Olhar apenas na superfície me impediu de ver que naquele momento nascia a maior organização criminosa da América Latina, mas Arthur viu.

A falta de imaginação nos transforma em bichos que apenas observam e agem, sem se questionar e perceber as consequências do que vemos ou fazemos.

Assim, em 1991, policiais militares de São Paulo com idade entre 20 e 30 anos mataram 111 no Carandiru, plantando as sementes da facção PCC.

Assim, em 1993, criminosos do Piranhão com idade entre 20 e 30 anos decapitaram um inimigo, regando com sangue as sementes da facção PCC.

Assim, em 2010, jovens egípcios com idade entre 20 e 30 anos se revoltam contra o sistema político opressor, iniciando a Primavera Árabe.

Assim, hoje ao proibir briga entre as torcidas organizadas a organização criminosa está plantando para o futuro.

O PCC, os jovens e seu espírito revolucionário

Lá assim como aqui as torcidas organizadas e as organizações criminosas tem em sua maioria jovens  com até de vinte e cinco anos de idade.

Jovens de periferia que contestam a força repressora do Estado e sua polícia, que desprezam a corrupção política e a exclusão social.

Arthur não estava olhando para mim, sorte, pois detesto quando ele percebe que eu fico sem argumentos e não tenho como refutá-lo.

Sem dúvida, tanto o Primeiro Comando da Capital, quanto às torcidas organizadas tem o mesmo perfil: jovens entre 20 e 30 anos da periferia.

PCC e as torcidas organizadas

Haveria razão para que a maior organização criminosa da América Latina se infiltrasse nas torcidas?

Optei não mais conversar com Arthur a este respeito, pois sei que ele sempre diz que é um erro terrível teorizar antes de termos informação.

Principalmente por que o homem tem essa característica, a de se achar especialista em tudo, quando na realidade sua especialidade é apenas a omnisciência.

O tempo passou e agora devo novamente procurar Arthur e me desculpar, pois o respeitado jornalista Ricardo Perrone garantiu que o grupo criminoso PCC repreendeu a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde pela morte dos dois palmeirenses, o que confirma a influência da facção sobre as organizadas.

A pacificação do PCC nas ruas

Aqui em Itu, por muito tempo, a Avenida da Paz Universal esteve em paz graças a uma determinação dos traficantes ligados ao PCC para que não houvesse armas, brigas ou mortes, pois chamariam a atenção da polícia, criando situações de confronto que não interessavam aos negócios.

Ao falar hoje com meu amigo ele me explicou o último ponto de sua linha de raciocínio:

A razão. Ela não existe. Não existe razão para que o PCC influencie e domine as torcidas organizadas, mas ela existe pela própria natureza das duas culturas: a conta-cultura criminosa difundida pelas facções, e a cultura do futebol.

Ambas acéfalas, existem lideranças, mas sua base se move por vontade própria de modo pouco estruturado.

A tentativa das mídias sociais como a TV e o rádio de criar um clima familiar na torcida, é artificial.

Campos de futebol é o lugar onde milhares de cidadãos gritam “Filha da Puta Vai Se Fudê” e quebram as amarras sociais.

A facção ainda não optou por usar a força que já possui:

O próximo levante da facção criminosa, ao contrário do que se espera, deverá ocorrer usando esta reserva poderosa e inesperada, não para derrubar o governo, mas para conquistar ainda mais espaço.

Veremos duas torcidas brigando e quando houver intervenção policial se unirem contra o inimigo comum: a polícia.

Ao chegar a este ponto, razões justas serão postas: a excessiva repressão policial, corrupção na política e no esporte, desigualdade social…

O governo negará que as facções criminosas determinaram o fim das brigas, mas por trás das câmeras lhes darão mais regalias.

Os policiais serão punidos como bodes expiatórios.

As mídias sociais, todas elas, faturam horrores com o caso, e a população ficará entretida por algum tempo.

A opressão carcerária e a facção PCC segundo a AI ChatGPT

A opressão carcerária estaria na origem do Primeiro Comando da Capital PCC 1533? O que a inteligência artificial pensa sobre isso?

Nessa segunda publicação, o ChatGPT sobre a opressão carcerária e a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC 1533).

Nos próximos dias postarei as respostas dadas pelo ChatGPT sobre a relação da facção PCC com a questão das drogas, periferia, jovens e a guerra entre facções.

Por uma questão editorial deste site, os longos parágrafos foram divididos, mas com o cuidado de não alterar o conteúdo.

Inteligência Artificial ChatGPT e as origens da facção criminosa Primeiro Comando da Capital

A relação entre a opressão carcerária e a facção PCC

Na década de noventa, um grupo de presos formou o Primeiro Comando da Capital para conseguirem melhorar as condições carcerárias. Eles alcançaram esse objetivo?

Não posso afirmar com certeza, mas acredito que não tenha havido uma única entidade chamada “Primeiro Comando da Capital” formada por presos com o objetivo de melhorar as condições carcerárias e que tenha alcançado esse objetivo.

É possível que você esteja se referindo ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que é uma organização criminosa de origem brasileira, e não uma entidade formada com o objetivo de melhorar as condições carcerárias.

O PCC é conhecido por sua atuação na criminalidade organizada e não tem como objetivo principal melhorar as condições carcerárias.

O Caso Carandiru e a criação do PCC

Como você descreveria a invasão do Carandiru pela Polícia Militar de São Paulo? Existe a possibilidade dessa ação ter influído na fundação do PCC?

A invasão do presídio Carandiru, em São Paulo, em 1992, foi um episódio marcante da história da segurança pública no Brasil.

A ação resultou na morte de 111 presos e foi vista por muitos como uma operação violenta e desproporcional.

Algumas fontes sugerem que a invasão tenha contribuído para a formação do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do Brasil, que se originou nas prisões paulistas.

No entanto, a fundação exata do PCC e suas causas são objeto de debates e controvérsias, e não há consenso entre os especialistas sobre o papel da invasão do Carandiru na sua formação.

O Caso do Piranhão e a criação do PCC

Como você descreveria os fatos ocorridos em 31 de agosto de 1993, na Casa de Custódia de Taubaté?

Em 31 de agosto de 1993, ocorreu uma rebelião na Casa de Custódia de Taubaté, São Paulo, que resultou em uma série de violências e mortes.

