Geral da cidade aconselhando um companheiro.

Há muitos anos atrás, o gerente de uma biqueira em frente ao Oliver Lanches próximo a Anzu Club foi chamado para conversar com geral do Primeiro Comando da Capital –  PCC 1533 em Itu.

Conversa vai, conversa vem, e o geral que hoje nem mais irmão é pergunta ao rapaz se ele ainda estava usando drogas e lhe dá alguns conselhos:

Gerente: Só que, eu parei.

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); Geral: Então, tem que parar meu, vai ganhar dinheiro! Se um tênis está apertando seu pé, tira o tênis! Se a tose tá te prejudicando, toma um xarope! Lógico, procurar melhorar né, meu! Pô, você é um cara bom, e vai deixar a droga.

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Gerente: Tendeu.

Geral: Ela vai acabar com você. Então, acaba com ela enquanto você tá dominando ela, pela ordem, depois que ela começou a dominar você, ah!, opa!, péra aí!… É igual quando eu bebia, o que acontecia? Enquanto eu tava bom eu subia a escada sozinho, eu tava perfeito, depois que nêgo carregou eu prá subir a escada, eu falei: “Não bebo mais! Tá loco meu, tô dando trabalho prá outro. Prá mim não. Beleza.”

Gerente: Isso mesmo!

Geral: Aí eu parei. E a gente… Ah, vâmo internar prá… eu falei, não a gente tem pulso. Eu falei que parei de beber e parei de beber! Hoje em dia eu vou a um monte de festa por aí cara, nossa, cachaça é o que mais oferece, não bebo. Compro cachaça, tenho na geladeira, cerveja, esses baguios, porque tem visitantes, eu não bebo. Bebo guaraná, você entendeu? Bébe prá dar trabalho pros outros!?! Entendeu?
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Polícia achou o disciplina por que se ele perdeu.

O investigador André de Sorocaba estava investigando o envolvimento de Rodrigo Teixeira Lima, assessor parlamentar do Deputado José Olímpio, em uma quadrilha especializada em desmanches de automóveis na Região de Sorocaba.

Ele já estava ficando desconfiado que tinha mais alguma coisa envolvida, que não tinha nada a ver com o que estava investigando. Rodrigo parecia era cobrado por uma outra pessoa que teriam que se encontrar para “resolver um problema”.

Então marcaram para se encontrar uma vez, e uma segunda vez, mas a pessoa que queria conversar com Rodrigo acabou não aparecendo, daí marcaram um terceiro encontro.

Se a pessoa que queria o encontro tivesse pedido o endereço talvez o crime nunca tivesse sido esclarecido, mas a pessoa não pediu. Tentou “ir a olho” e por isso fez diversas ligações para Rodrigo para poder chegar no destino.
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); Tudo isso sob a escuta do investigador. E durante essas ligações André pescou que Rodrigo passaria por um Tribunal do Crime para averiguar se ele teria estuprado uma garota de treze anos.

Em determinado ponto da gravação aparece o trecho: “a garota que morava comigo não está mais lá, eu “dei um chute nela”.

As antenas ficaram ligadas e seguiram então o roteiro que o veículo fez até sumir ao lado do rio Tietê próximo a Estrada Parque em Itu.

Se não tivesse se perdido, Ratinho RT não teria puxado o assunto ao telefone, não teria sido seguido pelo investigador André que monitorava o celular e a movimentação pelas antenas e GPS, e assim o investigador Moacir Cova não teria conseguido localizar a placa do Gol branco que ele utilizou através das câmeras de monitoramento, e sem essa filmagens não teria conseguido chegar ao proprietário do veículo, que levou aos integrantes da facção que teriam que sumariar o suposto estuprador, que foi identificado pelo investigador Moacir Cova como sendo o disciplina da cidade: Ratinho RT.

Uma coisa levando a outra, mas se não tivesse se perdido talvez nunca tivesse sido achado e muito menos identificado como sendo o irmão disciplina de Itu do Primeiro Comando da Capital PCC 1533. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Secretário da Segurança de Itu recebe Guardas Civis.

