Rio Claro: GAECO entra na guerra entre Facção PCC e oposição

Este artigo aborda a violência e o caos em Rio Claro, onde a batalha pelo controle do tráfico de drogas entre o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e um grupo independente culminou em 33 mortes em apenas um ano. Descubra como esta luta está transformando a pequena cidade paulista.

Rio Claro, pacata cidade paulista, abriga segredos que transcendem seu aparente sossego. Convidamos você a adentrar o labirinto obscuro do crime organizado, onde um grupo desafia a dominância do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533).

Neste intrigante relato, observe pela perspectiva da investigadora Rogéria Mota a ascensão dessa facção independente. Junte-se a nós nessa exploração, pois desvendamos a trama de poder, violência e uma coexistência surpreendente em meio ao caos.

A Batalha Invisível de Rio Claro: Uma Guerra Silenciosa pelo Controle do Tráfico

Tudo na cidade de Rio Claro causava uma sensação de inquietação. A investigadora do GAECO, Rogéria Mota, atenta à atividade de um grupo criminoso independente, se perguntava: “Como pode essa facção crescer em território dominado pelo Primeiro Comando da Capital?“.

Ela percorria as ruas de pedra de Rio Claro, buscando respostas. Observava casas simples e estabelecimentos modestos. Essa paisagem era um terreno fértil para o crime, embora parecesse desproporcional ao calibre dos armamentos desse grupo.

Entre sussurros dos habitantes de Rio Claro, Rogéria descobriu a potência dos armamentos do grupo. Eles rivalizavam com exércitos avançados e os fundos monetários, fruto de um tráfico desenfreado, competiam com o PCC. Essa realidade causava arrepios.

Surpreendeu-se, porém, com a aceitação desse novo grupo pelo PCC. Conforme sua investigação avançava, descobriu uma regra da facção PCC: ninguém é obrigado a aderir. A coexistência com outros grupos era permitida, ainda que nem sempre pacificamente.

Entretanto, a violência não era estranha nesse cenário. A lista de mortos crescia. Entre os nomes, estava o de Juliano, empresário e narcotraficante, assassinado com mais de 30 tiros. Essa situação em Rio Claro não era para os fracos de coração.

Numa Teia de Poder e Medo: A Estranha Tolerância do PCC aos Grupos Independentes

Refletindo, Rogéria percebeu a semente da destruição escondida na própria ética do PCC. A tolerância da facção PCC para com outros grupos permitiu a ascensão de um poderoso rival. Uma ironia amarga, sem dúvida.

As suspeitas de Rogéria Mota pesavam sobre as vítimas, incluindo Juliano, acreditando que poderiam ter negociado com o grupo do notório traficante Anderson. Afinal, no mundo sinistro do crime, acordos são tão voláteis quanto o rastilho de uma vela acesa, sempre ameaçando se desfazer em meio ao mais tênue sopro de desconfiança.

Por muito tempo, a organização Primeiro Comando da Capital agiu como mediador neutro, aceito por todos em São Paulo. No entanto, quando sua autoridade é questionada, as armas ditam a lei.

O isolamento dos líderes da facção PCC, promovido por ações públicas, sem dúvida contribuiu para o crescimento do grupo rival. As autoridades emitiram mandados, realizaram apreensões e sequestraram bens do grupo. Cinco foram presos, mas o líder, Anderson, escapou.

A ação foi coordenada pelo GAECO de Piracicaba. A Rogéria cabia prever e tentar se antecipar às mudanças para que São Paulo não voltasse a ser marcada pela violência pré-hegemonia do PCC. Em 2022, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes em Rio Claro atingiu 15,68, a maior da região.

Vidas perdidas em uma guerra sem fim

A batalha pelo controle do tráfico de drogas em Rio Claro tem tido um preço alto: somente no último ano, essa guerra resultou em um saldo devastador de 33 assassinatos. A escalada de violência tem um objetivo preciso: a hegemonia do tráfico de drogas . As suspeitas apontam que o grupo de Magrelo possui um arsenal bélico superior ao do próprio PCC na região, um poder de fogo desenfreado capaz de abater rivais e manter seu controle tácito.

Por ora, no entanto, o braço da Justiça agiu conforme a denúncia apresentada pelo MPSP, voltando-se contra os oito alvos marcados pelos mandados, cinco dos quais já se encontravam sob custódia policial.

Adicionalmente, um pedido de sequestro de bens foi deferido, somando um valor colossal de R$ 12.586.000,00 – uma soma que, demonstra o poder dessa organização criminosa independente.

Rogéria precisa entender a mente criminosa para reverter esse quadro de mortes. Contudo, meu papel é apenas observar e relatar as histórias. E, certamente, essa história está longe de terminar.

O que se sabe Sobre Anderson, o líder da organização criminosa

Anderson Ricardo de Menezes, um criminoso de altíssima periculosidade mais conhecido como Magrelo, é um nome que ressoa nos corredores do Gaeco de Piracicaba. E não é à toa: no auge de sua juventude impetuosa, aos vinte anos, Magrelo desferiu múltiplos golpes de canivete num desafeto, um ato que deixou cicatrizes profundas, não apenas no corpo da vítima, mas também no tecido social de Rio Claro.

O modus operandi é cruel, mas eficaz: rastreadores em carros de inimigos, emboscadas em locais desprovidos de testemunhas, veículos incendiados após os atos hediondos. O enigma da morte de Alessandro de Arruda, membro do PCC, desvendado por interceptações telefônicas, revela a mão de dois comparsas de Magrelo por trás do assassinato.

Com um histórico criminal notavelmente extenso, Anderson Ricardo de Menezes, conhecido como Magrelo, aos 48 anos, desafia a maior organização criminosa do Cone Sul, o Primeiro Comando da Capital, e seus negócios já se estendem além das fronteiras de São Paulo, alcançando as áreas limítrofes entre o Brasil e o Paraguai.

O criminoso Magrelo já contabilizava em sua ficha delitos como roubo, tentativa de homicídio, lesão corporal dolosa e tráfico de drogas, tornando-se alvo da Operação Carro Falso em 2014, uma ação organizada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo direcionada aos ladrões e receptadores de veículos furtados. No mês anterior, ele e outros oito cúmplices foram indiciados pelos promotores de justiça de Piracicaba pelos crimes de organização criminosa e associação ao tráfico de drogas.

Na última quarta-feira, Magrelo esquivou-se habilmente de um cerco policial, apesar de sua prisão preventiva ter sido decretada pela justiça. Sua fuga era mais um golpe contra a sensação de segurança, uma prova contundente de que a batalha entre a lei e o crime em Rio Claro estava longe de ser concluída.

artigo base para esse texto: Josmar Jozino – Grupo rival do PCC provoca onda de assassinatos e aterroriza Rio Claro (SP)

Fichamento do Caso Operação Oposição em Rio Claro

  1. Evento: Operação Oposição em Rio Claro (SP) no dia 17 de maio de 2023.
  2. Organizações envolvidas: GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e o 10º BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Polícia).
  3. Objetivo da Operação: Cumprir oito mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão contra integrantes de uma organização criminosa formada no município.
  4. Grupo Criminoso Alvo: Organização rival ao Primeiro Comando da Capital (PCC), formada em Rio Claro.
  5. Resultado da Operação: Cinco pessoas presas, três foragidas (incluindo o líder do grupo), apreensão de dinheiro, celulares, armas e munições.
  6. Líder do grupo: Anderson Ricardo de Menezes (Magrelo ou Patrão) conseguiu fugir.
  7. Situação do grupo: Membros tinham acesso a armamento de grosso calibre, munições, coletes balísticos e apresentavam vasta movimentação financeira devido ao tráfico de drogas.
  8. Medida Judicial: Sequestro de bens no valor de R$ 12.586.000,00.
  9. Consequências da rivalidade entre os grupos: 33 assassinatos no ano passado (2022), incluindo Juliano Gimenes Medina, morto com 30 tiros em 8 de junho de 2022.
  10. Investigação: O GAECO de Piracicaba e a Polícia Civil de Rio Claro descobriram o grupo de Magrelo através da investigação do assassinato de Medina.
  11. Assassinato de Medina: Os suspeitos são Rogério Rodrigo Graff de Oliveira (Apertadinho) e Willian Ribeiro de Lima Diez (Feio), que já se encontravam presos.

O MP-MS interfere na Guerra entre as Facções Inimigas PCC e CV

O MP-MS, através de investigações meticulosas, desbarata um esquema do Comando Vermelho para assumir o controle das rotas de tráfico do Primeiro Comando da Capital na região de fronteira.

MP-MS, desmantela “plano secreto” do Comando Vermelho CV contra o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) na fronteira. Adentre nesta investigação!

O Plano do Comando Vermelho para Dominar as Rotas do PCC”

A operação do Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MP-MS) mirou a facção criminosa Comando Vermelho (CV), buscando desarticular os planos dessa organização criminosa carioca de controlar áreas e rotas do Primeiro Comando da Capital na região fronteiriçadas rotas de tráfico do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia.

A rivalidade entre as duas organizações criminosas pelo controle da região teve início com a morte do megatraficante paraguaio Jorge Rafaat Toumani em junho de 2016, acirrando a guerra entre as facções paulista e carioca.

Atualmente, criminosos de diversos grupos brasileiros batalham pela sobrevivência, território e rotas na disputada região, crucial na chamada “Rota Caipira”. Por essa rota, drogas e armas seguem para o interior do Brasil e para os portos do litoral, de onde são enviadas ao resto do mundo.

O Primeiro Comando da Capital atualmente controla várias dessas rotas, sendo uma das principais portas de entrada de drogas e armas a cidade brasileira de Corumbá. Lideranças do Comando Vermelho presas na Penitenciária Estadual Gameleira II, em Campo Grande (MS), planejavam os crimes e repassavam as tarefas para os faccionados em liberdade, armando o plano para quebrar o domínio da facção PCC.

A Investigação e a Operação do MP-MS

Após 15 meses de investigações, o MP-MS executou 92 mandados de prisão preventiva e 38 de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal. Entre os presos, encontram-se advogados e policiais penais cooptados pela facção na tentativa de expandir sua atuação no controle das rotas de tráfico.

A comunicação entre os presos e seus comparsas se dava através de celulares contrabandeados e advogados a serviço da facção. A investigação detectou uma série de crimes ligados às ordens emanadas do presídio. Mandados foram cumpridos em diversos estados, resultando na prisão de advogados, policiais penais e outros envolvidos.

texto base: Expansão do Comando Vermelho: MP realiza operação para prender 92 no Centro-Oeste

Central de distribuição de drogas do PCC no Alberto Gomes em Itu

Um idoso observa de sua janela a ação policial que desmantela uma central de distribuição de drogas da facção PCC 1533 em sua vizinhança. A história explora a tensão, o medo e as consequências do crime organizado na vida de pessoas comuns.


Central de distribuição de drogas do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) desmantelada em Itu, São Paulo, enquanto um idoso observa tensão e medo na vizinhança.

Central de Distribuição do PCC: medo e a tensão no bairro Alberto Gomes

Naquela sombria manhã, o idoso, observando em silêncio através da janela de sua casa, sentiu um medo e terror que nunca havia experimentado antes.

Via pelo vão da cortina a família do motoboy jundiaiense Paulo Rogério, morador em uma edícula de um imóvel próximo, jurar aos policiais que nunca percebeu nenhum movimento estranho na casa da frente. A pressão do frio metal das armas dos policiais em suas faces fez com que Rogério e sua família temessem por suas vidas.

O idoso imaginava o turbilhão de emoções e pensamentos que assolavam Rogério. Ele alugara a casa da frente para complementar a renda e jamais esperava ser envolvido, ou ter envolvido ao pobre motoboy nesse emaranhado de crime, drogas e violência.

A insegurança, a indignação, a impotência e o medo devem ter se misturado na alma de Rogério, enquanto ele tentava convencer os policiais de sua inocência e ignorância sobre o que ocorria no imóvel alugado. Rogério e sua família, agora estavam inseridos em um caso de tráfico de drogas que envolvia a mais terrivel organização criminosa da América do Sul, o Primeiro Comando da Capital, teriam suas vidas impactadas de forma irreversível.

A descoberta do crime organizado ao lado de casa

Era sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009, às 10:25 da manhã.

A casa na Rua Itu, Jardim Alberto Gomes, em Itu, SP, estava cercada por policiais. Um deles bateu à porta, mas só recebeu silêncio como resposta. Dentro da casa, estavam a ribeiropretana Juliana, de 24 anos, e um adolescente conhecido como Beto.

O idoso, por sua idade avançada, não podia interferir, mas podia observar tudo atentamente. Ele sabia que o adolescente namorava Juliana há um mês, e que na noite anterior, um homem desconhecido havia lhes emprestado a chave daquela casa para passarem a noite.

O que ele não sabiam é que aquela residência funcionava como uma central de distribuição de drogas, controlada pelo Primeiro Comando da Capital, uma das maiores e mais perigosas facções criminosas do Brasil.

