Recado PCC das trancas de Pernambuco: “tamo sendo oprimidos”

Integrante da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) manda a situação real das trancas de Pernambuco.

Um recado das trancas de Permanbuco

Essa mensagem recebida das trancas de Pernambuco é um grito de socorro que não pode ser ignorado por nenhum de nós.

Após o áudio e a sua transcrição, apresento minha leitura, que de certo não é a mesma que a tua, é muito mais sombria.

PCC de Pernambuco pede ajuda em tranca da oposição

Um forte abraço aí, uma boa noite aí prá nóis.

Quem tá na voz aqui é …

Veja só, que a gente numa situação difícil, que aqui está descabelado, sem aparelho para fazer a conexão, tamo fora da sintonía por isso aí.

Por que altas coisas que está escrita no Estatuto e não está acontecendo não, você entendeu?

É porque irmão, veja só, é por que o que está escrito no Estatuto não está acontecendo em nada, por isso estou fora de sintonía.

Porque tem altos irmãos aí que tem condições, mas só se lembram da barriga deles, entendeu irmão?

Estou dizendo a você, aqui tem o Comando Vermelho, a CLS, tudo inimigos nossos, entendeu?

Tem o Comando Litoral Sul e tem FDN também misturado aqui. Aqui é cheio de lixo mesmo.

Aqui na cadeia que estou, não está favorável não! É pouca quantidade dos irmãos nossos, é mais Comando Vermelho, entendeu?

É mais tumulto, não é qualidade não, é mais tumulto.

Então o que está acontecendo, o que está escrito no estatuto tá acontecendo não, é isso aí, tô descabelado irmão.

Muita guerra eu tive em … através da facção, faz … anos que sou da facção, eu era Geral do Sistema, eu fechei como Geral do Sistema e Geral de Estados e Países, eu fechei nessas duas responsas aí.

Pronto irmão, você faz a anotação aí, pedindo uma ajuda irmão, porque altas cadeias de Pernambuco aqui a gente está sendo oprimidos.

Porque tem muito lixo e os irmão do PCC tem pouco aqui. Em todas as cadeias de Pernambuco está tá expandindo o lixo.

Eu queria que você fizesse um relatório aí dizendo o que está acontecendo nas cadeias de pernambuco, entendeu?

É isso aí que estou dizendo a você, um forte abraço aí uma boa noite para nós aí tamo junto aí viu irmão…

As trancas de Pernambuco e o Brasil

Não passa uma semana sem que eu receba o pedido de ajuda de um irmão ou companheiro que ficou perdido na estrada.

No entanto, estes gritos de socorro hoje chegam com mais constância e lugares de onde antes jamais viriam.

Conheço esses gritos, são os mesmos que eu ouvia quando PCCs eram dizimados no Amazonas, no Acre e em alguns estados do Nordeste.

Primeiro, buscavam sintonía, depois pediam socorro enquanto eram caçados por inimigos, e por fim o silêncio: um a um eram mortos e os que sobreviveram fugiam.

Tranca de Pernambuco: sabemos onde termina

A mensagem da tranca de Pernambuco alerta para o que está acontecendo e sabemos onde essa estrada termina.

Um integrante do PCC cercado por inimigos, há dez anos, mexeria com todos, mas hoje não mais.

O sonho de uma família unida contra a opressão carcerária evoluiu pouco a pouco para se transformar em uma empresa rentável.

Duzentos milhões seriam gastos para resgatar Marcola enquanto irmãos e companheiros são ilhados, esquartejados e decapitados em uma guerra sem esperança.

Tranca de Pernambuco: é o princípio do fim da Família 1533?

Parece que algo aconteceu com o Primeiro Comando da Capital, pois não mais é como foi no passado.

Aparentemente, companheiros, irmãos e lideranças estabelecidas agora só pensam em seus próprios interesses.

Integrantes são abandonados nas regiões mais afastadas e que não dão lucro à facção, resultando em casos de morte por todos os cantos.

O que é mais impressionante é que o grito do irmão de Pernambuco reflete as mensagens que recebo quase diariamente.

o socorro não virá irmão. Não virá.

Parece que o dinheiro e o poder afastaram os integrantes da Família 1533. Mas agora me pergunto:

O Primeiro Comando da Capital sobreviverá sem sua abrangência nacional?

Esse pode ser o início do fim da Família 1533 e o nascimento de uma empresa?

E o mais importante, qual será o destino dos crias abandonados nas trancas e nas regiões distantes?

Esta é uma situação bastante preocupante, e exige nossa atenção imediata.

É necessário investigar mais a fundo para entender o que está por trás dessas mensagens.

Alguns se preocuparão em como ajudar aos irmãos encurralados.

Outros se preocuparão com o fim da hegemonia das facções criminosas Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho e o caos e o banho de sangue que virá a seguir: dentro e fora do Sistema Carcerário.

Destino traçado. Triste Fim.

Mas, apesar de todos os nossos esforços, não podemos escapar da sombra iminente que paira sobre nossas cabeças.

Lembrando-nos constantemente de um passado com planos e esperanças, mas agora temos apenas certeza da morte.

Sonháva-mos acordados e hoje temos pesadelo com aqueles que foram nossos irmãos mas nos abandonaram no meio dos inimigos.

Pior que a incerteza do futuro é viver um presente sem esperança.

Talvez, em algum lugar escuro e profundo, haja uma resposta para nossas preocupações, mas por enquanto, só nos resta esperar, tremendo de medo diante da escuridão, mas ainda assim, esperando pela luz que um dia virá iluminar nosso caminho para a segurança e felicidade que tanto almejamos.

É isso aí que estou dizendo a você, um forte abraço aí uma boa noite para nós aí tamo junto aí viu irmão.

Parece que os fundamentos do PCC estão desaparecendo aos poucos. poder… é verdade que o PCC é poder, dinheiro, mas para um determinado fim, esse de ajudar os presos, ou até mesmo ajudar o povo na rua. Acho que os fundamentos do PCC estão sendo perdidos e que os mais velhos devem incutir esses valores nos jovens e recém-chegados. Você deve saber que em todo o mundo o PCC é visto como um movimento revolucionário e não como uma organização criminosa, mas isso pode mudar com o tempo se os líderes não tomarem decisões sobre esta situação. que porque haveria muito mais pessoas para ajudá-los, é esse movimento revolucionário que o fez ser ouvido por grandes líderes políticos, e os tornou tão fortes, ouvidos e acima de tudo respeitados pelos outros.

O problema da superprodução de coca na Bolívia para o PCC

Superprodução de coca na Bolívia: a dificuldade no transporte pode levar a uma guerra entre o PCC e organizações criminosas de três países.

A superprodução de coca na Bolívia devia ser uma boa notícia para a facção PCC 1533.

No entanto, os clãs familiares estão com dificuldades para transportar a superprodução de coca de Chapare e Cochabamba para fora do país.

Meu sobrinho, que costuma ir para aquela região próxima aos Andes, me visitou e lhe fiz quatro perguntas sobre essa situação.

É verdade que os cocaleiros estão sem transportes para sua produção?

Verdade. Estão sem aviões e caminhões para transportar toda a produção.

Não me lembro de uma quantidade tão grande de tijolos de pasta base e de prensados esperando para o embarque.

Está valendo tudo para conseguir escoar a produção: micro-ônibus, táxis, caminhões, carros e até qualquer um com uma mala na mão ou uma mochila nas costas!

O clima está ficando tenso entre as famílias produtoras chapareñas. Pode haver uma luta entre os produtores como existe no Brasil entre as facções criminosas? Você acredita que o Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho entrarão na disputa pelo transporte?

Tá bastante complicado.

A disputa pelo transporte pode virar uma briga entre as famílias de produtores Cochabamba.

Tocha, que ainda está preso no Complexo Penal de Chonchocoro, fazia a ponte entre clãs de produtores e a facção PCC, e agora, por dentro das muralhas, pode fortalecer ainda mais os laços com pessoas que intermediam o tráfico para essas famílias de produtores.

Só que o Comando Vermelho também é forte em Chonchocoro, e as organizações criminosas colombianas e mexicanas também estão presentes na região.

Cedo ou tarde, os clãs cocaleiros ficarem no meio de uma guerra que não tem espaço para neutros — vão ter que escolher um lado.

E essa disputa pelo transporte e pelo armazenamento enquanto o produto espera o escoamento certamente vai deixar tudo ainda mais tenso.

Como as polícias do Brasil, Paraguai e Bolívia lidam com essa situação?

Pensa bem tio, a polícia dá um prejuízo de 2 bilhões de Reais somando drogas, veículos, imóveis, tudo. Parece muito?

Só da Bolívia saem uns 300 bilhões de Reais da venda de 55 mil toneladas de cocaína.

O que a polícia apreende não é nada, e agora, com essa dificuldade de transporte ficou ainda mais fácil.

Sempre haverá alguém caindo com alguns tijolos: a polícia apresenta esses vacilões para a imprensa, e o fluxo continua deixando todo mundo feliz.

Como o Primeiro Comando da Capital resolverá a questão do transporte?

A facção aposta muito na atitude e na iniciativa de cada um.

Tem as lideranças que oferecem a oportunidade, dão até o caminho, mas cada um tem que fazer seus corres para fazer acontecer.

Uns roubam aviões no Paraguai e na Argentina para pegar a carga, outros preferem levar por caminhão ou carro até o Rio Paraná no Paraguai.

De qualquer forma, sempre terá alguém dando um jeito de levar até os portos do litoral e de lá para o resto do mundo.

Se lembra que há uns quatro anos o problema foram as chuvas? As estradas estavam todas atoladas? Problemas sempre existirão. É a tal da seleção natural das espécies!

leia o artigo base de Javier Medrano R.: El narco se queda sin avionetas: una ruta cuya logística maneja el Primer Comando Capital (PCC) de Brasil

Primeiro Comando da Capital e a Venezuela — qual a ligação?

Venezuela e o Primeiro Comando da Capital deixaram de pertencer ao mundo real para serem personagens de contos de doutrinação atravéz do medo

O Primeiro Comando da Capital e a Venezuela são dois ícones contemporâneos do preconceito social latinoamericano.

Primeiro Comando da Capital e a Venezuela: realidade e preconceito

Prezado Artemiy Semenovskiy,

Escrevo-lhe hoje para expressar minha preocupação com a situação dos imigrantes venezuelanos.

Estes imigrantes refletem, ao meu ver, a mesma realidade de todos os que vivem na periferia de nossa sociedade: das metrópoles às pequenas comunidades.

Assusta-me, no entanto, que alguns estranhem a facilidade como que o Primeiro Comando da Capital tenha tanta facilidade em cooptá-los.

Como você sabe, as desigualdades sociais e econômicas são as principais causas dessa marginalização e criminalidade.

E esta injustiça Social é uma consequência da propriedade privada, que cria uma competição desigual pela riqueza e pelo poder.

Primeiro Comando da Capital e a Venezuela: os outros são o problema

Todos olhamos para a Venezuela negando a triste realidade das periferias sociais de nossos próprios países.

Afinal, a Venezuela é um país em tese governado por um governo de esquerda, só que…

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital nasceu e cresceu em uma nação capitalista líder em desigualdade social: o Brasil.

No entanto, preferimos olhar para além de nossas fronteiras, por isso, reproduzo após minha carta a você o artigo do site Insight Crime.

Desta forma, podemos olhar para além do horizonte, para além de nossas fronteiras e de nossas próprias culpas.

Se olhássemos para os migrantes da região norte e nordeste do Brasil, ou das cidades do interior para as capitais, veríamos o mesmo…

… mas olhemos a Venezuela!

Primeiro Comando da Capital e a Venezuela: como reflexo da crise social

O brasileiro Primeiro Comando da Capital, ao lado de outros grupos criminosos como seu aliado venezuelano Tren de Aragua lucram com esta triste crise social.

Para resolver essa situação, seria necessário que o Estado interviesse garantindo a igualdade de oportunidades e renda para todos os cidadãos, independentemente de sua origem social ou econômica.

No entanto, vejo em minha cidade a revolta de amigos e parentes com o governo federal e a CNBB por estarem falando sobre a fome e as desigualdades sociais.

Negamos a realidade mesmo quando salta as muralhas dos presídios para dominar comunidades inteiras: das metrópoles às pequenas comunidades.

Só eliminaremos a criminalidade decorrente da desigualdade econômica e social enfrentando a realidade que preferimos negar.

Bem, anexo ao final desta, o artigo sobre a situação na Venezuela, afinal, o problema é lá e não aqui.

Com um sincero, forte e leal abraço de seu amigo de longa data, lhe desejo paz, justiça, liberdade, igualdade e união.

Wagner do Site

Livre tradução do artigo do site Insight Crime: Venezuelan Migrants Remain Easy Prey for Organized Crime — include large-scale gangs such as Venezuela’s Tren de Aragua and Brazil’s First Capital Command, which are present in several countries in the region

Imigrantes venezuelanos: presa fácil para o crime organizado

Um novo relatório destaca como grupos do crime organizado estão atacando imigrantes venezuelanos.

Esta que é a maior crise de deslocamento da região está se transformando em uma lucrativa oportunidade de negócios para as organizações criminosas.

Mais de 7 milhões de venezuelanos foram deslocados de seu país após uma crise econômica de longo prazo que foi agravada pela pandemia do COVID-19.

Agora, de acordo com um relatório da Plataforma de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes na Venezuela, esses migrantes estão sendo explorados em pelo menos sete países da América Latina e Caribe: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Aruba e Curaçao.

Aqui, o InSight Crime analisa as conclusões do relatório e analisa os múltiplos perigos que os grupos do crime organizado representam para os imigrantes venezuelanos.

Imigrantes como vítimas do crime organizado

A saída de migrantes venezuelanos oferece aos grupos criminosos oportunidades constantes.

Segundo o relatório, os migrantes são frequentemente recrutados por grupos criminosos e colocados para trabalhar nos escalões mais baixos da organização.

São esses eles que realizam tarefas como a venda de contrabando, sempre nas posições de baixo nível e com maiores riscos.

Além de tudo, os migrantes em interação com outros criminosos ficam vulneráveis a serem vítimas do tráfico humano.

Apesar de um suprimento abundante de vítimas, grupos criminosos começaram a recrutar migrantes de abrigos humanitários que abrigam populações em trânsito, segundo o relatório.