Ao receber a diretoria da AGCMI, o secretário Marco Antonio falou da importância de uma associação forte e atuante para os guardas conquistarem melhorias. Essas vitórias beneficiarão além de suas famílias, toda sociedade, porque o GCM trabalhando satisfeito e com boas condições pode ajudar ainda mais a população.

Isso significa que a associação deverá buscar também o apoio da comunidade, participando de eventos e mostrando publicamente a importância do guarda como profissional e ser humano que merece respeito e deve ser valorizado, fortalecendo assim suas reivindicações.

O secretário Marco Antonio convidou a diretoria da AGCMI para conhecer as mudanças que serão implantadas nos estatutos que regem a carreira do Guarda Municipal, para isso agendará esse mês um novo encontro, e além dessa, outra reunião de trabalho com o secretario onde a AGCMI apresentará as solicitações passadas pelos guardas.

Gnóstico em Itu, um caso que aconteceu comigo.

Não sei o que pensar. Talvez alguém que me leia possa me ajudar.

Estávamos eu e uma colega trabalhando na Praça da Matriz em Itu na tarde do último final de semana. Por lá um cara muito conhecido por aqui, o Espirro, com sua barba branca e vestindo uma bata branca e azul clara cumprimentava a todos.

Ele chamava a atenção com seu jeito calmo e festivo, e ficamos olhando para ele, nem ouvindo as marchinhas carnavalescas que a “Perola Negra de Itu” tocava próximo ao coreto.

Mas algo estava errado. Inicialmente não sabia o que era, mas algo não estava certo ali.
Ao procurar o que me incomodava vi um velho, vestido como um padre católico só que ao invés de usar uma estola estava com uma manta vermelha com pedras brilhantes adornando a veste, e algo que parecia um pouco um turbante.
Era Carnaval e ninguém parecia notá-lo, e ele olhava na minha direção.
Me distraí por segundos e quando voltei a olhar para a direção onde ele estava não mais o vi. Me arrepiei e senti um frio intenso na espinha quando ouvi uma voz atrás e bem próxima de mim. Se tivessem encostado uma arma não teria tido uma reação diferente.
Não me virei mas sabia que era o velho. Petrificado ouvi, apenas ouvi o que dizia. Sua voz era rude ao mesmo tempo que educada.
Disse-me que seu nome era Bardesanes e que eu não ficaria feliz enquanto não encontrasse a pérola.
Existe louco para tudo, mas louco ou não eu não me mexia. Colocou algo no bolso de minha farda e disse que era uma pequena lembrança de Cuchano. Deus! Achei que tivesse ouvido mal e fosse algo como encochando, sei lá.
O calor que havia na praça naquele dia não me atingia, estava com frio, muito frio.
Disse que me contaria algo que ele aprendeu com Valentim. Para mim, Valentim era o patrono do dia dos Namorados americano, e não estava gostando do rumo dessa história.
Não entendi nada do que ele disse, algo a ver com que Deus não era de fato o Senhor, como pensamos, Ele seria um Demiurgo, que seria uma manifestação inferior do próprio Supremo.
Deus (Demiurgo) seria então apenas um operário que tinha o poder de separar a Luz das Trevas e criou o corpo humano, mas não sua alma, esta foi criada por Sophia.
Segundo o velho Bardesanes, se é que assim realmente se chamava o cara, Cristo era um aeon, e por isso foi mandado por Sophia para salvar os homens da tirania de Deus que tentava aprisionar as almas humanas em seus corpos, fazendo com que reencarnassem eternamente.
A trindade existiria, e seria formada tal qual a conhecemos: Deus (Demiurgo – Pai), Jesus Cristo (Aeon – meio homem, meio espírito), e Sophia (Espírito Santo).
Os gnósticos dos primeiros séculos da era Cristã sabiam a verdade, mas aquele que conhecemos como Deus (Demiurgo) quer nos manter escravizados na carne e na ignorância.
Bardesanes afirmou então que o conhecimento não era um meio de salvação, mas uma busca que eu deveria começar naquele momento, e que a busca pela pérola, pelo conhecimento deveria ser constante, e mesmo que nunca encontrasse, a busca me levaria ao Pleroma, onde encontraria enfim Sophia.