Drogas, surpresa e nudez

Ao arrombarem a porta, os policiais se depararam com uma cena tumultuada e inesperada. Juliana, completamente nua na cama, encarava os oficiais com olhos arregalados, o rosto tomado por um misto de medo e surpresa. O adolescente, por sua vez, corria ainda nu para o banheiro, tentando se esconder.

Posteriormente o idoso ficou sabendo que o rapaz disse aos poliais que namorava com Juliana há um mês, tendo-a conhecido numa balada no Clube Comerciários. Na noite anterior ele estava com a garota em um barzinho e como não podiam ir para um hotel, visto que ele era menor de idade, um homem que ele não conhecia lhe emprestou as chaves daquela casa para passarem a noite.

Mais tarde, Beto tentaria justificar sua reação de tentar se esconder da polícia durante a invasão da casa dizendo que pensou que fosse um assalto, mas ninguém acreditou naquela história. Afinal, ele era conhecido por sua ligação com o mundo do crime e, apesar de menor de idade, trabalhava como piloto da moto responsável pelas entregas do tráfico na região.

A garota também ficou em uma situação difícil,

A ação policial que mudou a vizinhança

E aquela casa, que parecia comum por fora, escondia um propósito sinistro: servir como a central de distribuição de drogas do PCC nos bairros Alberto Gomes, Jardim Vitória e Centro, e a busca na casa revelou diversas provas do envolvimento com o tráfico, incluindo armas, drogas e anotações relacionadas ao PCC.

O delegado do 2º DP de Itu não se comoveu com a história do casal, que afirmava estar ali apenas por acaso. A investigação, iniciada um ano antes, focava no esquema de tráfico com base no Jardim Vitória, comandado por Júlio César, conhecido como Preto.

O idoso observou tudo, sabendo que a família do motoboy Paulo Rogério, moradores da edícula, não tinha envolvimento com o crime, mas também sabia que eles não eram totalmente inocentes de perceber a atividade criminosa na casa da frente.

O verdadeiro terror, percebeu o idoso, era o medo de conviver ao lado do Primeiro Comando da Capital e o silêncio imposto a Paulo Rogério e sua família, que seria obedecido até o túmulo.

Tráfico e Destino: A Saga de Dois Integrante da Facção PCC 1533

Dois membros do PCC, envolvidos no tráfico de drogas, encaram uma missão perigosa e enfrentam reviravoltas inesperadas, levando-os a questionar suas escolhas de vida.

Tráfico, risco e destino se entrelaçam na história de dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) que enfrentam desafios e reviravoltas inesperadas em uma missão arriscada.

Sonhos, Tráfico e Esperança por 700 Kms

As luzes da cidade se despediam no retrovisor, enquanto a estrada engolia nossa esperança. Eu e meu camarada, assim como eu mesmo, cria do PCC, rumávamos na batalha, correndo atrás de um sonho, um futuro melhor. Já havíamos rodado mais de 700 quilômetros desde Ribeirão Preto, no coração do interior de São Paulo.

Guerreiros das quebradas, enfrentávamos mais uma missão, carregando 12 barras de pasta base de cocaína, 400 mil nas costas, e um destino incerto. Seguíamos pela BR-365, quando o medo bateu, e trocamos a rota, e caímos na MG-280 e, depois, na MGC-135, longe das garras da Federal.

A vida no tráfico não é fácil, irmão. A cada quilômetro, o peso do passado, a sombra da morte, o gosto amargo do perigo. Será que vale a pena, será que tem volta? Essas perguntas martelavam minha mente, mas eu já estava envolvido demais, preso no sistema, na roda do destino.

A viagem seguia, e o cansaço acumulava. Tudo que queríamos era terminar a missão em Montes Claros e voltar pra casa, pra família. Mas, às vezes, a vida é cruel, e o destino te prega uma peça.

No quilômetro 420 da MGC-135, em Bocaiúva, a polícia rodoviária apareceu. Naquele momento, o coração disparou, o suor escorreu, e a ficha caiu: rodamos.

Os homens encontraram a droga, e tudo desabou. A esperança, o sonho, o futuro: tudo virou pesadelo. Presos, sem saída, entregues à própria sorte. A quadrilha que acreditávamos ser nossa família agora se tornava nossa sentença e virão fazer a cobrança.

Nos celulares apreendidos, a polícia buscará pistas, para tentar desvendar os segredos da nossa facção, mas nós nada falamos. Não conhecemos ninguém, não sei quem me entregou o bagulho em Ribeirão Preto e nem para quem eu ia entregar lá em Montes Claros.


Enquanto era levado pra cela, as lembranças da vida no crime me assombravam. Eu pensava: onde foi que errei? Será que poderia ter sido diferente? E a família, as crianças, minha mãe, todos sofrendo mais uma tristeza por minha causa. Só lamento.

Mas agora, irmão, é tarde pra chorar, tarde pra se arrepender. Eu e meu camarada, dois guerreiros do PCC, caímos na malha fina do sistema. A vida no crime tem seu preço, e a gente tá pagando por cada escolha errada. Só nos resta enfrentar as consequências e tentar encontrar um caminho pra sair dessa.

Celular Denuncia Tribunal do Crime da facção PCC no Paraguai

Celular denuncia Tribunal do Crime da facção PCC após a descoberta de filmagem crucial em aparelho de integrante, esclarecendo um assassinato ocorrido há mais de um ano no Paraguai e cujo corpo foi encontrado na Argentina.

Celular denuncia Tribunal do Crime. Descubra como a filmagem de um aparelho celular levou à captura de um Pé Quebrado (Disciplina do PCC) graças à cooperação das polícias da Argentina e do Paraguai.

Celular denuncia Tribunal do Crime: mas qual foi o crime cometido:

O celular de Emanuel Eduardo, membro do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533), foi apreendido pela polícia Argentina quando ele foi flagrado em 15 de fevereiro de 2023, durante uma operação policial na Rota Nacional 14, em San José, província de Misiones, Argentina.

No entanto, a prisão ocorreu porque ele apresentou um documento falso em nome de Julio Ariel Rodríguez, além disso, a polícia encontrou uma pistola calibre 9mm da marca Glock com 16 projéteis em sua posse.

Tato ou Liba, como ele é conhecido no mundo do crime, manteve em seu aparelho celular a única evidência que poderia ligar ele a um assassinato no Paraguai há mais de um ano: a gravação mostrava o momento em que ele executava Ever com 30 facadas.

Ever Alfredo, um cabeleireiro que residia no bairro Fortín Toledo em Ciudad del Este, no Paraguai, já havia sido preso com dois quilos de cloridrato de cocaína em 2011. Ele mencionou que iria cortar o cabelo de um cliente e saiu de casa em um veículo branco no dia 24 de janeiro de 2021.

Dias depois, o corpo de Ever Alfredo foi encontrado a 30 quilômetros de distância, boiando no Rio Paraná, do outro lado da fronteira, no bairro Santa Rosa, em Puerto Iguazú, na Argentina.

O celular denuncia Tribunal do crime, e é a prova de sua ligação com o brutal assassinato de Ever. Se não fosse pela filmagem encontrada em seu telefone e pela cooperação entre as autoridades argentinas e paraguaias, Tato, membro do Primeiro Comando da Capital, certamente continuaria impune.

Agora, as autoridades argentinas cooperaram com seus homólogos paraguaios, trocando informações relacionadas ao caso. O promotor Luis Trinidad acusou Tato e exigiu sua extradição. Enquanto isso, a Justiça argentina abriu uma investigação contra ele pelo suposto ato punível de uso de documento adulterado ou falso.

No entanto, ainda resta a pergunta sem resposta: Será que Ever Alfredo foi morto pelo integrante do Primeiro Comando da Capital devido à sua ligação ou negócios com uma organização criminosa rival, por dívida de drogas ou algum tipo de traição?

texto base: El supuesto miembro del grupo criminal Primer Comando Capital. Éste se encuentra implicado en el brutal asesinato.

PCC no Uruguai: Entraves da Facção Paulista em Território Platino

Por que razão o PCC no Uruguai não conseguiu o domínio do mundo do crime? As tensões geopolíticas no Uruguai e Paraguai e seu reflexo no narconegócio.

PCC no Uruguai: adentre o intrigante universo do crime organizado sul-americano, e descubra como essa facção se estabeleceu no país. Leia e surpreenda-se!

Geopolítica do Mercosul e o PCC no Uruguai

Apresento o interessante estudo de Nicolás Centurión, que narra os eventos recentes em terras sul-americanas são de grande interesse e relevância para todos nós que estudamos o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533).

Segundo ele, as organizações do narcotráfico brasileiras e argentinas têm se fortalecido em decorrência do maior controle na Tríplice Fronteira, deslocando suas operações para o sul, tornando evidente a presença não só do PCC no Uruguai, mas também de outras organizações nesta área fronteiriça.

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital é um fenômeno exclusivo dos presídios brasileiros. O “PCC no Uruguai” não prosperou, mesmo tendo havido uma tentativa de infiltração. A razão para isso não se deve a questões de segurança e inteligência, mas sim à desorganização dos detentos uruguaios.

Por outro lado, o PCC 1533 encontrou sucesso em sua expansão no Paraguai. Aparentemente, a cultura prisional guarani era mais parecida com a brasileira, o que pode ser explicado pela presença de criminosos brasileiros por um período maior e em maior número, ou até mesmo por outras razões culturais. O resultado é que, hoje, a facção paulista domina vários presídios próximos à Tríplice Fronteira.

A importante rota do narcotráfico: a hidrovia Paraná-Paraguai

As conexões entre as organizações criminosas começam a se entrelaçar quando descobrimos que o PCC possui ligações com Sebastián Marset, um uruguaio que se tornou traficante e é suspeito de ser um dos mandantes do assassinato do promotor paraguaio Marcelo Pecci em terras colombianas. Além disso, o PCC tem ligações com a máfia calabresa através da ‘Ndrangheta, sendo a porta de entrada da cocaína na Europa.

Essa complexa rede de criminosos envolve também o grupo brasileiro “Os Manos”, que domina a fronteira nordeste do Uruguai com o Brasil e pretende avançar para o interior do país. A hidrovia Paraná-Paraguai, que liga o Brasil ao Uruguai, é uma rota importante para o tráfico de drogas e, entre 2021 e 2022, cerca de 46 toneladas de drogas saíram dessa região.

Este cenário é um verdadeiro desafio para os investigadores e as autoridades locais, que enfrentam corrupção policial, forças de segurança mal equipadas e uma série de outras dificuldades no combate ao crime, e ao analisar o último relatório da Senaclaft, pude observar uma piora significativa na situação do país em relação a esses problemas.

O Uruguai é, infelizmente, um país de trânsito para o tráfico de pessoas, com ênfase na exploração sexual comercial e trabalho forçado de mulheres e meninas. Além disso, apresenta condições favoráveis para o narcotráfico, como fronteiras secas com o Brasil, conexões com a hidrovia Paraná-Paraguai e um porto controlado por uma multinacional belga. A ausência de radar aéreo em metade do território e a corrupção policial dificultam ainda mais o combate a esses crimes.

Grupos criminosos locais e o tráfico transnacional

A fronteira nordeste com o Brasil está sob o domínio do grupo criminoso brasileiro “Os Manos”, que busca expandir sua influência no Uruguai. A hidrovia Paraná-Paraguai, ligando o Brasil ao Uruguai, é uma rota importante para o tráfico de drogas para a Europa e África, com cerca de 46 toneladas de drogas saindo dessa rota entre 2021 e 2022.

Na Argentina, a área conhecida como Gran Rosario, que abrange a cidade de Rosario e arredores, é dominada por uma perigosa e violenta organização criminosa chamada “Los Monos”. Este grupo tem envolvimento em atividades ilícitas, como tráfico de drogas e extorsão.

Por outro lado, o Banco Provincial é uma instituição financeira que foi privatizada na década de 1990, o que significa que passou do controle público para o controle de entidades privadas. Há relatos de que este banco tem ligações com a lavagem de dinheiro do Cartel de Juarez, uma notória organização criminosa mexicana especializada em tráfico de drogas e outros crimes.

Além disso, o Banco Provincial também está relacionado ao colapso do Banco Comercial uruguaio durante a crise financeira de 2002, que afetou a economia da região. Este evento ocorreu quando o Banco Comercial, uma importante instituição financeira no Uruguai, faliu devido a diversos fatores, como má gestão, corrupção e instabilidade econômica generalizada.

a Geopolítica e a política local

No contexto político e midiático, o uso do nome da facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital tem sido uma estratégia para tentar vincular políticos à organização criminosa, gerando desconfiança e descredibilidade. Esse tipo de tática é semelhante à situação na Argentina, onde a gangue “Los Monos” e as atividades ilícitas do Banco Provincial são usadas como instrumentos de manipulação política e midiática.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o país busca garantir sua influência no Paraguai, independentemente de quem vença as eleições de 30 de abril. A estratégia americana inclui acusações de corrupção contra figuras políticas e apoio a empresas em disputa com grupos poderosos. Há também preocupação com a crescente influência chinesa na região, incluindo negociações com Argentina, Brasil e um possível acordo comercial entre Uruguai e China.

