ChatGPT fala sobre a facção PCC Primeiro Comando da Capital

O que a inteligência artificial pensa sobre o PCC, guerra entre facções, jovens e drogas.

Terceira parte da entrevista com o ChatGPT

Nessa terceira publicação, o ChatGPT sobre a relação da facção PCC com a questão das armas, drogas, jovens e a guerra entre facções.

…. é necessário pensar em estratégias que possam ir além da repressão e abordar outras questões, como prevenção, tratamento de dependentes químicos e políticas públicas de segurança mais eficazes, visando reduzir o poder do crime organizado e melhorar as condições das prisões.

ChatGPT

… a falta de controle de armas no Brasil também pode contribuir para a disponibilidade de armas para o PCC.

ChatGPT

O PCC e os outros grupos criminosos

O que você sabe sobre a guerra entre as facções criminosas no Brasil.

A guerra entre as facções criminosas no Brasil é uma luta constante pelo controle de territórios, tráfico de drogas e outros crimes organizados.

As duas principais facções criminosas no Brasil são a Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) que operam em várias regiões do país e há relatos frequentes de violência e conflitos armados entre elas.

Embora ambas as organizações criminosas sejam muito poderosas e perigosas, é difícil determinar qual delas tem uma vantagem clara sobre a outra, pois a situação é altamente dinâmica e pode mudar rapidamente.

Ambas as facções têm seus próprios pontos fortes e fracos, e é provável que sua capacidade de competir e prosperar dependa de vários fatores, incluindo o ambiente político, econômico e social em que operam.

A situação é agravada pela corrupção e falta de efetividade das forças de segurança, o que permite que as facções criminosas tenham acesso a armas e recursos financeiros.

A guerra entre facções criminosas tem sido uma fonte de preocupação para as autoridades brasileiras e é considerada um dos maiores desafios para a segurança pública no país.

Quais são os grupos, facções, bondes ou gangues que atuam em conjunto como aliados da facção paulista Primeiro Comando da Capital?

(esta resposta eu não publicarei pois o ChatGPT errou redondamente, citando inimigos históricos como o Comando Vermelho, Primeiro Grupo Catarinense e a Família do Norte como aliados, além disso cita grupos que sequer existem)

Quais grupos criminosos internacionais podem ser comparados com o Primeiro Comando da Capital? E por qual razão?

A principal atividade do Primeiro Comando da Capital é o tráfico de drogas, mas também está envolvido em outros crimes, como roubos, sequestros e assassinatos.

O PCC é conhecido por sua hierarquia rígida, disciplina interna, lealdade aos membros e violência extrema contra seus inimigos.

Algumas organizações criminosas que também são conhecidas por suas atividades ilícitas, violência extrema contra seus inimigos, hieraquia rígida e disciplina interna são:

  • Yakuza: uma organização criminosa japonesa que se originou na década de 1600. Seus membros estão envolvidos em diversas atividades ilegais, incluindo tráfico de drogas, jogos de azar, extorsão e prostituição. A Yakuza é conhecida por sua estrutura hierárquica e por suas tatuagens corporais, que são usadas como símbolos de identificação.
  • Cartéis de drogas mexicanos: organizações criminosas que controlam o tráfico de drogas no México e em outros países. Os cartéis são conhecidos por sua violência extrema e seus confrontos com as autoridades. Alguns dos cartéis mais conhecidos incluem o Cartel de Sinaloa, o Cartel de Jalisco Nova Geração e o Cartel de Los Zetas.
  • Máfia italiana: uma organização criminosa que se originou na Itália no final do século XIX. A Máfia está envolvida em várias atividades ilegais, incluindo tráfico de drogas, extorsão, jogos de azar e assassinatos. A organização é conhecida por sua estrutura hierárquica e pela lealdade inabalável dos membros.

Cada um desses grupos criminosos tem sua própria história e características distintas.

No entanto, todos eles estão envolvidos em atividades ilegais e são conhecidos por sua violência extrema e pela ameaça que representam para a sociedade.

A questão das armas

Como a política de facilitação da compra e posse de armas pelo governo Bolsonaro influiu na organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

A política de liberação de armas provavelmente não teve um impacto direto significativo na organização criminosa Primeiro Comando da Capital no Brasil.

Embora o aumento da disponibilidade de armas possa ter contribuído para a escalada da violência em geral, o PCC tem uma estrutura sólida e fontes de financiamento diversificadas, incluindo o tráfico de drogas, extorsão e roubo de cargas, que permitem que a organização mantenha sua posição de poder.

Além disso, o PCC tem uma forte presença em presídios e uma ampla rede de contatos e aliados, o que dificulta a ação das autoridades na luta contra o crime organizado.

Onde a facção PCC consegue suas armas?

A fonte de armas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital é controversa e não há informações precisas disponíveis a esse respeito.

Algumas fontes afirmam que as armas são adquiridas através de compra ilegal no mercado negro, enquanto outras afirmam que são trazidas de outros países através de contrabando.

Além disso, a falta de controle de armas no Brasil também pode contribuir para a disponibilidade de armas para o PCC.

A questão das drogas

A liberação do uso recreativo de drogas teria impacto nos negócios da organização criminosa PCC?

Não há uma resposta definitiva quanto ao impacto da legalização do uso recreativo de drogas sobre a organização criminosa PCC.

Alguns argumentam que a legalização poderia reduzir a demanda por drogas ilegais e, consequentemente, afetar os negócios do PCC.

Outros argumentam que a legalização não afetaria significativamente os negócios do PCC, já que eles se concentram em outros tipos de atividades criminosas, além da venda de drogas.

Além disso, é possível que o PCC simplesmente se adapte ao novo cenário e encontre novos meios de continuar suas atividades criminosas.

O combate às drogas aumenta o número de presos e é nos presídios que o PCC recruta seus integrantes. Qual é o resultado dessa equação?

O combate às drogas pode ter como consequência o aumento do número de prisões, uma vez que muitas das atividades ilegais relacionadas às drogas são consideradas crimes e puníveis com prisão.

Entretanto, a simples prisão de indivíduos envolvidos no tráfico de drogas não é suficiente para solucionar o problema.

O tráfico de drogas é um negócio ilegal que movimenta grandes quantidades de dinheiro e possui uma demanda constante por parte dos consumidores, o que leva a sua continuidade mesmo diante das ações de repressão por parte das autoridades.

A prisão em si não é suficiente para impedir que os indivíduos envolvidos no tráfico de drogas continuem a exercer suas atividades criminosas.

Nos presídios, muitos desses indivíduos têm a oportunidade de se associar a organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital, em busca de proteção e benefícios, como acesso a drogas, telefones celulares e outros privilégios.

Além disso, as condições precárias das prisões, como superlotação, falta de higiene e violência, favorecem a proliferação dessas organizações criminosas.

Dessa forma, a equação resultante do aumento do número de presos devido ao combate às drogas pode favorecer a expansão de organizações criminosas dentro dos presídios, como o PCC, que podem se tornar mais poderosas e influentes.

Isso pode levar a uma maior dificuldade para o controle do crime organizado e a um aumento da violência tanto dentro como fora das prisões.

Portanto, é necessário pensar em estratégias que possam ir além da repressão e abordar outras questões, como prevenção, tratamento de dependentes químicos e políticas públicas de segurança mais eficazes, visando reduzir o poder do crime organizado e melhorar as condições das prisões.

Jovens e a facção PCC

Por que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital desperta tanto interesse pelos jovens?

Não é possível afirmar de forma precisa por que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital desperta tanto interesse entre jovens.

É possível que a atração seja resultado de uma combinação de fatores, como falta de oportunidades, falta de educação e esperança, bem como a busca por pertencimento, proteção e reconhecimento.

Além disso, a propaganda ou o discurso da organização pode ser atraente para algumas pessoas, mesmo que as ações dela sejam violentas e criminosas.

É importante destacar que participar de uma organização criminosa é perigoso e pode ter graves consequências para a vida e a liberdade de uma pessoa.

É comum, pelo menos entre as crianças e os jovens buscarem a presença e a proteção de colegas mais fortes e violentos, isso acontece também em relação aos jovens de periferia que se aproximam de criminosos, principalmente daqueles que pertencem a organizações criminosas reconheciddas, como é o caso do Primeiro Comando da Capital. Você pode explicar qual a razão e como essa realidade pode ser combatida?

O comportamento de buscar proteção e pertencimento a grupos mais fortes e violentos, como gangues ou organizações criminosas, é comum entre crianças e jovens que vivem em ambientes vulneráveis, como periferias urbanas e áreas de pobreza e exclusão social.

Existem várias razões para isso acontecer, mas algumas das principais incluem:

  • Necessidade de proteção: muitos jovens que vivem em áreas de violência e insegurança sentem que precisam de proteção contra ameaças reais ou percebidas. Ao se juntar a um grupo mais forte e violento, eles esperam estar mais seguros e protegidos.
  • Busca de identidade: muitos jovens que vivem em áreas de pobreza e exclusão social têm poucas oportunidades para desenvolver uma identidade positiva e se sentir valorizados pela sociedade. Ao se juntar a um grupo, eles podem encontrar uma identidade coletiva e se sentir mais importantes e relevantes.
  • Pressão social: a pressão dos pares pode ser muito forte entre crianças e jovens, especialmente em ambientes de pobreza e exclusão social. Ao se juntar a um grupo, eles podem se sentir mais aceitos e populares, mesmo que isso signifique envolver-se em atividades ilegais ou violentas.

Para combater essa realidade, é importante oferecer alternativas positivas para esses jovens, como programas de educação, esportes e atividades culturais.

Essas atividades podem ajudar a desenvolver habilidades, valores e identidades positivas, além de fornecer oportunidades para os jovens se conectarem com outras pessoas e comunidades fora do ambiente de violência e exclusão social.

Também é importante investir em políticas sociais que melhorem as condições de vida nas áreas vulneráveis, como acesso a educação de qualidade, saúde, habitação e empregos.

Isso pode ajudar a reduzir a pressão social e a necessidade de proteção entre os jovens, além de oferecer esperança e perspectivas de futuro.

Por fim, é fundamental combater a impunidade e a corrupção no sistema de justiça criminal e policial, para que os jovens percebam que a violência e o crime não são o caminho certo para alcançar justiça ou proteção.

Além disso, é preciso oferecer oportunidades de reintegração social para aqueles que já cometeram crimes, para que possam sair do ciclo de violência e criminalidade e ter uma segunda chance de construir uma vida positiva.

Sobre os documentos do PCC

Você conhece o Estatuto do PCC? O que você pode falar sobre ele?

O Estatuto do PCC é o conjunto de normas e regras internas da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

Embora não seja público, ele é conhecido por especialistas e investigadores como um documento que estabelece as diretrizes da organização e define as sanções para os membros que cometem infrações.

O Estatuto também descreve a hierarquia da organização e as funções de seus membros.

É importante destacar que a existência e o conteúdo do Estatuto do PCC são considerados ilegais e contrários aos valores e às leis do Estado brasileiro.

Você conhece a chamada “Cartilha de Conscientização da Família 1533”? O que pode me falar sobre ela?

A “Cartilha de Conscientização da Família 1533” é um documento divulgado pela organização criminosa Primeiro Comando da Capital com o objetivo de difundir sua ideologia e fortalecer o controle sobre seus membros.

A cartilha inclui uma série de regras e orientações sobre como os membros do PCC devem se comportar e se relacionar com a sociedade e com as autoridades.

Ela também aborda questões como a importância da disciplina e da obediência às regras da organização, a necessidade de proteção dos segredos da organização e a defesa da família dos membros.

É importante destacar que a cartilha é considerada ilegal e que seu conteúdo é condenado pela sociedade e pelas autoridades como uma ameaça à paz e à ordem pública.

Você conhece o chamado “Dicionário do PCC”? O que pode me falar sobre ele?

Sim, conheço o chamado “Dicionário do PCC”.

É uma lista de regras, códigos e procedimentos adotados pelo Primeiro Comando da Capital, organização criminosa brasileira.

Essa lista foi encontrada durante uma operação de busca e apreensão e foi considerada uma das principais fontes de informação para entender a estrutura e as ações da facção.

O “Dicionário”, como é conhecido, é visto como uma forma de controlar e manter a disciplina entre os integrantes da organização.

Pacificação do PCC

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital afirma que sua política de pacificação derrubou a taxa de mortalidade.

Não é possível afirmar a veracidade dessa afirmação da organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

Grupos criminosos frequentemente apresentam informações falsas ou distorcidas para justificar suas ações ilegais e violentas.

A melhor maneira de avaliar a segurança de uma região é consultar fontes confiáveis, como autoridades governamentais e agências de segurança.

A questão da situação prisional

Qual a razão pela qual o Primeiro Comando da Capital teve tanta facilidade para convencer os presos a entrarem para o grupo criminoso?

O Primeiro Comando da Capital teve sucesso em convencer muitos presos a se juntarem ao grupo criminoso devido a uma combinação de fatores, incluindo a falta de proteção e recursos para os presos, as condições precárias nas prisões brasileiras, e a violência frequente.

O PCC se apresentava como uma organização que fornecia proteção e apoio aos presos, incluindo ajuda financeira para suas famílias e representação em questões legais.

Além disso, o PCC oferecia uma estrutura de liderança e poder dentro da prisão, o que era atraente para muitos presos que sentiam que não tinham outras opções para lidar com a violência e as condições precárias nas prisões.

Adicionalmente, o PCC tem uma estrutura de comando e controle rigorosa e utiliza a violência e a ameaça de violência para intimidar os presos e manter a lealdade à organização.

Isso faz com que muitos presos se sintam compelidos a aderir ao PCC para proteger a si mesmos e suas famílias.

Em resumo, a combinação de falta de proteção e recursos para os presos, condições precárias nas prisões, e a oferta de proteção e apoio pelo PCC, juntamente com sua estrutura de poder e controle rigoroso, ajudou a explicar a sua capacidade de convencer muitos presos a se juntarem ao grupo criminoso.

Expansão do PCC

Em quais estados a organização criminosa Primeiro Comando da Capital tem tido maiores dificuldades de conseguir domínio? E por que razão?

O Primeiro Comando da Capital é uma organização criminosa de grande escala, com atuação em diversos estados brasileiros.

No entanto, é difícil determinar com precisão em quais estados a organização tem tido maiores dificuldades de estabelecer domínio, pois a atuação do grupo é frequentemente subterrânea e não há informações públicas confiáveis a esse respeito.

Alguns estados brasileiros têm implementado medidas de segurança rigorosas para enfrentar o PCC, incluindo a cooperação entre agências de segurança pública e a realização de operações especiais para prender líderes e membros do grupo criminoso.

Essas medidas podem ter dificultado a atuação do PCC nesses estados, mas não há evidências concretas de que a organização tenha sido completamente neutralizada em qualquer região do Brasil.

Em geral, a atuação do PCC é influenciada por uma série de fatores, incluindo a presença de outros grupos criminosos rivais, a capacidade das autoridades de segurança em combater o grupo, e a disponibilidade de recursos e proteção para os membros do PCC.

Em estados onde as autoridades de segurança são mais fortes e têm mais recursos, pode ser mais difícil para o PCC estabelecer e manter seu domínio.

Você disse que nos estados onde existe um sistema de segurança pública mais forte e com mais recursos a organização criminosa Primeiro Comando da Capital teria maiores dificuldades de crescer, no entanto, o Estado de São Paulo é o com mais recursos e com um forte aparato de Segurança Pública e foi justamente nesse estado que o PCC mais cresceu. Não parece incoerente a sua resposta?