Bom, acabou aí. Depois de alguns minutos sem ouvir sua voz, o sangue voltou a fluir, e não mais o vi. No meu bolso restou uma pequena peça de prata, bem pequena parecendo uma pérola, mas sei que não é a que o velho se referia.

Dantas acusa frente a frente Oliveira Júnior.

Parecia um sonho.

Era como se de fato aquilo não estivesse acontecendo com ele. As pessoas vinham lhe falar, dizer que estava tudo bem, perguntando como tudo tinha acontecido, e ele respondia, mas parecia que não era ele que estava naquele corpo.

Hoje o jornalista Josué Soares Dantas Filho se lembra de que no hospital alguém lhe disse: “Por enquanto é só, mas vai ter mais.” Ele não consegue se lembrar de quem foi essa pessoa, sua cabeça não estava funcionando direito, mas tem certeza que não foi a mesma pessoa que na noite anterior quando ele estava no Restaurante Tonilu jantando e rindo com os amigos passou pela mesa em que ele estava e disse: “Esse riso logo vai acabar”.

Dantas conta frente a frente com empresário do futebol Élio Aparecido de Oliveira que foi o mandante do atentado que matou o advogado Dr. Humberto da Silva Monteiro e quase o vitimou também, o que viu e sentiu naqueles momentos sangrentos:

Ele estava dirigindo sua caminhonete cabina dupla pela Rua Luiz Gazzola, passando ao lado da Fundição Gazzola em direção ao Centro quando uma moto passou fazendo aqueles estampidos parecidos com tiros pelo lado do passageiro. Incomodado pelo barulho, parou de falar seja lá o que estava falando e se virou para pedir ao Dr. Humberto para fechar a janela.

A partir daí tudo foi muito rápido e estranho. O tempo parece que começou a fluir de maneira diferente, e ele parecia estar vendo um filme. Ao olhar para o advogado este se virou para ele, mas não estava o fitando e pedaços de sua cabeça voaram em sua direção. Dantas acelerou e correu para o hospital que ficava a poucos quarteirões dali, falando o tempo todo: “Respira que Deus vai tirar a gente dessa”, “Humberto, fica calmo, tudo vai dar certo”

Mas não deu, nem para o Dr. Humberto que morreu, nem para foi acusado e ameaçado por meses, e nem para os criminosos que foram presos e condenados  ̶  no caso de Oliveira Júnior apenas condenado por em quanto.

Ao ficar claro que o mandante do assassinato foi Oliveira Júnior, Dantas viu o empresário debochando do amigo morto na TV em um programa que ele tinha pela TV Convenção de Itu. Não aguentando a raiva ligou para a emissora para falar com o Oliveira, mas quem atendeu foi a secretária do empresário, e nessa ocasião Dantas o ameaçou dizendo que o “sangue do Humberto não morreria em vão”, que se a justiça não fosse feita ele mesmo “mataria o Oliveira”, e que “o empresário é um vagabundo, um sacripanta, um ladrão que roubou Roberto Carlos e o Ituano Futebol Clube…”, mas o tempo passou e …

… o sangue baixou, a coragem arrefeceu. Danta acabou marcando um encontro com o empresário em São Paulo, e lá pediu perdão por qualquer coisa que tivesse dito ou feito, afirmando que esperava ser perdoado pois estava com medo, e pedia para que o político não mexesse com sua família.

Por várias vezes Dantas repetiu que Dr. Humberto disse a ele e a sua irmã que se algo lhe acontecesse era para informar a polícia que teria sido Oliveira Júnior, pois ele documentos que comprometeriam o empresário, e essa acusação influenciou de maneira decisiva a opinião dos jurados da comarca. Afinal, quando o próprio morto diz que será assassinado por alguém, bem, é algo realmente a se considerar.

Oliveira Júnior acabou sendo condenado à vinte anos de prisão, mas ainda vai recorrer em liberdade. Na plateia do Tribunal do Júri, assistindo a tudo com a mais santa e inocente face estava Brito.