De acordo com fontes oficiais, presos tomaram o controle da unidade prisional e mantiveram reféns, incluindo guardas e funcionários.

A polícia foi chamada para lidar com a situação, e houve uma operação para retomar o controle da prisão.

No final, houve relatos de uma grande quantidade de mortes, incluindo presos e guardas.

A rebelião na Casa de Custódia de Taubaté é considerada um dos maiores episódios de violência nas prisões brasileiras e tem sido amplamente criticada por entidades de defesa dos Direitos Humanos e especialistas em Segurança Pública.

neste site onde citamos a Casa de Custódia de Taubaté

Creio que a informação está errada. Apenas houve mortes entre prisioneiros durante a Rebelião da Casa de Custódia de Taubaté em 1993.

Desculpe, você está correto. A informação que lhe forneci estava incorreta.

Não houve mortes entre os guardas, agentes penitenciários ou funcionários do presídio durante a rebelião da Casa de Custódia de Taubaté em 1993. Apenas 16 presos foram mortos. Obrigado por me corrigir.

O PCC e a opressão carcerária

Será possível acabar com a organização criminosa PCC sem atacar os problemas de superlotação carcerária e de opressão carcerária, já que os presídios são os principais locais de recrutamento?

Não é possível acabar com a facção PCC sem abordar as questões de superlotação e opressão carcerária, já que estes são fatores que contribuem para a formação e fortalecimento da organização.

A falta de condições adequadas nas prisões, como superlotação, violência e falta de recursos, é um terreno fértil para o crescimento da criminalidade organizada.

Além disso, as condições opressivas nas prisões podem ser usadas pelos líderes da facção para consolidar seu poder e controle sobre seus membros.

Por isso, é importante que sejam implementadas medidas eficazes para melhorar as condições nas prisões, incluindo investimentos em infraestrutura, segurança e programas de ressocialização.

A matemática política da opressão carcerária

Sujestões de leitura e filmes da IA

Você teria sugestão de livros ou filmes sobre os temas “opressão carcerária” e “superlotação prisional”?

Para entender mais sobre o tema, recomendo as seguintes obras de Boaventura de Sousa Santos aborda a questão da opressão carcerária, a ineficiência do sistema prisional e as consequências para a sociedade.

Alguns filmes que abordam o tema da opressão e da superlotação carcerária incluem:

“Cela 211” (2009), dirigido por Daniel Monzón

“Carandiru” (2004), dirigido por Héctor Babenco

“A Lista de Schindler” (1993), dirigido por Steven Spielberg

Estes filmes são uma boa fonte de informação e ajudam a compreender os desafios e as condições enfrentados pelos presos e pelos profissionais que trabalham nas prisões.

A maioridade penal e a facção PCC 1533

Hoje no Brasil, a idade penal é de 18 anos. Existe um movimento para diminuir a idade penal. Se concretizada essa demanda, qual seria o impácto para a organização criminosa Primeiro Comando da Capital?

Não é possível prever com precisão o impacto da mudança na idade penal no Brasil sobre a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

No entanto, é provável que uma mudança na idade penal para menor possa ter um impacto significativo na criminalidade e nas políticas de segurança, incluindo no enfrentamento às organizações criminosas.

A diminuição da idade penal pode levar a uma maior incidência de jovens presos, o que pode criar um ciclo de criminalidade e contribuir para o aumento da população carcerária.

Além disso, há preocupações de que uma mudança na idade penal possa prejudicar a reabilitação e o desenvolvimento positivo dos jovens infratores, tornando mais difícil para eles retornarem à sociedade como cidadãos produtivos.

No que diz respeito ao PCC, é possível que a mudança da idade penal possa ter um impacto na sua capacidade de recrutar e manter membros, bem como nas suas estratégias criminais.

No entanto, é importante lembrar que as organizações criminosas são muito complexas e adaptáveis, e que mudanças nas políticas de segurança ou nas leis criminais geralmente são apenas uma parte de uma solução muito mais ampla para combater a criminalidade e as organizações criminosas.

Cada unidade da Fundação CASA é um caso

Entrevista: ChatGPT fala pela primeira vez sobre a facção PCC

A inteligência artificial ChatGPT responde sobre a organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

A Inteligência Artificial ChatGPT responde sobre o PCC

A inteligência artificial ChatGPT, em uma longa entrevista ou conversa, como preferirem, falou com bastante desenvoltura sobre a organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

Publicarei em três partes a entrevista. Inicialmente comecei perguntando se conhecia a facção paulista e o que sabia sobre ela, sua hierarquia e expansão.

Amanhã e depois posto as respostas dadas pelo ChatGPT, como ele prefere ser chamado, sobre a questão carcerária, guerra entre facções e dicas de leitura e vídeo.

Por uma questão editorial deste site, os longos parágrafos foram divididos, mas com o cuidado de não alterar o conteúdo.

ChatGPT encara a facção PCC 1533

Alguns ficarão surpresos com as respostas que são muito mais humanas que as que estou acostumado a ouvir de meus colegas de trabalho e a maioria de nossos representantes políticos. Tipo:

É importante implementar programas de prevenção, como iniciativas de educação e emprego, para combater a atração de jovens por grupos criminosos.

ChatGPT

A expansão do PCC pode ser atribuída a vários fatores, incluindo a fragilidade institucional, a corrupção, a falta de recursos para as forças de segurança e a presença de rotas de tráfico de drogas e outros crimes.

ChatGPT

Vamos lá…

Você sabe o que é o Primeiro Comando da Capital?

O Primeiro Comando da Capital (PCC 1533) é uma organização criminosa com sede no Brasil, especialmente ativa no estado de São Paulo.

É considerada uma das maiores facções criminosas do país, com influência em diversos estados e envolvimento em atividades como tráfico de drogas, extorsão, assassinatos e outros crimes.

O grupo foi fundado em 1993 e é conhecido por sua estrutura hierárquica, organização e uso de violência extrema.

O combate ao PCC é uma das principais prioridades das autoridades brasileiras de segurança pública.

Quais as razões que levaram a fundação do PCC 1533?

As razões que levaram à sua fundação incluem a demanda crescente por drogas na região, a necessidade de proteção dos criminosos em presídios e o desejo de expandir o poder e o controle do crime organizado.