Uma vez recrutados, os migrantes são forçados a trabalhar em toda a cadeia de abastecimento do narcotráfico.

Os migrantes foram forçados a trabalhar colhendo folha de coca e transportando drogas entre os países de barco ou como mensageiros humanos.

Nas cidades, os migrantes são obrigados a vender drogas para poderem sobreviver e pagar os agenciadores a que estão submetidos.

As redes de contrabando humano na América Latina lucraram e se expandiram com a alta demanda por seus serviços na Venezuela.

Esses grupos oferecem “pacotes” que incluem viagens da Venezuela para o Chile ou Argentina e depois para a Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil.

Os pacotes também incluem hospedagem, transporte e contrabando por rotas perigosas que cruzam as fronteiras nacionais.

algo como os pacotes pagos por brasileiros para entrarem nos EUA, Japão e Europa e que, por vezes, acabam em morte e escravidão sexual

Imigrantes como vítimas do tráfico humano

Essas zonas também são áreas ativas para redes de tráfico humano, que sequestram migrantes.

Imigrantes venezuelanos foram considerados vítimas de tráfico humano em pelo menos 11 outros países, tanto na América Latina quanto em outros lugares.

Como migrantes não autorizados, as vítimas são incapazes de relatar sua situação ou buscar ajuda, aumentando ainda mais sua precariedade.

A maioria das vítimas do tráfico humano para fins de exploração sexual são mulheres e meninas.

Elas são recrutadas predominantemente por meio de redes sociais e falsas ofertas de emprego para trabalhar em residências particulares, restaurantes ou como cabeleireiros.

Assim que as mulheres chegam ao país de destino, os criminosos pegam seus documentos e as obrigam a prestar serviços sexuais para “pagar” pelo transporte e acomodação.

Algumas vítimas são entregues a grupos como o Tren de Aragua, que as exploram ainda mais.

Os migrantes também são vítimas da exploração do trabalho na indústria agrícola, em trabalhos como colheita, construção e trabalho doméstico em países como Brasil, Aruba e Curaçao.

Imigrantes: quem lucra com a miséria?

Muitos tipos de grupos criminosos lucram com a exploração de migrantes, desde redes transnacionais até clãs locais, segundo o relatório.

Entre os grupos identificados estão o Exército de Libertação Nacional (Ejército de Liberación Nacional – ELN), e grupos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Além destes, organizações criminosas como o Tren de Aragua da Venezuela e o Primeiro Comando da Capital do Brasil.

O relatório revela também a presença de clãs familiares e gangues criminosas menores, algumas de origem venezuelana, e outras da Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia.

Enquanto a maioria desses grupos simplesmente aproveita as rotas migratórias que passam por seu território, a pandemia do COVID-19 atuou como um catalisador para o crescimento de grupos criminosos associados ao contrabando de migrantes e ao tráfico de pessoas, incluindo o já mencionado Tren de Aragua, que tem expandido para outros países.

Imigrantes como vítimas da violência: uma estratégia comum

A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.

Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.

Conexão Teresina: uma crônica sobre a atuação do PCC no Piauí

Os migrantes recrutados e explorados por grupos do crime organizado estão expostos a níveis angustiantes de violência, ameaças, desaparecimento forçado e homicídio.

Segundo o relatório, os migrantes venezuelanos são vítimas frequentes de desaparecimentos forçados, sendo as regiões fronteiriças pontos específicos de perigo.

Os traficantes de seres humanos muitas vezes levam as vítimas por rotas perigosas e frequentemente as abandonam.

Alguns desaparecimentos ocorrem em regiões onde grupos armados lutam pelo controle do território, outros em contextos de violência sexual.

O tráfico humano é uma das principais causas de desaparecimento de migrantes, seja como vítimas de exploração laboral em bares em Aruba e Curaçao, ou em áreas de mineração da Bolívia e do Brasil.

Migrantes recrutados por gangues criminosas também correm o risco de serem mortos em confrontos com outras gangues.

Cerca de 1.000 venezuelanos foram assassinados na Colômbia em 2022, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses da Colômbia.

Mortes violentas ligadas a disputas de tráfico de drogas também ocorreram no Brasil, de acordo com o relatório.

E migrantes cujo status os impede de usar o sistema bancário formal foram vítimas de ameaças, violência física ou sequestro por agiotas na Argentina, Bolívia, Brasil e Colômbia.

Livre tradução do artigo do site Insight Crime: Venezuelan Migrants Remain Easy Prey for Organized Crime — include large-scale gangs such as Venezuela’s Tren de Aragua and Brazil’s First Capital Command, which are present in several countries in the region

Prisão e penas mais duras: discurso populista reforçam o PCC

O populismo político aponta que a solução para a Segurança Pública é a prisão e penas mais duras, no entanto, essa política gerou o PCC 1533.

Prisão e penas mais duras: o resultado na Argentina

O Estado sempre apoiou o slogan de que a prisão e penas mais duras seriam o fim dos problemas, mas essa nova realidade marca o início de outros, ainda mais delicados, que impactam diretamente nas ruas.

site archyde.com

Meu caro Francesco Guerra,

Permita-me apresentar-lhe a seguinte situação intrigante.

Diversos políticos em todo o mundo, mas principalmente os da direita latinoamericana, em sua crença firmemente arraigada, sustenta que mais prisões e penas severas trariam maior segurança para o povo.

No entanto, suas intenções nobres, se não populistas, foram mal direcionadas.

Pois as organizações criminosas estão usando essas prisões como ferramenta para recrutar, doutrinar e treinar criminosos para seus esquemas ardilosos.

A solução aparentemente simples para combater o aumento da criminalidade revela-se, na verdade, um golpe de mestre da mais formidável organização criminosa, a facção PCC.

Ensinou aos criminosos que prisão não significa que o negócio criminoso acabou, mas muito pelo contrário, que outra etapa se inicia.

Não é possível acabar com a facção PCC sem abordar as questões de superlotação e opressão carcerária, já que estes são fatores que contribuem para a formação e fortalecimento da organização.

A falta de condições adequadas nas prisões, como superlotação, violência e falta de recursos, é um terreno fértil para o crescimento da criminalidade organizada.

Além disso, as condições opressivas nas prisões podem ser usadas pelos líderes da facção para consolidar seu poder e controle sobre seus membros.

Por isso, é importante que sejam implementadas medidas eficazes para melhorar as condições nas prisões, incluindo investimentos em infraestrutura, segurança e programas de ressocialização.

ChatGPT para o site faccaopcc1533primeirocomandodacapital.org

Prisão e penas mais duras: unindo o crime

Além disso, meu caro Francesco,

A política de aprisionamento em massa adotada pelos diversos governos latinoamericanos não só falhou em reduzir a criminalidade e o tráfico de drogas, como fortaleceu ainda mais a influência e o poder do Primeiro Comando da Capital.

Os criminosos recrutados e doutrinados nas prisões apregoam com orgulho que agora fazem parte de uma grande organização criminosa internacional!

Portanto, temos um problema ainda maior em nossas mãos!

Pois a facção PCC está usando sua posição privilegiada dentro das prisões para ameaçar funcionários da Justiça, do Sistema Carcerário e das forças de Segurança Pública.

O criminoso plantou novamente ameaças contra um juiz federal, um promotor federal, um senador provincial e um prefeito.

Ele avisou por meio de outro interlocutor que está detido na prisão de Rawson que iria atacá-los com “balas e granadas”.

“Quem avisa não trai”, alertava a mensagem intimidadora que teve como destinatários uma extensa lista de autoridades judiciais e políticas.

site archyde.com

Prisão e penas mais duras: a revanche

A tudo isso, meu caro Francesco,

As autoridades argentinas pediram conselho para seus pares brasileiros que alertaram que os criminosos se comunicavam por WhatsApp.

O Primeiro Comando da Capital organizava seus asseclas através de troca mensagens de dentro das prisões por todo Brasil.

E assim, os criminosos da organização de dentro das muralhas brasileiras tem contato online com as prisões na Argentina, no Paraguai e na Bolívia.

Atentado ao fato, um juiz de Buenos Aires ordenou uma busca e apreensão de celulares nas celas dos presos — a reação foi imediata e violenta.

Em apenas duas noites mais de dez ônibus foram incendiados com coquetéis molotov.

A Justiça teve que reverter a medida e o Estado teve que assumir que havia subestimado o poder que a comunicação irradiava no crime organizado.

site archyde.com

O Primeiro Comando da Capital está determinado a proteger seu império criminoso, mesmo que isso signifique causar caos e destruição na cidade.

O aprimoramento: a Sintonia Restrita

Francesco, a reportagem sobre a Sintonia Restrita do Metrópoles que você fez a gentileza de encaminhar ao meu escritório é uma das consequências dessa política.

Mostra como a aposta dos políticos populistas na prisão e penas mais duras só profissionalizou a facção paulista PCC.

Graças a essa política prisional o PCC criou um novo exército de criminosos dispostos a seguir suas ordens e a perpetuar seus planos maléficos.

Estratégia, ousadia e muito acesso à informação permeiam um “setor de inteligência” criado pelo Primeiro Comando da Capital.

O grupo funciona como uma ampla rede de criminosos.

As grades e os muros de prisões ao redor do país não são suficientes para brecar o fluxo de informações que movimentam as engrenagens da chamada sintonia restrita – o atual cérebro da facção criminosa.

Carlos Carone e Mirelle Pinheiro para o site Metrópoles

É com grande pesar, meu caro Francesco, que encerro essa minha carta. Lamento, que a cada carta, o mundo se torne cada vez mais incerto.

Atenciosamente, um forte e respeitoso abraço daquele que está até a última gota de sangue disposto a defender a Paz, a Justiça e a Liberdade para todos.

Wagner do Site PCC 1533

leia o artigo base no site archyde.com: The heads of the First Capital Command (PCC) ordered the burning of buses. in just two nights more than ten buses caught fire of public transport with Molotov cocktails…

Guerra entre facções no Paraguai: haverá luz no horizonte?

Não haverá tregua na guerra entre facções no Paraguai. São quatro os poderosos grupos disputando o domínio do entreposto do tráfico de drogas

Guerra entre facções no Paraguai não tem prazo para acabar.

A Guerra entre facções foi manchete no site Ultima Hora, e a conclusão do editorialista ninguém ousa questionar.

Em letras garrafais, a manchete afirma que a guerra entre as facções não cessará tão cedo em terras guaranis.

À crescente importância do país no mercado internacional de drogas acirra a disputa territorial entre as organizações criminosas brasileiras Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533) e o Comando Vermelho, e os grupos criminosos paraguaios: Clã Insfrán e o Clã Rotela.

As organizações criminosas, cada vez mais poderosas, contam agora com armas pesadas, adquiridas clandestinamente do mercado negro das Forças Armadas.

A situação parece desesperadora para as autoridades paraguaias, que não tem conseguido acompanhar o rítimo de crecimento do crime organizado.

Seria necessário o fortalecimento de mecanismos multinacionais para desvendar e combater intrincada rede de corrupção e violência que acompanham essas poderosas organizações criminosas.

Restaurar a ordem nos paises do Cone Sul só será uma realidade se os governos de todos os países envolvidos abandonarem os discursos e ações populistas.

Leia notícia diretamente no site Ultima Hora: El Primer Comando de la Capital (PCC) se posiciona en la mirada internacional como uno de los sectores criminales…

O PCC e a caça às Bruxas: medo, política e crime organizado

O uso político do nome PCC e a caça às bruxas são produtos da mesma lógica política de domínio social através de uma narrativa de medo.

O uso político da facção PCC e a caça ao inimigo imaginário

A organização criminosa PCC e a caça à organização que grupos políticos de direita apregoam fazem parte da mesma narrativa de ódio.

Grupos criminosos há muito são usados para encobrir as reais intenções de grupos políticos e a bola da vez é o Primeiro Comando da Capital.

Por todo o mundo partidos de direita afirmam que a facção brasileira chegou à seu pais trazendo insegurança graças a conivência dos partidos de esquerda.

É o fantasma utilizado como desculpa da vez para justificar governos como Trump e Bolsonaro, baseados em uma falsa moralidade e segurança do povo cristão.

Tomado o poder sob esse falso argumento, começam o processo de corrosão do sistema democrático e de suas instituições.

Medo: ferramenta de sobrevivência da espécie

O medo é um sentimento poderoso intimamente ligado à nossa sobrevivência, e para nós humanos é impossível separar um medo real de um imaginário.

Grupos políticos e sociais em todas as nações e em todas as épocas de nossa história utilizaram de nossos medos para dominar e conduzir.

Há 3,7 milhões de anos, deixamos pegadas nas cinzas vulcânicas em Laetoli liderados por algum de nós que apontou a iminente erupção vulcânica: sobrevivêmos.

Desde os tempo bíblicos até hoje, adeptos de crenças judaico-cristãs caçam: bruxas, adivinhos, mães e pais de santos — levados por medo ou razões insanas.

Novecentos anos antes de Cristo, Saul consultava a pitoniza que seu povo tanto combatia — o ser humano não é pródigo em aprender com seus erros.

Medo: inimigo atemporal

O medo do imaginário é tão forte que ultrapassa gerações, fronteiras e culturas.

No passado eram apenas as bruxas e pitonizas, e hoje são os comunistas e a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533).

Como seres humanos, estamos programados para detectar e responder ao perigo.

Quando percebemos uma ameaça, o nosso sistema nervoso autônomo desencadeia uma resposta de “luta ou fuga”, que nos prepara para enfrentar ou escapar do perigo.

Devido a essa conexão com a sobrevivência, o medo pode ser um gatilho poderoso para a ação.

Medo: como ferramenta política no Brasil

Políticos e outras autoridades frequentemente usam o medo como ferramenta para motivar as pessoas a tomar determinadas ações ou apoiar determinadas políticas.

Eles podem criar narrativas que exploram as emoções mais profundas das pessoas, como o medo de perder a segurança, o medo da incerteza ou o medo da ameaça à identidade e ao bem-estar.

Infelizmente, às vezes essas narrativas são exageradas ou usadas para manipular as pessoas, muitas vezes para fins políticos.

Quando os políticos usam o medo dessa maneira, é importante que as pessoas mantenham um senso crítico e procurem informações precisas e confiáveis para tomar suas próprias decisões informadas.

No Brasil, o político da direita cristã, Roberto Jefferson representa esse grupo que constroi narrativas exageradas para manipular o medo de bruxas.