Neste cenário, o uso do nome PCC e a associação a políticos é uma ferramenta para desestabilizar e enfraquecer oponentes políticos, enquanto os Estados Unidos buscam garantir sua posição na região e enfrentar a crescente presença chinesa. Essa tática, assim como a situação na Argentina, destaca a complexidade das relações políticas e a manipulação midiática na América Latina.

Uruguai está imerso em uma complexa situação geopolítica envolvendo bandos criminosos, megaprojetos, eleições no Paraguai e a possível instalação de uma base militar americana na Tríplice Fronteira. Apesar desses desafios, o governo uruguaio concentra-se em combater o tráfico de drogas em pequena escala, enquanto grandes quantidades de drogas chegam à Europa por meio de contêineres com bandeira uruguaia.

texto base: El criminal Primer Comando Capital, en Uruguay hubo un intento de importar dicha organización pero fue estéril, no por razones de seguridad e inteligencia, sino por la lumpenización de los reos uruguayos y su falta de organización.

Facções em Vitória: enfraquecimento do PCV e disputa territorial

Violência causada por facções em Vitória no Espírito Santo no feriado de Tiradentes, foram resultado do desequilíbrio causado no mundo do crime por prisão de líderes do Primeiro Comando de Vitória PCV.

Facções em Vitória: mergulhe neste artigo para compreender a complexa realidade das facções criminosas no Espírito Santo e os fatores que contribuem para a violência na região.

A Rede de Alianças entre Facções em Vitória

Em 20 de julho de 2021, atendi a um pedido de um leitor e publiquei um artigo intitulado “Haverá guerra entre as facções no Espírito Santo? – A confusa configuração do crime organizado no estado é consequência da política carcerária do governador Renato Casagrande”, e agora, passados quase dois anos retorno sobre o mesmo assunto.

É de conhecimento geral a rivalidade entre a facção paulista Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e a facção carioca Comando Vermelho (CV). Entretanto, a complexidade das alianças que cercam esses dois grupos criminosos e sua constante evolução dificultam a compreensão do panorama, e o Espírito Santo foge à regra.

Além das intrincadas manobras no xadrez do crime, agentes externos e eventos fortuitos podem alterar o equilíbrio de poder, e qualquer deslocamento nessa balança pode levar a derramamentos de sangue. Foi o que aconteceu durante o sangrento feriado de Tiradentes em Vitória, marcado por nove assassinatos.

No feriado de Tiradentes, Vitória presenciou uma série de mortes violentas, com nove homicídios a ocorrer em um único dia. Tais fatalidades parecem estar, ao menos em parte, relacionadas à guerra entre facções criminosas. A área da Grande Terra Vermelha, que abarca bairros como Ulisses Guimarães, Barramares e Riviera da Barra, testemunhou um feriado particularmente macabro.

O Enfraquecimento do PCV e a Disputa Territorial

A polícia, em suas diligências na região, confiscou 19 armas, dentre elas um fuzil, e executou 23 mandados de prisão associados ao Primeiro Comando de Vitória (PCV). Entre os detidos, encontram-se líderes como Cleuton Gomes Pereira (Frajola), Claudio Ícaro, Paulo César e Jocimar. A captura desses líderes debilitou o PCV, o que desencadeou disputas territoriais e intensificou a sensação de insegurança pública.

A disputa entre as facções em Vitória pelo domínio dos pontos de drogas, sobretudo na Grande Terra Vermelha, ocorre em razão do enfraquecimento do Primeiro Comando de Vitória, chefiado por Marujo, aliado ao Comando Vermelho.

De olho nesse mercado está a Associação Família Capixaba (AFC), que negocia com os inimigos do PCV e do CV: o Terceiro Comando Puro e o Primeiro Comando da Capital, além de manter alianças com grupos de comunidades locais como Piedade, Fonte Grande, Alagoano e Ilha do Príncipe, e ser respaldada pelo Morro dos Gamas, em Cariacica.

Esta disputa das facções em Vitória pelo mercado de drogas, evidencia a complexidade e a instabilidade do crime organizado no Espírito Santo, em parte decorrente da política carcerária e de Segurança Pública do governo do estado.

Feriado de Tiradentes: Um Banho de Sangue em Vitória

Relatos indicam a possibilidade de envolvimento do Primeiro Comando da Capital e outros grupos criminosos na maioria dos óbitos ocorridos no feriado de Tiradentes, em Vitória.

Na sexta-feira (21), uma série de incidentes violentos tomou lugar. O sargento Gustavo foi vítima de um ataque mortal, atingido por sete disparos foi morto no bairro Boa Vista II, e um outro homem, Renan de 23 anos, também foi baleado e faleceu, mas neste caso, um suspeito já encontra-se detido.

Ainda na sexta, um tiroteio próximo a um bar resultou em uma morte e outro ferido no centro de Vitória. A vítima estava envolvida com o tráfico de drogas.

No mesmo dia, um casal foi morto a tiros nas proximidades de uma escola no bairro Santo Antônio. A motivação permanece um enigma. Testemunhas relataram que o casal havia acabado de sair de uma casa de espetáculos. Mais tarde, outro tiroteio em Barramares resultou em uma morte e um ferido.

No sábado (22), a violência prosseguiu com o assassinato do ciclista em São Conrado. No domingo (23), Ítalo Samora, 30 anos, foi alvejado em Bela Vista. Ademais, um adolescente de 17 anos foi morto a tiros no bairro Ataíde. O suspeito evadiu-se após o delito.

Estes eventos alarmantes sugerem um aumento na violência, possivelmente relacionado à atuação da facção PCC e outras facções que disputam o complexo e violento mundo do crime capixaba.

A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.

Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.

Conexão Teresina: uma crônica sobre a atuação do PCC no Piauí

texto base: Feriado violento na Grande Vitória tem nove assassinatos

Biqueira Comprada: PCC e a favela do Issac no Jardim Novo Itu

O artigo explora a expansão do PCC no Jardim Novo Itu através da estratégia de “biqueira comprada”, mostrando como o grupo criminoso consolida seu poder no tráfico de drogas e na disciplina local.

Biqueira comprada: Neste artigo, abordamos a expansão do PCC e sua estratégia de aquisição de pontos de venda de drogas. Escrito originalmente em 7 de janeiro de 2012, o texto destaca como o grupo criminoso tem aumentado sua presença e domínio em áreas como Jardim Novo, impactando a segurança e a qualidade de vida dos moradores locais.

Biqueira Comprada: A Estratégia do PCC de Domínio Territorial

O PCC, uma das maiores organizações criminosas do Brasil, tem expandido seu controle sobre o tráfico de drogas em várias comunidades. Um exemplo disso é a situação em Jardim Novo Itu, onde o “caso da biqueira comprada” revela a estratégia adotada.

A expressão “biqueira comprada” se refere à aquisição de pontos de venda de drogas, também chamados de “biqueiras”, de outros traficantes ou grupos criminosos, ou a uma transação realizada entre “irmãos, companheiros e aliados” dentro da própria facção.

Vantagens da Estratégia de Biqueira Comprada

A estratégia de compra de biqueiras permite que o PCC assuma o controle desses pontos e aumente sua participação no tráfico de drogas na região sem ter que travar uma guerra pelo controle, além de também prevenir disputas pelos pontos de venda entre os criminosos do grupo.

Antes da implementação desse método de domínio territorial, era comum haver disputas entre biqueiras, rua a rua, cidade a cidade, resultando em mortes no mundo do crime e chamando a atenção da sociedade e das forças policiais.

Esse caso do Jardim Novo Itu demonstra como se dá esse método que tem consolidado o poder do Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) através da compra de biqueiras.

Impacto na Vida dos Moradores Locais e a Ascensão do Irmão Bola de Fogo

Além disso, a estratégia de biqueira comprada também tem impactos na vida dos moradores locais. Com o aumento da presença do PCC, muitos moradores se veem forçados a conviver com os roubos, furtos e tráfico, que substituíram os crimes violentos causados por confrontos entre criminosos.

A biqueira comprada na Favela do Isaac, localizada no Jardim Novo Itu, por João Carlos, conhecido como irmão Bola de Fogo, e Júlio César, apelidado de Preto do Jardim Vitória, ilustra como a organização criminosa tem expandido seu controle sobre o tráfico de drogas no Brasil.

O peculiar apelido de Bola de Fogo foi escolhido por sua esposa Aline. Em 18 de novembro de 2008, ele foi batizado no PCC, após passar pelo teste de fidelidade ao assassinar um homem conhecido como Thiago.

Pela biqueira comprada, o irmão Bola de Fogo pagou 10 mil reais para Preto do Jardim Vitória, que estava preso na Penitenciária de Avaré. Preto é um exemplo de sucesso no mundo do crime, liderando dezenas de pontos de drogas e coordenando todos os “disciplinas” e “sintonias” da cidade.

O Controle da Disciplina na Cidade e a Distribuição de Drogas

O poder que Bola de Fogo recebeu de Preto do Jardim Vitória não se limitava apenas ao comércio de drogas. Ele comprou o direito de controlar a disciplina na cidade. Uma vez, ouvi Júlio César perguntar a Bola de Fogo quem estava na sintonia da cidade, e ele respondeu:

É eu que sou o geral aqui, mano.

Bola de Fogo também assumiu a distribuição das drogas da cidade. Em um dia, ele enviou os moleques para buscar drogas que estavam em falta no estoque da Favela do Isaac, mas quando chegaram na “lojinha” do Jardim Vitória, ela estava fechada, sem ninguém para atender. Bola de Fogo não hesitou e ligou para o patrão na Penitenciária de Avaré.

O Preto do Jardim Vitória manda da prisão uma mensagem à Bola de Fogo

Se estrutura no barato aí mano é a maior satisfação pra mim mano, amanhã ou depois é ver você estruturado aí mano, se eu chegar em você e falar pô, empresta uma arma pra mim, pra eu sair fora desse inferno aqui cara e você me emprestar é a maior satisfação ver você lindo e elegante, mantendo as caminhadas e indo pra cima da situação, ter a organização mano, os moleques que tão do seu lado tem que tê bala na agulha de verdade mesmo.

No dia 21 de agosto de 2009, Preto do Jardim Vitória foi transferido para a Penitenciária de Casa Branca. Posteriormente, rumores indicam que ele teria sido enviado para a Penitenciária de Presidente Venceslau, também conhecida como P2. Contudo, a partir desse momento, eu já não acompanhava mais sua trajetória.

O Desaparecimento da Favela do Isaac no Jardim Novo Itu

A Favela do Isaac no Jardim Novo Itu, mencionada nesta história, já não existe mais. Seus habitantes, que por muitos anos “incomodaram” os “cidadãos de bem” da cidade, foram transferidos para os prédios do CDHU nos Alpes, na periferia da periferia da cidade, seguindo a política de segregação social em vigor no Brasil desde a Lei Áurea e o retorno dos soldados negros da Guerra do Paraguai.

Amambay: a facção PCC e a disputa pela produção de maconha

A produção de maconha em Amambay enfrenta diversos desafios, como pobreza, corrupção policial e programas malsucedidos de substituição de cultivos. Essa situação afeta a população rural e indígena, que vê na agricultura de maconha uma das poucas oportunidades de renda. As autoridades enfrentam dificuldades para combater o problema devido à presença limitada do Estado e à infiltração do Primeiro Comando da Capital.

Amambay: para policiais e traficantes é simplesmente mais fácil oprimir, abusar e até matar indígenas — afirma fazendeiro da região.

A crescente violência e o poder das facções

Isolamento e falta de segurança em Amambay

Em Amambay, a escassa presença de forças de segurança e a falta de vigilância na fronteira permitiram que grupos criminosos brasileiros, como o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e o Comando Vermelho (CV), se estabelecessem na região. Esses grupos agora controlam a produção de maconha, pagando generosamente aos agricultores locais.

O domínio do PCC na produção de maconha

A facção PCC distribui 60% da maconha produzida em solo paraguaio, numa área entre 7 e 20 mil hectares, com uma produção que varia entre 15 e 30 mil toneladas por ano, envolvendo milhares de trabalhadores rurais, de pequenos agricultores familiares até grandes fazendeiros.

A facilidade no transporte de drogas

A facção PCC atravessa facilmente a extensa fronteira de 800 quilómetros de fronteira do Brasil com o Paraguai, utilizando a mão de obra de empreendedores individuais ou coletivos autônomos, que utilizam-se de mochileiros até caminhões e aviões.

Nessa região estratégica, entre 2014 e 2021, foram apreendidas 48,42 toneladas de maconha, mas estima-se que pelo menos 90 mil toneladas tenham escapado da fiscalização.

Operações aéreas e prisão de integrantes

Parte do transporte é feita por pilotos autônomos, como no caso da célula de Paulo Vicente que realizava cerca de 20 voos mensais, lucrando aproximadamente 18,3 milhões de Reais.

A operação envolvia além do piloto Paulo Vicente, o operador logístico Carlos Antônio, e Javier Alexis e Rafael. Todos acabaram presos com meia tonelada de cocaína em uma pista clandestina, 20 km ao sul de Bella Vista Norte, em Amambay, e a 2 km da fronteira com Mato Grosso do Sul.