Desculpe, eu cometi um erro na minha resposta anterior.

É verdade que o Estado de São Paulo, que tem um sistema de segurança pública forte e com muitos recursos, também foi um dos locais onde o Primeiro Comando da Capital cresceu mais rapidamente.

A presença de fortes sistemas de segurança pública não necessariamente impede o crescimento de grupos criminosos como o PCC, que são altamente organizados e têm uma estrutura de comando e controle sofisticada.

O crescimento do PCC em São Paulo e em outros estados pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo a corrupção dentro das instituições de segurança pública, a falta de acesso à justiça e à educação para populações vulneráveis, e a existência de um mercado para o tráfico de drogas e outros crimes.

A luta contra o PCC e outros grupos criminosos é uma tarefa complexa que exige uma abordagem integrada, que vá além da mera aplicação da lei.

É necessário abordar as causas subjacentes à criminalidade, incluindo a desigualdade social e econômica, a falta de oportunidades e a exclusão social, a fim de promover uma sociedade mais justa e segura.

Em qual nação da América do Sul a organização criminosa Primeiro Comando da Capital tem maior capacidade de ampliar seus negócios?

Não há informações disponíveis sobre em qual nação da América do Sul o Primeiro Comando da Capital tem a maior possibilidade de ampliar seus negócios.

O PCC é uma organização criminosa baseada no Brasil e suas atividades são principalmente concentradas no Brasil.

Embora o PCC tenha se expandido em outros países da América do Sul, a extensão e a intensidade dessas atividades variam amplamente.

A luta contra o PCC e outros grupos criminosos internacionais requer uma abordagem coordenada entre as nações envolvidas, incluindo a troca de informações e a cooperação no que diz respeito à investigação, perseguição e prevenção.

É importante destacar que a luta contra a criminalidade transnacional é uma tarefa complexa e que a resposta deve ser baseada em evidências e no respeito aos direitos humanos.

Argentina: golpe militar e a facção PCC

Golpe militar e a facção PCC como estopim — as organizações como desculpa para retirar os militares das casernas.

Preparação de um golpe militar e a facção PCC como estopim

Um golpe militar e a facção PCC como desculpa é o que vejo meu caro Francesco Guerra.

Permita-me descrever a você um caso que acabo de ler em um periódico portenho.

Uma nação chamou para combater o Primeiro Comando da Capital e outras organizações criminosas as suas Forças Armadas.

Usando a Lei da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), as Forças Armadas subiram os morros do Rio de Janeiro caçando criminosos perigosos.

O objetivo era eliminar o poder do tráfico de drogas e devolver o controle de áreas dominadas por eles de volta ao controle do Estado.

O Poder do PCC e o Mistério das Forças Armadas Incompetentes

Infelizmente, as Forças Armadas foram incapazes de cumprir sua missão e, ainda pior, tentaram tomar o poder da nação.

Primeiro ajudaram a eleger um governante fantoche retirado justamente daquele meio político e região para o qual foram chamados a intervir.

E depois da queda daquele governante, articulando um golpe onde seriam chamados pelo novo governante que ficaria então sob sua tutela, como o anterior.

Curiosamente, agora, a nação vizinha daquela está enfrentando problemas semelhantes com a mesma organização criminosa.

O Primeiro Comando da Capital estaria ganhando poder político e econômico em território argentino.

E o mais surpreendente é que essa nação também está considerando chamar as Forças Armadas que já se mostraram incompetentes em eliminar a organização criminosa.

Este caso levanta várias questões

Por que as Forças Armadas não conseguiram eliminar os criminosos e devolver o território para o controle do Estado e mesmo assim saíram politicamente fortalecidas?

Como as Forças Armadas deixaram de ser um órgão de Governo para se tornar um vírus capaz de contaminar e quase levar a óbito todo um sistema político-social?

E o que faz com que a nação vizinha pense que as suas Forças Armadas seriam capazes de combater o crime organizado em seu território?

São essas dúvidas que me afligiram ao ler a entrevista de Carlos Fernández do Centro de Estudos de Defesa e Segurança e ex-deputado nacional.

leia a entrevista original de Carlos Fernández: “La defensa nacional debe constituirse en una política de Estado”

Idiomas diferentes, métodos iguais

Grupos políticos de direita tentam uzar na Argentina o mesmo processo de tomada de poder usado no Brasil.

A desculpa é a mesma: o avanço do narcotráfico com a influência e poder econômico e político cada vez maior.

Acompanhe a linha de raciocínio do político

Carlos Fernández explica que hoje a droga para entrar na Europa tem que fazer um complexo caminho que inclui os portos argentinos.

Após sair da América do Sul pela Argentina, as drogas seguem para portos na África para de lá seguirem rumo a Europa.

Dessa forma, a Argentina ficou no caminho entre as drogas da Colômbia, do Peru e da Bolívia para os portos africanos e europeus.

De rota para destino

O aumento de fluxo trouxe diversas consequências para o país.

Um deles foi o aumento do consumo de drogas: os argentinos alcançaram o patamar de consumo dos americanos.

As maiores apreensões de drogas que ocorreram recentemente nos portos da Europa saíram pa hidrovia que corta a Argentina centralmente, e que é uma das principais rotas do narcotráfico hoje.

É aí que se começa a ver avanços crescentes dos principais cartéis do narcotráfico a nível sul-americano que passam a atuar cada vez com mais força na Argentina e falo, especificamente, do ‘Primeiro Comando da Capital’, que já marca presença em Rosário, em Santa Fé; há um forte avanço nos portos do rio Paraná; começam a haver ‘bombas de cocaína’ em Pergamino ou em Zárate; as coisas começam a ficar cada vez mais preocupantes em decorrência desse deslocamento e isso tem implicado no aumento da demanda por segurança interna por parte de nossa população.

Carlos Fernández

A solução, segundo o ex-deputado, seria utilizar as Forças Armadas no combate ao narcotráfico.

No entanto, o próprio político floreia sua intenção ao responder ao repórter:

Site Nuevos Papeles:

A rigor, o combate ao narcotráfico e corrijam-me se não for o caso, não é responsabilidade das Forças Armadas e sim das forças de segurança.

Político Carlos Fernández responde:

Sim, claro, está correto. Mas tudo está relacionado com tudo e no seguinte sentido.

Não estamos falando de um Estado que se possa dividir em compartimentos estanques, apesar dos nossos enormes esforços para que assim funcione, o que é um disparate total!

No campo se diz ‘o leite vem da mesma vaca’ e, portanto, o que eu dedico a uma coisa eu não coloco em outra e assim por diante.

Não é que existam recursos infinitos, mas sim necessidades infinitas e recursos escassos. Assim, diante da demanda da sociedade, diferentes caminhos foram tentados que falharam.

Uma das formas inventadas foi transferir para as províncias parte do esforço de combate ao narcotráfico.

Chegando uma nova eleição…

A coalizão de partidos oposicionistas na Argentina apresenta o documento “Unidos pelo Progresso da Justiça”, enfatizando o papel do Primeiro Comando da Capital, uma organização criminosa brasileira, no agravamento do narcotráfico no país. O documento alerta sobre a situação crítica em Rosario, que pode se espalhar por todo o território argentino caso não haja uma ação conjunta entre a nação e as províncias.

A coalizão também menciona o encerramento do programa “Argentina Sem Narcotráfico”, implementado pelos Ministérios da Justiça e Segurança na gestão anterior, como um fator que contribuiu para o avanço das organizações criminosas, incluindo a facção PCC. Conforme esses grupos ganham território, corrompem mais funcionários e fortalecem seus recursos.

O documento destaca a atuação do PCC, em conjunto com o Comando Vermelho, no tráfico de drogas através da Hidrovia, representando uma ameaça à costa argentina. leia no site Sonido Uno 90,7

Elementary my dear “Franz do +43”

Rícard Wagner Rizzi

Bolívia como Santuário do Cartel de Drogas PCC 1533

Cartel de Drogas PCC: reportagem afirma que a Bolívia se tornou um reduto de PCCs foragidos do Brasil.

Cartel de drogas PCC na Bolívia

Integrantes do Cartel de Drogas PCC investem em joias, clínicas, restaurantes, fazendas, entre outros, e caminham com segurança pelas ruas de Santa Cruz, que se tornou o centro de poder do grupo.

Uma reportagem revelando que a Bolívia se tornou nos últimos anos o santuário do Narcosul, o cartel de drogas do temível Primeiro Comando da Capital (PCC).

Em extensa reportagem, o jornal brasileiro aponta que Narcosul é o nome dado por especialistas da Polícia Federal (PF) brasileira ao cartel que reúne representantes do PCC e seus associados no tráfico internacional de drogas.

O narcotráfico está ganhando esta batalha contra o Estado, demonstrando supremacia no controle do território (…) Esses cartéis de drogas são organizados no exterior por grupos como Los Chapitos (um grupo de narcotraficantes do México), o PCC (Primeiro Comando da Capital), grupos combinados com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e, claro, eles têm equipamentos e armas de melhor qualidade do que as forças de ordem.

coronel do Exército da Bolívia Jorge Santistevan

A reportagem indica que de Santa Cruz os traficantes brasileiros viajam de avião e helicóptero para passar férias nas praias nordestinas, onde fecham contratos milionários de drogas, famílias da máfia calabresa ‘Ndrangheta, a mais poderosa organização criminosa. Itália, que concentra 40% do narcotráfico da Europa.

A Bolívia ainda é refúgio de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, outro investigado na Operação Tubarões.

Tuta era adido comercial do consulado de Moçambique em Belo Horizonte e é apontado pela inteligência prisional como chefe da facção nas ruas.

O país africano era destino de um carregamento de 5 toneladas de cocaína que a PF surpreendeu no último dia 5, no porto do Rio. Escondido em caixas de sabão em pó, o carregamento foi a maior apreensão da história do Rio de Janeiro.

‘Ndrangheta e o PCC 1533 — correntes de alianças

‘Ndrangheta e o PCC não são apenas organizações criminosas, mas cernes de federações que incluem vários grupos e facções criminosas.

‘Ndrangheta e o PCC — fabricantes de alianças

A ‘Ndrangheta e o PCC (Primeiro Comando da Capital) são duas organizações criminosas com origens e pensamento muito distintos.

Além das diferenças das culturas organizacionais e de suas bases, tem origens em países diferentes e operando em continentes diferentes.

A ‘Ndrangheta é uma organização criminosa com sede na região italiana da Calábria, enquanto o PCC fica na região sudeste do Brasil.

Embora as duas organizações sejam distintas e operem em diferentes partes do mundo, elas estabeleceram conexões e colaborações em atividades criminosas, como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A parceria entre a ‘Ndrangheta e do PCC nos últimos anos levou toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa.

‘Ndrangueta e PCC como federação de criminosos

Além disso, ambas as organizações são consideradas entre as maiores e mais poderosas do mundo, o que sugere que, mesmo sem estabelecer uma conexão direta, podem ter influência mútua indireta em atividades criminosas em todo o mundo.

A Agência Latinapress destaca o leque de alianças da organização mafiosa ‘Ndrangheta na América Latina, o que lembra muito o método de aliciamento de aliados da facção PCC:

Nos últimos anos, a ‘Ndrangheta esteve ligada a vários grupos criminosos na América Latina, disse Sergi.

Entre eles estão o grupo paramilitar colombiano Los Urabeños, mais conhecido como Clã do Golfo, facção Primeiro Comando da Capital Brasileira (PCC), e também grupos criminosos como os cartéis de Cali e Medellín, Los Zetas do México e as Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia (FARC).

Ndrangheta mit zahlreichen kriminellen Gruppen in Lateinamerika in Verbindung gebracht worden. Dazu gehören die des brasilianischen Ersten Hauptstadtkommandos (PCC)

‘Ndrangheta e o PCC, a aliança criminosa internacional que inunda a Europa com cocaína

Yuri Neves e Monica Betancur → InSight Crime – Investigation and Analysis of Organized Crime

As recentes capturas de dois membros da ‘Ndrangheta, em São Paulo, revelaram mais uma vez a proximidade entre a máfia italiana e o PCC brasileiro, dois dos grupos criminosos mais poderosos do mundo.

Em 8 de julho, a Polícia Federal do Brasil prendeu Nicola e Patrick Assisi em São Paulo por suspeita de tráfico de drogas.

Nicola Assis é supostamente o principal contato da ‘Ndrangheta na América do Sul e trabalhou com o grupo brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC) para introduzir a cocaína na Europa, segundo pesquisa publicada no jornal Expresso.

Os corretores da máfia são tão poderosos que lidam diretamente com o PCC. Traficando da Colômbia, da Bolívia e do Peru, passando pelo Paraguai como rota de trânsito.

Zully Rolón, ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai

Unir para crescer no mundo do crime

A parceria entre as duas organizações criminosas possibilitou que a ‘Ndrangheta passasse a hegemonia do tráfico de drogas da América para a Europa com o dominando 80% do fluxo. — Última Hora

Essas prisões não são mais do que os mais recentes indícios de que os dois grupos coordenam de perto suas atividades de tráfico de drogas.

Uma investigação policial constatou que o chefe do clã Pelle de la ‘Ndrangheta, Domenico Pelle, viajou a São Paulo pelo menos duas vezes entre 2016 e 2017.

Durante esse período, acredita-se que ele tenha se encontrado com Gilberto Aparecido dos Santos, também conhecido como Fuminho, o mão direita do líder preso do PCC Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola.

Fuminho foi durante anos, um dos criminosos mais procurados no Brasil e acredita-se que coordena as remessas internacionais de cocaína da Bolívia para o PCC.

O Marcola era homicida, sequestrador, roubava banco, não tinha nada a ver com a facção, mas é um homem articulado.

E quando ele foi levado para o presídio de Tremembé [no interior de SP] começa a conversar com os últimos presos políticos no sistema prisional e aprende com eles sobre como estruturar o tráfico, a gerenciar como uma empresa, ao mesmo tempo em que vende internamente para os detentos a ideia de uma irmandade revolucionária.

desembargadora Ivana David

As apreensões como ferramenta de pesquisa

Enquanto isso, no primeiro semestre de 2019, as apreensões de drogas no Brasil aumentaram mais de 90%.

Grande parte dessa cocaína se dirigia para a Europa, onde a ‘Ndrangheta controla as rotas de tráfego em grande parte do continente.

Sobre um fundo azul o símbolo das duas organizações criminosas: Primeiro Comando da Capital e 'Ndrangheta

Análise da organização InSight Crime:

Uma união de conveniência entre a ‘Ndrangheta e o PCC para contrabandear narcóticos do Brasil para a Europa foi consumada.

Cada grupo controla um ponto no fluxo de cocaína, o que não representa risco para a contraparte.

Nos últimos anos, o PCC tem trabalhado para dominar redes de entrada ilegal e centros de transporte no Brasil e nos países vizinhos.

Essa extensa rede de logística transformou-os no principal aliado criminoso de organizações estrangeiras que procuram tirar cocaína do Brasil.

Por seu turno, o ‘Ndrangheta tem controle do movimento de cocaína para os consumidores no continente europeu.

O caso do Aeroporto de Guarulhos

Um dos esquemas, tinha como base as esteiras do Terminal do Aeroporto de Guarulhos:

…as bolsas seguiam pelas esteiras rolantes até a área restrita, onde funcionários aliciados pelo Primeiro Comando da Capital recebiam dos comparsas as fotos com as imagens das malas recheadas com drogas, e as embarcavam para Portugal, França e Holanda, na Europa, e também para Johannesburgo, na África do Sul.

A expansão do PCC inclui incursões na Bolívia, onde o grupo pode comprar cocaína diretamente dos produtores daquele país, segundo a Americas Quarterly.