O PCC foi formado por presidiários e se espalhou rapidamente, tornando-se um dos grupos criminosos mais influentes e perigosos do Brasil.

O que você sabe sobre a hierarquia da facção PCC?

A estrutura da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) é hierárquica e centralizada, com uma liderança definida e comunicadores responsáveis por transmitir ordens para as diferentes células.

A organização tem uma estrutura militarizada, com cargos como “comandantes” e “oficiais”, e uma estrutura de comando e controle rigorosa para a implementação de suas atividades criminosas, incluindo o tráfico de drogas, extorsão, roubo de cargas, entre outros crimes.

Além disso, o PCC tem uma forte presença nas prisões, onde controla a vida dos presos e age como um grupo de proteção para os seus membros.

A hierarquia do PCC é uma das suas principais forças, permitindo-lhes agir de forma coordenada e eficiente, tornando-se uma das organizações criminosas mais perigosas do Brasil.

ChatGPT

Para combater uma organização criminosa como o “Primeiro Comando da Capital”, é recomendável uma abordagem abrangente que inclua:

  1. Investigação policial efetiva: as forças de segurança devem conduzir investigações rigorosas e colaborar com outras agências internacionais para desmantelar a estrutura da organização.
  2. Fortalecimento das instituições de justiça: é importante fortalecer as instituições responsáveis pelo julgamento e condenação de criminosos para garantir o devido processo legal e a punição adequada dos envolvidos.
  3. Prevenção: é importante implementar programas de prevenção, como iniciativas de educação e emprego, para combater a atração de jovens por grupos criminosos.
  4. Cooperação internacional: é crucial colaborar com outros países e agências internacionais para compartilhar informações e recursos na luta contra o crime organizado transnacional.

Essas medidas são uma abordagem de longo prazo e devem ser implementadas de forma coordenada e sistemática para alcançar resultados efetivos na luta contra o crime organizado.

Você afirma que o PCC tem uma estrutura militarizada com cargos de “comandante” e “oficiais” o que não é exato. Há uma hierarquia rígida com cargos, mas não são militarizados, a estrutura é mais parecida com a de uma empresa privada.

Desculpe, você está correto. A estrutura da Primeiro Comando da Capital não é militarizada, e sim organizada como uma empresa privada, com uma hierarquia rígida de cargos. Obrigado por corrigir.

Em quais mercados ilícitos a facção PCC tem maior participação? E em quais regiões?

O “Primeiro Comando da Capital” é considerado uma das maiores organizações criminosas do Brasil, com uma presença significativa em diversos mercados ilícitos, incluindo tráfico de drogas, extorsão, contrabando de armas e cigarros, entre outros.

A atuação do PCC é mais concentrada na região sudeste do Brasil, especialmente em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, mas também tem presença em outras regiões do país e até em outros países da América Latina.

Como está a expansão dA facção PCC na Europa?

Não tenho informações precisas sobre a atual expansão da organização criminosa “Primeiro Comando da Capital” na Europa.

No entanto, é bem conhecido que grupos criminosos tendem a se expandir para outros países em busca de novos mercados e fontes de lucro.

Mas sem informações precisas e atualizadas, não posso confirmar ou negar a ocorrência de tal expansão.

É importante destacar que o combate a grupos criminosos é uma responsabilidade das autoridades competentes e não deve ser tratado de forma superficial ou irresponsável.

A expansão do PCC nos países da América do Sul é um fato. O que você pode me falar sobre esse fenômeno?

Sim, é verdade que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) tem expandido sua presença em países da América do Sul.

O PCC é uma das maiores organizações criminosas do Brasil e é conhecido por seus ataques violentos e seu alcance internacional.

A expansão do PCC na América do Sul é vista com preocupação pelas autoridades locais, que trabalham para combater o crime organizado e proteger a população.

A expansão do PCC pode ser atribuída a vários fatores, incluindo a fragilidade institucional, a corrupção, a falta de recursos para as forças de segurança e a presença de rotas de tráfico de drogas e outros crimes.

Além disso, a globalização e as facilidades de comunicação e transporte modernas também permitem que grupos criminosos expandam sua atuação para além das fronteiras nacionais.

O combate a organizações criminosas como o PCC requer uma abordagem coordenada e interdisciplinar, incluindo medidas de prevenção e investimentos em segurança pública e justiça criminal.

Além disso, é importante fortalecer a cooperação internacional para compartilhar informações e recursos e combater a atividade criminosa transfronteiriça.

Neoliberalismo e a facção PCC 1533 feitos um para o outro

O neoliberalismo e a facção PCC 1533 (Primeiro Comando da Capital) são resultado das políticas globalistas do final do século XX.

O neoliberalismo e a facção PCC: filosofia e mercado

O neoliberalismo e a facção PCC foram feitos um para o outro. Se hoje o Primeiro Comando da Capital germina como um cartel internacional de drogas, foi graças ao esforço de várias pessoas, e, entre elas, eu e você.

No final de 1991, eu e você acompanhamos a Queda do Muro de Berlim – o coroamento da vitória do neoliberalismo sobre o socialismo internacional.

leia também: A facção PCC 1533 e a rota africana

Facção PCC – Uma semente lançada em solo fértil

Foi graças aos nossos esforços que houve essa vitória e a consequente derrubada das rígidas fronteiras nacionais, deixando o solo menos árido para as sementes que então eram jogadas por Zé Márcio.

Não sei onde você estava e o que fazia, mas posso afirmar que Zé Márcio Felício caminhava pelos corredores e pátios ocultos por trás das muralhas das unidades prisionais, semeando a “boa nova” nos corações e nas mentes dos encarcerados.

Quem me deu os detalhes dessa história que vim contar a você foram: o Promotor de Justiça do MP-SP Marcio Sergio Christino, Antônio Marcos Barbosa de Quadros (UNINTER), e o doutor em Ciências Políticas pela UFPR Leonardo Mèrcher Coutinho Olimpio de Melo.

Fotomontagem com o PCC Geleião e uma mão semeando a sigla da facção PCC.
Geleião e o PCC 1533 semeando a união dentro do sistema

Facção PCC 1533 e o admirável mundo novo

Cabe ao semeador retirar as sementes do celeiro e levá-las ao campo, ou a safra não virá; mas a semente tendo sida jogada ao tempo certo e em solo fértil, trará a safra, independentemente de quem tenha sido a mão a jogar a semente ou a fertilizar o solo.