Atuação aberta e controle da produção

Grupos criminosos brasileiros, como a facção PCC, atuam na organização do processo, assim, a logística e a produção, são ambas terceirizadas. O Primeiro Comando da Capital aparentemente não optou por ter plantações próprias. Se o PCC decidisse experimentar sua própria produção de maconha.

Disputa intensa pelo controle das rotas de tráfico

Conflito entre PCC e Clã Rotela

Amambay é palco de uma disputa mortal entre o Primeiro Comando da Capital e o Clã Rotela pelo controle da rota de tráfico. Essa disputa alimenta a Rota Caipira, deixando um rastro de vítimas fatais. No ano passado, a violência continuou com assassinatos de alto escalão e entre gangues.

A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.

Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.

onexão Teresina: uma crônica sobre a atuação do PCC no Piauí

Envolvimento de outras gangues e clãs familiares

Além do PCC e do Clã Rotela, gangues menores e clãs familiares, como o Clã Insfrán, também contribuem para a violência em Amambay e outras áreas do Paraguai. O Clã Insfrán foi ligado ao assassinato do promotor paraguaio Marcelo Pecci em maio de 2022.

Acesso a armas e influência no tráfico internacional

A violência no Paraguai é intensificada pelo acesso a armas e munições, que acabam nas mãos de organizações criminosas. O crescente papel de Amambay na rota do drogoduto de cocaína para a Europa indica que o conflito entre as principais gangues do país provavelmente persistirá.

Na segunda parte deste artigo, apresento texto elaborado sobre a análise de Henry Shuldiner para o site InSight Crime: Paraguay Anti-Marijuana Operations Barely Dent Production in Amambay

Amambay: Impacto limitado das operações antimaconha no Paraguai

Erradicação de cultivo nas fronteiras

Amambay inicia a discussão sobre o combate à maconha no Paraguai. Autoridades erradicaram grandes quantidades de maconha na fronteira Brasil-Paraguai, porém enfrentam um suprimento aparentemente ilimitado.

Desde 26 de março, a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD) e a Polícia Federal do Brasil apreenderam mais de mil toneladas de maconha e sementes em Amambay, segundo comunicado divulgado em 3 de abril. A maior parte é enviada ao Brasil, onde alcança até US$ 150 por quilo.

Operação Nova Aliança e produção de maconha

As apreensões fazem parte da “Operação Nova Aliança”, uma iniciativa bilateral entre forças paraguaias e brasileiras, focada principalmente em Amambay.

A operação concluiu sua 36ª edição, com as etapas anteriores erradicando centenas de toneladas de plantas de maconha cada. Só em 2022, autoridades erradicaram 1.821 hectares de plantações, com potencial para produzir 5.400 toneladas de maconha, conforme informou a SENAD.

Amambay e a produção de maconha no Paraguai

O Paraguai, de acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas de 2022 das Nações Unidas, continua sendo um dos maiores produtores de maconha das Américas, e Amambay, é um departamento rural e o centro de produção de maconha do país.

Carlos Peris, cientista político e especialista em tráfico de drogas da Universidade Católica de Assunção, afirma que quase 70% do departamento são terras agrícolas e há uma clara falta de presença do Estado.

Fronteiras porosas e tráfico de drogas

As fronteiras permeáveis de Amambay com o Brasil tornaram Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com a cidade brasileira de Ponta Porã, um importante ponto de trânsito de drogas rumo ao leste.

Análise do InSight Crime: Desafios na erradicação da maconha

Pobreza e falta de oportunidades

A produção de maconha de Amambay enfrenta inabalável as operações de erradicação das autoridades paraguaias e brasileiras. Fatores como pobreza, programas malsucedidos de substituição de cultivos de outras culturas, presença inadequada do Estado e corrupção policial contribuem para essa situação.

Segundo Peris, a população rural e indígena enfrenta escassez de oportunidades além da agricultura de pequena escala. Dessa forma, poucos produtos podem ser vendidos com valor similar à maconha.

Além disso, os programas de substituição de cultivos falharam em dissuadir os agricultores a cultivar maconha. Um quilo de maconha pode render quase trinta vezes mais que um quilo de gergelim ou mandioca, culturas comuns no país.

Presença limitada de forças de segurança

Amambay, isolado por montanhas e distância, possui uma presença esparsa de forças de segurança. Essa falta de vigilância permitiu que grandes grupos criminosos brasileiros se estabelecessem na região. Grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) podem pagar generosamente aos agricultores pelos produtos cultivados.

Corrupção policial e impacto nos agricultores

A corrupção policial em Amambay prejudica a erradicação da maconha. Fazendeiros costumam pagar propinas às autoridades para proteger suas plantações. Segundo investigações do veículo paraguaio Hina, agricultores pagam quase 15% de seus lucros em subornos. Com propinas tão caras, alguns agricultores consideram o negócio menos lucrativo.

Mudanças na produção e impacto na população indígena

Diante disso, a população indígena, que possui áreas maiores de terra e aceita ganhar menos, começa a preencher o vazio deixado pelos agricultores. Peris afirma que, para policiais e traficantes, é mais fácil oprimir, abusar e até matar indígenas. Ele aponta a possibilidade de uma mudança maior na produção de maconha em Amambay, passando dos pequenos agricultores para a população indígena.

Confronto dos Cartéis: a África do Sul no crime organizao global

“Confronto dos Cartéis” de Caryn Dolley explora as conexões do crime organizado na África do Sul com cartéis de drogas, grupos terroristas e corrupção política. O livro detalha como gangues sul-africanas se beneficiam de fluxos econômicos ilícitos globais e estabelecem parcerias com organizações criminosas transnacionais.

Conexões surpreendentes e a luta contra o crime transnacional

Confronto dos Cartéis: o papel da África do Sul no crime organizado global, está disponível apena em inglês, Clash of the Cartels: Unmasking the global drug kingpins stalking South Africa.

Introdução

Os fluxos econômicos ilícitos alimentam o crime organizado transnacional, misturando gangues, cartéis, máfias e funcionários corruptos do governo. A África do Sul é um centro central, porém desconhecido, no cenário criminal global. Caryn Dolley, jornalista investigativa, explora essas conexões em seu livro “Clash of the Cartels”.

Gangues e corrupção na África do Sul

As gangues da África do Sul cresceram a partir da corrupção e violência do regime do apartheid, explorando a presidência corrupta de Jacob Zuma para expandir seu poder e alcance. Essas gangues estabeleceram laços com grupos criminosos organizados, traficantes de armas e terroristas em todo o mundo.

Alguns beneficiários do crime transnacional são amplamente conhecidos, enquanto outros permanecem obscuros e escondidos. No entanto, todos atuam em diversos espaços e fluxos da economia política ilícita. Frequentemente, a África do Sul está no centro dessas atividades, mas costuma passar despercebida no cenário global do crime.

Gangues dos números e conexões globais

As “gangues dos números” da África do Sul desempenham um papel importante na economia política criminosa do país. Com conexões que incluem a D-Company, grupo terrorista e gangster, as gangues sul-africanas têm laços com entidades ligadas ao terrorismo na Índia e no Afeganistão.

As 28 atividades das gangues incluem assassinato, assalto, roubo e tráfico de drogas, juntamente com outros crimes mais mundanos, em prol de seus empreendimentos.

… os 26 administram o lado comercial das coisas, os 27 servem como soldados ou executores, e os 28 são uma ‘estrutura paramilitar’, atuando como a ‘autoridade política’ das gangues de números…

Política e crime organizado

O livro examina as conexões entre o Congresso Nacional Africano (ANC), crimes de rua e homicídio, além de rotas de tráfico de drogas e contrabando de diamantes. Dolley documenta as ligações entre o gangsterismo sul-africano e organizações criminosas transnacionais em países como Dubai, Quênia, China, Moçambique e Estados Unidos.

O tráfico de diamantes entrou na equação, assim como a corrupção policial, quando ex-integrantes do braço armado do ANC, o uMkhonto we Sizwe, supostamente se aliaram aos seus antigos adversários do apartheid, colaborando com organizações criminosas internacionais e desafiando a democracia.

Ampliando o escopo

Outros capítulos exploram conexões com a Sérvia, Irlanda, Canadá, Moldávia, China, Estados Unidos, Bulgária, Reino Unido, Espanha, Colômbia, Lituânia, Nova Zelândia, Austrália e Itália. A ‘Ndrangheta, máfia calabresa, também é discutida, destacando o papel das gangues de motociclistas fora da lei australianas.

Aqui entram as conexões com as facções criminosas brasileiras, como o Comando Vermelho (CV) do Rio de Janeiro e o Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo, dando destaque ao PCC.

A facção está ampliando sua influência do Brasil para o Paraguai e além, com a África do Sul fazendo parte dessa expansão global. Policiais corruptos e uma rota marítima de tráfico de cocaína ligando Durban a São Paulo financiam o comércio de armas leves, tráfico de pessoas, terrorismo e ações mercenárias. A lavagem de dinheiro é um componente central desse circuito.

Conclusão

Dolley faz um excelente trabalho ao fornecer um relato detalhado das ligações do crime organizado global com a África do Sul. Apesar de carecer de fundamentação teórica profunda, “Confronto dos Cartéis” oferece excelentes comentários sobre a importância do crime organizado sul-africano e deve ser usado para aprimorar estudos acadêmicos e treinamento de analistas de inteligência e policiais.

texto base utilizado como base para esse texto: On stage, links with the Brazilian gang, First Command of the capital (PCC) of São Paulo. The PCC is expanding its reach from Brazil to Paraguay and beyond, with South Africa joining in this global expansion.

PCC na Bolívia: uma ameaça crescente a Segurança Nacional

O avanço do PCC na Bolívia ameaça a segurança nacional, mesmo após mortes de líderes e ações criminosas em ascensão. O governo conseguirá combater o narcotráfico e desmantelar suas estruturas ou sucumbirá sob elas?

Mortes de líderes e ações criminosas do PCC evidenciam a urgência de medidas efetivas por parte das autoridades

O PCC na Bolívia florece sob o manto noturno do um céu sombrio e lúgubre nas comunidades cocaleiras daquele país.

O site “Página Siete” esculpe, com palavras duras, um panorama nefasto e mórbido das mortes que assolam os líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC 1533).

Em um editorial macabra, tece críticas severas à ineficácia das autoridades, em sua luta inglória contra as garras da organização criminosa brasileira.

A impotência das forças da lei ecoa no vazio, assim como o uivar do vento cortante nas noites solitárias nas encostas dos Andes.

A sombra do PCC na Bolívia se estende e consolida, surda ao implorar do “Página Siete” pelo seu fim.

O narcotráfico está ganhando esta batalha contra o Estado, demonstrando supremacia no controle do território (…) Esses cartéis de drogas são organizados no exterior por grupos como Los Chapitos (um grupo de narcotraficantes do México), o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupos combinados com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, claro, eles têm equipamentos e armas de melhor qualidade do que as forças de ordem.

coronel do Exército da Bolívia Jorge Santistevan


A Bolívia desempenha um papel duplo no contexto do narcotráfico: tanto é um produtor de cocaína quanto um ponto de trânsito para a droga oriunda do Peru, que posteriormente é contrabandeada para países como Brasil, Argentina e Uruguai, rumo aos mercados europeus. Organizações criminosas transnacionais brasileiras, notadamente o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), mantêm operações na Bolívia, coordenando o tráfego de cocaína através do território boliviano.

Apesar de os 29.000 hectares de cultivo de coca na Bolívia, conforme relatado pelo Gabinete de Controlo de Drogas das Nações Unidas, serem relativamente modestos se comparados aos 230.000 hectares cultivados na Colômbia, houve um aumento significativo de 84% na produção boliviana entre 2015 e 2021, antes de se estabilizar. Esse incremento sugere um fortalecimento dos recursos disponíveis para os grupos criminosos por meio da produção de drogas. Adicionalmente, a Bolívia tem presenciado um aumento no número de laboratórios dedicados à transformação da folha de coca em cocaína.

O Intrincado Labirinto do Narcotráfico e a Sombra do PCC

Recentes ocorrências na Bolívia confirmam o vigoroso narcotráfico no país e sua perigosa relação com o temido PCC, uma grave ameaça à segurança nacional.

Num caso emblemático, o sinistro Jorge Adalid Granier Ruiz, conhecido como “El Fantasma”, é capturado em terras brasileiras.

Transportador de drogas, ele é o fio que liga a teia boliviana ao temido PCC, como revela um relatório sombrio da DEA.

A Teia de Assassinatos e as Consequências para a Segurança Nacional

A mortalha de assassinatos se estende, trazendo consequências funestas.

Ruddy Edil Sandoval Suárez, um boliviano de 37 anos, é encontrado morto no Brasil, com marcas de execução e sinais de conexão com o narcotráfico e o PCC, como se um espectro da morte o houvesse visitado.

Enquanto isso, uma sinistra operação internacional desvela e aprisiona o líder de uma quadrilha nefasta que, em conluio com o PCC, movimentou a espantosa soma de mais de US$ 700 milhões em apenas dois anos.