Desvendando a rota

Fontes policiais no Brasil, falando sob condição de anonimato, disseram à InSight Crime que Fuminho está desempenhando um papel crucial na presença do PCC na Bolívia.

Então, a cocaína é transferida para o Paraguai, um destino importante para mercadorias ilegais sob cujo controle o PCC travou uma dura batalha .

Do Paraguai, o grupo direciona a cocaína para cidades brasileiras de fronteira, como Ponta Porã e Foz do Iguaçu, segundo uma investigação do UOL.

No entanto, fontes consultadas pela InSight Crime revelaram que Foz do Iguaçu foi em grande parte substituída por outros cruzamentos, especialmente pequenos atrelados entre Ponta Porã, no estado do Mato Grosso do Sul, e Guaíra, no estado do Paraná, onde há menos segurança. .

O caso do Porto de Santos

A droga é então transferida para o interior do país e, finalmente, para o porto de Santos (22,7 toneladas de cocaína apreendidas em 2018), Paranaguá (4,3 toneladas) e Itajaí (0,46 toneladas) no sudeste do Brasil.

O porto de Santos é um dos maiores centros portuários de toda a América Latina e um importante canal de narcóticos para a Europa.

Em 2019, cerca de metade das apreensões de drogas foram realizadas neste porto, onde o PCC controla o fluxo de narcóticos.

Nenhum outro grupo criminoso no Brasil conseguiu uma rede logística que cubra toda a região, o que permite ao grupo controlar o movimento e a venda de cocaína para organizações estrangeiras, como a ‘Ndrangheta.

Os italianos na coordenação internacional

A máfia italiana opera no Brasil desde pelo menos os anos oitenta, segundo a Polícia Europeia.

Naquela década, o clã Morabito de ‘Ndrangheta, dirigido por Giuseppe Morabito, coordenava as remessas de drogas de São Paulo para a cidade italiana de Milão.

O jurista Walter Fanganiello Maierovitch em seu livro “Máfia, poder e antimáfia: um olhar pessoal sobre uma longa e sangrenta história”, relaciona o poder do Estado, da política e da economia em meio à atuação da máfia italiana e como esse modelo influenciou as organizações pré-mafiosas da América Latina, como a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e as milícias.

“Acho que elas são piores do que as facções. No caso da facção fica muito claro quem é o bandido e quem o mocinho, a milícia transita entre o Estado e o crime, o que é bem pior.”

desembargadora Ivana David

Uma extensa cadeia criminosa

Agora, o grupo tem cúmplices em toda a Europa, com a capacidade de descarregar drogas em portos de importância crucial, como Antuérpia, Hamburgo e Roterdã.

Quando os carregamentos chegam, o ‘Ndrangheta trabalha com traficantes italianos , que transportam os narcóticos para uma distribuição mais ampla em toda a Europa.

Embora ambos os grupos tenham outras fontes de renda, esse canal transnacional desempenhou um papel importante no sucesso e expansão de cada um dos grupos.

O crescimento exponencial do PCC

Documentos apreendidos pelas autoridades em 2018 mostraram que a renda anual dos grupos poderia chegar a US$ 200 milhões.

Os documentos também revelaram que as afiliadas do grupo em todo o Brasil e outros países se multiplicaram, passando de pouco mais de 3.000 em 2014 para mais de 20.000 em 2018.

Ter um fluxo contínuo de cocaína do Brasil também tem sido crucial para a ‘Ndrangheta.

O grupo pode controlar até 80% de toda a cocaína que entra na Europa, a principal fonte dos enormes ganhos criminosos do grupo, estimados em US$ 60 bilhões por ano, comparável ao PIB da Croácia ou da Bulgária, segundo a CNN.

Facção Criminosa PCC 15.3.3 em Portugal

Os relatórios que sugerem que a facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC 1533) estaria assumindo o comércio de cocaína em Portugal ainda não possuem fundamentação sólida.

Facção criminosa PCC 15.3.3 em Portugal, mito ou realidade?

A facção criminosa PCC 15.3.3 em Portugal é uma realidade e são frutos da conivência dos governos da esquerda brasileira. Será mesmo?

É fato que as organizações criminosas brasileiras estão ganhando espaço no mercado mundial, no entanto tudo mais é discurso político.

A organização criminosa Primeiro Comando da Capital há décadas é utilizada no Brasil como bandeira política, tanto pela direita quanto pela esquerda.

O jornalista João Amaral dos Santos, em artigo na Revista Visão, demonstra que a principal prova da ação do PCC em Portugal era inverídica.

Leonardo: o elo que liga o PCC à Portugal?

Leonardo Serro dos Santos, o Carioca, seria o suposto líder da facção paulista responsável pela logística do tráfico dos portos brasileiros para os europeus.

“…. o principal articulador do grupo, responsável pela logística de transporte e embarque dos carregamentos de droga, negociando pagamentos a motoristas e guardas portuários, tratando inclusive desde os fornecedores até os compradores no destino final, o continente europeu”.

No entanto, as investigações estão provando que, na realidade, ele gerenciaria a logística em nome da organização criminosa carioca Comando Vermelho (CV).

Após um longo trabalho de investigação descobriu-se que negociava na Europa em nome do traficante Rodrigo da Silva Caetano, o Motoboy, líder do CV na favela Nova Holanda.

Agora a dúvida: existe algum interesse de grupos políticos em repercutir que na realidade as drogas e o esquema não eram do PCC e sim do CV?

leia reportagem completa na Revista Visão: A verdadeira história do luso-brasileiro, apontado como líder do PCC em Portugal, mas que, afinal, trabalhava para o rival Comando Vermelho

É possível saber a importância da Facção Criminosa em Portugal?

A facção criminosa PCC e tráfico de drogas em Portugal tem chamado cada vez mais atenção da mídia e das autoridades.

Já que em 2022, suas apreensões de cocaína atingiram 16,3 toneladas, o nível mais alto em 16 anos.

Ainda mais agora que Portugal está agora entre os cinco principais países da União Europeia com as maiores apreensões de drogas.

Leia texto original em “Reports of Brazil’s PCC Taking Over Portugal Cocaine Trade Remain Unfounded” de Chris Dalby e Sean Doherty publicado no site InSight Crime.

Qual a participação real do PCC no aumento do tráfico?

As autoridades portuguesas estão preocupadas com o que pode estar a sustentar a crescente presença de integrantes do PCC.

O Diário de Notícias, em artigo de 16 de janeiro, cita uma fonte judicial brasileira sobre a importância do PCC em Portugal.

Desde 2021, as autoridades brasileiras teriam encontrado pelo menos 40 integrantes do PCC e seus aliados vivendo em Portugal.

Os integrantes da facção criminosa brasileira controlavam grande parte do comércio de cocaína entre o Brasil e Portugal.

No entanto, as fontes do Diário de Notícias dão poucos detalhes sobre quem são esses membros ou o que eles podem estar fazendo.

Duas prisões como estopins do crescimento

A expansão do PCC supostamente surgiu no verão de 2022, após as prisões de Sérgio Roberto e de Xuxas.

Um dos principais traficantes de drogas do Brasil, Sérgio Roberto de Carvalho, foi preso na Hungria em 21 de junho.

Grande parte do império de Carvalho estava baseado em Portugal, onde ele possuía ativos no valor de milhões de dólares.

Carvalho possuía, inclusive, uma empresa de voos fretados que ele usava para transportar cocaína e dinheiro.

Em poucos dias, Rúben Oliveira, conhecido como “Xuxas”, um dos homens mais procurados de Portugal, também foi preso.

Prisão de PCCs abala a facção criminosa PCC

Xuxas seria era o principal operador de Carvalho em Portugal, recebendo e distribuindo grandes remessas de cocaína.

Seria ele também o responsável por lavar grandes somas de dinheiro, segundo a revista portuguesa Visão.

O desmantelamento de sua operação deixou a porta aberta para o PCC, assumir diretamente algumas de suas rotas de tráfico de drogas.

Pelo que sabemos, Carvalho era o maior traficante de cocaína da Península Ibérica. Ele também era cliente do PCC.

João Amaral Santos – Revista Visão.

frustração na facção criminosa e preocupação na polícia

A prisão dos parceiros na Europa gerou frustração entre as lideranças brasileiras do PCC.

Por isso, o Primeiro Comando da Capital resolveu montar uma célula própria em Portugal, acredita Amaral Santos

De acordo com um chefe da polícia portuguesa, a situação é alarmante:

A Europa não está preparada para isso. Existe um possível cenário em que o PCC quer controlar o narcotráfico para a Europa a partir de Portugal.

As declarações das autoridades são um show de generalidades sem dados comprobatórios e a polícia não presta esclarecimentos.

Em 2021, essa falta de dados impediu um procurador brasileiro fornecer à Portugal informações que identificassem supostos membros do PCC.

Análise Criminal InSight

Geográfica e linguísticamente, Portugal se torna um centro crescente para o tráfico transnacional europeu de cocaína.

Sob esse ponto de vista, a surpresa é que demorou tanto para essa tendência se tornar tão aparente.

No entanto, a extensão da influência da organização criminosa Primeiro Comando da Capital em Portugal continua difícil de provar.

As denúncias feitas nas investigações dos periódicos portugueses Expresso e do Diário de Notícias falam de várias dezenas de integrantes do PCC no país.

Facção Criminosa PCC em processo de expanção

Os integrantes da facção criminosa paulista estariam preparados para ampliar o controle da entrada de drogas no país, mas há poucos detalhes além disso.

Em novembro de 2021, autoridades de São Paulo prenderam um integrante do Primeiro Comando da Capital com uma lista de membros de gangues no exterior.

Segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya haveriam em Portugal, 42 pessoas já identificadas, mas apenas como números, como tendo recebido dinheiro da facção.

A facção criminosa PCC 1533 costuma recrutar membros entre os que buscam refúgio em Portugal ou que por lá já realizam algum tráfico de drogas.

As prisões de Wanderson e leonardo em Dubai

Em setembro de 2022, a polícia portuguesa prendeu Wanderson Machado de Oliveira, também relatado como membro da organização criminosa paulista PCC.

Ele foi acusado de tráfico de drogas e sequestro de dois homens que erroneamente pensou ter roubado 240 quilos de cocaína que pertenceriam à facção.

No entanto, as drogas haviam sido apreendidas pelas autoridades no porto de Sines, no sul de Portugal.

Em novembro, Leonardo Serro dos Santos foi preso em Dubai. Ele seria um dos líderes do PCC responsável pelo tráfico transnacional que passava por Portugal.

Ele negou todas as acusações contra e foi solto após 45 dias porque o Brasil não fez um pedido de extradição a tempo.

E posteriormente descobriu-se que nem ele, e nem a droga apreendida eram do Primeiro Comando da Capital, e sim do Comando Vermelho.

Restam ainda mais dúvidas que certezas

Em primeiro lugar, o PCC já faz parte da parceria de tráfico de drogas que sustenta grande parte do narcoduto de cocaína para a Europa.

Há quarenta anos a máfia italiana ‘Ndrangheta, mantém relações comerciais e culturais com São Paulo, de vêm a cocaína e a organização criminosa PCC.

Assim também estas relações ainda continuam e é graças a elas que o PCC fornecer uma grande percentagem de toda a cocaína que se dirige para a Europa.

No entanto, Portugal não é destino destes carregamentos de cocaína. Em vez disso, a ‘Ndrangheta manda suas drogas para a Bélgica, Holanda, Alemanha e Itália.

Guerra entre facções criminosas e a taxa de homicídios

A guerra entre facções criminosas é a principal razão da elevada taxa de homicídio em toda a América Latina segundo levantamento do Insight Crime.

Guerra entre facções criminosas volta a São Paulo

Com o governador Tarcísio de Freitas, a guerra entre facções criminosas volta a assombrar o  Estado de São Paulo.

São Paulo fechará 2022 com o mais baixo índice de homicídio do Brasil, aproximadamente 5,2 para cada 100.000 habitantes.

Segundo levantamento do site Insight Crime, São Paulo, se fosse um país, seria tão seguro quanto o Chile e a Argentina com índices: 4,6.

A exceção do Suriname que não possui grupos de crimes organizados expressivos, todas as outras nações sofreram com a guerra entre organizações criminosas.

Em pouco menos de um mês de governo Tarcísio de Freitas as milícias tentam o domino áreas pacificadas pelo Primeiro Comando da Capital.

A tendência para 2023 será o ressurgimento da guerra entre facções criminosas  com o aumento da taxa de homicídios que será justificada como combate ao crime.

Ataques em 2006 do PCC pouparam 25.000 vidas

A facção PCC e guerra entre facções criminosas

Em 2021 o Estado do Amapá foi assolado por uma guerra onde o Primeiro Comando da Capital lutou contra vários grupos criminosos locais.

No entanto, em 2022 a guerra terminou, sobrando poucos focos de resistência, o que derrubou o índice em 34%.

Já em Rondônia, onde o PCC e o Comando Vermelho (CV) disputam a rota do tráfico da Bolívia, houve um aumento de 29% nos homicídios.

PCC não derrubou a taxa de homicídio em São Paulo

A guerra entre as facções criminosas do PCC no Paraguai e na Bolívia

Na Bolívia houveram vários assassinatos na Guerra entre o PCC e o CV pelo domínio das rotas que levam as plantações bolivianas de coca.

A província de Santa Cruz é essencial para quem quer garantir as rotas de cocaína do Brasil ou Paraguai da Bolívia e do Peru.

No Paraguai, a disputa entre o PCC e o Clã Rotela pelo controle da rota de tráfico do Amambay que alimenta a Rota Caipira deixou um rastro de corpos.

Traduzido, editado e adaptado para este site do artigo “InSight Crime’s 2022 Homicide Round-Up” de Peter Appleby, Chris Dalby, Sean Doherty, Scott Mistler-Ferguson, e Henry Shuldiner.

A taxa de homicídios no Brasil em 2022 é impulsionada pela guerra entre facções criminosas

Brasil: 18,8 por 100.000* (Pop. 214.326.223)

Nos primeiros nove meses de 2022, o Brasil teve uma leve queda de 3% nos homicídios em relação a 2021, com 30.187 homicídios.

A expectativa era terminar 2022 com 40.000 homicídios, marcando uma ligeira queda geral em relação aos 41.069 registrados em 2021 pelo mesmo índice.

Guerra entre facções criminosas como causa

A violência é uma instituição tão natural como a própria vida humana. Decorre do nosso instinto de sobrevivência, sendo o grande motivo para o homem ter dominado a natureza. Mas essa afirmação não pretende trazer glamour à violência.

Talvez no último estágio da existência humana, a evolução definitiva seja exatamente vencer o instinto natural que nos propala a nos destruirmos mutuamente.

Conexão Teresina: uma crônica sobre a atuação do PCC no Piauí

O nordeste do Brasil, que há muito é um epicentro da violência da guerra entre grupos criminosos que buscam controlar as rotas do narcotráfico para a Europa, registrou uma queda de 5% nos homicídios.

A Bahia, o maior estado da região, liderou o ranking, mas também teve uma queda geral de 11%, talvez devido aos investimentos em segurança pública.

O Amapá, um pequeno estado do norte, teve uma queda de 34% nos homicídios, provavelmente devido a uma queda natural na violência após um 2021 particularmente sangrento, quando grandes facções criminosas, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC) lutaram pelo controle do tráfico de drogas contra vários grupos criminosos locais.