Dantas não se conforma como Brito participou desse crime. Para quem não conhece Nicéias de Oliveira Brito, ele é um moreno baixinho sexagenário, uma pessoa amável, simples e de bom coração. Como alguém iria imaginar que aquele senhorzinho iria intermediar um assassinato com tamanho sangue frio? Mas Brito via naquilo apenas um trabalho. Ele mesmo declarou em depoimento que não tinha nada contra Dr. Humberto e Dantas, mas Oliveira lhe pediu para arranjar alguém para fazer o serviço e ele arranjou.

Simples assim, como se tudo na realidade não tivesse passado de um sonho ou de um filme que ele tivesse assistindo de sua tv, no aconchego do seu lar.

Dr. Nicolau Iusif Santarém depõe no Júri.

Depoimento do delegado Dr. Nicolau aos jurados durante o Tribunal do Júri no qual o Élio Aparecido de Oliveira, o político e empresário do futebol conhecido como Oliveira Júnior, foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado.

Foi mais ou menos assim…

No dia 26 de Janeiro de 2006 uma hora depois do crime ele chegou ao Hospital onde se encontravam as vítimas: o advogado Dr. Humberto da Silva Monteiro que havia falecido, e o jornalista Josué Soares Dantas Filho que não foi atingido.

Os tiros foram disparados pelo garupa de uma moto que estava a uns três metros e nem parou, portanto não foi um latrocínio. Foram quatro tiros: um na traseira do veículo, e os outros do lado direito, sendo que um na porta traseira em baixo, outro na porta dianteira na altura da maçaneta, e um quarto que teria passado direto.

Pela posição dos tiros, o delegado concluiu que foram disparados assustar as vítimas, e apenas por um azar um projétil acertou a cabeça do advogado depois de se desviar na lataria do veículo.

Nos dias seguintes apareceram muitas pistas, o que era esperado em um caso de repercussão como esse, mas parecia que estavam sendo passadas para confundir a polícia.

Separado o joio do trigo, chegou-se ao nome do Zeca, como era conhecido José Roberto Trabachini, que naquela época era o presidente da Torcida Jovem do Ituano. Bom, não foi fácil encontra-lo, pois já tinha sido preso por tráfico e por estelionato, e era um informante da polícia. Quando o delegado e os policiais chegaram a ele perguntando se ele estava envolvido nesse caso ele nem titubeou:

“Não. O Brito me pediu para arranjar uns garotos para fazer dar um susto no Dantas, eu arranjei, mas eles desistiram, pode perguntar para eles: o Careca (menor) e o Luizinho (menor).”

Depois o Zeca mudou sua versão acusando a própria vítima, o Dantas, de ter encomendado o atentado: o jornalista levaria como passageiro de seu carro o Dr. Humberto que era seu amigo até o local da emboscada, e ele contrataria alguns moleques para o serviço.

Zeca voltou para sua versão inicial depois de ficar preso um tempo e ver que seus advogados defendiam o mandante e não a ele. Quando já estava quase acabando o prazo para vencer sua prisão temporária ele não estava mais aguentando aquilo, e foi nesse momento que o Dr. Nicolau o procurou em Pilar do Sul onde estava preso, e ele acusou Oliveira Júnior como mandante.

Ele contou que a história envolvendo Dantas como mandante passada por orientação: do segurança do Ituano Clube que era seu cunhado Nicéias de Oliveira Brito; do testa de ferro do empresário, o Cleber Antonio Maldaner; e dos advogados arranjados pelo Oliveira Júnior.

Brito era fiel a seu chefe o Oliveira Júnior. Podia até preso, mas não ia falar.

Mas para a polícia o quadro já estava claro, além dos depoimentos, os advogados ligados a Oliveira Júnior sempre apareciam para acompanhar os envolvidos no caso, e isso era muito estranho. Agora faltava conseguir provar o envolvimento do empresário, e isso só poderia ser conseguido com um depoimento de Brito acusando o próprio chefe.

A prisão de Brito foi decretada pela Justiça. O tempo na prisão foi fazendo efeito. Devagar, devagarinho, o ele foi vendo seus comparsas abrirem o bico para conquistarem a delação premiada, e ao mesmo tempo seu chefe estava evitando contato com ele.

Brito era fiel ao Oliveira Júnior. Cansou de ficar preso e resolveu falar.