Assim, na penumbra do labirinto do crime, a sombra do PCC se estende e ameaça engolir a Bolívia em seu abismo tenebroso e profundo.

As Macabras Estatísticas e o Clamor por Ação Governamental

Até outubro de 2022, os corpos de pelo menos oito líderes da facção paulista PCC jaziam abatidos a tiros na terra boliviana.

Esse cenário tenebroso revela a sombria presença do narcotráfico e do PCC no território boliviano, sobretudo na região leste.

A Falência das Ações e a Desesperada Necessidade de Solução

Com o aumento da violência e o avanço do crime organizado, é imperativo que o governo atue de maneira mais eficiente para combater essa onda crescente.

destruição de laboratórios vazios e a proclamação bombástica de resultados são ecos que se perdem na escuridão e não atacam o coração putrefato do problema.

É fascinante, e ao mesmo tempo aterrador, observar como os arquitetos do narcotráfico se expandem por domínios cada vez mais vastos, tecendo relações sinistras com a sociedade, os órgãos da lei e a classe política.

A proliferação do Primeiro Comando da Capital não se trata de um destino impelido pelas sombras do além, mas sim de uma escolha que, como um espectro, envolve a todos, mesmo que hesitem em admitir sua terrível cumplicidade.

texto base: el peligroso Primer Comando de la Capital (PCC), lo que representa un serio riesgo para la seguridad nacional

“Os Crias” da fronteira norte serão aliados da facção PCC 1533?

Os Crias é uma gangue brasileira emergente que surgiu da Família do Norte (FDN) e esteve envolvida em disputas violentas pelo controle do narcotráfico na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, enfrentando o Comando Vermelho e grupos colombianos como os Caqueteños.

Origem e ascensão de “Os Crias” no cenário do crime organizado

“Os Crias”, grupo criminoso brasileiro, originou-se da Família do Norte (FDN), que já foi uma das três maiores organizações criminosas do Brasil e controlava vastas regiões do país.

A facção FDN destacou-se principalmente na década de 2000, fortalecendo-se no comércio de drogas e armas na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.

Recentemente, “Os Crias” superaram seus antigos parceiros na Tríplice Fronteira, consolidando sua participação sobre o lucrativo comércio ilegal na área.

Entretanto, enfrentam dificuldades contra um poderoso inimigo, o Comando Vermelho, uma das mais antigas e poderosas facções criminosas do Brasil, além das organizações colombianas, incluindo Los Caqueteños, que também estão envolvidos no tráfico de drogas e atividades ilícitas na região.

A possível aliança entre “Os Crias” e o Primeiro Comando da Capital (PCC)

O Primeiro Comando da Capital não é considerado um dos principais atores criminosos na Tríplice Fronteira. Contudo, a facção paulista PCC tem presença na cidade de Letícia, localizada na fronteira entre Brasil e Colômbia, e parece ter interesse em estabelecer alianças com “Os Crias” para expandir suas atividades criminosas e fortalecer sua presença na região.

A potencial aliança entre o PCC e “Os Crias” poderia levar uma mudança do equilíbrio de forças e um aumento na violência e na disputa pelo controle do tráfico de drogas e armas na Tríplice Fronteira.

A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.

Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.

Conexão Teresina: uma crônica sobre a atuação do PCC no Piauí

Se prefeir, leia o texto a seguir no original de Juan Diego Cárdenas no site Insight Crime: Mafias brasileñas se toman el control de la Triple Frontera con Colombia y Perú

Aumento da violência na Colômbia e na fronteira do Peru devido à presença de gangues brasileiras

Uma onda de assassinatos na área da tríplice fronteira Colômbia-Brasil-Peru levantou preocupações sobre o poder crescente de grupos brasileiros e a violência que podem cometer para controlar este importante corredor do narcotráfico.

Duas pessoas foram mortas e outras duas ficaram feridas entre 24 e 26 de março em Letícia, capital do departamento do Amazonas, na Colômbia, segundo o jornal local La Silla Vacía. Um cidadão colombiano também foi morto em Tabatinga, cidade do lado brasileiro da fronteira com Letícia.

Os autores dos ataques permanecem desconhecidos, mas as autoridades acreditam que eles estejam ligados a grupos brasileiros de Tabatinga que conseguiram se estabelecer na Colômbia, informou o jornal.

A crescente violência na tríplice fronteira e o papel de “Os Crias”

O aumento da violência em Letícia e na tríplice fronteira é resultado de uma combinação explosiva. Grupos brasileiros estão fortalecendo suas posições no narcotráfico local, e a Colômbia está sentindo as consequências.

As investigações de campo da InSight Crime revelaram que a recente violência em Letícia é fruto de uma disputa entre o Comando Vermelho (CV), a organização criminosa mais antiga do Brasil, e “Os Crias”, uma emergente gangue brasileira.

“Os Crias” surgiram da Família do Norte (FDN), terceira maior organização criminosa do Brasil, e lutaram com ela pelo controle de Tabatinga em 2021. Antes de 2020, a FDN controlava a região.

Conflitos entre “Os Crias” e o Comando Vermelho

“Os Crias” venceram a FDN, mas seu domínio foi rapidamente contestado pelo Comando Vermelho, que se aliou a grupos colombianos, incluindo os Caqueteños, para travar uma nova guerra em 2022. “Os Crias” foram derrotados, e o Comando Vermelho assumiu o controle da cidade, mas seus membros continuam sendo mortos em ambos os lados da fronteira.

O ressurgimento dos Caqueteños e a complexidade do cenário criminal

Embora os Caqueteños fossem considerados inativos, o grupo parece estar operando novamente por meio de grupos dissidentes, disseram fontes ao InSight Crime.

Tren de Aragua: a Intrigante História da Multinacional do Crime

Tren de Aragua e facção PCC 1533, suas dinâmicas financeiras, influência no sistema prisional e desafios para o combate ao crime organizado na América Latina.

Tren de Aragua, uma entidade sombria do crime organizado, expande sua influência além das fronteiras venezuelanas, mostrando um poderio ameaçador. Nas páginas que se seguem, exploramos suas ligações com o Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533), revelando uma teia de crimes que se estende por continentes. Desvende conosco os mistérios e estratégias desse império criminal, um convite à compreensão de uma realidade que transcende a ficção e desafia a ordem global.

Queremos ouvir suas impressões! Comente no site, compartilhe suas reflexões e junte-se ao nosso grupo de leitores. Ao divulgar em suas redes sociais, você ajuda a ampliar nossa comunidade de apaixonados por literatura criminal. Sua participação é essencial para fomentar debates enriquecedores sobre esta intrigante história.

Após o carrossel de artigos no final do texto há as análises detalhadas sobre a obra, todas feitas por Inteligência Artificial.

Público-Alvo:
– Leitores interessados em segurança pública e crime organizado.
– Estudantes e pesquisadores em criminologia, sociologia e direito.
– Profissionais da área de segurança, como policiais e analistas.
– Jornalistas e escritores que cobrem temas relacionados a crime e justiça.

Revelando os Segredos e Conexões do Tren de Aragua com o Primeiro Comando da Capital

No mundo do crime organizado, desponta uma entidade aterradora, conhecida como Tren de Aragua. Originário do claustrofóbico e violento presídio de Tocorón, em Aragua, Venezuela, este grupo criminoso transcende os limites do imaginável, transformando-se numa verdadeira multinacional do delito. Nesta narrativa, caros leitores, convido-os a mergulhar nas profundezas desta organização que desafia as fronteiras e a própria lei, numa viagem que promete ser tão obscura quanto elucidativa.

O Tren de Aragua, um nome até então desconhecido para muitos abaixo da linha do Equador, nasceu nos corredores sufocantes dos cárceres venezuelanos. Não se contentando com a atuação restrita aos muros de concreto e arame farpado, o grupo expandiu seus tentáculos predatórios além das fronteiras de seu berço, infestando comunidades vulneráveis e a própria estrutura do governo venezuelano, lançando um manto de desconfiança e terror sobre seus governantes, autoridades e militares.

Juan Carlos Buitrago, um general da polícia colombiana, ecoa essa suspeita de conivência estatal com o crime organizado. Ele argumenta que a corrupção nas forças públicas e políticas não apenas acalentou o berço de grupos como o Tren de Aragua e seu parceiro brasileiro, o Primeiro Comando da Capital, mas também se beneficiou deles, direta ou indiretamente.

Ascensão do Mal: Dos Cárceles e Barrios para o Mundo

Imerso na opressiva penumbra e nas intermináveis horas de ócio, tanto nas celas sufocantes dos presídios quanto nos precários ranchos de madeira com telhados de zinco nos bairros marginalizados, o Tren de Aragua aperfeiçoou a arte sinistra da diversificação criminosa.

De tráfico de drogas e ouro a exploração humana, suas operações estendem-se da Costa Rica à Argentina, alcançando até mesmo o Brasil. O grupo transformou-se em uma hidra de múltiplas cabeças, cada uma alimentando-se do caos e da desordem que semeia por onde passa.

O impacto do Tren de Aragua no cenário criminal internacional é marcado por um rastro de sangue da violência de suas guerras e do poder de suas alianças.

A sua entrada noutros países causou confrontos, mas também ligações com outros grupos criminosos. Em 2022 na Colômbia, por exemplo, ocorreram confrontos com o Ejército de Liberación Nacional ELN (do qual também participou a Polícia Nacional), que resultaram numa onda de homicídios no Norte de Santander. Por outro lado, no Brasil o grupo está ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), reconhecido como a maior organização criminosa do país, e há cerca de 700 integrantes do Trem no PCC. —

Vanesa López Romero – Why Does the Tren de Aragua Feed Xenophobia Towards Venezuelan Migrants?LatinAmerican Post

A poderosa aliança com o PCC 1533

A fusão dessas duas potências do mundo do crime desnuda uma realidade: o submundo desconhece fronteiras. No coração dessa teia internacional de crimes, o Tren de Aragua e o PCC emergem não apenas como organizações criminosas, mas como símbolos de uma era onde a criminalidade se globalizou, as alianças são tão voláteis quanto lucrativas, e a violência é a moeda de troca em um mercado sombrio que prospera nas sombras da sociedade.

Diante deste panorama caótico, emerge a indagação: qual será o limite do alcance dessas organizações? E, mais crucialmente, quem terá a capacidade de contê-las?

REPORTAJE | Mafia brasileña operaría en Chile con nexos al Tren de Aragua – CHV Noticias

Tren de Aragua Explorando a Crise dos Refugiados Venezuelanos

A organização criminosa Tren de Aragua evidenciou uma sagacidade sinistra ao capitalizar sobre a crise humanitária na Venezuela, uma tragédia que mergulhou milhões de seus compatriotas no abismo da pobreza extrema. Esta crise se tornou a mola propulsora que alavancou a expansão de suas operações malignas para pelo menos outros oito países latino-americanos.

No êxodo massivo dos venezuelanos que fugiram de seu país, membros do Tren de Aragua encontraram um terreno fértil para expandir suas atividades ilícitas. Esta exploração oportunista da crise revela um panorama tenebroso, onde organizações como o Tren de Aragua e a facção paulista PCC 1533 aram as terras da desgraça, território marcado pela vulnerabilidade das populações marginalizadas. Essas terras são regadas pela ambição desmedida que vai desde pequenos empresários até grandes corporações, e pela corrupção endêmica que permeia os poderes políticos e militares em várias nações sul-americanas.

O poder dos grupos criminosos Tren de Aragua e o Primeiro Comando da Capital prova que a estrutura econômica e política de um país tem o poder de transformar gangues em exércitos criminosos transnacionais e em substitutos violentos do Estado em comunidades.

A solução, embora necessária, parece um horizonte distante. Exigiria uma intervenção governamental decisiva, focada em garantir igualdade de oportunidades para todos os cidadãos. No entanto, em uma realidade onde a negação da verdade impera, o espaço para enfrentar as verdadeiras mazelas – a desigualdade social, a pobreza estrutural, as condições degradantes das prisões, e a violência estatal, paramilitar e criminosa – se estreita. Esses são os fatores que nutrem e fortalecem as organizações criminosas latino-americanas.

As propostas populistas, efêmeras e impulsivas como o sangue que jorra de uma ferida aberta, drenam a vitalidade do tecido social. Este esvaziamento progressivo enfraquece a sociedade, deixando-a vulnerável e incapaz de se opor a organizações como o Tren de Aragua e o PCC. Estes grupos, já evoluídos para exércitos criminosos transnacionais, atuam como substitutos violentos e dependentes do Estado em comunidades abandonadas e esquecidas.

A organização criminosa venezuelana e a exploração sexual

A faceta mais sombria do Tren de Aragua é, talvez, sua participação no tráfico humano para exploração sexual, vitimando majoritariamente mulheres e meninas. Elas são recrutadas através de redes sociais e falsas promessas de emprego, atraindo-as com oportunidades de trabalho em residências particulares, restaurantes e salões de beleza.