Na “parábola do semeador” o nome do personagem não é citado por nenhum dos evangelistas, pois sua identidade simplesmente não é importante, mas, sim, seu trabalho.

Por essa razão a nossa participação, a minha e a sua, fertilizando o solo para as sementes do Primeiro Comando da Capital não tem também nenhuma importância, e, por humildade cristã negaremos que os frutos agora gerados são resultado de nosso esforço.

Em 11 de março de 1991, durante o banho de sol, escureceu e começou a chover […] o PCC não nasceu em 1993 e em seguida se espalhou de maneira imediata, mas foi nesse ano que se consolidou […]

Jogando o peixe na água

Naquela tarde de chuva de 1991, Rato era morto por Cesinha em Taubaté. Era a primeira semente jogada ao solo utilizando o método que seria imortalizado na fundação oficial do Partido do Crime da Capital (PCC) – a Rebelião de Taubaté de 1993.

Cezinha começou a alicerçar o PCC utilizando o sangue de Rato na massa, enquanto Zé Márcio (Geleião) jogava sementes de presídio em presídio, pregando a “boa nova”, e nós, eu e você, derrubávamos o Muro de Berlin – era o fim da história segundo Fukuyama, só que não, era só o começo.

Finalmente conseguimos, eu e você, e o fruto de nosso esforço foi tornar as fronteiras mais permeáveis à circulação de pessoas e produtos: a grande vitória para nossa geração! – e sem a qual o Primeiro Comando da Capital não existiria…

… mas deixemos que os louros pela criação da Facção PCC 1533 sejam entregues a Zé Márcio, o semeador, apesar de que fomos nós que tenhamos preparado o solo.

Bem-vindo ao nosso admirável mundo novo. Está chegando o momento certo para se semear: o solo está quase preparado.

Ilustração com a antiga baia de Guanabara e trabalhadores do campo a lavrar sob a frase "A abertura dos Portos e o Primeiro Comando da Capital".
A abertura dos Portos e o Primeiro Comando da Capital

Facção PCC 1533 surfando na onda neoliberal

No Brasil, o presidente Fernando Collor de Mello abriu os portos para as nações amigas, permitindo a importação de produtos e derrubando taxas de importação. Com uma maior concorrência externa, os preços despencaram com o aumento da oferta e não houve mais desabastecimento nas biqueiras.

Em um mercado mais competitivo, os produtos ilícitos, como as drogas e as armas, que antes eram trazidos por muambeiros, passaram a chegar através de uma cadeia de distribuição gerida por grupos com expertise em comércio internacional:

E a América Latina, e em especial o Brasil, passaram a possuir filiais dos mais organizados e violentos grupos criminosos do mundo. Ndrangheta (Máfia da região da Calábria, Itália), Sacra Corona Unita (também italiana, do leste), BGang (paquistano norueguesa), além das máfias russas, que expandiram seus negócios além fronteiras, negociando agora, também, com produtores e distribuidores latinos.

Vários grupos latino-americanos já haviam muito antes formado cartéis criminosos nacionais, mas agora as fronteiras foram derrubadas por mim e por você, e Zé Márcio, que antes via suas sementes caírem sobre espinhos e pedras, agora já podia sorrir.

O Zé Márcio […] teve uma intuição parecida com a de Salvatore Lucania (1897-1962), mais conhecido como Charles “Lucky” Luciano, que criou o primeiro sindicato do crime nos Estados Unidos e depois na Sicília […] ‘Vamos juntar as lideranças aqui e fazer uma organização a partir da qual nós vamos dominar tudo.’

As drogas que sustentariam o crescimento da facção PCC nos presídios passou a chegar em um fluxo constante da Bolívia, da Colômbia e do Paraguai, afinal as fronteiras se tornaram mais permeáveis após 1991, e a distribuição dentro do sistema penal se profissionalizou.

A ideia de que aquele que participa do tráfico de drogas é um “empregado” do crime [é apresentado por diversos autores que] abordaram a temática do tráfico de drogas, principalmente após a década de noventa.

Bem-vindo ao nosso admirável mundo novo neoliberal. Chega o momento certo para se semear: o solo está preparado.

Fotomontagem com homens sob o Muro de Berlin e de outro lado amotinados no telhado de uma penitenciária.
Derrubando fronteiras e preparando o terreno para o PCC

Facção PCC 1533 levando ao mundo seu objeto de desejo

Em nosso mundo liberal podemos hoje nos fortalecer ou nos destruir como indivíduos, cabendo a cada um a escolha daquilo que acredita ser o melhor para si.

Mesmos sabendo que o álcool, o cigarro, as drogas legais e ilegais nos fazem mal, temos acesso a esses produtos:

O mercado de drogas ilícitas e suas organizações criminosas passaram de coadjuvantes a atores importantes e tremendamente influentes após a queda do muro de Berlim. […] Porém, para adquirir estes objetos de desejo, agora passíveis de importação […]

… e nós, eu e você, desejávamos comprar o que bem quiséssemos e nem imaginamos as consequências (aliás, como ocorre normalmente durante as eleições).

Eu e você, que somos cidadãos de bem, nunca vamos assumir publicamente que nossas decisões ou o apoio que demos, mesmo que dentro de nossas redes sociais (família, amigos e colegas de trabalho), foram fundamentais para o crescimento da facção PCC.

O solo já estava preparado, mas faltava ainda dar melhores condições de trabalho para aquele que estava a semear a “boa nova”.

Mas talvez você se lembre que vibrávamos quando havia mortes dentro dos presídios, preso matando preso. E os governantes e agentes públicos, para alimentar a nós e outros que estavam ávidos por ver sangue na televisão providenciavam os espetáculos.

Bem-vindo ao nosso admirável mundo dos espetáculos. Quem semeia deve ser jogado aos leões: o circo está preparado.

Fotomontagem com uma família assistindo pela TV mortos em uma chacina em penitenciária e a foto do Jair Bolsonaro ao lado.
Bolsonaro e o show da isegurança pública

Zé Márcio foi escolhido para ir ao picadeiro.