Jeffersom soube usar como poucos narrativa com grande poder de assombro no imaginário popular como: o comunismo, pautas morais e religiosas, inimigos externos como a Venezuela e Cuba, e o Primeiro Comando da Capital.

Medo: como ferramenta política no Chile

O PCC e a caça às Bruxas garantem voz para aqueles que precisam de um inimigo, mesmo que imaginário.

Passada a onda pelos Estados Unidos e Brasil, chega ao Chile, onde deputados do União Democrática Independente (UDI) bradam: “Malles Maleficarum, as bruxas chegaram!”

Uma das ferramentas utilizadas com brilho por esses grupos políticos é a apropriação de mecanismos investigatórios e cooptação de profissionais de segurança pública.

Dados da Comissão de Investigação sobre Crime no Norte do Chile justificariam a crença na presença do Primeiro Comando da Capital no país.

O deputado Juan Manuel Fuenzalida é um dos que defendem que a segurança nacional e da população estão ameaçadas pela presença da facção brasileira PCC.

Os parlamentares pediram ao governo que revelasse as informações a esse respeito. O executivo preferiu minimizar a essa grave situação pela qual estamos passando.

No entanto, o governo tem a obrigação da transparencia. Deve apontar a situação que estamos vivendo, embora isso implique reconhecer que o cenário é sério.

Deputado Juan Manuel Fuenzalida

PCC e a caça às Bruxas: nem aqui, nem no Chile

O PCC e a caça às Bruxas sempre foram usados como pretesto para ações violentas dos órgãos de repressão policiais e sociais.

Políticos de direita unificaram o discurso que os governos e o Judiciário estão acobertando a real situação por estarem em conlúio com a organização criminosa.

Estudo o PCC e acompanho há anos esses ataques, mas nesses últimos meses me surpreendo com a avalanche de réplicas dessa mesma acusação pelo mundo.

Se houve ou não houve prisões de integrantes da facção durante o governo não faz diferença, há sempre um discurso pronto para justificar o envolvimento.

Essas afirmações são absolutamente irresponsáveis.

Eles cobram transparência do governo e forçam uma situação para a qual não têm experiência ou relevância.

A única coisa que eles pretendem é gerar medo na população.

Raúl Leiva da Comissão de Segurança da Câmara Baixa

É irresponsável que toda semana seja um parlamentar ou parlamentar anunciando a chegada de uma nova banda criminosa ao país.

Parece -me que é uma agenda construída para semear medo na população e eu pediria a esses parlamentares que cumpram suas posições.

Deputada Alejandra Placencia 

Já o deputado Jaime Araya (tucano, muito provavelmente) pede que se encontre um meio termo: “com seriedade, responsabilidade, rigor, sem minimizar e sem exagerar o problema que temos, porque o que as pessoas precisam é que você sabe o que o estado vai fazer para enfrentar o crime organizado .”

fonte: Diputados UDI advierten la presencia de banda criminal brasileña Primer Comando Capital en Chile — Canal Sur Patagonia

ChatGPT fala sobre a facção PCC Primeiro Comando da Capital

O que a inteligência artificial pensa sobre o PCC, guerra entre facções, jovens e drogas.

Terceira parte da entrevista com o ChatGPT

Nessa terceira publicação, o ChatGPT sobre a relação da facção PCC com a questão das armas, drogas, jovens e a guerra entre facções.

…. é necessário pensar em estratégias que possam ir além da repressão e abordar outras questões, como prevenção, tratamento de dependentes químicos e políticas públicas de segurança mais eficazes, visando reduzir o poder do crime organizado e melhorar as condições das prisões.

ChatGPT

… a falta de controle de armas no Brasil também pode contribuir para a disponibilidade de armas para o PCC.

ChatGPT

O PCC e os outros grupos criminosos

O que você sabe sobre a guerra entre as facções criminosas no Brasil.

A guerra entre as facções criminosas no Brasil é uma luta constante pelo controle de territórios, tráfico de drogas e outros crimes organizados.

As duas principais facções criminosas no Brasil são a Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) que operam em várias regiões do país e há relatos frequentes de violência e conflitos armados entre elas.

Embora ambas as organizações criminosas sejam muito poderosas e perigosas, é difícil determinar qual delas tem uma vantagem clara sobre a outra, pois a situação é altamente dinâmica e pode mudar rapidamente.

Ambas as facções têm seus próprios pontos fortes e fracos, e é provável que sua capacidade de competir e prosperar dependa de vários fatores, incluindo o ambiente político, econômico e social em que operam.

A situação é agravada pela corrupção e falta de efetividade das forças de segurança, o que permite que as facções criminosas tenham acesso a armas e recursos financeiros.

A guerra entre facções criminosas tem sido uma fonte de preocupação para as autoridades brasileiras e é considerada um dos maiores desafios para a segurança pública no país.

Quais são os grupos, facções, bondes ou gangues que atuam em conjunto como aliados da facção paulista Primeiro Comando da Capital?

(esta resposta eu não publicarei pois o ChatGPT errou redondamente, citando inimigos históricos como o Comando Vermelho, Primeiro Grupo Catarinense e a Família do Norte como aliados, além disso cita grupos que sequer existem)

Quais grupos criminosos internacionais podem ser comparados com o Primeiro Comando da Capital? E por qual razão?

A principal atividade do Primeiro Comando da Capital é o tráfico de drogas, mas também está envolvido em outros crimes, como roubos, sequestros e assassinatos.

O PCC é conhecido por sua hierarquia rígida, disciplina interna, lealdade aos membros e violência extrema contra seus inimigos.

Algumas organizações criminosas que também são conhecidas por suas atividades ilícitas, violência extrema contra seus inimigos, hieraquia rígida e disciplina interna são:

  • Yakuza: uma organização criminosa japonesa que se originou na década de 1600. Seus membros estão envolvidos em diversas atividades ilegais, incluindo tráfico de drogas, jogos de azar, extorsão e prostituição. A Yakuza é conhecida por sua estrutura hierárquica e por suas tatuagens corporais, que são usadas como símbolos de identificação.
  • Cartéis de drogas mexicanos: organizações criminosas que controlam o tráfico de drogas no México e em outros países. Os cartéis são conhecidos por sua violência extrema e seus confrontos com as autoridades. Alguns dos cartéis mais conhecidos incluem o Cartel de Sinaloa, o Cartel de Jalisco Nova Geração e o Cartel de Los Zetas.
  • Máfia italiana: uma organização criminosa que se originou na Itália no final do século XIX. A Máfia está envolvida em várias atividades ilegais, incluindo tráfico de drogas, extorsão, jogos de azar e assassinatos. A organização é conhecida por sua estrutura hierárquica e pela lealdade inabalável dos membros.

Cada um desses grupos criminosos tem sua própria história e características distintas.

No entanto, todos eles estão envolvidos em atividades ilegais e são conhecidos por sua violência extrema e pela ameaça que representam para a sociedade.

A questão das armas

Como a política de facilitação da compra e posse de armas pelo governo Bolsonaro influiu na organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

A política de liberação de armas provavelmente não teve um impacto direto significativo na organização criminosa Primeiro Comando da Capital no Brasil.

Embora o aumento da disponibilidade de armas possa ter contribuído para a escalada da violência em geral, o PCC tem uma estrutura sólida e fontes de financiamento diversificadas, incluindo o tráfico de drogas, extorsão e roubo de cargas, que permitem que a organização mantenha sua posição de poder.

Além disso, o PCC tem uma forte presença em presídios e uma ampla rede de contatos e aliados, o que dificulta a ação das autoridades na luta contra o crime organizado.

Onde a facção PCC consegue suas armas?

A fonte de armas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital é controversa e não há informações precisas disponíveis a esse respeito.

Algumas fontes afirmam que as armas são adquiridas através de compra ilegal no mercado negro, enquanto outras afirmam que são trazidas de outros países através de contrabando.

Além disso, a falta de controle de armas no Brasil também pode contribuir para a disponibilidade de armas para o PCC.

A questão das drogas

A liberação do uso recreativo de drogas teria impacto nos negócios da organização criminosa PCC?

Não há uma resposta definitiva quanto ao impacto da legalização do uso recreativo de drogas sobre a organização criminosa PCC.

Alguns argumentam que a legalização poderia reduzir a demanda por drogas ilegais e, consequentemente, afetar os negócios do PCC.

Outros argumentam que a legalização não afetaria significativamente os negócios do PCC, já que eles se concentram em outros tipos de atividades criminosas, além da venda de drogas.

Além disso, é possível que o PCC simplesmente se adapte ao novo cenário e encontre novos meios de continuar suas atividades criminosas.

O combate às drogas aumenta o número de presos e é nos presídios que o PCC recruta seus integrantes. Qual é o resultado dessa equação?

O combate às drogas pode ter como consequência o aumento do número de prisões, uma vez que muitas das atividades ilegais relacionadas às drogas são consideradas crimes e puníveis com prisão.

Entretanto, a simples prisão de indivíduos envolvidos no tráfico de drogas não é suficiente para solucionar o problema.

O tráfico de drogas é um negócio ilegal que movimenta grandes quantidades de dinheiro e possui uma demanda constante por parte dos consumidores, o que leva a sua continuidade mesmo diante das ações de repressão por parte das autoridades.

A prisão em si não é suficiente para impedir que os indivíduos envolvidos no tráfico de drogas continuem a exercer suas atividades criminosas.

Nos presídios, muitos desses indivíduos têm a oportunidade de se associar a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital, em busca de proteção e benefícios, como acesso a drogas, telefones celulares e outros privilégios.

Além disso, as condições precárias das prisões, como superlotação, falta de higiene e violência, favorecem a proliferação dessas organizações criminosas.

Dessa forma, a equação resultante do aumento do número de presos devido ao combate às drogas pode favorecer a expansão de organizações criminosas dentro dos presídios, como o PCC, que podem se tornar mais poderosas e influentes.

Isso pode levar a uma maior dificuldade para o controle do crime organizado e a um aumento da violência tanto dentro como fora das prisões.

Portanto, é necessário pensar em estratégias que possam ir além da repressão e abordar outras questões, como prevenção, tratamento de dependentes químicos e políticas públicas de segurança mais eficazes, visando reduzir o poder do crime organizado e melhorar as condições das prisões.

Jovens e a facção PCC

Por que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital desperta tanto interesse pelos jovens?

Não é possível afirmar de forma precisa por que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital desperta tanto interesse entre jovens.

É possível que a atração seja resultado de uma combinação de fatores, como falta de oportunidades, falta de educação e esperança, bem como a busca por pertencimento, proteção e reconhecimento.

Além disso, a propaganda ou o discurso da organização pode ser atraente para algumas pessoas, mesmo que as ações dela sejam violentas e criminosas.

É importante destacar que participar de uma organização criminosa é perigoso e pode ter graves consequências para a vida e a liberdade de uma pessoa.

É comum, pelo menos entre as crianças e os jovens buscarem a presença e a proteção de colegas mais fortes e violentos, isso acontece também em relação aos jovens de periferia que se aproximam de criminosos, principalmente daqueles que pertencem a organizações criminosas reconheciddas, como é o caso do Primeiro Comando da Capital. Você pode explicar qual a razão e como essa realidade pode ser combatida?

O comportamento de buscar proteção e pertencimento a grupos mais fortes e violentos, como gangues ou organizações criminosas, é comum entre crianças e jovens que vivem em ambientes vulneráveis, como periferias urbanas e áreas de pobreza e exclusão social.

Existem várias razões para isso acontecer, mas algumas das principais incluem:

  • Necessidade de proteção: muitos jovens que vivem em áreas de violência e insegurança sentem que precisam de proteção contra ameaças reais ou percebidas. Ao se juntar a um grupo mais forte e violento, eles esperam estar mais seguros e protegidos.
  • Busca de identidade: muitos jovens que vivem em áreas de pobreza e exclusão social têm poucas oportunidades para desenvolver uma identidade positiva e se sentir valorizados pela sociedade. Ao se juntar a um grupo, eles podem encontrar uma identidade coletiva e se sentir mais importantes e relevantes.
  • Pressão social: a pressão dos pares pode ser muito forte entre crianças e jovens, especialmente em ambientes de pobreza e exclusão social. Ao se juntar a um grupo, eles podem se sentir mais aceitos e populares, mesmo que isso signifique envolver-se em atividades ilegais ou violentas.

Para combater essa realidade, é importante oferecer alternativas positivas para esses jovens, como programas de educação, esportes e atividades culturais.

Essas atividades podem ajudar a desenvolver habilidades, valores e identidades positivas, além de fornecer oportunidades para os jovens se conectarem com outras pessoas e comunidades fora do ambiente de violência e exclusão social.

Também é importante investir em políticas sociais que melhorem as condições de vida nas áreas vulneráveis, como acesso a educação de qualidade, saúde, habitação e empregos.

Isso pode ajudar a reduzir a pressão social e a necessidade de proteção entre os jovens, além de oferecer esperança e perspectivas de futuro.

Por fim, é fundamental combater a impunidade e a corrupção no sistema de justiça criminal e policial, para que os jovens percebam que a violência e o crime não são o caminho certo para alcançar justiça ou proteção.

Além disso, é preciso oferecer oportunidades de reintegração social para aqueles que já cometeram crimes, para que possam sair do ciclo de violência e criminalidade e ter uma segunda chance de construir uma vida positiva.

Sobre os documentos do PCC

Você conhece o Estatuto do PCC? O que você pode falar sobre ele?

O Estatuto do PCC é o conjunto de normas e regras internas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

Embora não seja público, ele é conhecido por especialistas e investigadores como um documento que estabelece as diretrizes da organização e define as sanções para os membros que cometem infrações.

O Estatuto também descreve a hierarquia da organização e as funções de seus membros.

É importante destacar que a existência e o conteúdo do Estatuto do PCC são considerados ilegais e contrários aos valores e às leis do Estado brasileiro.

Você conhece a chamada “Cartilha de Conscientização da Família 1533”? O que pode me falar sobre ela?

A “Cartilha de Conscientização da Família 1533” é um documento divulgado pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital com o objetivo de difundir sua ideologia e fortalecer o controle sobre seus membros.

A cartilha inclui uma série de regras e orientações sobre como os membros do PCC devem se comportar e se relacionar com a sociedade e com as autoridades.

Ela também aborda questões como a importância da disciplina e da obediência às regras da organização, a necessidade de proteção dos segredos da organização e a defesa da família dos membros.