Aquelas pobres almas aprisionadas durante tentativas desesperadas de fuga são submetidas a uma violência extrema, incluindo assassinatos macabros. Estes atos nefastos ressoam como um aviso tenebroso para aquelas que ousam sonhar com a liberdade. A gênese deste nicho de mercado sinistro germinou em 2009, no âmago da sofrida construção do sistema ferroviário venezuelano em Aragua. Foi ali, nas sombras do trabalho árduo, que um sindicato de trabalhadores vislumbrou uma oportunidade suja e sórdida de auferir lucros nas trevas do tráfico humano.

Uma vez que as mulheres chegam a países como Brasil, Colômbia, Chile, Argentina, Peru e Suriname, os criminosos confiscam seus documentos e as forçam a serviços sexuais para “pagar” pelo transporte e acomodação. O Tren de Aragua, um dos principais operadores desse mercado, conhece cada trilha escura em meio à floresta amazônica, cada viela que passa pelos pancadões das grandes cidades do Norte do Brasil, cada beco sombrio nos “barrios” de Medellín, e cada ruela esquecida e sem saneamento nas colinas de Valparaíso.

Esse sinistro conhecimento permite ao Tren de Aragua dominar as rotas migratórias e fortalecer os perversos laços de corrupção com as autoridades locais, que se alimentam vorazmente da exploração e dela extraem seus benefícios macabros. A teia de exploração se estende tanto pelo Tren de Aragua quanto por entidades menores, porém igualmente sombrias, como a Dinastía Alayón na Colômbia e os clãs familiares que assombram a Bolívia e a Venezuela. A polícia peruana desnudou ao público as entranhas dessa operação ao desferir um golpe contra este submundo em Lima. Em outubro de 2023, em uma operação que abrangeu quarenta e duas casas de prostituição, trinta membros, incluindo líderes da Dinastía Alayón, foram capturados, pondo fim a um ano de atividades criminosas no país.

Além das venezuelanas, a escuridão da exploração estende seus tentáculos para alcançar outras vítimas, envolvendo mulheres de várias nacionalidades em sua teia sombria. Em Lima, durante uma operação que desvelou os véus desse submundo, mulheres colombianas foram encontradas entre as aprisionadas, revelando a amplitude transnacional deste flagelo.

Nas profundezas isoladas da Amazônia, um cenário igualmente lúgubre se desdobra, onde mulheres Yanomamis são exploradas em ‘cabarés’ que pontilham áreas de garimpo. Marco Bontempo, delegado da Polícia Federal do Brasil, destaca que a chegada de grupos criminosos estrangeiros nessas áreas introduziu uma nova camada de organização e uma violência ainda mais brutal, transformando esses locais em cenários de desolação e desespero.

Segundo o relato do jornal boliviano El Deber, o tráfico de mulheres para exploração sexual constituem a principal veia de sustento dos integrantes do Tren de Aragua. Eles operam com sinistra destreza principalmente na fronteira norte do Chile, para onde arrastam suas vítimas, mulheres arrancadas das profundezas da Bolívia. Mas a sua teia de terror se estende ainda mais, com emissários – sombras errantes nas cidades – que se infiltram em locais como Santa Cruz de la Sierra, La Paz, Cochabamba e Oruro, recrutando, com promessas vazias, mulheres venezuelanas e colombianas. Estas infelizes almas, envoltas em desespero, são então tragadas pelo abismo sem fim da exploração, um destino marcado pela escuridão inescapável.

O Tren de Aragua como multinacional do crime

Tren de aragua e Aliança com o PCC no Brasil

No Chile, o Tren de Aragua estabeleceu e passou a disputar uma posição de destaque, competindo ou em parceria os grupos Cartel de Sinaloa, Jalisco, Nova Geração do México, o cartel do Golfo da Colômbia, o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital.

Em território brasileiro sua principal função é na região fronteiriça norte fornecer armas e drogas e intermediar prostituição com mão de obra imigrante.

Comparação entre as organizações criminosas

Origem, Estrutura e Financiamento

A seguir, permitam-me comparar a origem, a estrutura e o financiamento da organização Tren de Aragua e seu aliado brasileiro, o Primeiro Comando da Capital.

O Nascimento e Raízes no Sistema Prisional

Meus caros amigos, o Tren de Aragua, surgiu como uma quadrilha composta por aproximadamente 5.000 homens, originária do presídio de Tocorón.

11. O Primeiro Comando da Capital — P.C.C. fundado no ano de 1993, numa luta descomunal e incansável contra a opressão e as injustiças do Campo de Concentração “anexo” à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, tem como tema absoluto “a Liberdade, a Justiça e a Paz”.

Estatuto do PCC original de 1997

Com o passar do tempo, a organização se envolveu em diversas atividades criminosas, como extorsão, prostituição, assassinato, roubo, narcotráfico, lavagem de ouro e contrabando.

De acordo com a jornalista Ronna Rísquez, que investigou o grupo durante três anos, foi a partir deste núcleo carcerário que eles conseguiram se estabelecer como uma poderosa força criminosa, controlando aspectos da vida cotidiana em algumas áreas e influenciando decisões de governos locais e de forças federais de segurança.

É interessante notar a semelhança entre as origens do grupo criminoso Tren de Aragua e do Primeiro Comando da Capital, pois ambos surgiram dentro do sistema prisional de seus respectivos países, a Venezuela e o Brasil.

Esta circunstância comum ilustra como as prisões servem como berço para o desenvolvimento de organizações criminosas em todo o mundo.

Fatores que Contribuem para o Surgimento de Grupos Criminosos nas Prisões

Existem diversas razões pelas quais os sistemas prisionais podem ser propícios para o surgimento de grupos criminosos como o Tren de Aragua e a facção paulista PCC:

  1. Condições Precárias: Muitas prisões na América Latina enfrentam problemas de superlotação, falta de higiene e violência, condições desumanas que podem levar os detentos a buscar proteção e apoio em grupos criminosos organizados.
  2. Falta de Controle e Corrupção: A falta de controle efetivo por parte das autoridades prisionais e a corrupção entre os funcionários podem facilitar a atuação desses grupos criminosos dentro das prisões, incluindo a permissão para a entrada de itens ilícitos e o estabelecimento de esquemas de extorsão.
  3. Redes e Conexões: As prisões servem como pontos de encontro para criminosos de diferentes origens, permitindo a formação de alianças e a troca de informações, habilidades e recursos. Essas conexões podem ser úteis para expandir e fortalecer as atividades criminosas.
  4. Radicalização e Recrutamento: A exposição a ideologias extremistas e criminosas dentro das prisões pode levar a um processo de radicalização e recrutamento de novos membros, resultando no crescimento e fortalecimento de grupos criminosos.
A Importância das Reformas no Sistema Prisional

As semelhanças entre as origens e a manutenção do poder pelo Tren de Aragua e pela facção PCC ressalta a importância de abordar as falhas do sistema prisional e buscar reformas para prevenir o surgimento de organizações criminosas dentro dos cárceres, tanto para impedir que outros grupos surjam, como para encerrar o recrutamento e o financiamento dos grupos já existentes.

A taxa de homicídios na Venezuela e no Brasil

A taxa de homicídios no país é alarmante, chegando a 40,4 por 100.000 habitantes. Cinco dos sete principais estados com as taxas mais altas estão localizados na zona centro-norte do país, onde gangues se espalham por todo território.

Um estudo publicado pelo site Insight Crime afirma que a violência nessas áreas é conduzida não pelos maiores grupos do crime organizado como o Tren de Aragua, mas sim por pequenas gangues de rua predatórias.

No entanto, outro ponto do mesmo estudo afirma que a região norte do Chile Tarapacá viu um aumento significativo na taxa de homicídios enquanto o contrabando de imigrantes é controlado pelo Tren de Aragua.

Isso nos leva a uma comparação interessante com a abordagem adotada pelo Primeiro Comando da Capital no Brasil.

Ambos os grupos, Tren de Aragua e PCC, buscam manter a paz entre as gangues e reduzir as taxas de homicídios em seus territórios, tendo a organização criminosa brasileira adotado o lema “Paz entre Bandidos” ou Pacificação, reduzindo as taxas de homicídios em todos os estados onde obteve hegemonia.

O estado de São Paulo, berço do Primeiro Comando da Capital e há muito pacificado, é um dos lugares mais seguros do país, no entanto, locais em que mantém a Guerra entre Facções para domínio territorial com altos índices de homicídios.

No entanto, mesmo que a informação de que o Tren de Aragua não está impulsionando diretamente o aumento da taxa de homicídios esteja correta, pode ser que ocorra uma guerra pela hegemonia com outros grupos menores ou dissidentes, o que pode estar contribuindo para o aumento da violência nessas áreas, assim como ocorre em muitas regiões do Brasil entre a facção paulista e seus inimigos.

Financiamento dos Grupos Criminosos

Caros amigos, os métodos de financiamento empregados pelas duas notórias organizações criminosas: o Primeiro Comando da Capital, e o Tren de Aragua.

Métodos de Financiamento do PCC

O PCC, uma organização criminosa originária do Brasil, recorre a diversas estratégias para financiar suas atividades ilícitas.

A lista que eu coloco abaixo é a tradicionalmente aceita, no entanto, em 2022 a organização criminosa mudou seu método de financiamento.

A mensalidade deixou de ser cobrada, sendo substituída por dinheiro do fluxo de drogas e a rifa foi substituída pelo jogo do bicho.

  • Mensalidades (Cebola): Membros do PCC são obrigados a pagar uma mensalidade regular, conhecida como “cebola”, que serve como contribuição financeira à organização. Esses pagamentos auxiliam no financiamento das atividades criminosas do grupo e no apoio a membros encarcerados e suas famílias.
  • Rifas: O PCC também realiza rifas entre seus membros e simpatizantes, com prêmios em dinheiro ou bens. As rifas são usadas para arrecadar fundos adicionais e fortalecer o vínculo entre os membros da organização.
  • Contribuição sobre ações criminosas: Membros do PCC que participam de atividades criminosas, como tráfico de drogas, roubos e sequestros, são obrigados a compartilhar uma porcentagem dos lucros com a organização. Essa contribuição ajuda a financiar a estrutura da organização e a garantir a lealdade dos membros.

Em suma, o financiamento dessa organização criminosa é diversificado e complexo, ao contrário do Tren de Aragua.

Métodos de Financiamento do Tren do Aragua

O Tren de Aragua financia suas atividades principalmente através da extorsão da população carcerária, cobrando uma taxa semanal de cerca de 15 dólares por preso, o que gera uma receita significativa para o grupo.

Aqueles que não pagam enfrentam violência, dormem ao relento ou recebem pouca ou nenhuma alimentação.

A análise desses métodos de financiamento é crucial para entender como esses grupos criminosos operam.

Os diversos entes de combate ao Primeiro Comando da Capital no Brasil focam há pelo menos 20 anos, suas ações na tentativa de estancar o financiamento do grupo, mas, a exemplo da mudança que ocorreu em 2022, as fontes e os métodos são mudados para dificultar caírem.

 Análise do Fenômeno destes Grupos Criminosos

Caros amigos, permitam-me apresentar uma análise pessoal do fenômeno do crime organizado, com foco nas organizações criminosas PCC e Tren de Aragua.

Dinâmicas Financeiras e Resiliência dos Grupos Criminosos

Ambas as organizações, PCC e Tren de Aragua, dependem de várias fontes de financiamento para sustentar suas atividades criminosas e manter a lealdade de seus membros.

Enquanto o PCC utiliza uma combinação de mensalidades, rifas e contribuições de ações criminosas, o Tren de Aragua foca principalmente na extorsão da população carcerária.

A diversidade das fontes de financiamento do PCC pode ser vista como uma vantagem em termos de resiliência e adaptação às mudanças nas condições e repressão das autoridades.

A Influência do Sistema Prisional na Formação de Grupos Criminosos

A extorsão da população carcerária pelo Tren de Aragua demonstra o controle e a influência que a organização tem dentro do sistema prisional venezuelano, semelhante ao controle exercido pelo PCC no Brasil, só que a facção brasileira criou a ideia de família e conquistou o domínio através de muito sangue, mas a fidelidade através de uma filosofia de apoio mútuo e de criação de inimigos comuns: estado e seus representantes, e integrantes de outros grupos criminosos.

Ambos os grupos, no entanto, conseguiram explorar as falhas e a corrupção dos sistemas prisionais para gerar renda e soltados, e fortalecer sua posição no mundo do crime fora das muralhas dos presídios.

Conclusão e Perspectivas

Em conclusão, apesar das diferenças nas formas específicas de financiamento, o PCC e o Tren de Aragua compartilham uma habilidade de aproveitar as oportunidades dentro e fora das prisões para sustentar suas atividades criminosas e expandir seu alcance.

Essa análise destaca a necessidade de abordagens eficazes e abrangentes no combate ao crime organizado e na reforma dos sistemas prisionais na América Latina.

A compreensão das dinâmicas sociais e financeiras desses grupos criminosos é crucial para o desenvolvimento de políticas públicas e estratégias de segurança eficientes.

Além disso, é imperativo investir em programas de prevenção, reabilitação e reintegração de indivíduos envolvidos no crime, bem como promover a transparência e a responsabilização das instituições prisionais e policiais.