Aquele que pregava em solo fértil foi enviado pelos administradores do sistema prisional para morrer na Penitenciária de Avaré, comandada então por Zorro, líder da facção Comando Democrático da Liberdade (CDL), e que era amigo de Rato, morto em 1991.

Zé Márcio seria morto em uma vingança, seu corpo seria apresentado para a imprensa, algum dos presos seriam culpados por sua morte e o Primeiro Comando da Capital (PCC) perderia uma de suas principais lideranças… só que não.

Ao chegar a triagem em Avaré, Zé Márcio se recusa a ir para o “seguro”. Alguém lhe oferece uma faca na entrada e ele também recusa. Entra no complexo e segue direto para o pátio onde Zorro está jogando futebol, vai até ele e chuta a bola para fora do presídio:

Qual é o problema? Eu não tenho nada contra você. Estou aqui, então se é para me matar, mata logo, vamos resolver aqui mesmo, agora.

A coragem de Zé Márcio é reconhecida, e Zorro e a facção CDL se convertem. Dessa vez não houve espetáculo no circo para o meu e o seu prazer, mas, sim, o plantio de um vasto campo com as sementes da facção Primeiro Comando da Capital.

Aquelas mãos que jogaram Zé Márcio em Avaré, e ajudaram a consolidar o poder da facção PCC 1533 dentro dos presídios, jamais baterão no peito exigindo o mérito dessa semeadura, assim como…

… eu e você jamais assumiremos que assistíamos pela TV as chacinas que ocorriam dentro dos presídios, enquanto no silêncio de nossas salas aplaudíamos as mortes e pedíamos secretamente outras aos políticos e aos administradores do sistema carcerário.

A palavra chacina não tem uma conotação jurídica como homicídio ou latrocínio, sendo representada no âmbito jurídico como “homicídios múltiplos”. Chacina, portanto, é uma expressão popular que desencadeou um acúmulo de violência contra um grupo de pessoas estereotipadas, seja pela classe social, cor da pele ou ação política.

Camila de Lima Vedovello e Arlete Moysés Rodrigues+

Bem-vindo ao mundo real, onde nem sempre o que idealizamos acontece, mas sempre podemos negar nossa participação na culpa.

Fotomontagem com a símbolo da organização criminosa 1Ndrangheta e do PCC sob a frase "parceria no mercado internacional".
O PCC e a ‘Ndrangheta e a parceria internacional

Facção PCC 1533 fechando com a ‘Ndrangheta

“Se houver amanhã”, de Sidney Sheldon, era um dos preferidos de Zé Márcio, e esse amanhã chegou. Os campos já estavam prontos para serem colhidos por organizações feitas sob medida para o competitivo mundo do comércio globalizado.

A organização criminosa ‘Ndrangheta buscava um parceiro no Cone Sul capaz de suprir suas necessidades e o volume de negócios da organização italiana em 2008 equivalia ao PIB reunido de todos os estados do Norte do Brasil: 163 bilhões de Reais.

Apenas um grupo poderia encarar o desafio de trazer drogas das lavouras da Bolívia, da Colômbia, do Peru e do Paraguai passando por trilhas, estradas e rios, atravessando pelo Brasil e enviá-las para a África e a Europa: o Primeiro Comando da Capital.

“Os corretores da máfia são tão poderosos que lidam diretamente com o PCC. Traficando da Colômbia, da Bolívia e do Peru, passando pelo Paraguai como rota de trânsito.” — Zully Rolón, ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai

A parceria entre as duas organizações criminosas possibilitou que a ‘Ndrangheta passasse a hegemonia do tráfico de drogas da América para a Europa com o dominando 80% do fluxo. — Última Hora

Um dos esquemas, tinha como base as esteiras do Terminal do Aeroporto de Guarulhos:

As bolsas seguiam pelas esteiras rolantes até a área restrita, onde funcionários aliciados pelo Primeiro Comando da Capital recebiam dos comparsas as fotos com as imagens das malas recheadas com drogas, e as embarcavam para Portugal, França e Holanda, na Europa, e também para Johannesburgo, na África do Sul.

A estrutura do Primeiro Comando da Capital no exterior está muito bem estruturada: conexões políticas e logística em Moçambique permite a reexportação para os Estados Unidos, Europa e Austrália, através de conexão em Malawi.

O Ministério Público de São Paulo revelou que Marcos Roberto, conhecido como Tuto, é adido no Consulado de Moçambique no Belo Horizonte, Minas Gerais. O quê? Isso mesmo! Por essa via, não espanta que tivesse passaporte diplomático moçambicano! Vejam…até onde tráfico brasileiro penetrou em Moçambique: até o tutano do Governo, traficante recebendo honrarias de diplomata.

Marcelo Mosse

Um sistema político e econômico sob medida

Assim como essa, outras organizações internacionais que buscaram parcerias para se manterem no mercado globalizado tiveram que negociar com o PCC.

[…] o mesmo tipo de relacionamento é feito com organizações, como, por exemplo, ‘Ndrangheta, […] se você quiser pode conferir, barcos com bandeira boliviana foram pegos pela Marinha grega e depois pela guarda costeira turca, que tinha levado primeiro cocaína, depois levaram haxixe, […] é que essa aqui é uma organização criminosa que conseguiu o que o Pablo Escobar só sonhou […] É a primeira vez na história do Ocidente, aliás, eu acho que é a primeira vez na história da humanidade que uma organização criminosa consegue esse tipo de sucesso.

Hugo Antonio Achá Melgar

Todo o dinheiro movimentado nessas operações são lavados por uma série de processos independêntes, desde uma pizzaria em um bairro ao envio ao exterior:

O dinheiro das drogas, cigarros e armas vendidas no Brasil voltam ao Paraguai utilizando os mesmos transportadores que levaram as mercadorias.

Em solo paraguaio, os reais são entregues em dinheiro às casas de câmbio, que os repassam aos importadores e comerciantes de mercadorias da China.

Estes repassam os recursos aos bancos paraguaios, argumentando que receberam aqueles reais do Paraguai.

Revela documento de inteligência americana citada em artigo: „Erstes Kommando der Hauptstadt“ und italienische ‚Ndrangheta in Paraguay

Bem-vindo ao futuro, onde a movimentação de pessoas e mercadorias é livre e controlada pelas organizações transnacionais.