Rondônia, estado que faz fronteira com a Bolívia, registrou um aumento de 29% nos homicídios, o maior do país por estar no centro da disputa entre o PCC e seu arquirrival cariocas, o Comando Vermelho (Comando Vermelho – CV), pelo controle da rota hiper lucrativa da cocaína Bolívia-Brasil.

Embora as facções do tráfico de drogas possam ter impulsionado grande parte da violência, a polícia do Brasil, notoriamente ágil no gatilho, também contribuiu.

Enquanto no primeiro semestre de 2022 as mortes causadas pela polícia caíram, milhares de brasileiros continuam sendo mortos pelas forças de segurança.

Em 2021, 84% desses assassinatos cometidos por policiais foram direcionados a negros.

Taxa de homicído Brasil de 1981 à 2021

A polícia e a chacina de jovens negros e pobres

Resumo de Homicídios de 2022 da InSight Crime

Países da América Latina e do Caribe continuaram a registrar altas taxas de homicídios em 2022.

À medida que a produção de cocaína atingiu novos patamares, a fragmentação das gangues continuou e o fluxo de armas na região se agravou.

A situação no Equador foi absolutamente catastrófica.

Quantidades históricas de cocaína entrando no país alimentaram a violência, com assassinatos disparando à medida que os grupos criminosos atacavam funcionários judiciais e matavam policiais em taxas recordes.

Essa cocaína veio em grande parte da Colômbia, onde o recém-empossado presidente Gustavo Petro prometeu se afastar da guerra contra as drogas em favor dos esforços para alcançar uma “Paz Total” com os grupos rebeldes e criminosos do país.

A mudança da estratégia de combate aos grupos criminosos implementada pelo novo governo colombiano, até agora, porém, os níveis de violência permaneceram estagnados.

Em El Salvador, uma repressão decisiva às organizações criminosas reduziu enormemente a taxa de homicídios, embora à custa de supostos abusos sistemáticos dos direitos humanos.

No Haiti, uma quase total falta de capacidade política permitiu que a violência aumentasse, enquanto os bandos criminais paralisavam a capital do país, Port-au-Prince.

O Caribe se tornou o foco de assassinatos da região

A taxa de homicídios da Jamaica aumentou ainda mais, ainda assim o tráfico de armas continuou, mesmo os criminosos já estando fortemente armados.

As Ilhas Turks e Caicos provaram ser o país mais mortal da região per capita, pois os assassinatos mais que dobraram.

Em 2022 o InSight Crime incluiu nações e territórios menores do Caribe, muitos dos quais tiveram um aumento acentuado nos assassinatos.

Embora cientes de suas populações comparativamente pequenas e números de homicídios, nós os incluímos no ranking abaixo para mostrar como os padrões de violência estão afetando toda a região.

Ilhas Turks e Caicos: 77,6 por 100.000 (Pop. 45.114)

Uma onda de violência atingiu as pequenas ilhas Turks e Caicos em 2022, segundo estatísticas oficiais do governo.

Embora 35 assassinatos possam parecer pouco motivo de preocupação, representam um salto de 150% em relação aos 14 assassinatos ocorridos em 2021 em um país com uma população total de pouco mais de 45.000 habitantes.

Muitos dos homicídios se concentraram no último terço do ano, com 21 homicídios ocorridos entre 3 de setembro e 8 de novembro, culminando com um triplo homicídio em 1º de novembro. ilha mais populosa.

Guerra entre facções Criminosas como causa

Embora os motivos para o aumento da violência permaneçam incertos, o chefe de estado nomeado pelo Reino Unido, Nigel Dakin, disse em um post no Instagram que os grupos criminosos jamaicanos estão “tentando remover toda a competição criminosa no território” usando “níveis sem precedentes de violência direcionada”.

Ele culpou a proximidade das ilhas com vizinhos instáveis “inundados de armas e drogas… onde os criminosos aparentemente conseguem se mover facilmente por toda a região”.

Jamaica: 52,9 por 100.000 (Pop. 2.827.695)

Pela primeira vez em três anos, a ilha caribenha não liderou as tabelas regionais de taxas de homicídios.

Infelizmente, isso tem menos a ver com o sucesso em erradicar a própria violência na Jamaica e mais a ver com taxas terrivelmente altas testemunhadas em outras partes do Caribe.

A Força Policial da Jamaica (JCF) registrou 1.498 assassinatos em 2022, 24 mortos a mais que no ano anterior.

Esse resultado coloca a taxa de homicídios da Jamaica em quase 53 mortos por 100.000, uma alta não vista desde 2017.

Vários fatores influenciam a violência implacável da Jamaica e a aparente incapacidade do governo de detê-la.

O tráfico de armas é desenfreado no país insular, com armas pequenas dos EUA inundando o mercado.

Em fevereiro, o primeiro-ministro Andrew Holness reciclou uma estratégia familiar de reprimir o porte ilegal de armas.

À medida que 2022 chegava ao fim, as ações do governo não reduziram os assassinatos na Jamaica.

Juntamente com as consequências crescentes para os proprietários de armas ilegais, o governo recorreu a outra abordagem testada e comprovada e geralmente nada assombrosa: decretar repetidamente estados de emergência em grande parte da ilha.

Aparentemente sem respostas, a Jamaica recorreu publicamente às Nações Unidas em busca de assistência para reduzir o tráfico de armas no país.

De forma desencorajadora, as apreensões recordes de armas e munições parecem ter feito pouco para virar a maré.

Santa Lúcia: 42,3 por 100.000 (Pop. 179.651)

Um total de 76 assassinatos pode não parecer muito.

Mas para Santa Lúcia, com uma população de pouco menos de 180.000 pessoas, isso o coloca perto do topo do ranking regional.

Em 2021, Santa Lúcia registrou 74 assassinatos, um recorde para a época.

O aumento em 2022 para 76 assassinatos significa que o país quebrou seu recorde de homicídios pelo segundo ano consecutivo e levou a pedidos do Partido Unido dos Trabalhadores para que o primeiro-ministro Philip J. Pierre renunciasse ao cargo de ministro da Segurança Nacional.

Guerra entre facções Criminosas como causa

Ao se tornar um centro de trânsito para a cocaína sul-americana para os EUA e Europa, as gangues locais passaram a disputar a hegemonia criminosa.

Isso foi agravado por um influxo de armas americanas: um homem da Pensilvânia preso em março passado por traficar quase 40 armas para Santa Lúcia.

Funcionários eleitos condenaram a “anarquia em nosso país” e prometeram “penalidades draconianas”, mas poucos detalhes foram divulgados.

Venezuela: 40,4 por 100.000 (Pop. 28.199.867)

As mortes violentas na Venezuela permaneceram relativamente estáveis em 2022 após vários anos de declínio, com a taxa geral caindo apenas 0,5%.

O número inclui homicídios comprovados, homicídios cometidos por policiais, mortes ainda sob investigação e desaparecimentos.

Se os desaparecimentos não forem incluídos no cálculo, a taxa geral cai para 35,3 mortos por 100.000 habitantes.

Houve um total de 10.737 mortes violentas em 2022 ou uma média de 29 por dia.

Cinco dos sete principais estados com as taxas mais altas estão localizados na zona centro-norte do país.

O crime organizado venezuelanos

Entre eles estão Aragua, lar da gangue local mais notória da Venezuela, Tren de Aragua, Miranda, onde gangues ultravioletas dedicadas a sequestros e extorsões tomaram conta de faixas de território, e Caracas.

Grande parte da violência está sendo conduzida não pelos maiores grupos do crime organizado, mas por pequenas gangues de rua predatórias.

A dolarização de fato do país criou grandes oportunidades para as gangues, pois indivíduos e empresas usam dólares americanos para transações em dinheiro, mas não podem depositá-los em contas bancárias nacionais, deixando-os na posse de grandes quantidades de dinheiro que os tornam alvos de roubos.

Das mais de 10.000 mortes violentas registradas no ano passado, aproximadamente 13% resultaram de intervenções policiais.

Entre a violência das gangues e da polícia

Essa alta taxa provavelmente está ligada à violência indiscriminada empregada em operações de segurança na Venezuela, onde a polícia se tornou conhecida por cometer execuções extrajudiciais, conforme documentado por agências internacionais de direitos humanos.

Três dos cinco estados com as maiores taxas de mortes resultantes de intervenções policiais, Aragua, Miranda e Guárico, tiveram operações de segurança em grande escala em 2022, acompanhadas por denúncias generalizadas de abusos de direitos humanos, incluindo execuções extrajudiciais.

Além disso, houve 1.370 denúncias de desaparecimentos em 2022.

Algumas áreas da Venezuela tornaram-se notórias por desaparecimentos ligados a atividades criminosas, sobretudo a região mineradora de Bolívar, onde gangues fortemente armadas, conhecidas como sindicatos, disputam o controle do comércio de ouro.

Esses grupos se tornaram notórios pelo desaparecimento de suas vítimas, como mostra a descoberta de várias valas comuns no final de 2022.

São Vicente e Granadinas: 40,3 por 100.000 (Pop. 104.332)

As razões para a alta taxa de homicídios em São Vicente e Granadinas em 2022 não são tão diferentes dos tradicionais focos de violência da região:

Muito disso está entrelaçado com o comércio de cocaína e outros derivados com retaliação.

primeiro-ministro Ralph Gonsalves

Em novembro, as forças de segurança destruíram 135 quilos de cocaína e 18 toneladas de maconha apreendidas nos últimos três anos.

Traficantes de Trinidad e Tobago, que enfrenta um grande problema de violência causada pelas drogas, estão por trás de algumas dessas importações de cocaína.

A maioria dos mortos são por armas de fogo

O governo trinitário-tobagenses está reunindo aliados regionais para impedir que as armas cheguem dos Estados Unidos.

Os EUA precisam fazer algo sobre … o fácil acesso a armas e a fácil exportação de armas. Eles têm os recursos para nos ajudar nisso.

primeiro-ministro Ralph Gonsalves

Poucos cidadãos e empresas acreditam que a polícia tenha condições de investigar e combater os criminosos e menos da metade dos crimes são denunciados.

Trinidad e Tobago: 39,4 por 100.000 (Pop. 1.525.663)

A taxa de homicídios de Trinidad e Tobago saltou mais de 22% em 2022 em relação a 2021.

Após um ano de derramamento de sangue em que os grupos criminosos da duas ilhas ganharam notoriedade em todo o mundo.

Dados do Serviço de Polícia de Trinidad e Tobago mostram que 502 assassinatos foram cometidos no país entre janeiro e outubro.

Policiais disseram ao InSight Crime que outros 47 homicídios foram cometidos em novembro e mais 52 em dezembro, elevando o total de 2022 para 601.

Este é o maior número de assassinatos no país, muito acima dos 550 registrados em 2008.

As várias razões para o aumento da violência

O assassinato de Anthony Boney, líder de um crupo criminoso muçulmano, quebrou o equilíbrio que havia no mundo do crime trinitário-tobagenses.

O resultado foi a fragmentação caótica das grandes organizações criminosas e grupos menores e muito mais violentos.

Essas facções estão lutando pelo controle das múltiplas economias criminosas do país, incluindo contrabando humano, extração de pedreiras e roubo organizado.

Cerca de 12 mil armas circulam no país

A falta de confiança na polícia é reconhecida por ela mesma, principalmente entre a população mais pobre.

Honduras: 35,8 por 100.000 (Pop. 10.278.345)

Honduras continua como o país mais mortal da América Central em 2022, com uma taxa de homicídios de 35,8 mortos por 100.000 pessoas.

Apesar do resultado, o país conseguiu reduzir os homicídios em 12,7% em relação a 2021, o menor número de homicídios desde 2006.

O presidente Xiomara Castro gerou polêmica perto do final do ano ao implementar uma repressão anti-gangues que prendeu 652 supostos membros de gangues e desmantelou 38 gangues.

Muitas das mortes violentas em Honduras são atribuídas a grupos criminosos conhecidos por tráfico de drogas e extorsão.

O setor de transporte de Honduras tem sido particularmente perseguido por extorsão e violência subsequente, com pelo menos 60 trabalhadores perdendo suas vidas em 2022.

Embora o estado de exceção tenha como alvo esses grupos criminosos, é muito cedo para dizer como a estratégia afetará os homicídios do país.

Bahamas: 32 por 100.000 (Pop. 407.906)

As Bahamas terminaram 2022 com 128 assassinatos, quando o comissário de polícia Clayton Fernander, que esperava terminar o ano com menos de 100 homicídios.

Guerra entre facções Criminosas como causa

O país continua como centro de tráfico de cocaína, e em março, o governo admitiu que há disputa pelo narcotráfico na ilha de New Providence.

Chegando em 2023, o governo do primeiro-ministro Philip Davis está enfrentando uma reação negativa.

A oposição baamesa critica a política pública pelo aumento dos crimes: tráfico de drogas, e assaltos e homicídios com o uso de armas de fogo.

O governo por sua vez afirma que são criminosos libertados sob fiança que voltaram a cometer crimes.

Colômbia: 26,1 por 100.000 (Pop. 51.516.562)

Os 13.442 homicídios registrados em 2022 pela Polícia Nacional da Colômbia deram ao país uma taxa de homicídios de 26,1 por 100.000 no ano, ligeiramente abaixo dos 26,8 por 100.000 em 2021.

Talvez não surpreendentemente, os homicídios foram maiores em regiões onde predominam os grupos armados, de acordo com um relatório da Universidad Externado de Colombia.

Os departamentos de Arauca, Putumayo, Cauca, Chocó, Guaviare e Valle del Cauca tiveram a maior concentração de homicídios.

Guerra entre facções Criminosas como causa

A maioria desses departamentos são corredores estratégicos do narcotráfico sobre os quais grupos criminosos lutam pelo controle e pelas receitas do crime.

Desde o início de 2022, o Exército de Libertação Nacional (Ejército de Liberación Nacional – ELN) e grupos mafiosos das ex-FARC travam uma sangrenta batalha pelo controle de Arauca, no sul do país, ao longo da fronteira com o Equador, Peru e Brasil.

Os assassinatos de líderes sociais continuaram inabaláveis em 2022.

Até dezembro do ano passado, 33 líderes sociais foram assassinados em Nariño, enquanto outros 25 foram mortos em Cauca.

O ELN e a ex-máfia das FARC estão presentes em ambos os departamentos, assim como as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia (Autodefesas Gaitanistas de Colombia – AGC), também conhecidas como Urabeños ou Clã do Golfo (Clan del Golfo).

O presidente Gustavo Petro chegou ao poder com ambições de “Paz Total”.

Vários grandes grupos armados assinaram um cessar-fogo bilateral que deve vigorar nos primeiros seis meses de 2023, embora o ELN seja uma ausência notável.

Resta saber como a medida vai se desenrolar.

Equador: 25,9 por 100.000 (Pop. 17.797.737)

Pelo segundo ano consecutivo, o Equador teve uma das taxas de homicídios que mais cresceram na região.

Guerra entre facções Criminosas como causa

Em 2022, o país foi dilacerado por grupos criminosos que brigavam por quantidades impressionantes de cocaína vindas da Colômbia e registraram 4.603 assassinatos.

Isso representa um aumento de algo em torno de 82% e 86,3% em relação ao ano anterior, de acordo com a base de cálculos.

Os especialistas atribuem a culpa diretamente à violência associada ao narcotráfico. Isso é amplamente correto.

Choneros e Lobos na disputa

Duas organizações criminosas, Choneros e Lobos, reuniram em torno de si aliados para disputarem o mercado criminoso com extrema violência.

]O foco é dominar áreas de controle da infraestrutura do narcotráfico, incluindo o porto marítimo de Guayaquil, o epicentro da violência no país, e Esmeraldas, uma província que faz fronteira com a Colômbia e é um centro de trânsito de drogas.