Somente através de uma abordagem global e fundamentada em evidências poderemos combater com sucesso o crime organizado e promover uma sociedade mais justa e segura para todos.

para ler o texto base do artigo: In Brazil, the gang has made a notable alliance with the main armed group, First Command of the Capital, around arms sales and prostitution.

Análise de IA do artigo: “Tren de Aragua: a Intrigante História da Multinacional do Crime”

TESES DEFENDIDAS PELO AUTOR E AS RESPECTIVAS CONTRATESES

  1. Origem Prisional e Expansão Transnacional: Tese de que tanto o Tren de Aragua quanto o PCC se originaram dentro do sistema prisional e conseguiram expandir suas operações para além das fronteiras nacionais, tornando-se organizações criminosas transnacionais.
    • Contra-Argumento: Pode-se argumentar que a expansão transnacional desses grupos não é apenas resultado de sua origem prisional, mas também de uma série de fatores socioeconômicos e políticos complexos que transcendem o ambiente prisional.
  2. Conivência Estatal e Corrupção: Afirma que a corrupção nas forças públicas e políticas facilitou o crescimento dessas organizações criminosas.
    • Contra-Argumento: Um possível contra-argumento seria que, embora a corrupção contribua para o fortalecimento desses grupos, ela não é a única facilitadora. Aspectos como desigualdade econômica, pobreza e falta de oportunidades educacionais e de emprego também desempenham um papel crucial.
  3. Diversificação Criminosa: A tese de que o Tren de Aragua diversificou suas atividades criminosas, abrangendo desde o tráfico de drogas até a exploração humana.
    • Contra-Argumento: Poderia ser argumentado que a diversificação das atividades criminosas é uma resposta à crescente pressão e medidas de segurança por parte das autoridades, obrigando esses grupos a adaptarem-se para sobreviver.
  4. Impacto da Crise Humanitária: Sugere que a crise na Venezuela proporcionou um ambiente propício para a expansão do Tren de Aragua, explorando os refugiados venezuelanos.
    • Contra-Argumento: Uma visão alternativa seria que a crise humanitária é apenas um dos muitos fatores que contribuem para a expansão de organizações criminosas, e que focar exclusivamente nesse aspecto negligencia outras causas fundamentais.
  5. Necessidade de Reforma Prisional: Enfatiza a importância de reformar os sistemas prisionais para prevenir o surgimento e fortalecimento de organizações criminosas.
    • Contra-Argumento: Enquanto a reforma prisional é crucial, é apenas uma parte da solução. Estratégias mais abrangentes, incluindo melhorias na educação, oportunidades econômicas e sistemas judiciais, são igualmente importantes.
  6. Financiamento Complexo e Adaptação: Observa que o financiamento dessas organizações é diversificado e adaptável, complicando os esforços para desmantelá-las.
    • Contra-Argumento: Embora o financiamento seja complexo, esforços coordenados e inteligência financeira podem ser eficazes na perturbação dessas redes.

As teses apresentadas no texto destacam a complexidade e o alcance das organizações criminosas como o Tren de Aragua e o PCC. Contudo, os contra-argumentos sugerem que uma compreensão mais holística dos problemas subjacentes e uma abordagem multifacetada são necessárias para abordar efetivamente o crime organizado.

Análise sob o ponto de vista factual e de precisão

  1. Origem e Atuação do Tren de Aragua: A descrição do Tren de Aragua como uma organização criminosa originária de um presídio na Venezuela que se tornou transnacional é factual, baseada em relatórios de inteligência e notícias. A expansão além das fronteiras nacionais é um fenômeno bem documentado.
  2. Conivência Estatal: A alegação de que a corrupção nas forças públicas e políticas facilitou o crescimento de organizações criminosas é uma crítica comum em discussões sobre crime organizado. A citação de Juan Carlos Buitrago adiciona credibilidade, mas é importante verificar se ele é uma fonte confiável e se sua afirmação é corroborada por evidências.
  3. Diversificação Criminosa: A diversidade de atividades criminosas, incluindo tráfico de drogas e ouro, bem como exploração humana, é consistente com o que se sabe sobre cartéis e sindicatos do crime. No entanto, detalhes específicos requerem verificação para precisão.
  4. Alianças com o PCC: A afirmação de que o Tren de Aragua tem laços com o PCC e que há aproximadamente 700 integrantes do Tren no PCC é uma afirmação específica que requer confirmação por meio de registros de inteligência ou relatórios de segurança.
  5. Expansão Durante a Crise Humanitária: A exploração da crise venezuelana por organizações criminosas é um tema recorrente em relatórios de segurança. No entanto, a extensão e natureza exatas dessa exploração seriam difíceis de determinar com precisão sem dados específicos.
  6. Financiamento do PCC e do Tren de Aragua: As descrições do financiamento do PCC e do Tren de Aragua são plausíveis e alinhadas com padrões conhecidos de atividades criminosas. A mudança nos métodos de financiamento do PCC em 2022 requer verificação para garantir a atualidade.
  7. Condições Prisionais e Crime Organizado: A correlação entre condições prisionais precárias e o surgimento de organizações criminosas é apoiada por estudos e relatórios de organizações de direitos humanos.
  8. Citações e Fontes: O texto utiliza citações e referências a publicações como “LatinAmerican Post” e “CHV Noticias”, que podem ser verificadas para autenticidade e contexto.
  9. Alegações de Exploração Sexual: Alegações de tráfico humano para exploração sexual devem ser tratadas com cuidado e verificadas por meio de investigações e relatórios legais.
  10. Conclusões e Perspectivas: As conclusões finais do texto refletem opiniões e recomendações que são comuns no discurso sobre combate ao crime organizado. Embora a necessidade de abordagens abrangentes seja uma recomendação válida, a implementação e eficácia dessas estratégias variam e são difíceis de medir.

Para uma análise completa, seria necessário acessar relatórios de inteligência, estudos acadêmicos, e dados de agências de aplicação da lei para corroborar as alegações e assegurar que o texto não se baseia em exageros, informações desatualizadas ou interpretações errôneas.

Análise por IA do artigo

  1. Estruturas de Poder e Marginalização: O texto aponta para a maneira como as organizações criminosas, como o Tren de Aragua e o PCC, exploram e aprofundam as divisões sociais existentes, utilizando-se de desigualdades econômicas e políticas para consolidar seu poder. Isso reflete teorias de conflito sociológico que enfatizam como o poder é mantido e expandido através da exploração de grupos vulneráveis.
  2. Globalização e Expansão Transnacional do Crime Organizado: A ascensão e expansão do Tren de Aragua e sua conexão com o PCC destacam os desafios da segurança pública em lidar com redes criminosas que operam além das fronteiras nacionais. As atividades transnacionais das organizações criminosas desafiam a noção de soberania estatal e a eficácia das leis locais, requerendo uma compreensão sociológica das redes além das fronteiras e a cooperação internacional e estratégias de aplicação da lei que ultrapassam as jurisdições locais. A globalização é tipicamente discutida em termos de economia e cultura, mas o texto destaca a globalização do crime.
  3. Conivência Estatal e Corrupção: A alegada conivência entre o crime organizado e o estado sugere que esforços de segurança pública podem ser comprometidos por dentro. Isso ressalta a necessidade de medidas anticorrupção, integridade dentro das forças de segurança e instituições governamentais, e aponta para problemas de legitimidade e autoridade estatal. A corrupção mina a confiança nas instituições e afeta a coesão social, aspectos centrais no estudo da sociologia política.
  4. Diversificação de Atividades Criminosas: A diversidade das operações do Tren de Aragua ilustra a necessidade de uma abordagem multifacetada na segurança pública, que deve adaptar-se para combater uma variedade de atividades ilícitas, desde o tráfico de drogas até a exploração humana.
  5. Anomia e Desvio: A narrativa sugere um estado de anomia, onde normas e valores são enfraquecidos, permitindo que o crime e o desvio floresçam. A ascensão de organizações criminosas pode ser interpretada como uma resposta à falha das estruturas sociais em fornecer estabilidade e segurança.
  6. Impacto Social e Humanitário: O aproveitamento da crise humanitária venezuelana pelo Tren de Aragua para expandir suas atividades ilícitas aponta para a necessidade de políticas de segurança pública que abordem as causas subjacentes da criminalidade, como pobreza e desigualdade social.
  7. Reformas no Sistema Prisional: A origem prisional de tais organizações criminosas enfatiza a importância de reformar o sistema prisional como um componente crítico da segurança pública, prevenindo que prisões se tornem incubadoras para o crime organizado, reconhecendo a importância das instituições sociais na moldagem do comportamento individual e coletivo.
  8. Métodos de Financiamento e Resiliência: A complexidade e a adaptabilidade no financiamento dessas organizações enfatizam a necessidade de estratégias financeiras de inteligência e contra-lavagem de dinheiro para cortar as fontes de renda do crime organizado, sem deixar de considerar a natureza fluida e adaptável do comportamento criminoso.
  9. Economia Subterrânea: O tráfico de drogas, lavagem de ouro, e outras atividades ilícitas apontam para a existência de uma economia subterrânea robusta. Sociologicamente, isso reflete formas alternativas de capitalismo que operam à margem da lei.
    • Exploração Sexual e Tráfico Humano: A participação no tráfico humano para exploração sexual requer uma resposta especializada e dedicada das autoridades de segurança pública, incluindo unidades de combate ao tráfico de pessoas e proteção de vítimas.
  10. Reabilitação e Reintegração: A menção a programas de prevenção, reabilitação e reintegração reflete uma abordagem mais holística da segurança pública, que vai além da repressão e busca tratar as causas da criminalidade e facilitar a recuperação dos envolvidos.
  11. Transparência e Responsabilização: A ênfase na transparência e na responsabilização das instituições prisionais e policiais é vital para a confiança do público na segurança pública e para o funcionamento efetivo do combate ao crime.
  12. Subculturas Criminosas: O surgimento de grupos como o Tren de Aragua e o PCC dentro de prisões sugere a formação de subculturas criminosas. Estas subculturas têm seus próprios valores, normas e identidades, e podem fornecer um senso de pertencimento e propósito para seus membros.
  13. Violência e Gênero: A exploração sexual de mulheres e meninas destaca questões de gênero e poder. O uso da violência e da coerção nas operações de tráfico humano reflete padrões mais amplos de opressão de gênero e desigualdade.
  14. Teorias de Controle Social: O texto indiretamente alude às teorias de controle social, sugerindo que o enfraquecimento dos mecanismos de controle social, como família, escola, e comunidade, pode levar a um aumento do crime e desvio.

O artigo sublinha os intrincados obstáculos que se impõem à segurança pública diante do crime organizado globalizado. Ele advoga por uma estratégia coordenada e fundamentada em dados concretos como essencial para superar eficazmente tais redes ilícitas. Além disso, a dissecção sociológica do conteúdo desenterra as ligações complexas que entrelaçam o crime organizado às estruturas sociais, à desigualdade e à globalização, bem como às necessárias contramedidas institucionais. O crime organizado transcende a mera questão jurídica, constituindo-se como um fenômeno arraigado nas interações sociais, cujo entendimento abrangente e detalhado é facilitado pelas ferramentas analíticas oferecidas pela sociologia.

O Tren de Aragua, nascido dentro das condições opressivas do sistema prisional venezuelano, é um exemplo de como as subculturas criminosas podem florescer e se estabelecer como instituições paralelas à sociedade. A expansão de suas atividades para além das fronteiras nacionais reflete as características de adaptação e resiliência cultural que são comuns em estruturas sociais humanas, ainda que operem à margem da lei.

A aliança com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a inserção nas dinâmicas sociais e econômicas de diferentes países ilustram a fluidez com que essas culturas criminosas operam em um mundo globalizado. Estas organizações não apenas desafiam a soberania dos Estados, mas criam suas próprias normas e códigos de conduta que, em muitos casos, preenchem o vácuo deixado por instituições estatais em comunidades desassistidas.

A exploração da crise humanitária venezuelana pelo Tren de Aragua aponta para uma capacidade de capitalizar sobre as vulnerabilidades sociais e econômicas, enquanto a exploração sexual transnacional revela um padrão complexo de relações de poder, gênero e economia que cruzam fronteiras nacionais e culturais.

A partir de uma perspectiva antropológica, o fenômeno do crime organizado pode ser entendido não apenas como uma série de atividades ilegais, mas também como uma manifestação de estruturas sociais alternativas que surgem e se sustentam através de interações humanas complexas e relações de poder. Tais estruturas frequentemente refletem e reagem às condições econômicas, ao abandono institucional e às dinâmicas políticas mais amplas em que se inserem.

O reconhecimento da influência do sistema prisional na formação dessas organizações criminosas destaca a importância dos rituais, hierarquias e sistemas de crença que são formados dentro das paredes da prisão e que são transportados para o mundo exterior. Essas práticas culturais internas do crime organizado têm implicações significativas para as estratégias de segurança pública e para a implementação de reformas penitenciárias.