As drogas proibidas pelo Primeiro Comando da Capital

Há drogas proibidas pelo Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533). Agora é a vez das maconhas sintéticas, mas já foi do crack. O PCC vende crack em suas biqueiras? Qual é a lei do crime para as drogas pesadas?

Drogas proibidas pelo Primeiro Comando da Capital sendo usadas como arma

Primeiro Comando da Capital e seu aliados proíbem que seus membros utilizem crack e loló, e mesmo outras drogas liberadas têm que ser usadas com moderação. Você é quem tem que controlar a droga, não ela você.

43º – Uso de droga não permitida:

Caracteriza-se quando faz uso do crack ou óxi, que a organização não permite. Em alguns estados foi solto um comunicado em cima do roupinol (comprimido e álcool) o que pode ser também punido.
Punição: no caso do crack e óxi: exclusão de início sem retorno.

→ Punição: no caso do crack e óxi: exclusão de início sem retorno. No caso do roupinol: de 90 dias à exclusão depende da situação. Deve ser bem analisado pela Sintonia.

Dicionário Disciplinar Atualizado — PCC 1533

Como pimenta nos olhos dos outros é bobagem, o delegado carioca Marcos Vinícius Braga nos conta que:

… a entrada do crack nas favelas cariocas foi a condição imposta pela facção criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) para continuar a vender cocaína para o Comando Vermelho.

leia texto completo: O gato preto, a facção PCC e a Seita Satânica

Drogas proibidas pelo Primeiro Comando da Capital: maconha sintética

Não é a primeira vez que a imprensa noticía que há drogas proibidas pelo Primeiro Comando da Capital, mas sempre a polêmica começa na Cracolândia.

Não é a primeira vez que a imprensa noticia que há drogas proibidas pela facção paulista PCC, mas sempre a polêmica começa na Cracolândia.

Agora é a vez da spice, a maconha sintética, tem efeito colateral que leva alguns dos usuários a buscar socorro médico de urgência.

O “salve” da Facção PCC 1533 tenta diminuir a presença de equipes de socorro e policiais na área de comércio prejudicando os negócios.

(Os usuários) têm de ser socorridos, então chama mais atenção do que normalmente o tráfico de crack chama.

delegado Ronaldo Sayeg, diretor Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc)

Ao contrário de outras vezes, a proibição vale apenas para a a cracolândia, mas pode ser um processo que termine por proibir dentro do sistema carcerário.

Assim como o crack que tem sua venda controlada (a facção diz onde e quem pode comercializar ou usar) o spice deixa agressivo o usuário.

Além desse problema a droga causa psicose, paranoia, taquicardia e arritmia, precisando então de atendimento médico.

A organização criminosa permitiu o uso até o dia 1º de fevereiro de 2023 para que os estoques fossem zerados.

Passado o prazo, se alguém insistir na comercialização responderá pelo artigo 44 do Dicionário do PCC 15.3.3 (Regime Disciplinar da Facção).

leia artigo completo no Metrópolis

PCC Proibindo o crack nos presídios

O Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) proíbe o uso do crack dentro dos presídios? O PCC vende crack em suas biqueiras? Qual é a lei do crime para as drogas pesadas?

Você já experimentou a cocaína 100% do Comando? Fala sério! Aquela branquinha cujos cristais brilham…

Não quero te falar nada não, mas essa não é a 100% do Comando — se te disseram que é, só lamento.

Faltava oportunidade para vir falar para você sobre essa super droga, de edição limitada e de fabricação e distribuição controlada pelo alto escalão do PCC, mas agora, graças à pesquisadora Iara Flor Richwin Ferreira, vou tratar desse assunto.

Antes de começar, eu vou propor a você um acordo: você posta a fórmula da Coca-Cola e eu posto a fórmula da 100% do Comando.

Iara, em sua tese para a UnB Crack: substância, corpos, dispositivo e vulnerabilidades. A psicanálise e a prática clínico-institucional com usuários de crack, traça um perfil do usuário dessa droga e das suas relações com a sociedade e com os traficantes:

“… os usuários de crack, apesar de alimentarem o comércio de drogas, são humilhados, escarnecidos e violentados inclusive pelos próprios traficantes, que consideram que os ‘nóias’ atrapalham as dinâmicas dos pontos de venda com seu constante ir e vir, e, principalmente, os classificam moralmente como degradados que perderam o controle sobre o próprio corpo, sobre o próprio consumo, sobre a própria dívida, sobre o próprio caráter”

Iara descreveu com perfeição o que é visto nas ruas.

Nas ruas — especialistas para venda do crack

Não é qualquer biqueira que distribui o crack, e, por algum tempo, o Primeiro Comando da Capital tentou retirar das ruas essas drogas, mas a demanda não pode ser reprimida, então, antes de perder o monopólio, voltou ao mercado.

No entanto, nem todos os comerciantes trabalham no varejo com esse tipo de cliente, mas a aproximadamente a metade dos pontos de venda de drogas no interior e 80% na capital paulista tem o crack entre as opções oferecidas ao consumidor.

Para atender aos usuários de crack, o vendedor tem que ser diferenciado. São: os mais violentos; aqueles que ainda não conquistaram espaço para atender a um público mais selecionado; alguém que está pagando uma dívida — alguns vendem por opção comercial, mas são minoria.

Na capital paulista, nas regiões da classe média como Higienópolis, Itaim Bibi ou Pinheiros, o quilo do crack sai para o varejista a 30 mil Reais o quilo, já na região da Cracolândia no centro é vendido por 45 mil.

A razão para essa diferença é que na região central onde são negociados diariamente 12 quilos do produto por dia há muitos usuários, pouca concorrência e pouca presença da polícia.

Um retrato nada colorido do centro de São Paulo

A repórter Paula Lópes Barba em artigo no El País“Los caminos de ‘Cracolândia’ – el mayor mercadillo de droga de Brasil”, apresenta a inútil guerra contra o tráfico de drogas travada há 25 anos no coração da cidade de São Paulo pelo governo do Estado.

Há muito tempo as drogas são vendidas em barracas ou de mão em mão a céu aberto no que é conhecido como Cracolândia.

A reportagem questiona o uso da força para combater o vício. Afinal, qual seria o melhor caminho: o tratamento compulsório e redução de danos ou a repressão policial?