É importante destacar que a cartilha é considerada ilegal e que seu conteúdo é condenado pela sociedade e pelas autoridades como uma ameaça à paz e à ordem pública.

Você conhece o chamado “Dicionário do PCC”? O que pode me falar sobre ele?

Sim, conheço o chamado “Dicionário do PCC”.

É uma lista de regras, códigos e procedimentos adotados pelo Primeiro Comando da Capital, organização criminosa brasileira.

Essa lista foi encontrada durante uma operação de busca e apreensão e foi considerada uma das principais fontes de informação para entender a estrutura e as ações da facção.

O “Dicionário”, como é conhecido, é visto como uma forma de controlar e manter a disciplina entre os integrantes da organização.

Pacificação do PCC

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital afirma que sua política de pacificação derrubou a taxa de mortalidade.

Não é possível afirmar a veracidade dessa afirmação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

Grupos criminosos frequentemente apresentam informações falsas ou distorcidas para justificar suas ações ilegais e violentas.

A melhor maneira de avaliar a segurança de uma região é consultar fontes confiáveis, como autoridades governamentais e agências de segurança.

A questão da situação prisional

Qual a razão pela qual o Primeiro Comando da Capital teve tanta facilidade para convencer os presos a entrarem para o grupo criminoso?

O Primeiro Comando da Capital teve sucesso em convencer muitos presos a se juntarem ao grupo criminoso devido a uma combinação de fatores, incluindo a falta de proteção e recursos para os presos, as condições precárias nas prisões brasileiras, e a violência frequente.

O PCC se apresentava como uma organização que fornecia proteção e apoio aos presos, incluindo ajuda financeira para suas famílias e representação em questões legais.

Além disso, o PCC oferecia uma estrutura de liderança e poder dentro da prisão, o que era atraente para muitos presos que sentiam que não tinham outras opções para lidar com a violência e as condições precárias nas prisões.

Adicionalmente, o PCC tem uma estrutura de comando e controle rigorosa e utiliza a violência e a ameaça de violência para intimidar os presos e manter a lealdade à organização.

Isso faz com que muitos presos se sintam compelidos a aderir ao PCC para proteger a si mesmos e suas famílias.

Em resumo, a combinação de falta de proteção e recursos para os presos, condições precárias nas prisões, e a oferta de proteção e apoio pelo PCC, juntamente com sua estrutura de poder e controle rigoroso, ajudou a explicar a sua capacidade de convencer muitos presos a se juntarem ao grupo criminoso.

Expansão do PCC

Em quais estados a organização criminosa Primeiro Comando da Capital tem tido maiores dificuldades de conseguir domínio? E por que razão?

O Primeiro Comando da Capital é uma organização criminosa de grande escala, com atuação em diversos estados brasileiros.

No entanto, é difícil determinar com precisão em quais estados a organização tem tido maiores dificuldades de estabelecer domínio, pois a atuação do grupo é frequentemente subterrânea e não há informações públicas confiáveis a esse respeito.

Alguns estados brasileiros têm implementado medidas de segurança rigorosas para enfrentar o PCC, incluindo a cooperação entre agências de segurança pública e a realização de operações especiais para prender líderes e membros do grupo criminoso.

Essas medidas podem ter dificultado a atuação do PCC nesses estados, mas não há evidências concretas de que a organização tenha sido completamente neutralizada em qualquer região do Brasil.

Em geral, a atuação do PCC é influenciada por uma série de fatores, incluindo a presença de outros grupos criminosos rivais, a capacidade das autoridades de segurança em combater o grupo, e a disponibilidade de recursos e proteção para os membros do PCC.

Em estados onde as autoridades de segurança são mais fortes e têm mais recursos, pode ser mais difícil para o PCC estabelecer e manter seu domínio.

Você disse que nos estados onde existe um sistema de segurança pública mais forte e com mais recursos a organização criminosa Primeiro Comando da Capital teria maiores dificuldades de crescer, no entanto, o Estado de São Paulo é o com mais recursos e com um forte aparato de Segurança Pública e foi justamente nesse estado que o PCC mais cresceu. Não parece incoerente a sua resposta?

Desculpe, eu cometi um erro na minha resposta anterior.

É verdade que o Estado de São Paulo, que tem um sistema de segurança pública forte e com muitos recursos, também foi um dos locais onde o Primeiro Comando da Capital cresceu mais rapidamente.

A presença de fortes sistemas de segurança pública não necessariamente impede o crescimento de grupos criminosos como o PCC, que são altamente organizados e têm uma estrutura de comando e controle sofisticada.

O crescimento do PCC em São Paulo e em outros estados pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo a corrupção dentro das instituições de segurança pública, a falta de acesso à justiça e à educação para populações vulneráveis, e a existência de um mercado para o tráfico de drogas e outros crimes.

A luta contra o PCC e outros grupos criminosos é uma tarefa complexa que exige uma abordagem integrada, que vá além da mera aplicação da lei.

É necessário abordar as causas subjacentes à criminalidade, incluindo a desigualdade social e econômica, a falta de oportunidades e a exclusão social, a fim de promover uma sociedade mais justa e segura.

Em qual nação da América do Sul a organização criminosa Primeiro Comando da Capital tem maior capacidade de ampliar seus negócios?

Não há informações disponíveis sobre em qual nação da América do Sul o Primeiro Comando da Capital tem a maior possibilidade de ampliar seus negócios.

O PCC é uma organização criminosa baseada no Brasil e suas atividades são principalmente concentradas no Brasil.

Embora o PCC tenha se expandido em outros países da América do Sul, a extensão e a intensidade dessas atividades variam amplamente.

A luta contra o PCC e outros grupos criminosos internacionais requer uma abordagem coordenada entre as nações envolvidas, incluindo a troca de informações e a cooperação no que diz respeito à investigação, perseguição e prevenção.

É importante destacar que a luta contra a criminalidade transnacional é uma tarefa complexa e que a resposta deve ser baseada em evidências e no respeito aos direitos humanos.

O que é o sintonia do PCC? O que significa sintonias no PCC?

Sintonia do PCC. Sintonia não é apenas uma palavra, uma idéia ou uma função dentro da organização criminosa. Sintonia é a base de tudo no PCC

Sintonia do PCC: luz guia nas trevas

Assim começa o comunicado de um Sintonia do PCC:

Um forte e sincero e leal abraço a todos os irmãos e companheiros.

Inicialmente o “sintonia” que for transmitir para os “irmãos” e “companheiros” deve com respeito lembrar a todos que só com a conscientização é possível alcançar a PAZ, mesmo que dentro das muralhas, dos difíceis ambientes e situações que os soldados da facção e suas famílias estejam.

Introdução da Cartilha do Primeiro Comando da Capital

Afirmar que a facção é invensível não é verdade, mas em Deus tudo é possível, até sobreviver no inferno.

Como controlar as feras que vivem dentro de nós? Como controlar as feras que vivem no Mundo do Crime?

Sintonia: apenas os que vivem em sintonia conseguirão sobreviver e andar nas trevas de nosso mundão.

Complexidade como forma de sobrevivência

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital é tão complexa que nem mesmo Marcola ou os 14, conhecem todas as engrenagens.

E é assim que tem que ser.

Um pequeno vírus sobrevive no mundão graças ao seu grande poder de mutação.

Quando os anticorpos aprendem seu funcionamento, o vírus já mudou, já não é o mesmo.

E assim acontece com a facção PCC 1533:

As lideranças estavam dispersas: o governo achou que a divisão deixava a facção forte e incontrolável, então juntaram toda a liderança em Presidente Venceslau.

O governo fez um show na televisão com os líderes do Primeiro Comando da Capital sendo transferidos para o P2 em Presidente Venceslau:

Agora o PCC acabou!

apregoram os de sempre

As lideranças juntas se reestruturaram: o governo achou que a união dos líderes deixou os caras mais fortes e incontroláveis, novamente as separaram.

O governo fez um show na televisão com os líderes do Primeiro Comando da Capital sendo transferidos para os Presídios Federais:

Agora o PCC acabou!

apregoram os de sempre

Vai pensando. Vai sonhando. A transferência causou mais uma mutação na facção que continua tão forte quanto antes com a criação da Sintonía dos 14.

O sucesso da organização criminosa PCC é essa complexa estrutura de sintonias independentes, em permanente mutação mas trabalhando em harmonia para o progresso do conjunto.

Sintonía do PCC é a base da facção

Sintonia do PCC não é apenas uma frase, não é apenas um termo.

Sintonia do PCC é a sua razão de existir, de entender o Mundo do Crime e a sociedade.

Foi por falta de sintonia entre o Governo do Estado e a comunidade carcerária que os ataques do Primeiro Comando da Capital ocorreram em 2006.

Graças a perfeita sintonia entre a comunidade carcerária e o mundo do crime nas ruas que os ataques do PCC de 2006 pararam São Paulo.

Sintonía quer dizer correr-lado-a-lado, estar junto na mesma caminhada, ligar a prisão às ruas, quando estão plenamente dentro dos objetivos da facção o integrante está em uma sintonia total ou sintonía 100%.

Não só os irmãos e companheiros que estão em sitonia: hip hoppers, educadores, oficineiros, artistas, blogueiros, ravers, skatistas, pichadores, e qualquer um que queira a pacificação das ruas e justiça para quem está nos presídios.

A teoria na prática é outra

Para preservar a vida de todos nossos irmãos e se precisar de qualquer apoio para sair busque a sintonia de seu estado e se não tiver apoio busque a hierarquia acima.

Mas deixamos claro que aquele que for para a rua tem a obrigação de manter contato com a Sintonia da sua quebrada ou da quebrada que ele estiver.

Os integrantes que estiverem na rua e passando por algum tipo de dificuldade, poderão procurar a Sintonia para que o Comando possa ajudar ir para o corre, deixando claro que o intuito da organização é fortalecer todos os seus.

No entanto, aqui no site, recebo muitas solicitações de ajuda de irmãos e companheiros que tem dificuldade encontrar sua sintonía após saírem do Sistema Carcerário.

Com exceção de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, é comum receber mensagens de integrantes perdidos sem conseguir sintonizar o comando.

Lembrando que o irmão ou Disciplina de uma quebrada ou cidade tem acesso ao Sintonía de sua região e não ao Sintonía dos Estados, e assim por diante.

Sintonia do PCC é tudo e nada existe sem sintonía

Talvez por isso os “sintonias” da organização criminosa Primeiro Comando da Capital sejam peças tão fundamentais para a facção criminosa paulista PCC 1533.

Dentro da hierarquia do PCC os sintonias tem a função de harmonizar as ações e o pensamento das partes dispersas e compartimentadas da organização.

Foi a forma criada para impedir que a organização criminosa se fragmenta-se mesmo que perseguida por agências policiais de diversos níveis em todo o mundo,

Mesmo investigadores especialistas no Primeiro Comando da Capital não tem condições de entender a complexidade das partes que formam a complexa engrenagem sempre em mutação.

Mas até onde podem chegar as sintonias?

… se prepara, mas sem alarmar a todos e quanto todo o sistema no Brasil tiver nessa mesma sintonia e lá fora a gente tiver uns 2 dep. federal ou senador […] nas mãos, nós damos nosso grito de guerra: “Paz, justiça e liberdade.”

O que nos preocupa atualmente é a firme disposição da facção de espalhar seus líderes por todos os presídios em Sintonia (…) o objetivo da facção é espalhar os seus líderes pelo interior para fortalecer as regiões que, como eles chamam, não estão na Sintonia.

Espalhai-vos sobre os presídios abundantemente

O Sintonía do PCC: metodologia do caos

Cada sintonía é liderada por um “irmão” batizado da facção paulista PCC 1533.

Diferentemente de outros grupos criminais e mafiosos baseados em laços familiares, a pessoa não é fundamental, e sim a função, como em uma empresa.

Um “irmão” que seja sintonía de uma região ou setor, pode passar a outra posição ou região de acordo com os interesses da Família 1533.

O Barone, escolhido para ser o Sintonia da tranca do Complexo de Gericinó no Rio de Janeiro pelo paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) em parceria com a facção aliada Terceiro Comando Puro (TCP).

Por um estranho acordo, Barone não respondia ao “Sintonia do estado do Rio de Janeiro” ou ao “Sintonia geral das trancas do Rio de Janeiro”.

Barone que não era nem paulista e nem carioca. Veio de Belém do Pará, mas por alguma razão continuava a responder manter a Sintonia Geral de Pernambuco que o indicou para assumir a Sintonia da Tranca no Rio de Janeiro.

Um flash sobre a expansão do PCC no Rio de Janeiro

O Sintonía do PCC: integrando as partes

O sintonía é o responsável por tomar decisões e coordenar as atividades dentro de sua região e de sua especialidade em harmônia com o todo.

Na sua grande maioria, os sintonias são responsáveis por diferentes áreas de atuação da organização criminosa: tráfico de drogas e armas, assaltos, lavagem de dinheiro…

Cada setor do PCC atua de forma totalmente independente do conjunto, por isso a importância de todas as partes seguirem sintonizadas.

A liderança dos 14 precisa harmonizar as disputas constantes entre as diversas sintonias: Trancas, Progresso, Ruas, Interior, Capital, Financeiro, Rifa, Disciplinas… — a tensão é constante.

SintonIa do PCC: segurança, lucro e Família

O PCC não pode ser visto como fonte de lucros ou ganhos financeiros para seus líderes, e nem pode privilegiar pessoalmente seus integrantes conforme a posição ocupada mesmo para suas lideranças máximas.

Os irmãos que assumem cargos não tem salário ou ganhos diretos, só despesas com o cargo, mas com essas responsabilidades ganham moral e visão, abrindo portas para bons negócios.

Conhecer e ter acesso a mercados relevantes no mundo do crime cujas portas são abertas à poucos é um diferencial enorme para conseguir bons negócios.

Dessa forma, a facção opera de forma eficiente e segura, minimizando os riscos de infiltração policial e maximizando os lucros do crime.

Um negócio para poucos: pensar nos irmãos

Existem sintonias que podem gerir e negociar capitais, equipamentos e mercadorias da facção e obter lucros pessoais com isso, mas esses não podem ser abusivos.

No entanto, o intúito do irmão que pretende assumir um posto de liderança não deve ser nem o lucro e nem o poder, mas o que pode fazer pelos seus irmãos.