Brito contou que foi por Oliveira “dar um susto” no Dr. Humberto e Dantas, mas depois que os dois publicavam em um jornal a foto dele e da esposa acusando-os de ações ilegais, Oliveira mudou de ideia: agora queriam a ambos mortos.

Brito não tinha nada contra os dois, e argumentou com o chefe, afinal todo mundo desconfiaria do Oliveira, mas o empresário insistiu e mandou chamar para o serviço alguém que não tivesse ligação nem com ele.

Brito então foi atrás do Zeca, que arranjou os dois garotos que desistiram quando a ordem de “dar um susto” virou “para matar”.

Tonhão do Ituano Clube (Luiz Antônio Roque) ficou sabendo que os moleques pularam para trás e disse para o Zeca que: “Se quiser eu mando fazer o serviço, é dois palitos.” Tonhão e sua família são barra pesada, ninguém desconhecia disso. E de fato ele resolveu o serviço em “dois palitos”.

Bom, depois disso o delegado Dr. Nicolau Santarém disse que não acompanhou mais as investigações que ficaram por conta da delegacia de Sorocaba. Foi assim, segundo o delegado que as coisas aconteceram.

Duas causas da condenação de Oliveira Júnior.

Dr. Nicolau Iusif Santarém, delegado que conduziu na fase inicial o inquérito que investigou a morte do advogado Dr. Humberto da Silva Monteiro, recebeu rasgados elogios tanto por parte da defesa quanto por parte da acusação durante a sessão do Tribunal do Júri na qual o empresário e político Oliveira Júnior foi condenado a vinte anos de reclusão. Acusar as autoridades policiais de conseguir confissões sob tortura e pressão parece ser uma dos pilares canônicos dos advogados de defesa, mas Dr. Nicolau teve o cuidado de gravar em vídeo todas as inquirições e só ouvir os suspeitos na presença de seus advogados, com isso derrubando várias tentativas feitas de anulação do processo.

Mesmo com todos os cuidados tomados pela polícia, os diversos advogados que atuaram no caso insistiam que houve abuso, mas… dessa vez não deu.

Por incrível que isso possa parecer, foram justamente os advogados contratados por Élio Aparecido de Oliveira que o colocaram de forma inequívoca na cena do crime, e não as força policiais. Os jurados da comarca aceitaram a argumentação do Ministério Público que o batalhão de advogados que compareciam para acompanhar os suspeitos do crime só podia estar a paga do político.

“Quem é que pagava tantos advogados? Aquele preso que não tinha nem dinheiro para comprar leite para seus próprios filhos? Eu, o Promotor Público? Vocês, os jurados? O Ituano Clube? Quem?” ̶̶ bradava Dr. Ormeleze para os jurados.

Vários profissionais foram citados: Dr. Ricardo Luis de Campos Mendes, Dr. Marcos Alexandre Bochini, Dr. Newton Cesar, Dr. Haroldo Santarelli, Dr. Edward Simeira, e Dr. Artur Eugenio Mathias.

A vítima que sobreviveu, o jornalista Josué Soares Dantas Filho, chegou a afirmar que “Dr. Ricardo Mendes tinha uma paixão doentia pelo Oliveira Júnior, qualquer coisa que envolvesse o nome do homem ele estava lá para intervir”, e em outro momento do Promotor de Justiça Dr. Luiz Carlos Ormeleze, lembrou que era tal a dedicação dos advogados ao político que o Dr. Ricardo Mendes e o Dr. Marcos Bochini acabaram condenados em uma ação penal por práticas ilegais durante o processo.

Uma reunião feita pouco tempo após o crime no Jardineira Grill na Avenida dos Bandeirantes onde compareceram Cleber Antonio Maldaner, testa de ferro de Oliveira, advogados ligados ao político, e o intermediário confesso do crime Nicéias de Oliveira Brito, jogaram uma pá de cal em qualquer dúvida sobre uma ligação entre mandante e executores.

O jovem clérigo e as esperanças do velho padre republicano.

Padre João Batista de Oliveira Salgado não sabia que morreria menos de um ano depois daquele dia festivo do mesmo mal que levou quatro anos antes o Padre Miguel Corrêa Pacheco, na Epidemia de Febre Amarela, mas talvez tenha sido melhor assim.