Em Esmeraldas os assassinatos atingiram um novo recorde, com corpos sendo deixados pendurados em pontes e assassinatos em larga escala ocorreram em todo o país.

Grupos menores, mas altamente organizados, estão aparecendo agora, esculpindo brutalmente sua própria fatia do bolo do narcotráfico.

O tráfico de armas está aumentando constantemente, com armas semiautomáticas, revólveres e munições inundando o país, principalmente dos Estados Unidos e do Peru.

E a influência do crime organizado mexicano e colombiano apenas estimula ainda mais a violência.

México: 25,2 por 100.000 (Pop. 126.705.138)

Com uma ligeira queda nos homicídios em 2022, os homicídios no México ultrapassaram 30.000 pelo quinto ano consecutivo.

No ano passado, ocorreram menos 30.968 homicídios, ou 85 por dia, além de 947 feminicídios — valores são calculados separadamente.

Somando 31.915 assassinatos, 25,2 por 100.000 habitantes, uma ligeira queda em relação à taxa de 2021.

Quase 50% desses assassinatos se concentraram nos mesmos seis estados de 2021: Guanajuato, com 3.260, Baja California, Chihuahua, Jalisco, Michoacán, o estado do México.

Guerra entre facções criminosas como causa

Há muito tempo os estados fronteiriços de Baja California e Chihuahua convivem com a violência dos grupos do crime organizado que disputam o controle das rotas do narcotráfico para os Estados Unidos.

Já Jalisco está localizada ao norte de Michoacán e Colima, cujos portos – Lázaro Cárdenas e Manzanillo – são pontos de chegada de precursores químicos da Ásia necessários para a produção de drogas sintéticas.

Belize: 25 por 100.000 (Pop. 400.031)

Belize encerrou 2022 com 113 assassinatos, uma queda em relação aos 125 em 2021, para uma taxa de homicídios de 25 por 100.000 pessoas.

O comissário de polícia Chester Williams disse à mídia local que o país agora saiu da lista dos dez países mais assassinos do mundo.

No entanto, o governo americano alerta que muitos dos crimes violentos em Belize ocorreram no lado sul de Belize e estão “relacionados a gangues”.

Os crimes violentos, incluindo assaltos à mão armada, são “comuns mesmo durante o dia e em áreas turísticas”.

Porto Rico: 17,4 por 100.000 (Pop. 3.263.584)

O território dos EUA viu uma queda bem-vinda na violência em 2022, registrando 567 homicídios, ante 616 em 2021, segundo a mídia local.

A disponibilidade de armas de fogo continua sendo um problema para as autoridades de Porto Rico, com crimes relacionados a armas permanecendo muito mais altos do que nos estados dos EUA e em outros territórios.

Traficantes ilegais de armas trouxeram milhares de armas para o país, enquanto a Lei de Armas de Porto Rico de 2020 tornou a obtenção e o porte legal de uma arma de fogo muito mais fácil.

E o tráfico de cocaína, responsável por grande parte da violência no território, continuou em ritmo acelerado com apreensões maciças feitas regularmente em 2022.

Guatemala: 17,3 por 100.000 (Pop. 17.109.746)

Os 3.004 homicídios registrados na Guatemala em 2022 deram ao país uma taxa de homicídios de 17,3 por 100.000 habitantes.

Foi um aumento de 5,7% em relação aos 2.843 homicídios registrados no ano passado.

De acordo com a ONG de Direitos Humanos, Grupo de Apoio Mutuo – GAM, foram 3.609 assassinatos, houve um aumento de 7% nos homicídios entre janeiro e outubro de 2022.

As descobertas do GAM também revelaram um salto preocupante no número de vítimas de assassinato que apresentaram sinais de tortura, de 104 em todo o ano de 2021 para 164 nos primeiros 10 meses de 2022.

Guerra entre facções criminosas como causa

A atividade criminosa provavelmente está por trás desses aumentos.

Em outubro, pelo menos sete pessoas foram mortas a tiros na piscina de um hotel em El Semillero, na costa do Pacífico da Guatemala, e o crime estaria relacionado ao Barrio 18.

Também em outubro, cinco nicaraguenses foram encontrados mortos com as mãos amarradas nas suas costas no município de Atescatempa.

Barbados: 15,3 por 100.000 (Pop. 281.200)

Assim como em seus vizinhos caribenhos, a pronta disponibilidade de armas de fogo foi responsabilizada por um aumento acentuado nos assassinatos em Barbados em 2022.

Dos 43 homicídios registrados, mais de 75% foram cometidos com armas de fogo.

Isso apesar da polícia de Barbados alegar sucesso em uma campanha contínua de recuperação de armas, com 75 armas apreendidas até setembro de 2022.

Isso foi superior às 36 recuperadas em todo o ano de 2021.

Um aumento persistente nos assassinatos, apesar de mais armas serem coletadas, só pode significar uma coisa: muitas armas estão entrando em Barbados.

Em junho, três homens americanos foram condenados por enviar pelo menos 30 armas de fogo para Barbados por meio de serviços de correio.

Em setembro, o comissário de polícia de Barbados confirmou que o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) dos EUA estava trabalhando com Barbados para conter o fluxo de armas.

Mas há uma confusão persistente sobre o cenário do crime organizado do país, apesar de seu tamanho modesto.

Em uma entrevista para a televisão em novembro, o membro do gabinete de prevenção ao crime, Corey Lane, afirmou que havia apenas duas gangues em Barbados e não 52, como afirmam algumas fontes não especificadas.

Guiana: 15,1 por 100.000 (Pop. 804.567)

Foram registrados 122 assassinatos até meados de dezembro de 2022, a menor contagem de homicídios em uma década.

No entanto, armas de fogo ilegais continuam a entrar no país vindas dos Estados Unidos e do Brasil, aumentando a violência no país.

A Guiana também está lidando com a disseminação da mineração ilegal, já que a invasão de gangues venezuelanas ameaça aumentar a violência.

Costa Rica: 12,2 por 100.000 (Pop. 5.153.957)

A Costa Rica viveu seu ano mais sangrento da história em 2022, com 627 homicídios cometidos, 53 assassinatos a mais em relação a 2021.

Desde 2017 o país não ultrapassava 600 assassinatos em um mesmo ano.

O presidente Rodrigo Chaves reconheceu o problema, admitindo que a violência estava “saindo do controle”.

Limón na costa atlântica é a segunda província mais populosa, mas foi a com mais homicídios: 167 — um quarto do total nacional.

A província de Limón teve uma taxa de homicídios de 35,9 por 100.000 habitantes, um ligeiro aumento em relação ao ano anterior.

Guerra entre facções criminosas como causa

Os assassinatos estão ligados ao aumento da luta pelo controle do porto de Limón, pelos grupos criminosos que buscam exportar cocaína para a Europa.

Até 90% das mortes na província foram relatadas como ligadas ao crime organizado, disse o Departamento de Investigação Judicial (OIJ).]

República Dominicana: 11,9 por 100.000* (Pop. 11.117.873)

A República Dominicana registrou 661 homicídios nos primeiros seis meses de 2022,

Extrapolando esses números para um período de 12 meses, encerrou o ano com uma taxa de homicídios de 11,9 por 100.000 habitantes.

Se confirmado, isso representaria um aumento significativo de 9,2 homicídios por 100.000 em 2020 e 10,6 por 100.000 em 2021.

Apesar desse aumento, o país registra menos homicídios que muitos países caribenhos, apesar de ser o principal país de trânsito de cocaína na região.

Várias fontes disseram que a atitude de negócios em primeiro lugar do submundo da ilha pode fornecer uma explicação para essa paz relativa.

Apenas 8,8% dos assassinatos estavam diretamente ligados ao tráfico de drogas ou ao uso de drogas. A maioria dos assassinatos são crimes passionais.

Panamá: 11,5 por 100.000 (Pop. 4.351.267)

O Panamá conseguiu reverter sua tendência recente de aumentar gradualmente os assassinatos.

Os 501 homicídios registrados em 2022 representam uma queda de 8,9% no número de homicídios em relação aos 550 de 2021.

Antes de 2022, a taxa de homicídios do país vinha subindo lentamente, de 9,6 por 100.000 em 2018 para 12,8 por 100.000 em 2021.

Enquanto alguns países continuaram a adotar uma abordagem militarizada para combater o crime, a polícia do Panamá adotou uma estratégia diferente.

O diretor da polícia nacional do Panamá, John Dornheim, destacou a importância de a aplicação da lei incorporar soluções tecnológicas e contar com informações.

“Você não persegue o crime com músculos, persegue-o com inteligência”

John Dornheim

A decisão parece estar valendo a pena, com um quarto das acusações contra suspeitos de homicídio ocorrendo graças à vigilância por vídeo.

Ainda existem áreas problemáticas

Com cerca de 7% da população, a província costeira de Colón foi responsável por 21% dos assassinatos — taxa de homicídios próxima à de Honduras.

Assassinatos indiscriminados ligados ao crime organizado na província resultaram em homicídios em hospitais e escolas, disputas territoriais e aumento do desemprego também estão entre as causas das mortes que assolam a região.

Guerra entre facções criminosas como causa

Colón detém o ponto de entrada do Atlântico para o Canal do Panamá e é um ponto crucial para a logística do tráfico de cocaína.

O país quebrou novamente seu recorde anual de apreensão de drogas, em meio a notícias de que atuava como um importante centro de envio de cocaína para uma coalizão de grandes traficantes de drogas na Europa.

O principal traficante de drogas do Panamá, Jorge Rubén Camargo Clarke, chefe da federação de gangues de Bagdá, foi preso em fevereiro de 2022, mas os números não sugerem que tenha ocorrido uma luta sangrenta pelo controle do mercado entre os rivais.

Uruguai: 11,2 por 100.000 (Pop. 3.426.260)

Houve 383 homicídios registrados no Uruguai em 2022, um aumento de 25% nos homicídios de 2021, que reverte alcançada em 2021.

Os cálculos do InSight Crime mostram um aumento ligeiramente maior de 27,6%.

Guerra entre facções criminosas como causa

O presidente Luis Lacalle Pou colocou diretamente a culpa pelo aumento da violência nos confrontos de gangues relacionados ao tráfico de drogas.

As brigas entre grupos criminosos pelo controle do tráfico de drogas em Montevidéu, capital do país, parecem ter aumentado.

Em junho, a polícia uruguaia informou ter identificado até 45 clãs familiares criminosos em Montevidéu e, em novembro, tiroteios entre alguns desses clãs confinaram moradores de Villa Española e Peñarol em suas casas.

Uruguai na rota das drogas

Essas gangues também foram cruciais para o crescente perfil do Uruguai como nação de trânsito para o comércio de cocaína.

As conexões com o Brasil, Paraguai e Argentina têm visto uma maior quantidade de drogas fluindo pelo Uruguai, trazendo maiores índices de violência criminal.

Enquanto isso, o surgimento do Primeiro Cartel Uruguaio (Primer Cartel Uruguayo – PCU), liderado pelo misterioso narcotraficante Sebastián Marset, aumentou a pressão sobre as forças de segurança do país e levantou a tampa da corrupção generalizada nas fileiras políticas do país.

Paraguai: 8 por 100.000* (Pop. 6.703.799)

Foram 489 homicídios entre janeiro e novembro de 2022, o que levará a superar a taxa de 2021 de 7,4 para 100.000 habitantes.

Guerra entre facções criminosas como causa

O ano passado viu mais da mesma violência, já que assassinatos de alto escalão e assassinatos entre gangues pareciam encerrar o ano.

A disputa entre Primeiro Comando da Capital e o clã local Rotela monopolizaram as mortes na disputa pelo domínio territorial dos corredores de tráfico de drogas e armas, particularmente a província de Amambay, no Paraguai, na fronteira leste com o Brasil.

Gangues menores e clãs familiares também contribuem para os assassinatos nas áreas mais violentas do Paraguai.

O conhecido Clã Insfrán teria sido ligado ao assassinato em maio de 2022 do promotor paraguaio Marcelo Pecci.

A violência do país é ajudada em parte pelo fato de que armas e munições fornecidas aos militares acabam rotineiramente nas mãos de organizações criminosas.

O papel ascendente do Paraguai como um nó-chave no drogoduto de cocaína da Europa significa que o conflito entre as principais gangues do país provavelmente continuará a transbordar.

El Salvador: 7,8 por 100.000 (Pop. 6.314.167)

Foram 495 homicídios em 2022 contra 1.147 no ano anterior, mantendo uma tendência de baixa desde 2015, quando o índice era de 103 por 100.000 habitantes, o que fazia de El Salvador o país mais violento do Hemisfério Ocidental.

A queda nos assassinatos no ano passado ocorreu em meio a uma das repressões anti-gangues mais brutais já vistas na América Latina.

Um violento assassinato de gangues em março que custou 87 vidas respaldou a política de forte repressão aos grupos criminais do presidente Nayib Bukele.

O governo alavancou poderes de emergência para atacar as principais gangues de rua do país, a MS13 e a Barrio 18, prendendo cerca de 60.000 pessoas, ou quase 2% da população adulta no processo.

Os resultados foram surpreendentes, com assassinatos e extorsões caindo drasticamente. A repressão forçou as gangues a se esconderem, embora continuem bem armadas.

Suriname: 7,7 por 100.000 (Pop. 612.985)

O menor país sulamericano registrou 47 assassinatos entre janeiro e meados de dezembro de 2022 — taxa de 7,7 por 100.000 habitantes.

Este é um aumento acentuado em comparação com os 32 assassinatos registrados em 2021, mas inferior aos 54 registrados em 2020.

O aumento da taxa de homicídios pode ser em decorrência do papel do Suriname como país de trânsito para a cocaína.

O presidente Chandrika Persad Santochi disse ao InSight Crime em outubro de 2022 que o tráfico de drogas afetou seriamente o crime violento no Suriname.

Especialistas identificaram o tráfico de cocaína como a maior ameaça à segurança nacional do Suriname e responsável por alguns dos eventos mais violentos recentes.

Em julho de 2021, três corpos carbonizados foram encontrados no oeste de Paramaribo, capital do Suriname. Um dos supostos autores do crime declarou que foi morto em relação à apreensão de cerca de 1 tonelada de cocaína pelas autoridades.

Mas em comparação com seus vizinhos, principalmente no Caribe, o Suriname tem uma baixa taxa de homicídios.

Um dos fatores que possivelmente explicam a diferença entre o Suriname e países como Jamaica, Trinidad e Tobago e Santa Lúcia é que o Suriname não possui gangues urbanas sofisticadas.

Nicarágua: 6,7 por 100.000 (Pop. 6.850.540)

A total falta de dados confiáveis ou relatórios sobre homicídios na Nicarágua, mais uma vez, dificulta um levantamento de homicídios para o país.

Fontes oficiais colocam a contagem de homicídios no país em 460, mas esses números “não são confiáveis”.

A falta de transparência do país parece improvável que mude em breve.

Em novembro de 2022, o presidente Daniel Ortega conquistou um quarto mandato em uma eleição duramente criticada pela comunidade internacional.

O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou de “eleição de pantomima”. Durante o governo de Ortega, 160 jornalistas foram forçados ao exílio.

Chile: 4,6 por 100.000 (Pop. 19.493.184)

Os homicídios cresceram mais de 32% no Chile em 2022 em relação a 2021, marcando o ano como um dos mais mortais do país.

Os números da polícia mostram que 960 assassinatos foram cometidos no ano passado, em comparação com 726 no ano anterior.