Aí pegamo firme, pegamo firme não, eu peguei firme. Trouxe a roupa do mundão. Depois consegui a comida do mundão. Aí, eu e o Fabrício começamo a botar o bagulho pra andar. E tava indo legal.

Você tá ali na frente da cadeia pra isso, é primeiro eles, depois nóis [os disciplinas]. Esse é o procedimento, é o fundamento da faxina. Se você for entrar pensando que você vai ter tudo, que você só vai ganhar e não vai contribuir, você tá muito enganado.

Coesão e Cobrança

Além disso, o sistema de sintonias mantém a disciplina e a coesão interna da facção, garantindo que as ordens da liderança sejam cumpridas.

Em caso de descumprimento das orientações das lideranças ou quando algum irmão foge dos princípios da facção ele pode ser punido por agir isoladamente.

Sintonia Fina: para não ter mal entendido

“Sintonia fina” é o termo usado na facção para se referir ao processo de comunicação e coordenação interna entre seus membros.

Entre criminosos todo cuidado é pouco e o clima é sempre tenso, mesmo dentro da Família, então é fundamental que o “papo esteja sempre reto”.

Esse processo é muito rigoroso para garantir que as diferentes células ou associados em todos os estados e países atuem de maneira coesa e segura.

A “sintonia fina” refere-se ao sistema de comunicação entre essas células e facções, que é baseado em um conjunto de regras e protocolos rigorosos.

Esses protocolos incluem a utilização de códigos secretos, comunicação criptografada, regras de conduta e punições para membros que não cumprem as regras estabelecidas.

O certo pelo certo o errado será cobrado

Cobrando de bate pronto os que não correm pelo comando, não correm pelo certo, não estão em sintonia com a ética do crime.

… zuando a quebrada, vou falá pra você, eu cheguei ontem na sintonia lá, falei pro irmão que eu preciso de aval para batizar uns quarenta e matar uns dez pra poder arredondar a regional aqui, irmão.

Allan de Abreu – Cocaína: A Rota Caipira

Assim, há um alto grau de coordenação e controle, permitindo o planejamento e execução de operações complexas, como tráfico de drogas, extorsões, sequestros e assassinatos.

A “sintonia fina” também é usada para resolver conflitos internos e manter a lealdade dos membros, o que é essencial para a sobrevivência da organização.

Os diversos níveis e setores das Sintonias do PCC

Os 14 — A Sintonia dos 14

A Sintonia Final ou Sintonía Geral Final foi substituída pela “Sintonia dos 14”. O Disciplina pega o “contexto das idéias” e manda para os “14”.

Os “14” analisam junto com o resumo e passam a visão para o Disciplina, Resumo e por fim para o Torre.

Se o caso envolve um “decreto” ou “check”, pode levar a vida de alguém ou uma situação entre facções, o Resumo tem que ser ouvido.

Os decretos, comuns no mundo do crime, são previstos no Estatuto e no Dicionário do PCC, mas são sempre processos complexos, mesmo para as lideranças.

O nome “Sintonia dos 14” possívelmente faz referência aos 14 líderes que compunham a antiga “Sintonia Final” em Presidente Bernardes. e mantêm basicamente três níveis hierarquicos: a “Sintonia dos 14”, a “Sintonia dos Estados” e a “Sintonia das Regiões”.

Sintonía Geral Final ou Sintonía Geral Fina (W2 P2 ou SGF)

Como a mudança para a “Sintonia dos 14” é recente, mantenho aqui os dados da Sintonía Geral Final, mas deixando ciente que não está mais ativa.

A “sintonia final” é o topo da hierarquia do Primeiro Comando da Capital e é composta pelos líderes mais graduados da facção.

Eram também conhecidos com W2 ou P2 por estarem os líderes concentrados no Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau em São Paulo.

A “sintonia final”, responsável por tomar as decisões mais importantes e estratégicas da organização, é formada por aproximadamente 14 integrantes.

Esses “irmãos” ocupam os mais altos níveis hierárquicos da organização e são responsáveis por coordenar as atividades da facção em todos os países.

Eles definem as estratégias de atuação, estabelecem alianças com outras organizações criminosas e tomam as decisões mais importantes e arriscadas da facção.

Líderes que decretam a morte de outros líderes

As principais lideranças do PCC podem ser enquadradas para responder por suas atitudes pela “Sintonía Final”, como foram os casos de GG, Paka e Pavão.

De lá partiram decisões como as ordens para executar integrantes da alta liderança como Gegê do Mangue e Paka que não estariam agindo de acordo.

Gegê do Mangue fez parte da “Sintonia Final” e foi quem teve a ideia de implantar a rifa paralela do PCC nos outros estados, e apesar de sua importância na facção ele foi condenado à morte pela própria Sintonía Final por enriquecer de maneira indevida com o dinheiro da facção.

A cobrança dentro da prisão paraguaia de Jarvis Gimenes Pavão para entender sua atitude de comercializar com o Comando Vermelho veio dessa instância.

Também de lá partiu em 2016 a ordem para a execução de Jorge Rafaat Toumani e outras lideranças rivais da organização.

Assim como decretar guerra, à paz e a associação a outros grupos criminosos passam por essa liderança.

Foi  a Sintonía Geral Final que acolheu e fez virar realidade a proposta do irmão Moreno que a aliança com o Comando Vermelho fosse quebrada.

Lideranças que planejam o crescimento

É de lá também que sai a decisão final de liberar rebeliões em presídios ou ataques nas ruas.

Roberto Soriano, o Tibiriçá, fazia parte da “Sintonía Final” quando desenvolveu o chamado “Projeto Paraguai” em 2010 que ampliou a ação do PCC naquele país.

São eles que tornam o PCC 1533 uma das organizações criminosas mais temidas do Brasil e um grande desafio para as autoridades que tentam combatê-lo.

Apesar dos esforços das autoridades em isolar essas lideranças suas ordens continuam, ainda hoje atravessando as muralhas das prisões e chegando às ruas.

Muitos advogados, parentes dos presos e funcionários são investigados e por vezes presos por servirem de despachantes para essas lideranças.

Lideranças que foram treinadas pelo melhor

A ideia de formar esse núcleo central decisório nasceu do contato que Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros líderes tiveram com Norambuena.

Mauricio Hernandez Norambuena, esteve preso junto com os PCCs era um ex-guerrilheiro chileno e comandante da organização político-militar Frente Patriótica Manuel Rodríguez.

Norambuena trouxe para o PCC sua experiência em lutas políticas e de guerrilha, e logística militar, entre elas a formação de um politburo. 

Esse órgão fundamental nas lógica soviética consistia em um comitê central com capacidade de gerir núcleos independentes em diversos níveis e funções e regiões.

Sendo assim, a “Sintonía Final” não tem um limite territorial definido, ao contrário de todos os outros níveis de sintonía da organização criminosa.

Lideranças que agem como Conselheiros Administrativos?

O objetivo principal da “Sintonia Final” é lutar pelos ideais da “Família 1533”, o crescimento e o progresso da organização e seus integrantes.

É muito comum se confundir Marcola e a “Sintonía Final” do PCC com o CEO (Chief Executive Officer) e o Conselho Administrativo de uma empresa.

No entanto, diferentemente de uma empresa onde seus administradores visam o lucro, na facção a função é uma missão que pode custar a vida.

Julinho Carambola foi por algum tempo o porta-voz e secretário-geral da Sintonía Geral.

A Sintonia do Progresso

O tráfico de drogas é o carro chefe da facção, e a Sintonia do Progresso é a responsável pelo comércio das drogas da organização criminosa.

A cúpula desse setor é a Sintonia do Progresso Final, sob as quais ficam as Sintonias dos Estados, Países e Regiões.

A “Sintonía do Progresso” é dividida em “Sintonía da FM” e “Sintonía da 100%”, a primeira gere as drogas batizadas distribuídas ao público nas biqueiras, e a segunda a droga pura que entra nos presídios.

A Sintonia dos Estados e Países ou Sintonía Geral dos Estados e Nações

Esta Sintonia pela sua complexidade e tamanho é dividida por regiões: Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste — havendo mais de um sintonía para cada região.

A Sintonia dos Estados e Países tem a função de manter a coesão de cada região dentro das normas gerais da facção e das lideranças.

Cabe a esses Sintonias participar em conjunto dos “decretos”, julgamentos que podem resultar em morte do acusado, para que não seja cometido injustiças.

… de dois policiais da mesma corporação “”sangue derramado se cobra do mesmo modo”), tendo sido determinado o prazo de dez pias para cumprimento da “missão”, sob pena de a inércia ensejar “punição” por ordem da “Sintonía” da região.

PCC a organização criminosa primeiro comando da capital

Para isso, os responsáveis pelas Sintonias tem que conhecer profundamente toda a área que lhe foi conferida, seu mercado e seus integrantes.

Desta forma pode potencializar suas ações tanto dentro dos presídios quanto nas ruas, repassando e intermediando  informações dos Sintonias das Trancas e das Quebradas.

Esse elo entre a Sintonía Final e o nível operacional e administrativo é fundamental para o funcionamento da complexa engrenagem da organização criminosa paulista.

A sintonia dos outros Estados e Países e o Resumo Disciplinar dos Estados e Países são duas instâncias vinculadas e que aparentemente se confundem.

Sintonía das Trancas ou Sintonía das Cadeias ou Sintonía do Sistema

A sintonia das Trancas é liderada por um “irmão” que é responsável por tomar decisões e coordenar as atividades dentro do Sistema Prisional.

Ele controla os diversos grupos da facção que gerenciam o comércio de drogas, a disciplina dos presos e a realização de rebeliões ou pacificação.

O nome “Trancas” refere-se às celas dos presídios, que são trancadas para manter os presos confinados.

A sintonia das Trancas é responsável por manter a disciplina e a hierarquia dentro dos presídios, garantindo que os membros da facção sejam protegidos.

Essa Sintonia faz com que  as regras da organização sejam seguidas, e os abusos por parte de presos mais fortes e funcionários inescrupulosos sejam coibidos.

As trancas são a base de tudo no PCC

A sintonia das Trancas é muito importante para o PCC, pois o sistema prisional latinoamericano é uma parte fundamental da estrutura da organização.

É ela que garante a maior parte dos batizados que são recrutados dentro do sistema prisional dos diversos estados e países visando sua própria proteção.

Líderes e integrantes do PCC estão presos, e a sintonia das Trancas é responsável por gerenciar as atividades e a comunicação com o mundo exterior.

A intermediação de qualquer produto ilegal ou comunicação para fora das muralhas ou entre unidades dos presídios é gerenciado pela Sintonía das Trancas.

A Sintonia das Trancas é dividida em várias partes menores, como as Sintonias Femininas, Sintonía das Comarcas, Sintonía do Interior, e Sintonía dos CDPs.

“A irmã-sintonía” é a que recebe o “Salve”, comunicado transmitido através do celular pelo “Sintonía geral das cadeias”.

Mesmo essas subdivisões podem ser ainda fatiadas, como por exemplo uma Sintonía para as Padarias dentro de um complexo prisional.

As padarias produzem ou misturam as drogas para venda, tanto no varejo, quanto no atacado para os leilões, dentro e fora dos presídios.

Sintonia dos Gravatas

Essa sintonía ganhou notoriedade nos noticiários entre os anos de 2016 e 2018, mas já era conhecida desde 2006.

A Sintonia dos Gravatas é formada por advogados que trabalham para o Primeiro Comando da Capital — dezenas já foram presos e centenas investigados.

As ações de defesa dos presos integrantes da facção criminosa não constituem qualquer ilícito, no entanto os advogados da Sintonia dos Gravatas extrapolaram suas funções.

Seus integrantes atuam como despachantes dos criminosos, levando salves e decretos de morte, de dentro para fora das muralhas.

Também intermediam a entrada de objetos e pessoas para os presos, administram bens da organização e recebem e gerem objetos e dinheiro obtidos pelo crime.

É comum os advogados da “Sintonia dos Gravatas” serem os responsáveis pelos esquemas de lavagem de dinheiro e organizar manifestações públicas contra o governo.

Nas próprias comunicações do PCC isso fica explícito quando nos deparamos com a fase “Minar o governo e a SAP” (Secretaria de Administração Penitenciária), com imagens comprometedoras de supostos maus-tratos.

Promoto de Justiça Márcio Christino

Essa frase do Promotor Márcio Christino comprova que mesmo quando a organização utiliza imagens reais de maus tratos, os órgãos públicos consideram um abuso a acusação.

Christiano é a prova viva da importância de uma força poderosa para se contrapor a um sistema tão injusto.

Sintonía da Rifa  — Sintonía do Jogo do Bicho

Não sei como ficou a Sintonia das Rifas com a decisão de 2022 de tirar da obrigatoriedade a contribuição para a rifa de seus membros.

O nome “Rifa” refere-se a compra de bilhetes numerados onde os integrantes da facção concorriam a prêmios.

Apesar de não ser obrigatória, os integrantes eram coagidos a comprar os bilhetes para ajudar as famílias integrantes presos, mortos ou inválidos com cestas básicas.

As rifas e os bailes funk rendem um bom dinheiro para a facção e é essencial para fazer justiça com a família daqueles que necessitam.

Sintonía das Ruas

A “Sintonia das Ruas” que mais ganhou notoriedade foi o Dyego Santos Silva, o Coringa, que era Sintonía Geral da Rua em São Paulo.

Dyego geria uma verba maior que a maioria dos municípios brasileiros.

A sintonia geral de rua comunica a todos os seus integrantes interna e externa que graças a dedicação de muitos dos seus integrantes, a partir desta data 02/2011 será implantado dentro da organização um setor de apoio aos irmãos que vierem necessitar de um auxílio bélico e apoio financeiro para o auxílio aluguel e outras maiores necessidades emergenciais.

Este setor se caracteriza como sendo um banco de apoio aos irmãos. O objetivo central deste novo trabalho será unicamente fortalecer os irmãos que estão totalmente descabelados saindo da prisão ou também aqueles irmãos que se encontram na liberdade em período inferior a seis meses.

Revista Piauí – A GUERRA: Como o PCC deflagrou uma crise nas prisões brasileiras ao tentar ganhar poder fora de São Paulo

Sintonía Restrita — Progresso Restrito

Esses são a nata da atividade. São encarregados das ações de inteligência, investigação e planejamento.