Era o dia da padroeira da cidade, 2 de Fevereiro do ano de 1897, e ele permitiu que o campineiro Padre Elisiário de Camargo Barros dirigisse a missa solene na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária de Itu, terra onde vivia a família de Pe. Elisiário.

O brilho nos olhos de Pe. João Batista tinha sua razão de ser, pois aquele novo sacerdote prometia muito, e ele sonhava com o dia em que o teria como ajudante até sua aposentadoria. Padre João Batista era incansável na labuta diária, mas sabia que jamais teria coragem para propor mudanças e enfrentar novos desafios e projetos, não era sua cara, não tinha jeito para propor mudanças, mas aquele jovem…

A orquestra comandada pelo Maestro Tristão Mariano e a organista Maria Augusta conseguiam mexer com suas emoções, chorava por dentro se contendo por fora, pois a igreja estava cheia como era de se esperar. Foi um dia de festas e sonhos, mas nem tudo se deu como ele pensou. Seu corpo já havia se decomposto antes que o Padre Elisiário voltasse para Itu, mas muito se concretizou. O novo clérigo enfrentou sozinho os desafios do novo século usando as ferramentas que um jovem escolheria: ousadia e tecnologia. Até então não havia cerimônias no período noturno, e Padre Elisiário menos de um ano depois de assumir a paróquia dotou o templo de energia elétrica, e quem passasse então próximo da matriz a noite podia ouvir o rezar do terço e os cânticos em homenagem a Nossa Senhora do Rosário.

Padre João Batista teria gostado de ver isso, mas talvez tenha sido bom que não tenha ficado por mais tempo aqui entre os vivos, pois aqueles que ousam acabam tendo que enfrentar as autoridades, e isso ele não gostaria de fazer de jeito nenhum, apesar de defender os Ideais Republicanos em pleno Regime Monárquico – outro sonho que não veria em vida se realizar.

O jovem clérigo que naquele dia ele via com esperanças criou do Jornal A Federação em 1905, colocando suas prensas onde hoje é a Capela do Santíssimo. O periódico que ainda hoje é publicado se originou na Liga da Boa Imprensa que ele criou um ano antes. O Bispo viria a implicar com esse jornal dentro da igreja e este acabou sendo retira-lo de lá em 1914.

Pe. João Batista não enfrentaria uma autoridade como fez o jovem Pe. Elisiário, não teria nem admitido que isso acontecesse, jamais! Enfrentar abertamente e sem rodeios um bispo, meu Deus! Dentro dos limites do que era possível ele preferia até mesmo nem se encontrar com uma autoridade, e aquele confronto o teriam levado ao desespero, preferia morrer antes de enfrentar uma situação daquelas…

1 – Pe. João Batista de Oliveira teria colaborado no jornal com tendencias republicanas “O Guaripocaba” publicado em Bragança Paulista – http://www.usf.edu.br/galeria/getImage/385/2781392779563351.pdf

A revolta do Promotor de Justiça e o nosso futuro incerto.

Indignação não seria a palavra apropriada, talvez um misto de fúria e irritação descrevesse melhor o sentimento externado durante a audiência do Tribunal do Júri de Itu em 22 de Maio de 2014 pelo Promotor de Justiça Dr. Luiz Carlos Ormeleze. Indignação não é também a palavra apropriada para definir o que eu sinto quando penso no que aconteceu, estando mais para um misto de medo e revolta.

Sejam lá quais forem nossos sentimentos o que não podemos é ficarmos indiferentes ao que aconteceu e ao que pode vir acontecer se tivermos como regra seguir por essa trilha. A vida e a segurança de cada um de nós dependerão do desenrolar desse caso.

O réu que supostamente ligado ao PCC e mentor e executor da onda de assaltos às chácaras que ocorriam em nossa cidade até 2004, além de já ter sido condenado em um duplo homicídio e suspeito de praticar um terceiro de um colega da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, quase volta ao convívio de nossa sociedade.