A análise antropológica do Tren de Aragua e do PCC revela a necessidade de entender o crime organizado como um entrelaçamento de práticas culturais, relações sociais e políticas econômicas. Ao fazer isso, podemos começar a desenvolver respostas mais informadas e culturalmente sensíveis que vão além do combate ao crime e buscam entender e transformar as condições subjacentes que dão origem a essas poderosas entidades criminosas.

Análise sob o ponto de vista da Filosofia

Ontologia lida com a natureza do ser e da existência. Aqui, o Tren de Aragua e o PCC podem ser vistos como entidades ontológicas que questionam os limites da soberania do Estado e dos quadros legais. A existência desses grupos desafia o conceito tradicional de Estado-nação e seu monopólio sobre a violência, bem como a noção de territorialidade, operando além das fronteiras e estabelecendo uma presença que é sentida globalmente.

Existencialismo postula que os indivíduos criam significados em suas vidas através de escolhas e ações. Essa filosofia pode ser aplicada aos membros individuais dessas organizações criminosas que encontram propósito e identidade dentro desses grupos. Suas ações, embora fora dos limites legais, são expressões de sua existência e tentativa de se afirmarem em um mundo que percebem como opressor ou injusto.

Teoria do Contrato Social normalmente discute o acordo entre os governados e o governo. No caso do Tren de Aragua e do PCC, poder-se-ia argumentar que representam um tipo diferente de contrato social, um que é firmado pelos marginalizados e aqueles que estão fora da ordem social tradicional. Este contrato não é com um Estado, mas dentro de uma estrutura de poder alternativa que oferece sua própria forma de governança, proteção e justiça – embora por meios ilegais.

O texto pode ser visto como uma documentação do surgimento de sociedades paralelas com suas próprias regras, estruturas e sistemas econômicos, que coexistem ao lado das oficiais. Essas organizações tornam-se quase como um Estado dentro de um Estado, fornecendo serviços, impondo suas próprias leis e até mesmo engajando em relações internacionais de certa forma através de alianças e conflitos.

Em um sentido mais amplo, a existência e persistência de tais organizações provocam questões sobre a natureza do poder, governança e organização social. Elas nos obrigam a considerar como as estruturas sociais se formam e evoluem, e como estruturas alternativas surgem quando as oficiais falham em atender às necessidades ou ganhar a lealdade de certos segmentos da população.

Assim, de uma perspectiva filosófica, a narrativa em torno do Tren de Aragua e do PCC se estende além do crime e entra nos domínios do ser, essência e construções sociais. Ela chama em questão as próprias fundações de como as sociedades humanas se organizam e a legitimidade das várias formas de poder e autoridade que emergem dentro dessas sociedades.

Análise do artigo segundo a Teoria da Associação Diferencial

  1. Origem e Ambiente Prisional: Tanto o Tren de Aragua quanto o PCC têm suas raízes nos sistemas prisionais de seus respectivos países. Esses ambientes podem ser considerados espaços de socialização intensa, onde as normas e valores criminosos são transmitidos e reforçados. A superlotação, a violência e as condições precárias das prisões proporcionam um terreno fértil para a formação de laços criminosos e a aprendizagem de comportamentos ilícitos.
  2. Aprendizado e Reforço de Comportamentos Criminosos: As atividades do Tren de Aragua e do PCC, que vão desde o tráfico de drogas até a exploração sexual, indicam um aprendizado e especialização em várias formas de criminalidade. A teoria sugere que tais comportamentos são reforçados e perpetuados dentro do grupo, tornando-se parte integrante da identidade e operação dessas organizações.
  3. Expansão e Adaptação: A capacidade desses grupos de expandir suas operações para além das fronteiras nacionais e de se adaptarem a diferentes contextos sociais e econômicos também pode ser explicada pela Associação Diferencial. À medida que se conectam com outros criminosos e grupos, eles aprendem novas técnicas, adaptam-se a novos ambientes e expandem seu repertório de atividades ilícitas.
  4. Influência Social e Econômica: A teoria também pode explicar como esses grupos exercem influência sobre comunidades e indivíduos vulneráveis, muitas vezes suprindo falhas deixadas pelo Estado. O texto menciona que os grupos agem como substitutos violentos do Estado em comunidades abandonadas, sugerindo que eles preenchem um vácuo de poder e autoridade, influenciando normas sociais e comportamentos.
  5. Desafios para Intervenção e Reforma: Conforme proposto pela Teoria da Associação Diferencial, mudar o comportamento de indivíduos profundamente imersos em culturas criminosas é desafiador. Isso ressalta a necessidade de intervenções que não apenas punam o comportamento criminoso, mas que também reformem os sistemas prisionais, promovam a reabilitação e ofereçam alternativas legítimas de socialização e sustento.

Em suma, a Teoria da Associação Diferencial oferece um quadro valioso para entender a complexidade e a resiliência de organizações criminosas como o Tren de Aragua e o PCC, destacando a importância da influência social e das relações interpessoais no desenvolvimento do comportamento criminoso.

Análise do artigo sob o ponto de vista da linguagem

  1. Escolha de Palavras e Tom: O texto utiliza um vocabulário carregado e expressivo, que contribui para a criação de uma atmosfera densa e sombria. Palavras como “aterradora”, “claustrofóbico”, “violento”, “manto de desconfiança”, e “terror” evocam emoções intensas e pintam um quadro vívido da gravidade e do alcance da influência dessas organizações criminosas.
  2. Uso de Metáforas e Analogias: O autor emprega metáforas potentes, como “tentáculos predatórios” e “hidra de múltiplas cabeças”, para descrever a expansão e a complexidade das operações do Tren de Aragua. Essas figuras de linguagem ajudam a ilustrar conceitualmente a natureza multifacetada e insidiosa dessas organizações criminosas.
  3. Estrutura Narrativa e Fluxo: O texto é estruturado de maneira a conduzir o leitor através de uma jornada narrativa, começando com a origem do Tren de Aragua e progredindo para a sua expansão e impacto. Cada subtítulo introduz um novo aspecto da história, mantendo o interesse e a atenção do leitor.
  4. Persuasão e Argumentação: O autor usa uma mistura de fatos, análises e citações para construir um argumento convincente sobre a natureza e o impacto dessas organizações criminosas. A inclusão de estatísticas, exemplos específicos e declarações de autoridades contribui para a credibilidade do texto.
  5. Apelo Emocional: O texto faz uso estratégico do apelo emocional, especialmente ao descrever as vítimas da exploração e os ambientes degradados em que essas organizações operam. Isso não só humaniza o problema, mas também gera uma resposta emocional no leitor, reforçando a gravidade da situação.
  6. Clareza e Concisão: Apesar da complexidade do assunto, o autor consegue manter uma linguagem clara e direta, facilitando a compreensão do leitor sobre os aspectos multifacetados do crime organizado.
  7. Contextualização: O texto fornece um contexto histórico e social, o que ajuda a situar o leitor no cenário mais amplo das atividades criminosas e suas implicações.
  8. Ritmo e Pacing: O texto é bem equilibrado em termos de ritmo. Ele começa com uma introdução cativante, desacelera para detalhar aspectos específicos da organização criminosa, e depois acelera novamente em segmentos que exigem maior atenção, como a descrição das atividades ilícitas. Essa alternância entre detalhamento e agilidade ajuda a manter o leitor engajado.
  9. Transições e Conexões: As transições entre diferentes tópicos e subseções são suaves e lógicas. O autor utiliza subtítulos que funcionam como marcos, orientando o leitor através das diversas facetas da história. Essa estruturação facilita a compreensão do texto, apesar da complexidade do assunto.
  10. Variabilidade na Estrutura de Sentenças: O texto mistura sentenças curtas e diretas com outras mais longas e descritivas. Essa variedade ajuda a criar um ritmo que mantém o leitor interessado, evitando a monotonia.
  11. Uso de Citações e Dados: A inserção de citações e dados estatísticos é feita de maneira a complementar o fluxo do texto, em vez de interrompê-lo. Esses elementos adicionam profundidade e credibilidade ao conteúdo sem sacrificar o ritmo geral.
  12. Narrativa Envoltiva: O estilo de escrita do autor é imersivo, utilizando uma narrativa que quase se assemelha a uma história de suspense. Isso é eficaz para um assunto complexo e, por vezes, sombrio, como o crime organizado.
  13. Apelo Dramático: O texto emprega um tom dramático em certas partes, especialmente ao descrever as operações e o impacto do Tren de Aragua. Isso funciona para capturar a gravidade da situação, mas sem exagerar na dramatização.
  14. Conclusão Reflexiva: O texto termina com uma conclusão que incita à reflexão, incentivando o leitor a ponderar sobre as implicações mais amplas do crime organizado. Isso proporciona um fechamento eficaz para o artigo.
  15. Tom Narrativo e Dramático: O texto possui um tom narrativo forte, quase cinematográfico, que capta a atenção do leitor. A abordagem é dramática, mas sem exageros, o que ajuda a enfatizar a seriedade e a gravidade do tema.
  16. Descrição Vivaz: A descrição detalhada e vívida dos cenários e personagens confere uma dimensão quase tangível ao texto. Isso é particularmente eficaz ao retratar a atmosfera opressiva das prisões e a natureza sombria das operações criminosas.
  17. Riqueza de Detalhes: O autor não economiza em detalhes, tanto na descrição dos ambientes quanto na apresentação das atividades criminosas. Isso ajuda a criar uma imagem completa e profundamente contextualizada dos eventos e personagens.
  18. Abordagem Reflexiva e Crítica: O texto não se limita a descrever os acontecimentos; ele também reflete sobre as implicações sociais, políticas e humanas do crime organizado. Isso adiciona uma camada de profundidade intelectual ao artigo.
  19. Fluidez e Legibilidade: Apesar da complexidade do assunto, o estilo de escrita é fluido e acessível, tornando o texto legível para um amplo espectro de leitores.
  20. Integração de Múltiplas Perspectivas: O texto inclui várias perspectivas e vozes, desde autoridades policiais até vítimas, o que proporciona uma visão holística do assunto.

Análise da imagem de capa do artigo

Tren do Aragua e o PCC 1533 dominando o Norte


A imagem apresenta três homens em um beco colorido, cada um vestido com roupas que parecem refletir um estilo de vida urbano e talvez até mesmo uma associação com gangues ou grupos criminosos, dada a natureza do texto acompanhante. A saturação de cores é intensa, com tons vibrantes nas paredes, o que poderia ser uma representação artística para destacar a vivacidade e talvez a tensão do cenário. No canto superior direito, há um texto que diz: “TREN DE ARAGUA E PCC 1533 o que une e difere esses dois aliados no mundo do crime Salmos 58:10”.

Esta legenda sugere um foco na comparação e contraste entre duas organizações criminosas conhecidas, o Tren de Aragua e o Primeiro Comando da Capital (PCC 1533), e parece evocar uma conexão ou uma reflexão com uma passagem bíblica, que é incomum e pode ser interpretada como uma escolha de design para agregar profundidade ou ironia, dado o contexto de crime mencionado.

A inclusão de um verso bíblico em tal imagem cria um contraste intrigante entre a espiritualidade e a ilegalidade, possivelmente sugerindo uma reflexão sobre moralidade ou destino dentro do contexto dessas organizações criminosas. Este elemento pode ser um toque dramático para sublinhar a complexidade e a dualidade dos indivíduos envolvidos nesses grupos, ou uma crítica à maneira como tais grupos podem ser romantizados ou demonizados em narrativas e representações culturais.

Prisão de Traficante Brasileiro do PCC em Pedro Juan Caballero

A prisão de João Ramão Torales, um traficante brasileiro do PCC, em Pedro Juan Caballero, evidencia a crescente atuação da organização criminosa na fronteira entre Brasil e Paraguai.

A prisão de traficante brasileiro do PCC confirma metodo de células independêntes para distribuição utilizado pelo Primeiro Comando da Capital na Fronteira.

A Prisão de Traficante Brasileiro do PCC no bairro Guaraní

No bairro Guaraní, um dos mais movimentados e enigmáticos de Pedro Juan Caballero, o destino de um traficante brasileiro do PCC, foi selado.

Membro da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, ele foi capturado pela polícia em uma residência alugada.

Segundo informações, ele coordenava a compra e o embarque de drogas destinadas à cidade de São Paulo.

Documentos falsos e a identificação

Apesar de portar documentos paraguaios falsos, o nome estava grafado corretamente, o que, ironicamente, tornou mais fácil sua identificação pelas autoridades.

Presença do PCC em Pedro Juan Caballero e o bairro Guaraní

A presença de integrantes do Primeiro Comando da Capital em Pedro Juan Caballero remonta os primeiros anos do século 21.

Mas as informações apontam para uma crescente atuação do PCC na cidade, estabelecendo rotas de tráfico e pontos de venda no lado paraguaio da fronteira.

O bairro Guaraní, palco desta prisão, é um local emblemático, conhecido por ser um ponto de encontro entre culturas e comércio, no entanto, a região também atrai atividades ilícitas, como contrabando e tráfico de drogas.

Secando gelo

A captura do traficane representou uma vitória temporária. As autoridades sabem que é impossível conter o tsunami do tráfico transnacional com esse tipo de operação, no entanto, é preciso alimentar a imprensa com resultados.