O tráfico na região é monopolizado pelo Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533): do fornecimento dos insumos à venda ao varejo, impondo regras de disciplina para esse mercado que há seis anos supria 4.000 usuários e gerava uma receita de 550 mil de Reais por dia (105 mil de dólares).

O Estado tentando controlar o incontrolável

Durante as últimas décadas o Estado foi comandado pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) que combateu o problema integrando as ações das polícias investigativa e coercitiva, com equipes de saúde pública e assistência social — mas o resultado foi pífio ou de pouca duração.

Tarcísio Freitas do Partido Republicano assumirá em 2023 o governo do Estado devendo priorizar o uso da força para coibir o tráfico, alinhado com o discurso do então ex-presidente e seu padrinho político Jair Bolsonaro.

Nesse meio tempo, o que se vê, são os prédios eram como cortiço e nos quais ofereciam prostituição, inclusive de menores, e receptação de objetos roubados que eram trocados por drogas.

Pelas ruas, legiões de usuários continuam a vagar de um ponto para outro em busca das drogas em frente das “fachadas históricas repletas de grafites com símbolos do PCC como Yin-Yangpalhaços ou tendas. Os números 1533 escritos em todos os lugares”.

Nas trancas — nada de crack

Iara continua…

“Também nas cadeias controladas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), é possível observar a estigmatização e depreciação moral em relação ao crack, onde o fim da circulação e consumo dessa droga teve alcance. O que está na base da justificação da ‘extinção’ do crack nessas cadeias, […] relaciona-se ao seu grande potencial de promover a contração de dívidas e desencadear conflitos, mas […] também está estreitamente associada ao limite moral que o crack representa. ‘Degradação’, ‘falta de controle’ e ‘droga que faz o cara roubar a mãe, matar a mãe e tudo mais’ são os argumentos levantados por Marcola…”

O Marcola era homicida, sequestrador, roubava banco, não tinha nada a ver com a facção, mas é um homem articulado. E quando ele foi levado para o presídio de Tremembé [no interior de SP] começa a conversar com os últimos presos políticos no sistema prisional e aprende com eles sobre como estruturar o tráfico, a gerenciar como uma empresa, ao mesmo tempo em que vende internamente para os detentos a ideia de uma irmandade revolucionária.

desembargadora Ivana David

A pesquisadora faz um diagnóstico preciso, irretocável, expondo casos de dentro do sistema, mas faço uma correção — se a cadeia é “controlada pelo Primeiro Comando” não há crack em hipótese alguma.

A regra não vale para todas as unidades prisionais

Se existe comércio e consumo de crack, a facção paulista PCC ainda não está no controle da tranca.

Quando eu era criança achava que os usuários de drogas e alcoólatras saiam da prisão limpos, já que com tanta polícia e com tanta muralha não entraria drogas.

Quando crescemos, aprendemos que as regras impostas pelo Estado de Direito nem sempre são levadas a sério, principalmente nas periferias e no Sistema Prisional.

Mas nos presídios sob o controle efetivo da facção o crack não entra, pois está proibido no Regimento Interno da facção, assim como o uso abusivo de drogas:

Artigo 43 — Uso abusivo de drogas:

Se caracteriza no efeito da droga ou álcool. É um mau exemplo pois se prejudica, fica paranoico, agressivo, e até mesmo tendo que ser medicado devido ao abuso.

Punição: 90 dias se o mesmo se comprometer a mudar, a exclusão depende da situação.

Dicionário do PCC 15.3.3

A cocaína 100% do Comando e o Crack

Se você não está dentro do Sistema, e em uma das unidades em que estão autorizadas a entrada da 100% do Comando, só lamento, mas vai morrer sem experimentar.

Vou te contar: nessas unidades, até os ASPENs sabem quando ela chegou, pois a tranca fica agitada e parece que vai virar, mas é só sairem da frente e esperarem a normalidade voltar.

A 100% do Comando — amarela e opaca — é uma super cocaína sem os efeitos colaterais trazidos pelo crack, uma droga especial, de edição limitada e de fabricação e distribuição controlada pelo alto escalão do PCC.

Antes de terminar, retiro o acordo que lhe propus.

Se você postar a fórmula da Coca-Cola, vai ser processado e fica por isso mesmo, mas eu, se postar a fórmula da 100% do Comando.

Vou ter que responder a um Salve — fala sério! Não é uma troca justa.

Um caso real de um aliado do PCC

Uso de drogas proibidas pela facção

O Bonde dos 40 do Maranhão corria a época com os garotos do Primeiro Comando da Capital.

Como acontece com a maioria dos aliados, algumas práticas da facção paulista são absorvidas.

Ricardo matou seu companheiro de facção que não conseguiu abandonar uso do “loló, uma droga baseada baseado em clorofórmio e éter e que está na lista negra das facões criminosas.

Quem são os Disciplinas do PCC 1533? Como e onde atuam?

Os Disciplinas do PCC 1533 dentro da hierarquia da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (facção PCC).

“Disciplina do PCC 1533” retrata a força unificadora na facção criminosa de São Paulo. Integrantes do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) demonstram orgulho na disciplina rígida. Porém, descobrir os genuínos representantes da hierarquia da facção tornou-se um desafio.

Submersos na complexidade do crime, estes “Disciplinas” personificam o controle estrutural similar a grandes corporações. Cada faceta da organização, do financeiro à transmissão de regras, evidencia uma estrutura intricada de poder que define o PCC.

Incentivamos vivamente os leitores a compartilharem suas opiniões sobre a matéria em nosso site, no grupo de leitores ou por mensagem privada. Explore a complexidade do PCC e participe da discussão.

Os Disciplinas do PCC 1533 na hierarquia da facção

Os “Disciplinas do PCC” representam o músculo robusto que mantém coeso o conglomerado criminal de São Paulo. A Primeiro Comando da Capital é conhecida por sua disciplina rigorosa, um ponto de orgulho para seus membros. No entanto, recentemente, tornou-se uma tarefa cada vez mais desafiadora localizar nas periferias e no submundo do crime os autênticos representantes da hierarquia da facção.

A hierarquia dentro da organização criminosa

É evidente que não utilizam termos como “departamento” e “setores”, mas na prática a facção criminosa reproduz a organização administrativa de qualquer grande empresa legal.