Esse sujeito foi condenado pelo Tribunal do Júri de nossa cidade por ter assassinado por motivo fútil e através de traição um companheiro que trabalhava com ele em um posto de gasolina e que possivelmente teria uma promoção passando a ser seu chefe: armada a emboscada lhe desferiu dez facadas sendo a primeira pelas costas.

Digam-me os senhores, se eu não tenho motivos para me preocupar quando através de um processo revisional um sujeito como esses poderia ter sido colocado em liberdade? O Promotor de Justiça se indignou (Ah! É pouco) com a pronúncia por ter sido feita em um acórdão de uma página e meia de pífia argumentação.

Não creiam que eu e o Promotor de Justiça vemos o caso e medimos as consequências da mesma forma.

A fúria e a irritação do Promotor de Justiça se deram por ter sido um caso sólido que nada justificaria a afronta e a anulação da soberana decisão do Tribunal do Júri — segundo ele “uma verdadeira aberração”.

O medo e revolta que eu sinto é pelo que pode vir por aí. Hoje quase tudo é permitido: menor traficando e matando, contrabando, pirataria, sonegação… Só não vê quem não quer que nosso sistema penal e prisional faliu, consequência de nossa escolha do sistema político e educacional. Mas agora provavelmente homicídio — pasmem, até assassinato — passará a impunidade.

Claro que a lei não foi mudada e não se apregoará aos sete ventos que poderemos matar, mas na prática é o que ocorrerá se os argumentos utilizados pelo Desembargador Ivan Marques forem adotados como norma.

Gostaria de viver em uma sociedade ideal onde a decisão desse desembargador poderia ser considerada como correta, mas não vivemos em uma sociedade nem ideal e nem justa. Não temos no Brasil um CSI com todos seus equipamentos e pessoal — se bem que provavelmente a segurança pública americana custe menos que a nossa — aqui os raros casos de homicídio que são concluídos pela Polícia Civil e chegam à Justiça não são frutos de uma intensa investigação científica e recheadas de testemunhas e provas materiais. Dentro dessa nova regra deixa de ser proibido o assassinato, passa apenas a ser proibido ser muito burro e assassinar na frente de testemunhas e não se livrar da arma do crime.

O povo de Itu, através de seu Tribunal do Júri deu a primeira resposta representando a nós como sociedade quando condenou novamente o cidadão a mesma pena que tinha sido condenado no primeiro julgamento: 16 anos de prisão.

Agora cabe a sociedade se posicionar para que nossa polícia que se diz investigativa, a Polícia Civil tenha meios e pessoal para poder investigar de fato, pois se a posição do Desembargador Ivan Marques se tornar corriqueira, nós estaremos definitivamente abandonados a nossa própria sorte.

Centro para uso coletivo de drogas em Itu.


Vivemos ou não em um país livre, onde a busca da felicidade é um direito do cidadão. A cabreuvana Aparecida de Fátima não se conforma ainda com a invasão de sua casa…

Início de uma quente noite de domingo, 18 de janeiro de 2009, Aparecida de Fátima estava deitada em seu quarto, juntamente com uma menina de doze anos e uma outra mulher. Como boa parte dos brasileiros costumava assistir tv naquele horário. Mas os policiais entraram com violência, não querendo de nada saber.

O advogado, Dr. Benedito Antônio Barcelli, ressaltará mais tarde que Aparecida de Fátima nunca teve passagens pela polícia e vivia da pensão deixada pelo marido falecido, reforçado pelos ganhos com as roupas lavadas para fora. A justiça ouviu as explicações, algo que a polícia não o fez.

A casa daquela senhora era uma das mais frequentadas da rua onde morava. Muito querida por todos, ela estaria doente naquela noite e Adão, que a conhece há doze anos foi visitá-la. Ao entrar na garagem da casa e lá se sentar foi surpreendido pelos agentes da segurança pública. Diz ele que nada viu, afinal ficou o tempo todo com a cabeça baixa, mas lembra que os policiais falaram que tinham encontrado uma grande quantidade de drogas na casa.

Seu Adão conhecia a fama do local como ponto de tráfico de entorpecentes, mas o que de fato ocorria era que dona Aparecida de Fátima recebia a todos de braços abertos para que usassem qualquer tipo de drogas em sua residência, localizada no Jardim São José na cidade de Itu, próximo à Bica D’Água.