Algumas de suas ações ganharam destaque e envolviam planejamento de longo prazo, com aluguel de casas próximas aos alvos e meses de observação.

No geral as ações desse grupo passam despercebidas pois os agentes da Sintonía Restrita simulam assaltos ou acidentes para cumprir os decretos.

As ações dessa Sintonia, no entanto, nunca serão descobertas. Funcionários públicos que foram investigados e suas famílias mapeadas, não denunciarão por medo de retaliação.

Estratégia, ousadia e muito acesso à informação permeiam um “setor de inteligência” criado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

O grupo funciona como uma ampla rede de criminosos.

As grades e os muros de prisões ao redor do país não são suficientes para brecar o fluxo de informações que movimentam as engrenagens da chamada sintonia restrita – o atual cérebro da facção criminosa.

Carlos Carone e Mirelle Pinheiro para o Metrópoles

Como funciona a Sintonia do PCC no Estado de São Paulo 

Em São Paulo, além das sintonias setoriais ligadas à do estado, existem subdivisões entre interior e capital.

A Sintonia de São Paulo é responsável pela coordenação das ações do PCC dentro do estado de São Paulo e tem influência em outras regiões do país.

A estrutura da Sintonia de São Paulo é dividida em três níveis: a “Sintonia Geral”, a “Sintonia dos Estados” e a “Sintonia das Regiões”.

A “Sintonia Geral” de São Paulo por vezes é também responsável pela tomada de decisões estratégicas da organização criminosa PCC 1533 em todo o país.

A “Sintonia das Regiões” é responsável por coordenar as atividades do PCC em cada região dentro de cada estado.

Na capital há um “Sintonia Geral Final de SP” mas a metrópole é dividida pelas zonas: ZL, ZN, ZS e ZO, e depois por bairros.

Cada região tem um representante na Sintonia das Regiões, que é responsável por coordenar as ações do PCC em sua área geográfica específica.

Essa estrutura de organização do PCC permite que a facção atue de forma coordenada e eficiente não só no Estado, mas em todo o país.

Sintonía do PCC no Interior SP

São Paulo tem uma característica diferente de outros estados, ele é dividido em regiões e essas regiões são divididas pelos códigos de área DDD.

As regiões são Vale do Paraíba, Bauru, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Litoral… (respectivamente 012, 014, 015, 016, 013…)

Além dessa divisão ainda há a “Sintonia Local” que é responsável por coordenar as atividades do PCC em cada cidade do interior.

Cada cidade tem um representante na Sintonia Local, que é responsável por coordenar as ações do PCC em sua área de atuação.

Todas essas sintonias estão sob a coordenação da “Sintonía Geral Final do Interior SP”

… mil membros pelo interior paulista, discriminado cidade a cidade. Toda a contabilidade empresarial do PCC ali, ao alcance de um clique. Com cifras volumosas. Só em julho entraram na caixa da sintonía do interior exatos…

Allan de Abreu – Cocaína: A Rota Caipira

Outras sintonias dentro da organização criminosa PCC

  • Sintonia do Financeiro – administração de bens e recursos;
  • Sintonia da Cebola ou Sintonía da Caixinha – arrecadação das mensalidades dos batizados;
  • Sintonia das Ajudas ou Sintonía do Apoio – administra o pagamento das cestas básicas ou pensões;
  • Sintonia dos Ônibus – garante transporte para a visita dos presos;
  • Sintonia do Pé de Borracha – administra os veículos da facção;
  • Sintonía dos Cigarros – um dos principais negócios da facção em várias regiões;
  • Sintonia das FM – controle de pontos de drogas que são cedidos a terceiros; e
  • Sintonia Bob Esponja ou Sintonía das drogas – Sintonía das IML que é da cocaína batizada)
  • Sintonia do Cadastro

Curiosidade:

A palavra sintonia é repedita 43 vezes no Dicionário do PCC; 17 vezes no Estatuto do PCC de 2017; e 4 vezes na Cartilha do PCC.

Das Trevas, irmão do Primeiro Comando da Capital na pequena Deodápolis em Mato Grosso do Sul era o Sintonia da Quebrada e do Cadastro, e não só mantinha suas biqueiras como entregava mercadoria para quem não tinha como investir.

Além de tudo o que foi dito, Sintonia também está na Netflix.

Cria do 15 assume assassinato que não cometeu — facção PCC

Nada é tão simples como pode parecer no caso do “Cria do 15 assume assassinato”, mas também não é tão complexo como vou demonstrar.

Ratinho, Cria do 15 assume assassinato de assessor de deputado e líder comunitário

Trago hoje um crime onde um Cria do 15 assume assassinato de um assessor de deputado federal da bancada evangélica.

Francesco Guerra pediu que eu resgatasse essa antiga história que aqui contei em 16 de março de 2017.

Primeiro eu conto o caso como hoje contaria, e na segunda parte coloco o texto original de 2017 com detalhes que hoje eu omito.

O Caso “Cria do 15 assume assassinato”: Estupro, Morte, Política e a Culpa Forjada

Meu caro “Frans do +39”,

Estou relendo um caso bastante complexo e intrincado que pode te interessar que envolve uma série de personagens desonestos e desesperados em busca de vantagens.

Tudo começa com um indivíduo conhecido como Rodrigo, que era líder comunitário, presidente da Associação dos Moradores da Cidade Nova, e ex-assessor do Deputado Missionário José Olímpio.

Mas além de ser essa figura pública admirada também era armeiro da poderosa organização criminal Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533).

Rodrigo teria cometido um crime terrível ao estuprar “Gabi”, uma garota de 13 anos, durante uma festa regada à álcool e drogas em sua mansão.

Por esse crime ele seria condenado à morte pelo próprio PCC que não tolera esse tipo de atitude.

6 Item:

O comando não admite entre seus integrantes, estupradores, pedófilos, caguetas, aqueles que extorquem, invejam, e caluniam, e os que não respeitam a ética do crime.

Estatuto do Primeiro Comando da Capital — PCC 1533

No entanto, ninguém é condenado no Tribunal do Crime sem ter tido o direito a se defender.

13. Decreto:

Para confirmar um decreto a Sintonia tem que analisar com cautela, por se tratar de uma situação de vida.

Tem situações que é claro o decreto, como traição, abandono as demais situações como mão na cumbuca, caguetagem e estupros, a Sintonia analisa num contexto geral.

Quando um decretado chegar em uma quebrada nossa tem que ser cobrado de bate pronto.

Dicionário do PCC 1533 — Regimento Disciplinar 45 ítens

Pressionada a polícia alguém assume o assassinato

A situação se complica ainda mais quando o Inspetor Moacir Cova é pressionado pela imprensa e por políticos a encontrar um culpado pelo crime.

O Inspetor avisa ao Mundo do Crime que a organização criminosa irá sofrer as consequências se o caso não for esclarecido.

Nesse contexto, a polícia consegue prender um indivíduo chamado “Ratinho RT”, que assume o crime perante o Investigador e o Delegado de Polícia.

Mas qual teria sido a culpa de Ratinho RT?

No entanto, durante o julgamento, o advogado de defesa de Ratinho RT argumentou que ele não foi o responsável pelo crime.

Ele teria sido forçado a assumir a culpa pelo PCC a troco de moral na facção, vantagens para a família e perdão de dívidas.

Ninguém é obrigado a nada pela lei da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, por isso ele teria que aceitar a tarefa.

Agora, o caso se torna ainda mais complicado, já que é necessário determinar a verdadeira identidade do criminoso e o grau de culpa de Ratinho.

Detalhes que podem não ser só detalhes

Eles passaram pelas câmeras de monitoramento às 20:16 e voltaram depois de chegar ao local do julgamento, ouvir o acusado, e executá-lo em menos de dez minutos.

Ata do Tribunal do Júri de Itu

“Eles passaram” — Ratinho não sabe dirigir e a câmera de monitoramento do “portal da cidade” prova que ele estava no banco do passageiro.

Quem pode garantir que o homen que dirigia o carro não foi quem puxou o gatilho?

Ratinho afirma que: foi ele que decidiu executar, que atirou, e que não sabe quem dirigia o carro.

Segundo as regras do Primeiro Comando da Capital, para um sujeito ser executado deve passar pelo Tribunal do Crime com direito a defesa e contraditório.

O assessor acreditou que seria inocentado

Rodrigo seguiu com Ratinho e com o outro indivíduo por vontade própria. Ele tinha certeza que era inocente e acreditava que podia provar.

O assessor de deputado e armeiro do PCC nunca negou que conhecia e tinha relacionamento com a menina e todos ali tinham relações sexuais com ela.

Gabi teria acusado Rodrigo porque ele se recusou a se relacionar com ela, uma amiga da garota que estava naquela noite com ela confirma isso.

O Promotor de Justiça não negou que Ratinho RT foi obrigado pela organização criminosa a assumir o crime, mas afirma que ele cometeu realmente o crime, e teve que se entregar porque não deu o direito de defesa à Rodrigo durante o Tribunal do Crime.

Em um mundo de certezas só restam dúvidas

Meu caro “Franz do +39”

Como um articulista que preza pela lógica e pelo raciocínio dedutivo, estou ansioso para ver você mergulhar mais fundo nesse caso e descobrir a verdade por trás desses eventos.

No entanto, eu temo que haja muitas camadas de engano e subterfúgio que devem ser desvendadas antes que possamos descobrir a verdadeira identidade do culpado.

Resta agora a nós, meu amigo, reunir todas as informações que temos sobre esse caso e analisá-las com cuidado, para que possamos finalmente trazer a justiça que a vítima merece.

E como pode ver, meu caro Franz, um líder comunitário e assessor de um deputado federal da Bancada Evangélica, defensor da tradicional família brasileira e dos cidadãos de bem, dava uma festa em uma mansão regada a bebidas e drogas e nenhum político foi mencionado durante o julgamento.

Atenciosamente,

Wagner do Site

História como publiquei em 16 de março de 2017

Júri condena preso por não cumprir regra do PCC

Se Ratinho RT (Bruno Augusto Ramos) cumpriu a regra do Primeiro Comando da Capital de “sumariar” o acusado Rodrigo antes de executá-lo, eu não sei.

Mas esse foi o foco do debate entre o advogado de defesa e a Promotoria de Justiça, no caso do assassinato de Rodrigo Teixeira Lima.

Rodrigo é líder comunitário, presidente da Associação dos Moradores da Cidade Nova, e ex-assessor do Deputado Missionário José Olímpio.

Cria do 15 assume assassintato: abandonando as ilusões

Graham Denyer Willis em seu livro “The Killing Consensus: Police, Organized Crime, and the Regulation of Life and Death in Urban Brazil” nos convida a abandonar nossas ilusões.

Segundo ele, devemos enfrentar o fato que policiais e facções criminosas mantêm uma normalidade dentro de nossa sociedade.

Existem mecanismos de justiças que não apenas são conhecidos, mas reconhecidos e parcialmente aceitos pela sociedade.

O Cria do 15 assume assinato e foi condenado a 18 anos de prisão, mas restou a dúvida: ele realmente executou a vítima?

Mas o que mais se discutiu no Tribunal do Júri foi se cumpriu as regras da facção Primeiro Comando da Capital ao cumprir a execução.

Os fatos como foram apresentados no Tribunal do Júri:

Gabi, uma garota de 13 ou 14 anos, “ficou” com o Rodrigo em uma das muitas festas que ele promovia e onde álcool e drogas circulavam em abundância, mas ele não estava afim dela e a “chutou para fora”.

Ela também se relacionava com um irmão da facção chamado Zóio da Cidade Nova em Itu, e como não aceitou ter sido desprezada por Rodrigo contaminou Zóio dizendo que tinha sido estuprada.

Zóio teria cuidado ele mesmo, mas foi morto em troca de tiros com a polícia…

… mas o veneno já estava no ar, na boca do povo, e nas redes sociais, daí alguém pediu providência ao Comando para aplicar a Lei do Crime que pune com a morte estupradores.

No entanto, o acusado deve ser “sumariado”, isto é ouvido e julgado pelo Tribunal do Crime, não pode ser uma decisão individual de um integrante.

Foi decidido que Ratinho RT ia “sumariar” Rodrigo e se o Tribunal do Crime decidisse ele seria executado.

Gabi comemora o assassinato de Rodrigo

Quando Rodrigo morreu Gabi comemorou nas redes sociais, mas depois caiu a ficha e viu a besteira que tinha feito.

Ela sabia a caca que fez , é mil vezes certeza que ela não foi estuprada.

palavras do Investigador de Polícia Moacir Cova

Não tinha cabimento o que ela dizia: com ela tinha uma amiga que não quis ficar com o Rodrigo e foi embora e ele não impediu.

Gabi ficou porque quis na casa dele, e lá ele teve todas as chances possíveis de fazer com ela o que quisesse e nada fez.

Ela disse que ele tentou a estuprar no carro quando estava a levando embora, o que não tem lógica.

Outra coisa que chamou a atenção é que o Rodrigo em nenhum momento negou que tivesse ficado com ela e sequer negou o relacionamento.

Rodrigo estranhou que falassem em estupro e confiou que indo dar a sua versão para o Tribunal do Primeiro Comando da Capital tudo ficaria esclarecido.

Não houve julgamento, houve execução

Pelo que os policiais apuraram no caso, Rodrigo não teve tempo de se defender.

Eles passaram pelas câmeras de monitoramento às 20:16 e voltaram depois de chegar ao local do julgamento, ouvir o acusado, e executá-lo em menos de dez minutos.

O companheiro que estava dirigindo declarou que depois que Ratinho e Rodrigo desceram do carro foi o tempo dele manobrar o carro e o cara já estava morto.

Ratinho é um molecão novo querendo subir rápido no Partido. Essa morte tinha que acontecer para ele ser respeitado e parecer poderoso no bairro e no crime.

contou o Investigador Moacir Cova

Quando o Cria do 15 assume assassinato ele ganha respeiro na facção, mas leva de lambuja uma pena de 18 anos pelo assassinato e mais 8 por tráfico de drogas.

Bolívia como Santuário do Cartel de Drogas PCC 1533

Cartel de Drogas PCC: reportagem afirma que a Bolívia se tornou um reduto de PCCs foragidos do Brasil.

Cartel de drogas PCC na Bolívia

Integrantes do Cartel de Drogas PCC investem em joias, clínicas, restaurantes, fazendas, entre outros, e caminham com segurança pelas ruas de Santa Cruz, que se tornou o centro de poder do grupo.