A região norte de Tarapacá viu novamente a criminalidade elevar as taxas de homicídio a novos patamares, enquanto o contrabando de migrantes controlado pela mega-gangue venezuelana Tren de Aragua emergiu como uma séria ameaça à segurança nacional.

O tráfico de drogas no país cresceu, o roubo de cobre se expandiu e as máfias madeireiras que controlam a extração ilegal de madeira se tornaram mais violentas.

Embora o aumento de assassinatos seja alarmante, as autoridades alertaram que o retorno às regulamentações e à vida pré-pandêmica favoreceu o aumento da criminalidade, que foi artificialmente baixo em 2020 e 2021.

Os aumentos registrados em 2022 são irregulares porque, à medida que a vida cotidiana foi retomada , o número de crimes ocorridos também normalizou para antes da pandemial.

coronel Gutiérrez, comandante da polícia militar do Chile

O Chile com 4,6 homicídios para 100.000 habitantes continua entre as nações menos violentas da América Latina.

Argentina: N/A (Pop. 45.808.747)

A Argentina normalmente publica suas estatísticas anuais de crimes em abril do ano seguinte.

Em 2021, o Ministério da Segurança registrou 2.092 assassinatos, para uma taxa de homicídios de 4,6 por 100.000 habitantes, continuando sua tendência de queda nos assassinatos desde um ano particularmente violento em 2014.

Guerra entre facções criminosas como causa

Certos focos de violência, porém, são acessíveis, principalmente na província de Santa Fé.

Na Santa Fé, que abriga a cidade de Rosario, 406 pessoas mortas em 2022, o maior número desde 2015, elevando a taxa de homicídios da província para 11,31 por 100.000.

O ano sangrento de Rosario cativou as manchetes, dado o fato de que sua taxa de homicídios quadruplica a média nacional.

Uma rivalidade entre gangues locais de tráfico de drogas, os Monos e o Clã Alvarado, alimenta grande parte dos assassinatos da cidade.

A leste de Santa Fé, a província de Entre Ríos registrou seu terceiro ano consecutivo de redução de homicídios, com as autoridades elogiando uma postura dura contra o narcotráfico como a chave para o sucesso.

O tráfico de cocaína de fato tem aumentado na província, mas as autoridades locais intensificaram os esforços para combater os traficantes na esperança de evitar uma nova queda na violência.

Bolívia: N/A (Pop. 12.079.472)

As autoridades bolivianas não divulgaram estatísticas oficiais de homicídios nos últimos três anos, mas os interesses criminosos de grupos locais e regionais – particularmente em relação à expansão da capacidade de produção de cocaína da Bolívia – garantiram que a violência continuasse.

Guerra entre facções criminosas como causa

Em fevereiro do ano passado, o assassinato de dois traficantes de drogas brasileiros no departamento de Santa Cruz destacou a ameaça contínua do Primeiro Comando da Capital do Brasil (Primer Comando Capital – PCC) e rival, companheiro de gangue brasileira, o Comando Vermelho CV, para a Bolívia. Santa Cruz é um importante centro de tráfico de cocaína sendo contrabandeada para o Brasil ou Paraguai da Bolívia e do Peru.

Em julho do ano passado, o povoado de Porongo, na periferia de Santa Cruz de la Sierra, capital do departamento de Santa Cruz, foi palco de uma violência incomum contra policiais na Bolívia.

Três foram mortos a tiros depois de tentar prender um homem local. O suspeito do assassinato era genro de um narcotraficante local.

Haiti: N/A (Pop. 11.447.569)

Guerra entre facções criminosas como causa

A violência das gangues causou a morte de 2.183 pessoas em 2022, um aumento de 35,2% em comparação com o ano passado.

Mas esses números quase não fazem sentido.

A catástrofe de segurança na ilha atingiu níveis sem precedentes que acredita-se que nenhum funcionário eleito em nível nacional permaneça lá.

Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, evaporou-se qualquer influência política que pudesse conter as gangues do país.

A guerra de gangues que antes se opunha às duas maiores organizações criminosas do país, G9 e G-PEP, se dissolveu ainda mais em uma colcha de retalhos de guerras territoriais ao redor da capital, Porto Príncipe, que viu a maior parte dos assassinatos, incluindo execuções sumárias e adolescentes portando armas de nível militar.

Os sequestros mais que dobraram. A violência sexual e o estupro também são comuns.

Acho que é a primeira vez que vimos esse nível de ilegalidade, esse nível de violência de gangues em que a vida das pessoas não importa.

Cécile Accilien, professora de estudos haitianos na Kennesaw State University

Peru: N/A (Pop. 33.715.471)

O Peru não divulgou números oficiais de homicídios para 2022 e os números do Ministério da Saúde parecem não ter base na realidade histórica.

Segundo o Ministério da Saúde houve 1.307 assassinatos — uma taxa de homicídios de apenas 3,9 por 100.000 habitantes.

Em 2021, houve 2.166 mortes — uma taxa de 6,6 por 100.000, um aumento em relação a 2020, mas ainda menor do que em qualquer ano desde 2013.

Embora o governo tenha declarado vários estados de emergência com o objetivo de combater a criminalidade em Lima, mas os corpos continuaram se acumulando.

No início do ano, um legista disse à TV Perú que os assassinatos em partes da capital dobraram ou até quadruplicaram.

Guerra entre facções criminosas como causa

Em outros lugares, uma série de assassinatos resultantes de gangues que lutam pela mineração ilegal em La Libertad, uma região na costa oeste, levou as autoridades a impor estado de emergência.

Quatro líderes de comunidades indígenas que se opunham à mineração ilegal e ao tráfico de drogas foram mortos em uma única semana de março.

Em meio à agitação social após a deposição do ex-presidente Pedro Castillo em dezembro, a Procuradoria-Geral de Ayacucho confirmou que havia aberto investigações de homicídio contra militares e chefes de polícia após a morte de manifestantes.

*As estimativas para esses países são projeções. Os dados do ano inteiro não estavam disponíveis para esses países no momento da publicação. As taxas de homicídio calculadas pelo InSight Crime são baseadas nos melhores dados de homicídio disponíveis e na população estimada do país para 2021, de acordo com o Banco Mundial. Quaisquer pontos de dados não calculados por este método foram atribuídos às suas fontes. Esta lista será atualizada à medida que mais dados estiverem disponíveis.

**Parker Asmann, Douwe den Held, Alex Papadovassilakis e Juan Diego Posada contribuíram para este artigo.

A pivatização do porto de Santos e a facção paulista PCC 1533

Se a privatização do Porto de Santos é de interesse da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, qual a pressa do governo em agir?

Privatização do porto de Santos e o interesse dos grupos criminosos

A jornalista italiana Maria Zuppello chama a atenção para um possível interesse do Primeiro Comando da Capital na pivatização do porto de Santos.

“Primer Comando Capital y la ‘ndrangheta buscan una oportunidad para controlar toda la cadena logística” — leia reportagem completa no Infobae

É inegável que o porto de Santos é o principal escoadouro da organização criminosa paulista, no entanto é apenas um elo na cadeia portuária.

No Atlântico a facção paulista utiliza portos da Argentina e Uruguai, além de portos espalhados por toda a costa brasileira de norte a sul.

Roberto Bueno, especialista em gestão de segurança pública, explica que há fortes interesses políticos envolvendo os portos:

… o que leva a suspeitar do vastíssimo interesse de autoridades na região, cuja intervenção no modelo de operações mafiosas é central, servindo de muros de contenção às autoridades tanto quanto elaboradoras de rotas de fuga aos percalços de “outsiders” do esquema criminoso pactuado com segmentos delas.

Basta lembrar que uma das primeiras providências do presidente Jair Bolsonaro foi trocar o superintendente da Polícia Federal de Santos.

Bolsonnaro foi muito criticado a época pois a corporação vinha batendo recordes em apreensão de drogas.

Quando a presidente Dilma Rousseff apresentou uma apreensão recorde de drogas, o então deputado Jair Bolsonaro afirmou que aí estava a prova do aumento do tráfico de drogas, pois “todos sabem como funciona”.

Bolsonaro sugeria que os traficantes deixavam “cair” propositadamente parte da mercadoria para encobrir seus acordos as forças policiais.

Anos depois, já presidente, Jair Bolsonaro bateu um novo recorde de apreensão de drogas, e então? Isso seria prova do aumento do tráfico e o envolvimento das autoridades como ele mesmo afirmou poucos anos antes?

Após quatro anos de governo Bolsonaro, a jornalista Maria Zuppello lembra que o porto de Santos hoje é controlado pelo Primeiro Comando da Capital que…

… um exército de mais de 112 mil bandidos ferozes (…) que no tráfico de cocaína e maconha, faturam cerca de 600 milhões de dólares anuais.

Maria Zuppello

O especialista Antonio Nicasco afirma que a facção PCC nesse período fortaleceu as relações que já tinha com a organização mafiosa ‘Ndrangheta:

O poder do PCC cresceu muito nos últimos anos. Uma das novas rotas estudadas pela ‘Ndrangheta junto com o PCC é a do Equador ao Panamá pelo Oceano Pacífico. Do Panamá, os contêineres são desviados para o Atlântico.

Com a perda do controle do governo federal pelo grupo político que dominava o porto de Santos e a transferência de seus integrantes para o governo do Estado de São Paulo, a Polícia Federal deixa de ser um instrumento disponível.

É nesse contexto que a discussão da privatização do porto de Santos acontece com o governador Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Jair Bolsonaro, tentando agilizar a pivatização do porto de Santos:

“… está pronto, vai ser um espetáculo e vai criar muitos empregos.”

Entrevista: ChatGPT fala pela primeira vez sobre a facção PCC

A inteligência artificial ChatGPT responde sobre a organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

A Inteligência Artificial ChatGPT responde sobre o PCC

A inteligência artificial ChatGPT, em uma longa entrevista ou conversa, como preferirem, falou com bastante desenvoltura sobre a organização criminosa Primeiro Comando da Capital.

Publicarei em três partes a entrevista. Inicialmente comecei perguntando se conhecia a facção paulista e o que sabia sobre ela, sua hierarquia e expansão.

Amanhã e depois posto as respostas dadas pelo ChatGPT, como ele prefere ser chamado, sobre a questão carcerária, guerra entre facções e dicas de leitura e vídeo.

Por uma questão editorial deste site, os longos parágrafos foram divididos, mas com o cuidado de não alterar o conteúdo.

ChatGPT encara a facção PCC 1533

Alguns ficarão surpresos com as respostas que são muito mais humanas que as que estou acostumado a ouvir de meus colegas de trabalho e a maioria de nossos representantes políticos. Tipo:

É importante implementar programas de prevenção, como iniciativas de educação e emprego, para combater a atração de jovens por grupos criminosos.

ChatGPT

A expansão do PCC pode ser atribuída a vários fatores, incluindo a fragilidade institucional, a corrupção, a falta de recursos para as forças de segurança e a presença de rotas de tráfico de drogas e outros crimes.

ChatGPT

Vamos lá…

Você sabe o que é o Primeiro Comando da Capital?

O Primeiro Comando da Capital (PCC 1533) é uma organização criminosa com sede no Brasil, especialmente ativa no estado de São Paulo.

É considerada uma das maiores facções criminosas do país, com influência em diversos estados e envolvimento em atividades como tráfico de drogas, extorsão, assassinatos e outros crimes.

O grupo foi fundado em 1993 e é conhecido por sua estrutura hierárquica, organização e uso de violência extrema.

O combate ao PCC é uma das principais prioridades das autoridades brasileiras de segurança pública.

Quais as razões que levaram a fundação do PCC 1533?

As razões que levaram à sua fundação incluem a demanda crescente por drogas na região, a necessidade de proteção dos criminosos em presídios e o desejo de expandir o poder e o controle do crime organizado.

O PCC foi formado por presidiários e se espalhou rapidamente, tornando-se um dos grupos criminosos mais influentes e perigosos do Brasil.

O que você sabe sobre a hierarquia da facção PCC?

A estrutura da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) é hierárquica e centralizada, com uma liderança definida e comunicadores responsáveis por transmitir ordens para as diferentes células.

A organização tem uma estrutura militarizada, com cargos como “comandantes” e “oficiais”, e uma estrutura de comando e controle rigorosa para a implementação de suas atividades criminosas, incluindo o tráfico de drogas, extorsão, roubo de cargas, entre outros crimes.

Além disso, o PCC tem uma forte presença nas prisões, onde controla a vida dos presos e age como um grupo de proteção para os seus membros.

A hierarquia do PCC é uma das suas principais forças, permitindo-lhes agir de forma coordenada e eficiente, tornando-se uma das organizações criminosas mais perigosas do Brasil.

ChatGPT

Para combater uma organização criminosa como o “Primeiro Comando da Capital”, é recomendável uma abordagem abrangente que inclua:

  1. Investigação policial efetiva: as forças de segurança devem conduzir investigações rigorosas e colaborar com outras agências internacionais para desmantelar a estrutura da organização.
  2. Fortalecimento das instituições de justiça: é importante fortalecer as instituições responsáveis pelo julgamento e condenação de criminosos para garantir o devido processo legal e a punição adequada dos envolvidos.
  3. Prevenção: é importante implementar programas de prevenção, como iniciativas de educação e emprego, para combater a atração de jovens por grupos criminosos.
  4. Cooperação internacional: é crucial colaborar com outros países e agências internacionais para compartilhar informações e recursos na luta contra o crime organizado transnacional.

Essas medidas são uma abordagem de longo prazo e devem ser implementadas de forma coordenada e sistemática para alcançar resultados efetivos na luta contra o crime organizado.

Você afirma que o PCC tem uma estrutura militarizada com cargos de “comandante” e “oficiais” o que não é exato. Há uma hierarquia rígida com cargos, mas não são militarizados, a estrutura é mais parecida com a de uma empresa privada.

Desculpe, você está correto. A estrutura da Primeiro Comando da Capital não é militarizada, e sim organizada como uma empresa privada, com uma hierarquia rígida de cargos. Obrigado por corrigir.

Em quais mercados ilícitos a facção PCC tem maior participação? E em quais regiões?

O “Primeiro Comando da Capital” é considerado uma das maiores organizações criminosas do Brasil, com uma presença significativa em diversos mercados ilícitos, incluindo tráfico de drogas, extorsão, contrabando de armas e cigarros, entre outros.

A atuação do PCC é mais concentrada na região sudeste do Brasil, especialmente em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, mas também tem presença em outras regiões do país e até em outros países da América Latina.

Como está a expansão dA facção PCC na Europa?

Não tenho informações precisas sobre a atual expansão da organização criminosa “Primeiro Comando da Capital” na Europa.

No entanto, é bem conhecido que grupos criminosos tendem a se expandir para outros países em busca de novos mercados e fontes de lucro.

Mas sem informações precisas e atualizadas, não posso confirmar ou negar a ocorrência de tal expansão.

É importante destacar que o combate a grupos criminosos é uma responsabilidade das autoridades competentes e não deve ser tratado de forma superficial ou irresponsável.

A expansão do PCC nos países da América do Sul é um fato. O que você pode me falar sobre esse fenômeno?

Sim, é verdade que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) tem expandido sua presença em países da América do Sul.

O PCC é uma das maiores organizações criminosas do Brasil e é conhecido por seus ataques violentos e seu alcance internacional.

A expansão do PCC na América do Sul é vista com preocupação pelas autoridades locais, que trabalham para combater o crime organizado e proteger a população.

A expansão do PCC pode ser atribuída a vários fatores, incluindo a fragilidade institucional, a corrupção, a falta de recursos para as forças de segurança e a presença de rotas de tráfico de drogas e outros crimes.