Departamentos:

  • Financeiro: recebimento das contribuições e controle: dinheiro, contas bancárias e investimentos;
  • Sintonia do Cadastro: gerencia o ingresso e a situação cadastral dos batizados, tendo registro de nome, local e padrinhos;
  • Salveiro: transmite as atualizações de regras da cúpula para toda a base operacional — alguns comparam com o cargo de Relações Públicas da empresas, mas seus comunicados são apenas comunicados internos;
  • Sintonia do Progresso: são os responsáveis pela execução das missões especiais e cotidianas; e
  • Sintonía dos Gravatas: são os advogados da facção.

Ficha de Cadastro no sistema PCC 1533

Além dos departamentos existem os cargos de gerenciamento. Os chamados “Resumos” podem ser “Geral dos Estados e Países” ou “Geral do Estado”, mas podem ter um local específico de atuação, como o “Geral das Trancas do estado” ou o “Geral das Trancas da unidade prisional”.

Facção PCC: Mensagem do Resumo às lideranças dos estados

O Conselho de Administração da organização criminosa Primeiro Comando da Capital é chamado Sintonía Final.

Os Disciplinas recebem as informações dos Salveiros e agem de acordo com o Sintonía da comunidade para manter a paz entre os ladrões.

A Sintonia Final comunica a todos os irmãos que foram feitas algumas mudanças necessárias em nosso Estatuto. O PCC foi fundado em 1993…

OS Disciplinas da facção PCC na Cracolândia em São Paulo

Houve um tempo em que eu acreditava em um mundo ideal, caberia a polícia defender as pessoas com justiça, mas esse tempo acabou.

Assim como eu, a pesquisadora Deborah Rio Fromm Tinta também aprendeu que o mundo é mais complexo do que vemos nos filmes.

Logo me dei conta que uma rodinha de disciplinas estava por ali também. Fiquei mais tranquila.

Vários pontos de conflito que emergiram foram apaziguados graças à mediação dos disciplinas.

O humorista Márcio Américo, que certa época da vida foi um assíduo frequentador da Cracolândia concorda:

A polícia e a prefeitura apenas fingem ter controle do local que é completamente dominado pelo Primeiro Comando da Capital.

Observando o Papel do Disciplina do PCC na Cracolândia

No turbulento epicentro da Cracolândia, a pesquisadora Deborah Rio teve a oportunidade de acompanhar em primeira mão as operações dos “Disciplinas do PCC 1533”.

Eram esses homens que orquestravam as negociações com traficantes, dependentes químicos, jornalistas, forças policiais e autoridades governamentais.

Os Disciplinas do PCC 1533 constituem a espinha dorsal da facção, presentes nas ruas, nas biqueiras, nos presídios e onde mais a organização criminosa marca sua presença.

A eles é confiada a responsabilidade de aplicar o Dicionário do PCC (o Regime Disciplinar) e os salves (alterações temporárias ou locais à regra geral).

O medo e o ódio alimentam seu poder e sua autoridade – cordeiros não balem em terras onde lobos uivam.

Continua Deborah:

Porém, o clima era de tensão. Em determinado momento, um usuário, M., começou a questionar exaltadamente o coordenador do programa e da ação, o Capitão Renato Lopes da Silva.

Nesse momento, chegou um disciplina.

Ele se aproximou, passou na minha frente, não tocou em ninguém, só pediu licença com uma voz grossa.

Todo mundo abriu passagem.

O disciplina colocou a mão no ombro de M., cuja fisionomia já havia mudado totalmente … M. se acalmou e disse que respeitava os ‘entendimentos’.”

Discionário da organização criminosa PCC 1533 — Regime Disciplinar da facção

Em um ambiente pacífico não aparece polícia

Os chamados “Disciplinas do PCC 1533” assumem a tarefa complexa de instaurar a ordem em territórios sob controle do Primeiro Comando da Capital. Eles cobram civilidade de usuários e traficantes locais, garantindo um verniz de paz nas proximidades dos pontos de venda de drogas, evitando, assim, o olhar incisivo da polícia.

Essa função social e política dos Disciplina do PCC 1533 os colocam em posição de negociar com as comunidades e as autoridades:

… o Prefeito Fernando Haddad também estava lá. Alexandre de Moraes, o prefeito e um dos Disciplinas discutiam no interior do espaço do Programa Recomeço… o local estava fechado e havia muitos policiais na porta…

Deborah Rio Fromm Tinta

Houve um tempo em que alimentei a utopia de que a manutenção da ordem e a defesa dos cidadãos seria uma prerrogativa da polícia, mas esse período idealista se foi.

A pesquisadora Deborah Rio, através de seus estudos, ilustra que a segurança pode ser um papel desempenhado por personagens não ligados ao aparato estatal.

Em determinadas comunidades, a proteção e a paz não são garantidas pelo governo, mas sim pelos Disciplinas do Primeiro Comando da Capital. Para vislumbrar a realidade, precisamos primeiro abandonar as miragens.

É uma verdade incontestável que nas regiões sob o claro domínio do PCC há uma redução nos índices de homicídios e crimes menores. No entanto, a “opressão do sistema” é substituída por uma força mais sombria, que não hesita em mutilar e matar.

Os Disciplinas do PCC 1533 dividem-se em atuações específicas, alguns operando dentro das prisões e outros nas ruas.

Nas ruas – os Disciplinas das Quebradas:

O Disciplina da Quebrada opera numa “biqueira” ou num bairro. Dependendo do tamanho e da importância do local, podem existir várias cidades e bairros sob a tutela de um Disciplina. Em geral, onde há vários, um se sobressairá como o “Disciplina Final da Cidade”. Há também os “Disciplinas do estado”, que atuam em qualquer lugar para resolver conflitos mais sérios. E, finalmente, os “Disciplinas dos Estados e Países”, que são enviados para áreas de confronto com outras facções ou para mediar problemas com lideranças locais.

Nos presídios – os Disciplinas da Trancas:

Os Disciplinas do PCC 1533 que permanecem atrás das grades são conhecidos como “jets”. Eles também obedecem a uma hierarquia: “Jet da unidade” e “Jet do estado” – embora possam também ser denominados como Disciplinas.

Leia a tese completa da pesquisadora Deborah

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