Uma reportagem revelando que a Bolívia se tornou nos últimos anos o santuário do Narcosul, o cartel de drogas do temível Primeiro Comando da Capital (PCC).

Em extensa reportagem, o jornal brasileiro aponta que Narcosul é o nome dado por especialistas da Polícia Federal (PF) brasileira ao cartel que reúne representantes do PCC e seus associados no tráfico internacional de drogas.

O narcotráfico está ganhando esta batalha contra o Estado, demonstrando supremacia no controle do território (…) Esses cartéis de drogas são organizados no exterior por grupos como Los Chapitos (um grupo de narcotraficantes do México), o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupos combinados com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, claro, eles têm equipamentos e armas de melhor qualidade do que as forças de ordem.

coronel do Exército da Bolívia Jorge Santistevan

A reportagem indica que de Santa Cruz os traficantes brasileiros viajam de avião e helicóptero para passar férias nas praias nordestinas, onde fecham contratos milionários de drogas, famílias da máfia calabresa ‘Ndrangheta, a mais poderosa organização criminosa. Itália, que concentra 40% do narcotráfico da Europa.

A Bolívia ainda é refúgio de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, outro investigado na Operação Tubarões.

Tuta era adido comercial do consulado de Moçambique em Belo Horizonte e é apontado pela inteligência prisional como chefe da facção nas ruas.

O país africano era destino de um carregamento de 5 toneladas de cocaína que a PF surpreendeu no último dia 5, no porto do Rio. Escondido em caixas de sabão em pó, o carregamento foi a maior apreensão da história do Rio de Janeiro.

A facção PCC manda parar a briga entre as torcidas organizadas

Briga entre torcidas organizadas de futebol: a organização Primeiro Comando da Capital PCC 1533 ainda não usou a força que já possui.

Briga entre torcidas e a polícia

No claustrofóbico interior do vagão de metrô, meus olhos eram testemunhas involuntárias da dança violenta das torcidas rivais na plataforma da Linha Verde:

O concerto amargo de punhos e ofensas ressoava pelo compartimento, impondo seu silêncio brutal aos demais passageiros.

Jovens protagonistas de duas torcidas encenavam um espetáculo de brutalidade insana.

Os grupos rivais, equiparados em sua determinação feroz, trocavam golpes impiedosos, cada ação impulsionada pela única intenção de derrubar o adversário.

Porém, a chegada abrupta da polícia e dos seguranças do metrô, com o claro objetivo de dissipar o caos, causou uma guinada na narrativa.

Ao invés de findar o confronto, a presença das forças de segurança pareceu forjar uma inusitada aliança entre os grupos oponentes, que agora se voltavam contra os recém-chegados com uma ferocidade redobrada.

Os agentes da lei, originalmente destinados a enfrentar duas facções rivais, agora se viam diante de um sólido grupo hostil, determinado e unificado.

No confinamento do vagão de metrô, havia assistido a um tumulto de torcidas, agora era testemunha da insólita pacificação de eternos antagonistas e da sua aliança contra a autoridade estatal e suas forças coercitivas.

PCC: O Mandante por Trás das Torcidas Organizadas

Os tais “cidadãos respeitáveis” parecem estar presos em um ciclo de erros, sem tirar lições dos próprios deslizes.

Falharam em 1991, quando se mantiveram indiferentes aos confrontos mortais entre facções rivais dentro das prisões – o pavio que desencadeou o Massacre do Carandiru.

Erraram novamente em 1993, ao aplaudirem as decapitações no presídio do Piranhão – um estopim para a criação do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O erro persiste na atualidade, onde a visão miópica falha em perceber que o PCC não apenas dita ordens às torcidas organizadas, mas que as torcidas organizadas são, na verdade, uma extensão do PCC.

Esta não é uma condenação moral ou crítica, mas a pura constatação de que as torcidas organizadas consistem, na maioria, de jovens marginalizados, prontos para se rebelar contra a opressão do Estado e suas forças de segurança.

Isso foi o que relatei em 2012, embora com um maior número de palavras. E é isso que reitero hoje:

Os supostos “cidadãos de bem” parecem ter uma dificuldade crônica em aprender com os próprios erros.

Artigo original publicado em 3 de abril de 2012:

Arthur Conan Doyle e a briga entre torcidas

Arthur Conan Doyle me alertou nos idos de 1993 sobre algo que estava me passando despercebido — ele me acusa de ser muito pouco observador.

Ao assistir pela TV presos jogando futebol com a cabeça de outros presos em um presídio do interior de São Paulo eu fiquei abismado!

Em 31 de agosto de 1993 no Piranhão (Casa de Custódia de Taubaté) jogadores do time “Partido do Crime da Capital — PCC” decapitaram os adversários…

… e foi assim, sem jogadores vivos, que o “Partido Caipira” foi eliminado do campeonato daquele ano e o Brasil nunca mais foi o mesmo.

Como quase todas as pessoas, fiquei revoltado com aquela loucura, mas Arthur que assistia ao meu lado não!

Ele ficou ali, sem falar nada como se nada tivesse acontecido.

Ele viu em 1933 o que eu só vejo hoje

Aceito que não é o gênio que eu acho que é, e sei que cometeu muitos erros, mas ainda acho que ele é um gênio.

Portanto, entenderei as restrições que você possa colocar, mas você não tem como negar que ele vê coisas antes das outras pessoas.

Naquela noite histórica de 31 de agosto de 1993, quando finalmente desliguei a televisão, Arthur simplesmente disse:

O mundo está cheio de coisas óbvias, que ninguém, em momento algum, observa! E aí está uma delas.

Eu não vi nada de oculto por trás do horror que é  um jogo de futebol que termina em sangue! — Arthur às vezes fala merda.

Juntando os pontos

Resolvi dar uma desculpa e ir embora, Arthur é que era a visita em minha casa e não parecia que iria embora tão cedo!

No entanto, passados anos, vejo que ele viu o que eu não vi.

Em dezembro de 2010 quando outra revolução política começou em uma briga de futebol e então vi o óbvio que Arthur viu em 1993.

A Primavera Árabe: regra, não foi exceção

Rodrigo Vianna lembra que as torcidas organizadas surgiram na América Latina nos anos 70 e se enraizaram na sociedade.

Esses grupos sociais são compostos na maioria por jovens na faixa dos 20 aos 30 anos de idade.

Meu amigo dizia que “ao eliminar o impossível, o que sobraria, por mais incrível que parecesse seria a verdade”, então, jogos de futebol tem um grande poder revolucionário.

Jovens, futebol, Piranhão e revolução

Geleião tinha 32 anos quando no dia do jogo no Piranhão. Marcola que não estava no jogo mas participou do movimento tinha 25 anos.

Pode se dizer que os fundadores do PCC foram os oito integrantes do time de futebol e todos jovens na faixa dos 20 aos 30:

  • Misael Aparecido da Silva, o Misa;
  • Wander Eduardo Ferreira, o Eduardo Cara Gorda;
  • Antonio Carlos Roberto da Paixão, o Paixão;
  • Isaías Moreira do Nascimento, o Isaías Esquisito;
  • Ademar dos Santos, o Dafé;
  • Antônio Carlos dos Santos, o Bicho Feio;
  • César Augusto Roris da Silva, o Cesinha; e
  • José Márcio Felício, o Geleião.

Todos, além de jovens, viviam isolados dentro do mundo que eles mesmos construíram por terem sido levados pela sociedade a criar.

Assim, foram os fundadores do Primeiro Comando da Capital, e assim é com os jovens das torcidas organizadas hoje.

PCC nascido do sangue no Piranhão

Faltou  imaginação à mim quando houve o banho de sangue no Piranhão, ou eu teria visto o potencial de tudo o que estava começando.

Olhar apenas na superfície me impediu de ver que naquele momento nascia a maior organização criminosa da América Latina, mas Arthur viu.

A falta de imaginação nos transforma em bichos que apenas observam e agem, sem se questionar e perceber as consequências do que vemos ou fazemos.

Assim, em 1991, policiais militares de São Paulo com idade entre 20 e 30 anos mataram 111 no Carandiru, plantando as sementes da facção PCC.

Assim, em 1993, criminosos do Piranhão com idade entre 20 e 30 anos decapitaram um inimigo, regando com sangue as sementes da facção PCC.

Assim, em 2010, jovens egípcios com idade entre 20 e 30 anos se revoltam contra o sistema político opressor, iniciando a Primavera Árabe.

Assim, hoje ao proibir briga entre as torcidas organizadas a organização criminosa está plantando para o futuro.

O PCC, os jovens e seu espírito revolucionário

Lá assim como aqui as torcidas organizadas e as organizações criminosas tem em sua maioria jovens  com até de vinte e cinco anos de idade.

Jovens de periferia que contestam a força repressora do Estado e sua polícia, que desprezam a corrupção política e a exclusão social.

Arthur não estava olhando para mim, sorte, pois detesto quando ele percebe que eu fico sem argumentos e não tenho como refutá-lo.

Sem dúvida, tanto o Primeiro Comando da Capital, quanto às torcidas organizadas tem o mesmo perfil: jovens entre 20 e 30 anos da periferia.

PCC e as torcidas organizadas

Haveria razão para que a maior organização criminosa da América Latina se infiltrasse nas torcidas?

Optei não mais conversar com Arthur a este respeito, pois sei que ele sempre diz que é um erro terrível teorizar antes de termos informação.

Principalmente por que o homem tem essa característica, a de se achar especialista em tudo, quando na realidade sua especialidade é apenas a omnisciência.

O tempo passou e agora devo novamente procurar Arthur e me desculpar, pois o respeitado jornalista Ricardo Perrone garantiu que o grupo criminoso PCC repreendeu a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde pela morte dos dois palmeirenses, o que confirma a influência da facção sobre as organizadas.

A pacificação do PCC nas ruas

Aqui em Itu, por muito tempo, a Avenida da Paz Universal esteve em paz graças a uma determinação dos traficantes ligados ao PCC para que não houvesse armas, brigas ou mortes, pois chamariam a atenção da polícia, criando situações de confronto que não interessavam aos negócios.

Ao falar hoje com meu amigo ele me explicou o último ponto de sua linha de raciocínio:

A razão. Ela não existe. Não existe razão para que o PCC influencie e domine as torcidas organizadas, mas ela existe pela própria natureza das duas culturas: a conta-cultura criminosa difundida pelas facções, e a cultura do futebol.

Ambas acéfalas, existem lideranças, mas sua base se move por vontade própria de modo pouco estruturado.

A tentativa das mídias sociais como a TV e o rádio de criar um clima familiar na torcida, é artificial.

Campos de futebol é o lugar onde milhares de cidadãos gritam “Filha da Puta Vai Se Fudê” e quebram as amarras sociais.

A facção ainda não optou por usar a força que já possui:

O próximo levante da facção criminosa, ao contrário do que se espera, deverá ocorrer usando esta reserva poderosa e inesperada, não para derrubar o governo, mas para conquistar ainda mais espaço.

Veremos duas torcidas brigando e quando houver intervenção policial se unirem contra o inimigo comum: a polícia.

Ao chegar a este ponto, razões justas serão postas: a excessiva repressão policial, corrupção na política e no esporte, desigualdade social…

O governo negará que as facções criminosas determinaram o fim das brigas, mas por trás das câmeras lhes darão mais regalias.

Os policiais serão punidos como bodes expiatórios.

As mídias sociais, todas elas, faturam horrores com o caso, e a população ficará entretida por algum tempo.

First Command of the Capital is most successful criminal organization

Neste minidocumentário em Inglês apresentando a formação, funcionamento e economia do Primeiro Comando da Capital (PCC),

This is Gangs of Brazil Episode 3.

In this mini-documentary we discuss the formation, operations and economics of Primeiro Comando da Capital (PCC), or the First Command of the Capital. Established in 1993. This is Brazil’s Largest and most successful criminal organization.

Guidebook of the First Command of the Capital — Brazilian criminal organization PCC 15.3.3

Internal Rules of First Command of the Capital — Brazil’s criminal group PCC

Statute of the First Command of the Capital — Brazilian gang PCC 15.3.3

‘Ndrangheta e o PCC 1533 — correntes de alianças

‘Ndrangheta e o PCC não são apenas organizações criminosas, mas cernes de federações que incluem vários grupos e facções criminosas.

‘Ndrangheta e o PCC — fabricantes de alianças

A ‘Ndrangheta e o PCC (Primeiro Comando da Capital) são duas organizações criminosas com origens e pensamento muito distintos.

Além das diferenças das culturas organizacionais e de suas bases, tem origens em países diferentes e operando em continentes diferentes.

A ‘Ndrangheta é uma organização criminosa com sede na região italiana da Calábria, enquanto o PCC fica na região sudeste do Brasil.

Embora as duas organizações sejam distintas e operem em diferentes partes do mundo, elas estabeleceram conexões e colaborações em atividades criminosas, como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A parceria entre a ‘Ndrangheta e do PCC nos últimos anos levou toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa.

‘Ndrangueta e PCC como federação de criminosos

Além disso, ambas as organizações são consideradas entre as maiores e mais poderosas do mundo, o que sugere que, mesmo sem estabelecer uma conexão direta, podem ter influência mútua indireta em atividades criminosas em todo o mundo.

A Agência Latinapress destaca o leque de alianças da organização mafiosa ‘Ndrangheta na América Latina, o que lembra muito o método de aliciamento de aliados da facção PCC:

Nos últimos anos, a ‘Ndrangheta esteve ligada a vários grupos criminosos na América Latina, disse Sergi.

Entre eles estão o grupo paramilitar colombiano Los Urabeños, mais conhecido como Clã do Golfo, facção Primeiro Comando da Capital Brasileira (PCC), e também grupos criminosos como os cartéis de Cali e Medellín, Los Zetas do México e as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (FARC).

Ndrangheta mit zahlreichen kriminellen Gruppen in Lateinamerika in Verbindung gebracht worden. Dazu gehören die des brasilianischen Ersten Hauptstadtkommandos (PCC)

‘Ndrangheta e o PCC, a aliança criminosa internacional que inunda a Europa com cocaína

Yuri Neves e Monica Betancur → InSight Crime – Investigation and Analysis of Organized Crime

As recentes capturas de dois membros da ‘Ndrangheta, em São Paulo, revelaram mais uma vez a proximidade entre a máfia italiana e o PCC brasileiro, dois dos grupos criminosos mais poderosos do mundo.