Além disso, a globalização e as facilidades de comunicação e transporte modernas também permitem que grupos criminosos expandam sua atuação para além das fronteiras nacionais.

O combate a organizações criminosas como o PCC requer uma abordagem coordenada e interdisciplinar, incluindo medidas de prevenção e investimentos em segurança pública e justiça criminal.

Além disso, é importante fortalecer a cooperação internacional para compartilhar informações e recursos e combater a atividade criminosa transfronteiriça.

A facção PCC desde sua origem até sua expansão em Portugal

Vídeo reportagem em Espanhol sobre a facção paulista Primeiro Comando da Capital.

A maior organização criminosa do Brasil também opera de Portugal

Assista o vídeo em espanhol no site da RTVE

Portugal apreendeu no ano passado 16 toneladas de cocaína. Cada vez mais drogas chegam ao país como forma de entrar na Europa.

Tem muito a ver com a maior organização criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital, mais conhecido como PCC 1533.

Começou como um sindicato de defesa dos direitos dos presos brasileiros na década de 1990.

Hoje é uma das organizações mais poderosas do mundo das drogas, intimamente ligada à máfia italiana da Calábria, a ‘Ndrangheta.

A presença do PCC em Portugal foi confirmada com a prisão de quatro de seus integrantes reconhecidos pela quadrilha.

Neoliberalismo e a facção PCC 1533 feitos um para o outro

O neoliberalismo e a facção PCC 1533 (Primeiro Comando da Capital) são resultado das políticas globalistas do final do século XX.

O neoliberalismo e a facção PCC: filosofia e mercado

O neoliberalismo e a facção PCC foram feitos um para o outro. Se hoje o Primeiro Comando da Capital germina como um cartel internacional de drogas, foi graças ao esforço de várias pessoas, e, entre elas, eu e você.

No final de 1991, eu e você acompanhamos a Queda do Muro de Berlim – o coroamento da vitória do neoliberalismo sobre o socialismo internacional.

leia também: A facção PCC 1533 e a rota africana

Facção PCC – Uma semente lançada em solo fértil

Foi graças aos nossos esforços que houve essa vitória e a consequente derrubada das rígidas fronteiras nacionais, deixando o solo menos árido para as sementes que então eram jogadas por Zé Márcio.

Não sei onde você estava e o que fazia, mas posso afirmar que Zé Márcio Felício caminhava pelos corredores e pátios ocultos por trás das muralhas das unidades prisionais, semeando a “boa nova” nos corações e nas mentes dos encarcerados.

Quem me deu os detalhes dessa história que vim contar a você foram: o Promotor de Justiça do MP-SP Marcio Sergio Christino, Antônio Marcos Barbosa de Quadros (UNINTER), e o doutor em Ciências Políticas pela UFPR Leonardo Mèrcher Coutinho Olimpio de Melo.

Fotomontagem com o PCC Geleião e uma mão semeando a sigla da facção PCC.
Geleião e o PCC 1533 semeando a união dentro do sistema

Facção PCC 1533 e o admirável mundo novo

Cabe ao semeador retirar as sementes do celeiro e levá-las ao campo, ou a safra não virá; mas a semente tendo sida jogada ao tempo certo e em solo fértil, trará a safra, independentemente de quem tenha sido a mão a jogar a semente ou a fertilizar o solo.

Na “parábola do semeador” o nome do personagem não é citado por nenhum dos evangelistas, pois sua identidade simplesmente não é importante, mas, sim, seu trabalho.

Por essa razão a nossa participação, a minha e a sua, fertilizando o solo para as sementes do Primeiro Comando da Capital não tem também nenhuma importância, e, por humildade cristã negaremos que os frutos agora gerados são resultado de nosso esforço.

Em 11 de março de 1991, durante o banho de sol, escureceu e começou a chover […] o PCC não nasceu em 1993 e em seguida se espalhou de maneira imediata, mas foi nesse ano que se consolidou […]

Jogando o peixe na água

Naquela tarde de chuva de 1991, Rato era morto por Cesinha em Taubaté. Era a primeira semente jogada ao solo utilizando o método que seria imortalizado na fundação oficial do Partido do Crime da Capital (PCC) – a Rebelião de Taubaté de 1993.

Cezinha começou a alicerçar o PCC utilizando o sangue de Rato na massa, enquanto Zé Márcio (Geleião) jogava sementes de presídio em presídio, pregando a “boa nova”, e nós, eu e você, derrubávamos o Muro de Berlin – era o fim da história segundo Fukuyama, só que não, era só o começo.

Finalmente conseguimos, eu e você, e o fruto de nosso esforço foi tornar as fronteiras mais permeáveis à circulação de pessoas e produtos: a grande vitória para nossa geração! – e sem a qual o Primeiro Comando da Capital não existiria…

… mas deixemos que os louros pela criação da Facção PCC 1533 sejam entregues a Zé Márcio, o semeador, apesar de que fomos nós que tenhamos preparado o solo.

Bem-vindo ao nosso admirável mundo novo. Está chegando o momento certo para se semear: o solo está quase preparado.

Ilustração com a antiga baia de Guanabara e trabalhadores do campo a lavrar sob a frase "A abertura dos Portos e o Primeiro Comando da Capital".
A abertura dos Portos e o Primeiro Comando da Capital

Facção PCC 1533 surfando na onda neoliberal

No Brasil, o presidente Fernando Collor de Mello abriu os portos para as nações amigas, permitindo a importação de produtos e derrubando taxas de importação. Com uma maior concorrência externa, os preços despencaram com o aumento da oferta e não houve mais desabastecimento nas biqueiras.

Em um mercado mais competitivo, os produtos ilícitos, como as drogas e as armas, que antes eram trazidos por muambeiros, passaram a chegar através de uma cadeia de distribuição gerida por grupos com expertise em comércio internacional:

E a América Latina, e em especial o Brasil, passaram a possuir filiais dos mais organizados e violentos grupos criminosos do mundo. Ndrangheta (Máfia da região da Calábria, Itália), Sacra Corona Unita (também italiana, do leste), BGang (paquistano norueguesa), além das máfias russas, que expandiram seus negócios além fronteiras, negociando agora, também, com produtores e distribuidores latinos.

Vários grupos latino-americanos já haviam muito antes formado cartéis criminosos nacionais, mas agora as fronteiras foram derrubadas por mim e por você, e Zé Márcio, que antes via suas sementes caírem sobre espinhos e pedras, agora já podia sorrir.

O Zé Márcio […] teve uma intuição parecida com a de Salvatore Lucania (1897-1962), mais conhecido como Charles “Lucky” Luciano, que criou o primeiro sindicato do crime nos Estados Unidos e depois na Sicília […] ‘Vamos juntar as lideranças aqui e fazer uma organização a partir da qual nós vamos dominar tudo.’

As drogas que sustentariam o crescimento da facção PCC nos presídios passou a chegar em um fluxo constante da Bolívia, da Colômbia e do Paraguai, afinal as fronteiras se tornaram mais permeáveis após 1991, e a distribuição dentro do sistema penal se profissionalizou.

A ideia de que aquele que participa do tráfico de drogas é um “empregado” do crime [é apresentado por diversos autores que] abordaram a temática do tráfico de drogas, principalmente após a década de noventa.

Bem-vindo ao nosso admirável mundo novo neoliberal. Chega o momento certo para se semear: o solo está preparado.

Fotomontagem com homens sob o Muro de Berlin e de outro lado amotinados no telhado de uma penitenciária.
Derrubando fronteiras e preparando o terreno para o PCC

Facção PCC 1533 levando ao mundo seu objeto de desejo

Em nosso mundo liberal podemos hoje nos fortalecer ou nos destruir como indivíduos, cabendo a cada um a escolha daquilo que acredita ser o melhor para si.

Mesmos sabendo que o álcool, o cigarro, as drogas legais e ilegais nos fazem mal, temos acesso a esses produtos:

O mercado de drogas ilícitas e suas organizações criminosas passaram de coadjuvantes a atores importantes e tremendamente influentes após a queda do muro de Berlim. […] Porém, para adquirir estes objetos de desejo, agora passíveis de importação […]

… e nós, eu e você, desejávamos comprar o que bem quiséssemos e nem imaginamos as consequências (aliás, como ocorre normalmente durante as eleições).

Eu e você, que somos cidadãos de bem, nunca vamos assumir publicamente que nossas decisões ou o apoio que demos, mesmo que dentro de nossas redes sociais (família, amigos e colegas de trabalho), foram fundamentais para o crescimento da facção PCC.

O solo já estava preparado, mas faltava ainda dar melhores condições de trabalho para aquele que estava a semear a “boa nova”.

Mas talvez você se lembre que vibrávamos quando havia mortes dentro dos presídios, preso matando preso. E os governantes e agentes públicos, para alimentar a nós e outros que estavam ávidos por ver sangue na televisão providenciavam os espetáculos.

Bem-vindo ao nosso admirável mundo dos espetáculos. Quem semeia deve ser jogado aos leões: o circo está preparado.

Fotomontagem com uma família assistindo pela TV mortos em uma chacina em penitenciária e a foto do Jair Bolsonaro ao lado.
Bolsonaro e o show da isegurança pública

Zé Márcio foi escolhido para ir ao picadeiro.

Aquele que pregava em solo fértil foi enviado pelos administradores do sistema prisional para morrer na Penitenciária de Avaré, comandada então por Zorro, líder da facção Comando Democrático da Liberdade (CDL), e que era amigo de Rato, morto em 1991.

Zé Márcio seria morto em uma vingança, seu corpo seria apresentado para a imprensa, algum dos presos seriam culpados por sua morte e o Primeiro Comando da Capital (PCC) perderia uma de suas principais lideranças… só que não.

Ao chegar a triagem em Avaré, Zé Márcio se recusa a ir para o “seguro”. Alguém lhe oferece uma faca na entrada e ele também recusa. Entra no complexo e segue direto para o pátio onde Zorro está jogando futebol, vai até ele e chuta a bola para fora do presídio:

Qual é o problema? Eu não tenho nada contra você. Estou aqui, então se é para me matar, mata logo, vamos resolver aqui mesmo, agora.

A coragem de Zé Márcio é reconhecida, e Zorro e a facção CDL se convertem. Dessa vez não houve espetáculo no circo para o meu e o seu prazer, mas, sim, o plantio de um vasto campo com as sementes da facção Primeiro Comando da Capital.

Aquelas mãos que jogaram Zé Márcio em Avaré, e ajudaram a consolidar o poder da facção PCC 1533 dentro dos presídios, jamais baterão no peito exigindo o mérito dessa semeadura, assim como…

… eu e você jamais assumiremos que assistíamos pela TV as chacinas que ocorriam dentro dos presídios, enquanto no silêncio de nossas salas aplaudíamos as mortes e pedíamos secretamente outras aos políticos e aos administradores do sistema carcerário.

A palavra chacina não tem uma conotação jurídica como homicídio ou latrocínio, sendo representada no âmbito jurídico como “homicídios múltiplos”. Chacina, portanto, é uma expressão popular que desencadeou um acúmulo de violência contra um grupo de pessoas estereotipadas, seja pela classe social, cor da pele ou ação política.

Camila de Lima Vedovello e Arlete Moysés Rodrigues+

Bem-vindo ao mundo real, onde nem sempre o que idealizamos acontece, mas sempre podemos negar nossa participação na culpa.

Fotomontagem com a símbolo da organização criminosa 1Ndrangheta e do PCC sob a frase "parceria no mercado internacional".
O PCC e a ‘Ndrangheta e a parceria internacional

Facção PCC 1533 fechando com a ‘Ndrangheta

“Se houver amanhã”, de Sidney Sheldon, era um dos preferidos de Zé Márcio, e esse amanhã chegou. Os campos já estavam prontos para serem colhidos por organizações feitas sob medida para o competitivo mundo do comércio globalizado.

A organização criminosa ‘Ndrangheta buscava um parceiro no Cone Sul capaz de suprir suas necessidades e o volume de negócios da organização italiana em 2008 equivalia ao PIB reunido de todos os estados do Norte do Brasil: 163 bilhões de Reais.

Apenas um grupo poderia encarar o desafio de trazer drogas das lavouras da Bolívia, da Colômbia, do Peru e do Paraguai passando por trilhas, estradas e rios, atravessando pelo Brasil e enviá-las para a África e a Europa: o Primeiro Comando da Capital.

“Os corretores da máfia são tão poderosos que lidam diretamente com o PCC. Traficando da Colômbia, da Bolívia e do Peru, passando pelo Paraguai como rota de trânsito.” — Zully Rolón, ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai

A parceria entre as duas organizações criminosas possibilitou que a ‘Ndrangheta passasse a hegemonia do tráfico de drogas da América para a Europa com o dominando 80% do fluxo. — Última Hora

Um dos esquemas, tinha como base as esteiras do Terminal do Aeroporto de Guarulhos:

As bolsas seguiam pelas esteiras rolantes até a área restrita, onde funcionários aliciados pelo Primeiro Comando da Capital recebiam dos comparsas as fotos com as imagens das malas recheadas com drogas, e as embarcavam para Portugal, França e Holanda, na Europa, e também para Johannesburgo, na África do Sul.

A estrutura do Primeiro Comando da Capital no exterior está muito bem estruturada: conexões políticas e logística em Moçambique permite a reexportação para os Estados Unidos, Europa e Austrália, através de conexão em Malawi.

O Ministério Público de São Paulo revelou que Marcos Roberto, conhecido como Tuto, é adido no Consulado de Moçambique no Belo Horizonte, Minas Gerais. O quê? Isso mesmo! Por essa via, não espanta que tivesse passaporte diplomático moçambicano! Vejam…até onde tráfico brasileiro penetrou em Moçambique: até o tutano do Governo, traficante recebendo honrarias de diplomata.

Marcelo Mosse

Um sistema político e econômico sob medida

Assim como essa, outras organizações internacionais que buscaram parcerias para se manterem no mercado globalizado tiveram que negociar com o PCC.

[…] o mesmo tipo de relacionamento é feito com organizações, como, por exemplo, ‘Ndrangheta, […] se você quiser pode conferir, barcos com bandeira boliviana foram pegos pela Marinha grega e depois pela guarda costeira turca, que tinha levado primeiro cocaína, depois levaram haxixe, […] é que essa aqui é uma organização criminosa que conseguiu o que o Pablo Escobar só sonhou […] É a primeira vez na história do Ocidente, aliás, eu acho que é a primeira vez na história da humanidade que uma organização criminosa consegue esse tipo de sucesso.

Hugo Antonio Achá Melgar

Todo o dinheiro movimentado nessas operações são lavados por uma série de processos independêntes, desde uma pizzaria em um bairro ao envio ao exterior:

O dinheiro das drogas, cigarros e armas vendidas no Brasil voltam ao Paraguai utilizando os mesmos transportadores que levaram as mercadorias.

Em solo paraguaio, os reais são entregues em dinheiro às casas de câmbio, que os repassam aos importadores e comerciantes de mercadorias da China.

Estes repassam os recursos aos bancos paraguaios, argumentando que receberam aqueles reais do Paraguai.

Revela documento de inteligência americana citada em artigo: „Erstes Kommando der Hauptstadt“ und italienische ‚Ndrangheta in Paraguay

Bem-vindo ao futuro, onde a movimentação de pessoas e mercadorias é livre e controlada pelas organizações transnacionais.

Primer Comando Capital e o Hezbollah

O Primer Comando Capital e seu crescente poder na região da Tríplice Aliança chama a atenção das autoridades para seu poder de fogo.