Em 8 de julho, a Polícia Federal do Brasil prendeu Nicola e Patrick Assisi em São Paulo por suspeita de tráfico de drogas.

Nicola Assis é supostamente o principal contato da ‘Ndrangheta na América do Sul e trabalhou com o grupo brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC) para introduzir a cocaína na Europa, segundo pesquisa publicada no jornal Expresso.

Os corretores da máfia são tão poderosos que lidam diretamente com o PCC. Traficando da Colômbia, da Bolívia e do Peru, passando pelo Paraguai como rota de trânsito.

Zully Rolón, ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai

Unir para crescer no mundo do crime

A parceria entre as duas organizações criminosas possibilitou que a ‘Ndrangheta passasse a hegemonia do tráfico de drogas da América para a Europa com o dominando 80% do fluxo. — Última Hora

Essas prisões não são mais do que os mais recentes indícios de que os dois grupos coordenam de perto suas atividades de tráfico de drogas.

Uma investigação policial constatou que o chefe do clã Pelle de la ‘Ndrangheta, Domenico Pelle, viajou a São Paulo pelo menos duas vezes entre 2016 e 2017.

Durante esse período, acredita-se que ele tenha se encontrado com Gilberto Aparecido dos Santos, também conhecido como Fuminho, o mão direita do líder preso do PCC Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola.

Fuminho foi durante anos, um dos criminosos mais procurados no Brasil e acredita-se que coordena as remessas internacionais de cocaína da Bolívia para o PCC.

O Marcola era homicida, sequestrador, roubava banco, não tinha nada a ver com a facção, mas é um homem articulado.

E quando ele foi levado para o presídio de Tremembé [no interior de SP] começa a conversar com os últimos presos políticos no sistema prisional e aprende com eles sobre como estruturar o tráfico, a gerenciar como uma empresa, ao mesmo tempo em que vende internamente para os detentos a ideia de uma irmandade revolucionária.

desembargadora Ivana David

As apreensões como ferramenta de pesquisa

Enquanto isso, no primeiro semestre de 2019, as apreensões de drogas no Brasil aumentaram mais de 90%.

Grande parte dessa cocaína se dirigia para a Europa, onde a ‘Ndrangheta controla as rotas de tráfego em grande parte do continente.

Sobre um fundo azul o símbolo das duas organizações criminosas: Primeiro Comando da Capital e 'Ndrangheta

Análise da organização InSight Crime:

Uma união de conveniência entre a ‘Ndrangheta e o PCC para contrabandear narcóticos do Brasil para a Europa foi consumada.

Cada grupo controla um ponto no fluxo de cocaína, o que não representa risco para a contraparte.

Nos últimos anos, o PCC tem trabalhado para dominar redes de entrada ilegal e centros de transporte no Brasil e nos países vizinhos.

Essa extensa rede de logística transformou-os no principal aliado criminoso de organizações estrangeiras que procuram tirar cocaína do Brasil.

Por seu turno, o ‘Ndrangheta tem controle do movimento de cocaína para os consumidores no continente europeu.

O caso do Aeroporto de Guarulhos

Um dos esquemas, tinha como base as esteiras do Terminal do Aeroporto de Guarulhos:

…as bolsas seguiam pelas esteiras rolantes até a área restrita, onde funcionários aliciados pelo Primeiro Comando da Capital recebiam dos comparsas as fotos com as imagens das malas recheadas com drogas, e as embarcavam para Portugal, França e Holanda, na Europa, e também para Johannesburgo, na África do Sul.

A expansão do PCC inclui incursões na Bolívia, onde o grupo pode comprar cocaína diretamente dos produtores daquele país, segundo a Americas Quarterly.

Desvendando a rota

Fontes policiais no Brasil, falando sob condição de anonimato, disseram à InSight Crime que Fuminho está desempenhando um papel crucial na presença do PCC na Bolívia.

Então, a cocaína é transferida para o Paraguai, um destino importante para mercadorias ilegais sob cujo controle o PCC travou uma dura batalha .

Do Paraguai, o grupo direciona a cocaína para cidades brasileiras de fronteira, como Ponta Porã e Foz do Iguaçu, segundo uma investigação do UOL.

No entanto, fontes consultadas pela InSight Crime revelaram que Foz do Iguaçu foi em grande parte substituída por outros cruzamentos, especialmente pequenos atrelados entre Ponta Porã, no estado do Mato Grosso do Sul, e Guaíra, no estado do Paraná, onde há menos segurança. .

O caso do Porto de Santos

A droga é então transferida para o interior do país e, finalmente, para o porto de Santos (22,7 toneladas de cocaína apreendidas em 2018), Paranaguá (4,3 toneladas) e Itajaí (0,46 toneladas) no sudeste do Brasil.

O porto de Santos é um dos maiores centros portuários de toda a América Latina e um importante canal de narcóticos para a Europa.

Em 2019, cerca de metade das apreensões de drogas foram realizadas neste porto, onde o PCC controla o fluxo de narcóticos.

Nenhum outro grupo criminoso no Brasil conseguiu uma rede logística que cubra toda a região, o que permite ao grupo controlar o movimento e a venda de cocaína para organizações estrangeiras, como a ‘Ndrangheta.

Os italianos na coordenação internacional

A máfia italiana opera no Brasil desde pelo menos os anos oitenta, segundo a Polícia Europeia.

Naquela década, o clã Morabito de ‘Ndrangheta, dirigido por Giuseppe Morabito, coordenava as remessas de drogas de São Paulo para a cidade italiana de Milão.

O jurista Walter Fanganiello Maierovitch em seu livro “Máfia, poder e antimáfia: um olhar pessoal sobre uma longa e sangrenta história”, relaciona o poder do Estado, da política e da economia em meio à atuação da máfia italiana e como esse modelo influenciou as organizações pré-mafiosas da América Latina, como a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e as milícias.

“Acho que elas são piores do que as facções. No caso da facção fica muito claro quem é o bandido e quem o mocinho, a milícia transita entre o Estado e o crime, o que é bem pior.”

desembargadora Ivana David

Uma extensa cadeia criminosa

Agora, o grupo tem cúmplices em toda a Europa, com a capacidade de descarregar drogas em portos de importância crucial, como Antuérpia, Hamburgo e Roterdã.

Quando os carregamentos chegam, o ‘Ndrangheta trabalha com traficantes italianos , que transportam os narcóticos para uma distribuição mais ampla em toda a Europa.

Embora ambos os grupos tenham outras fontes de renda, esse canal transnacional desempenhou um papel importante no sucesso e expansão de cada um dos grupos.

O crescimento exponencial do PCC

Documentos apreendidos pelas autoridades em 2018 mostraram que a renda anual dos grupos poderia chegar a US$ 200 milhões.

Os documentos também revelaram que as afiliadas do grupo em todo o Brasil e outros países se multiplicaram, passando de pouco mais de 3.000 em 2014 para mais de 20.000 em 2018.

Ter um fluxo contínuo de cocaína do Brasil também tem sido crucial para a ‘Ndrangheta.

O grupo pode controlar até 80% de toda a cocaína que entra na Europa, a principal fonte dos enormes ganhos criminosos do grupo, estimados em US$ 60 bilhões por ano, comparável ao PIB da Croácia ou da Bulgária, segundo a CNN.

Contratar matador de aluguel do PCC ou assassino do PCC

Este artigo aborda os riscos de contratar supostos matadores de aluguel do PCC e como evitar golpes relacionados. Serão discutidas histórias reais de pessoas enganadas e as ações adequadas a serem tomadas em caso de suspeita de uso indevido do nome da facção.

Matador de aluguel: precauções e riscos

Ao considerar contratar um matador de aluguel, é importante lembrar que muitos golpistas se aproveitam do nome do Primeiro Comando da Capital, a facção PCC 1533.

Aqui, neste site, aproximadamente 25% dos contatos são de pessoas buscando um matador de aluguel. No entanto, contratar um através de um site pode levar a ser vítima de extorsão.

Perfil dos matadores de aluguel do PCC

Os matadores de aluguel, também chamados de “pistoleiros”, são membros ou associados do PCC 1533 contratados para realizar assassinatos. Frequentemente, esses crimes são motivados por disputas internas, vingança ou retaliação. Esses matadores são temidos por sua rapidez, precisão e brutalidade.

Histórias de golpes envolvendo o PCC

É comum o uso indevido do nome do Primeiro Comando da Capital em golpes. Assim como Aline, muitos já foram enganados. Por isso, é importante sempre estar alerta. Ninguém cai em um golpe intencionalmente, e todos nós somos suscetíveis a erros e armadilhas.

Cuidado, não se engane, muitos utilizam o nome da facção para enganar, mas aí, Ricardo Araújo Pereira me mostrou o absurdo que seria isso.

Casos reais de golpes e armadilhas

Para ilustrar a realidade desses golpes, compartilharemos dois casos. Um narrado por Aline e outro testemunhado pessoalmente. Em ambos, o nome da facção paulista foi usado para impor força e respeito, mostrando a importância de se manter atento e cuidadoso ao lidar com essa questão.

O falso matador do PCC 1533

Matador de aluguel: A história de Aline

Aline decidiu eliminar alguém que a ameaçava e, sem envolvimento no crime, procurou um matador profissional no Google. O primeiro resultado foi um site chamado matadordealuguelprofissional.tk, que oferecia o serviço por R$5.000 com garantia de anonimato. Apesar de parecer um golpe óbvio, é importante lembrar que todos nós podemos ser enganados de diferentes maneiras.

A relação entre golpes e a facção PCC

Muitas pessoas acreditam que podem usar a força do PCC para se vingar após caírem em golpes. No entanto, não é assim que funciona. Ninguém neste site possui ligação com a facção paulista, e mesmo que tivessem, o Dicionário do PCC estabelece punições apenas para membros que utilizam inadequadamente o nome da organização.

33. Mau exemplo:

Fica caracterizado quando o integrante foge do que rege a nossa disciplina, não passando uma imagem nítida da organização, quando se coloca como faccionário diante da massa, desrespeitando e agindo totalmente oposto ao que é pregado pela facção.

Punição: exclusão e fica sendo analisado pela irmandade local e pela Sintonia.

Regimento Disciplinar do Primeiro Comando da Capital

O artigo 33 do Dicionário do PCC descreve a punição para membros que desrespeitam a organização, mas essa regra não se aplica a golpistas não afiliados. Portanto, o PCC não se envolverá nesse tipo de questão. Aline também não recorrerá à polícia, já que pagou por um assassinato não realizado.

Golpes e consequências

Assim, o site fraudulento continuará ativo, hospedado em um provedor na Oceania, e vítimas desavisadas continuarão depositando dinheiro na conta do golpista em uma agência do Itaú na Avenida Paulista. A história de Aline serve como alerta para todos que buscam matadores de aluguel e os perigos envolvidos nessa escolha.

paraguai maravilhoso mundo das compras pcc

Matador de aluguel: Viagem ao Paraguai

Aventura no Paraguai

Há alguns anos, um conhecido fechou um negócio lucrativo no Paraguai, e ansioso, compartilhou comigo. Cético, comecei a questionar a situação. Em setembro do ano passado, iniciei minha viagem rumo a Foz do Iguaçu, ansioso para ver as cachoeiras.

Desfrutando da jornada

No caminho, parei em Maringá, perto da Catedral, para almoçar e aproveitar o passeio. Se tudo ocorresse conforme o planejado, o conhecido chegaria a Foz de avião no mesmo dia e ficaria no mesmo hotel que eu.

Monitoramento e precauções

Embora não tivéssemos contato direto em Foz, já estava rastreando seu aparelho há dois dias. Os fornecedores buscariam meu conhecido no hotel e o levariam a algum lugar em Pedro Juan Caballero. Minha função era segui-lo à distância e, se necessário, tentar garantir sua segurança neste mundo perigoso.

Compras de armas e drogas no Paraguai PCC

Matador de aluguel: Todos nós somos enganados

As armadilhas da vida

Após almoçar em Maringá, soube que a operação havia sido cancelada. Wagner Amantino Maciel, um importante membro da facção, foi encontrado morto após uma emboscada no Paraguai. Se até ele, envolvido em complexas operações do Primeiro Comando da Capital, foi traído, quem somos nós para escapar?

Lições de ingenuidade e traição

Aline agiu ingenuamente ao contratar um matador de aluguel pela internet. Quem burla a lei, como Wagner, pode ser enganado e morto. Acreditamos na lei do retorno, mas somos todos iludidos por políticos a cada dois anos. Roubados e vitimados pela criminalidade e falta de serviços básicos, enfrentamos um mundo cruel.

Ricardo de Araújo Pereira ser enganado pcc 1533

A lista de Ricardo Araújo Pereira

O cronista da Folha, Ricardo Araújo Pereira, menciona alguns motivos pelos quais não se deve aconselhar calma a quem a perdeu. Eu não vou deturpar suas palavras, mas vou usá-las para mostrar por que não devo dizer que você não deve acreditar em alguém que se diz PCC:

  1. Cair em um blefe não depende de nossa vontade. Raramente acreditamos em um golpe porque queremos. “Vou ser enganado agora, que legal” ou “eu vou fazer um grande negócio, parece até enganação, vou arriscar só para conferir”. Não é a razão que estará no comando da pessoa, mas sim a emoção, e meus argumentos não têm o poder de influir nas decisões emocionais de ninguém.
  2. A pessoa que recomenda o cuidado se sente superior àquela que está sendo aconselhada e, no geral, nem se dá conta das inúmeras vezes em que foi enganada em sua vida.
  3. É fácil dizer a alguém que é um absurdo comprar drogas e armas de um novo fornecedor ou contratar um matador de aluguel pela internet quando não se tem uma ameaça à sua vida ou à de seus familiares, no aconchego do lar e lendo um texto na internet. Só quem já passou por momentos de desespero, nos quais a razão se cala diante da emoção, pode julgar os desafortunados.
  4. Existem alguns cartazes dizendo que se deve tomar cuidado, mas “nenhum conselho digno de ser seguido é formulado num meme”.

Ah! Antes que me esqueça, o acordo com aquele fornecedor de Pedro Juan Caballero, com quem meu colega deixou de fazer negócios, não era uma armadilha. Outro conhecido se arriscou mais e acabou fazendo bons negócios ― até que a casa caiu por outros motivos.