La Nacion dá destaque ao Primer Comando Capital

O Primer Comando Capital, como é chamada a facção paulista PCC 1533 em parte da comunidade de língua espanhola, é destaque na imprensa argentina.

La Nacion destaca que em ações em Rosario, o grupo criminoso utilizou como arma mais poderosa a metralhadora FMK3 e uma pistola 9 mm metralhadora.

O jornal ainda lembra que no Paraguai os criminosos do PCC tem a disposição metralhadoras antiaéreas calibre 12.7 montadas em caminhões.

O tráfico de armas não é um dos braços da facção paulista, descobriu-se uma manobra para abastecer o PCC com armamento militar do Paraguai.

As armas circulam por todos os lados da Tríplice Fronteira.

A Polícia Militar do Paraná interceptou dois caminhões com pistolas. espingardas e fuzis escondidos em um carregamento de arroz.

Em 2019, foi descoberta uma linha de abastecimento de armas militares que chegou às mãos do PCC a partir de um eixo estabelecido em Buenos Aires-Rosário.

Na ocasião, inclusive um canhão antiaéreo com projéteis de 20 mm fazia parte do acervo de armas e munições que era realizado em nosso país para embarque ao Paraguai, onde o PCC se estabeleceu em vigor.

A interceptação desse contrabando de armas foi mais uma prova de que as redes dessa organização criminosa têm tentáculos cada vez mais longos.

leia matéria completa no artigo de Daniel Galo no La Nacion

Não se deve no entanto pensar que a organização brasileira age apenas oomo um grupo comercial no ramo ilegal de drogas e armas, a facção paulista, possúi uma ideologia como é usual nos grupos terroristas.

Manifesto del Primer Comando de la Capital — organización criminal brasileña PCC 1533

Os terroristas islâmicos e o Primer Comando Capital

Pensemos em um grupo de pessoas que no início tinham poucos adeptos, mas na humildade foram conquistando moral e espaço.

Em determinado momento quando já tinham certa força passaram a utilizar da violência para fortalecer sua posição e conquistar rapidamente ainda mais seguidores.

Com o crescimento essas pessoas criaram uma estrutura piramidal para melhor gerenciar e controlar seu crescimento, implantando uma hierarquia semelhante das organizações militares.

Eles inclusive adotavam regras rígidas de conduta e a busca de um objetivo intangível.

Por um objetivo seus membros, por considerar justo, fariam qualquer esforço em pról de seu grupo, até entregando a sua própria vida ou a de outros.

Facções criminosas e extremistas religiosos

O parágrafo acima pode ser utilizado igualmente para descrever o nascimento, o crescimento, e o amadurecimento tanto do Primeiro Comando da Capital de Marcola quanto do Islamismo de Maomé.

Ambos os grupos quando retiramos a tinta ideológica vemos que foram feitos com mesmo barro e queimados no mesmo forno e ambos criaram para si e para seus atos justificativas para o injustificável.

Se por um lado o islamismo radical considera lícito matar soldados israelenses e ocidentais em nome da Guerra Santa contra os opressores americanos, a facção paulista acredita ser justo matar policiais e servidores públicos para combater o sistema opressor.

Gente de paz também mata

A maioria absoluta dos membros de ambos os grupos são pessoas que abominam a violência feita pela minoria radical, mas são esses poucos intolerantes, dominadores, e suicidas que mantêm a identidade assassina do grupo e impõe o medo e o respeito perante a sociedade e aos inimigos.

A proximidade dos métodos é tão grande que o islã converte para sua religião, e o PCC batiza aqueles que aderem aos seus ideais.

Ambos são jihadistas, visto que é exigido o jihad (esforço e sacrifício) tanto dos seguidores de Maomé quanto os de Marcola, mas coincidências entre as filosofias dos dois grupos não para por aí.

Johana Catherine Pérez Calderón no artigo “La Triple Frontera como polo de atracción del yihadismo en la región de América Latina: Orientación teórico-histórica”, alerta que a soma de vários fatores deu base para que os serviços de inteligência dos países do hemisfério norte focassem sua atenção no intercâmbio entre os grupos extremistas estrangeiros e as facções brasileiras: Primeiro Comando da Capital PCC 1533 e Comando Vermelho CV.

Fatores determinantes na Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina, e Paraguai):

  • proximidade das ideologias e métodos das organizações;
  • desigualdade social e econômica nacionais;
  • explosão demográfica a partir da década de oitenta;
  • comunidade de imigrantes muçulmanos;
  • células do Hezbollah, do Hamas, do Al-Qaeda, e do Estado Islâmico (EI);
  • dificuldade dos governos de controlarem a circulação pelas fronteiras;
  • corrupção de funcionários públicos, policiais, e militares; e
  • geografia e biodiversidade que dificultam a fiscalização do tráfico de drogas e armas.

A Tríplice Fronteira como um solo fértil

O autor conclui esse trecho do trabalho trazendo a preocupação do diretor do jornal Vanguardia, Hector Guerin: a experiência em operações de guerra convencional e não convencional trazida pelas organizações estrangeiras poderá se somar ao conhecimento tático das facções criminosas brasileiras, e esses últimos serão as fontes de recrutamento dos futuros terroristas.

Essa região é conhecido como um centro financeiro e de tráfico de armas do Hezbollah, sofrendo permanente monitoramento dos serviços secretos dos países do hemisfério norte, e é exatamente nesse local que o PCC tem investido para obter o monopólio das atividades ilícitas.

Não há como negar o intercâmbio comercial entre as organizações, cabe descobrir apenas analisar o quanto ela estaria influenciando dentro da estrutura cultural e operacional da gangue, e qual o seu envolvimento no complexo jogo internacional de poder e espionagem.

A morte do megatraficante como fagulha no palheiro

O assassinato de Jorge Rafaat Toumani e de quase uma dezena de pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital apenas nesse ano, talvez não seja apenas fruto da guerra declarada entre ela e o Comando Vermelho CV.

Essa possibilidade tem tirado o sono dos que estudam o assunto, pois pode ser o caminho de entrada do terrorismo internacional em terras brasileiras ou a exportação da tecnologia gerencial e de método desenvolvido pela organização criminosa PCC para outros países.

A Tríplice Fronteira também sofre forte influência da máfia Chinesa, no entanto não parece estar havendo interesse da facção paulista na integração com esse grupo, mas a proximidade geográfica e de interesses paralelos terá efeito na transferência de conhecimento na lavagem internacional do dinheiro do tráfico.

A Guerra como ponto de desrruptura

A guerra entre o PCC X CV se dá em um momento de mudança cultural, os governos mais sensíveis aos direitos humanos e civis: Barack Obama e Lula/Dilma estão sendo substituídos por Donald Trump e Michel Temer.

O primeiro sinal de alerta de que haverá uma maior fiscalização das células criminosas é a declaração do novo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, que o tráfico de armas e drogas dentro das fronteiras só será alcançado com o esforço internacional envolvendo todas as nações interessadas.

Para o Primeiro Comando da Capital e para o Comando Vermelho isso significa que o jogo só está começando, ou então que está acabando.

A facção PCC 1533 planta sua própria maconha no Paraguai?

Facção PCC 1533, o Primeiro Comando da Capital, passa a produzir a sua própria maconha para exportação no Paraguai, é o que afirma o SENASP, mas um pesquisador questiona essa conclusão.

Facção PCC 1533: direto das fazendas paraguaias para as cidades européias

A facção PCC 1533, a maior organização criminosa brasileira, está expandindo seus negócios para o cultivo de maconha no Paraguai?

Relatórios governamentais paraguaios afirmam que sim, mas, de fato, não há certeza de como o Primeiro Comando da Capital (PCC) está agindo.

As especulações começaram no final de agosto, com a descoberta de seis plantações de maconha em Colônia Estrella, município no departamento oriental de Amambay.

Uma placa informava que os campos eram propriedade do PCC e que invasores seriam mortos, disseram os agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD).

Leia também: A facção PCC 1533 no nordeste do Paraguai

Outras apreensões com a marca da facção PCC 1533

Em julho, funcionários da SENAD na Colônia Estrella descobriram sacos plásticos cheios de maconha, com as iniciais “PCC” rabiscadas neles.

Então, nas redes sociaism o SENAD afirmou que essas apreensões provavem que o PCC controla o cultivo de maconha na Colônia Estrella.

Os campos desativados “formavam um centro de produção e armazenamento de maconha em grande escala” da organização criminosa paulista em solo paraguaio.

“(O PCC) busca monopolizar o tráfico de drogas desde a fonte”, afirma um agente da SENAD.

Análise Criminal InSight

Será uma mudança, se confirmado que a facção PCC 1533 que é tradicionalmente um comprador atacadista de maconha, agora cultiva a própria maconha no Paraguai.

Certamente, o departamento de Amambay, que fica na fronteira do Brasil, é uma das principais áreas de produção de maconha da América Latina.

Amambay é também o principal reduto da facção brasileira no Paraguai, que por lá se consolidado como a maior compradora de maconha dos produtores locais.

No entanto, assumir a produção marcaria uma grande mudança na forma como o comércio de maconha funciona no Paraguai.

Carlos Peris, cientista político e especialista em tráfico de drogas da Universidade Católica de Assunção afirma explica como funciona o mercado de drogas no Paraguai:

Os agricultores raramente cultivam exclusivamente para um grupo ou traficante, mas geralmente têm vários clientes.

Podemos dizer que a droga plantada e apreendida pela SENAD era para o PCC? É claro.

Podemos dizer que essa plantação era exclusiva do PCC? Absolutamente não.

Leia também: A facção PCC 1533 e o Exército do Povo Paraguaio EPP

De acordo com Peris, o comércio de maconha de Amambay tem um modelo de cadeia de abastecimento com acordos de longo prazo.

Os agricultores locais cultivam e colhem apenas algumas toneladas do total disponível para vender a intermediários que, posteriormente, vendem o produto na fronteira.

Só nesse ponto do processo é que grupos criminosos brasileiros, como o Primeiro Comando da Capital agem abertamente.

Se o PCC estivesse experimentando sua própria produção de maconha, a quadrilha estaria tentando eliminar os dois primeiros elos dessa cadeia de abastecimento, aumentando potencialmente sua margem de lucro.

O PCC atua há muito tempo no narcotráfico no Paraguai

A facção paulista aumentou com sucesso o número de membros recrutando nas prisões e ganhou dinheiro com o tráfico de armas e sequestros.

O site InSight Crime revelou anteriormente, e as recentes apreensões por parte de autoridades paraguaias confirmaram que o grupo passou ao cultivo de maconha.

Apesar dos fatos, resta a dúvida:

Em síntese, pode ser um fazendeiro usando o nome da temida organização criminosa Primeiro Comando da Capital para afastar invasores e ladrões.

Enfim, mesmo que o PCC não seja proprietário direto das plantações de maconha, afinal, qualquer associação com o grupo pode ajudar os agricultores a proteger suas terras.

Leia também as últimas notícias do “Primeir Comando Capital” no Paraguai

A facção criminosa brasileira PCC e a uruguaia PCU

A facção criminosa Primer Comando Uruguayo (PCU)

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital atua no Uruguai em parceria com grupos criminosos locais, como o Primer Comando Uruguayo (PCU).

O PCU é a responsável pela logística e segurança do esquema de parte do tráfico do PCC em território uruguaio.

A apreensão de grandes carregamentos de drogas, oriundos do Uruguai, em diversos portos pelo mundo comprova a existência dessa rota alternativa de tráfico do PCC 15.3.3.

Uma menor rigidez na fiscalização fizeram do porto de Montevidéu uma opção para suprir o mercado europeu com as drogas colombianas.

Já na Argentina, a principal rota ligando ao Paraguai é a hidrovia do rio Paraná-Paraguai, que possui poucos controles em ambos os lados da fronteira, mas um complexo nível regulatório para controlar as barcaças.

Normas internas del Primer Comando de la Capital PCC — el grupo criminal PCC 1533

facção criminosa envia drogas da América do Sul para a Europa.

Desde junho de 2020, as autoridades uruguaias reconhecem a presença da organização criminosa paulista, atuando em parceria com grupos locais.

facções aliadas, neutras e inimigas do PCC

Essa união entre criminosos permitiu cooptar ou coagir os agentes públicos responsáveis pela repressão e de Justiça através de bombas, ameaças, sequestros, e subornos.

facção criminosa mata militares em base naval de fortaleza de cerro

O assassinato sem precedentes de três soldados no Uruguai, alerta para a ousadia crescente dos criminosos em um país há muito considerado um dos mais seguros.

No início da manhã de 31 de maio, foram localizados os corpos de três soldados que foram executados na base naval de Fortaleza de Cerro, em Montevidéu.

Uruguai: Primeiro Comando da Capital reposicionando o crime

Em três anos, o Uruguai deixou de ser um paraíso para lavagem de dinheiro para ser um importante entreposto para o tráfico internacional.

O Primeiro Comando da Capital passou a usar o Uruguai como interligação entre a Colômbia, o Paraguai e a Bolívia à Europa.

O porto de Santos continua sendo a principal saída do PCC, mas recentemente abriram outras rotas, como a Hidrovia ou o porto de Montevidéu.

Clarìn

Manifesto del Primer Comando Capital — el organización criminal brasileña PCC 1533

PCC-PCU é resultado da Política Carcerária do Uruguai

O PCU é resultado da política de Segurança Pública latino-americana de encarceramento em massa, que lotam as prisões com uma massa amorfa.

As prisões sul-americanas passaram a ser centros logísticos, de treinamento e doutrinação do Primeiro Comando da Capital.

O aprisionamento em massa sem critério de separação por periculosidade e faixa etária, permitiu que em 2009 o Primer Comando Uruguayo estivesse atuando depois de poucos meses em contato com facciosos brasileiro e paraguaios dentro das prisões uruguaias.

Graham Denyer Willis e Benjamin Lessing explicam que dentro dos presídios e no meio de milhares de soldados prontos para serem doutrinados na filosofia e nas estratégias da organização fica fácil para as chefias da facção ficarem protegidas de seus inimigos e se dedicarem ao gerenciamento dos negócios da facção.

Como o PCC chegou a outros países sul-americanos

Estatuto del Primer Comando Capital PCC 1533— el banda criminal brasileña PCC 1533

A morte do Promotor de Justiça e a facção criminosa PCC 1533

O cerco contra a facção criminosa Primeiro Comando da Capital se fecha na medida em os envolvidos estão sendo presos.

Capturade em El Salvador aproxima facção criminosa do crime

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (facção PCC 15.3.3) ordenou o assassinato do promotor de Justiça Marcelo Pecci do Ministério Público do Paraguai — é o que acreditam as autoridades dos diversos países.

O crime ocorreu no dia 10 de maio de 2022 na praia de Barú, na província de Cartagena, na Colômbia, onde o funcionário do governo paraguaio aproveitava sua lua de mel quando dois homens invadiram a praia particular em jet skis e dispararam contra o promotor.

Marcelo Pecci se destacou no combate ao tráfico internacional de drogas geridas pela organização criminosa PCC 1533 oriundas do Paraguai, passando pelo Brasil com destino a Europa.

Os irmãos Andrés Felipe e Ramon Emilio Perez Hoyos foram presos crime ainda em solo colombiano, e agora foi capturada em El Salvador Margaretha Chacón Zúñiga, uma colombiana que teria participado da organização do atentado.

Juntamente com ela, um cidadão de El Salvador, Vibert Giovanni Rodrigues, foi detido por ajudar na fuga e ocultação de Margaretha. No entanto, ainda não há provas apontando os mandantes ou o envolvimento da organização criminosa paulista.

reportagem completa no Los Angeles Times