Naquele mesmo dia a estudante Carolina tinha ido avisar a uma das filhas de dona Aparecida de Fátima que um amigo havia falecido em um acidente de automóvel. Carolina, amiga de infância da filha de dona Aparecida de Fátima, sempre ia até lá para usar drogas, mas garante que nunca viu ninguém comercializando drogas no local, e se surpreendeu com a abrupta chegada dos policiais.

Carolina conta também que aquela menina de doze anos que estava na cama com a senhora, morava ali desde que fugiu de casa e também fumava maconha por embalo. Enfim, não entendia o que os policiais tinham lá ido fazer: a fama de ponto de drogas se devia apenas ao grande número de amigos que lá apareciam para se drogar. Normal.

Cristiane, usuária assumida de crack, também estava por lá e defende dona Aparecida de Fátima dizendo que “ali é o local onde as pessoas vão para usar drogas longe das ruas”, o que seria muito bom. Mas compromete a senhora quando diz que “… mas às vezes algum vai buscar para a utilização de quem ali se encontra, chegando a juntar dinheiro para tal”, o que configuraria o tráfico.

Conforme esclarece o Dr. Gerciel Gerson de Lima, na Alemanha o próprio Estado mantém tais lugares, com toda a infra-estrutura e a comodidade para que os viciados possam usar seus entorpecentes em paz e segurança, mas no Brasil isto é ilegal.

Aquela senhora à frente de seu tempo, não entendeu que ao se descriminalizar o uso, não se o legalizou, e o centro de usuários criado por ela não poderia existir, mas afinal, vivemos ou não em um país livre, onde a busca da felicidade é um direito do cidadão. A cabreuvana Aparecida de Fátima não se conforma ainda com a invasão de sua casa…

Acusado de assalto poderá sair livre por falta de testemunhas.

Todos apontaram os dedos para você, e
ao mesmo tempo ninguém apontou o dedo para você.

Houve um assalto ao Posto de Gasolina SIM e ao Supermercado Rosa e um dos acusados, o Wellington, quando foi abordado pelo GCM Cavallari confirmou que participou do assalto e disse que quem estava com ele eram o Alex e o Bruno. E para a delegada de polícia do 1º DP de Itu, a Drª. Marcia Pereira Cruz, contou que foi convidado para o roubo por eles e por um tal de “Capital” que mora no Jardim Santa Laura, e que foi esse único que desceu do carro nos dois lugares para fazer o assalto.

Todos apontaram os dedos para você, e
ao mesmo tempo ninguém apontou o dedo para você.

Na delegacia uma testemunha do posto de gasolina descreveu a pessoa que efetuou o assalto como sendo moreno claro, de porte médio, tendo uns 25 anos… e quando lhe apresentaram “Capital” de pronto o reconheceu: era ele, sem dúvida alguma.

Todos apontaram os dedos para você, e
ao mesmo tempo ninguém apontou o dedo para você.

Adalberto, o “Capital”, conhece a vida carcerária praticamente desde que completou sua maioridade, sua primeira passagem pelo Sistema foi em Abril de 2008. E enquanto estava na delegacia, uma pessoa o reconhece como sendo quem lhe aplicou à alguns dias o “golpe do bilhete premiado”.

Todos apontaram os dedos para você, e
ao mesmo tempo ninguém apontou o dedo para você.

Mas não tema Adalberto, pois estas nuvens hão de passar, nenhuma tempestade dura para sempre, e quando terminar você voltará novamente a viver em liberdade. Não lamente e nem se desespere, pois no dia da primeira audiência de acusação perante a juíza de direito Drª. Andrea Ribeiro Borges nenhuma testemunha sequer citou seu nome ou fez qualquer referência a você.

Enquanto aguarda se fortaleça sem nada temer, pois as escuras paredes do Sistema nada mais são do que um descanso para um guerreiro inocente como parece que nossa justiça vai acabar provando que você é, afinal…

Todos apontaram os dedos para você, e
ao mesmo tempo ninguém apontou o dedo para você.

Quadrilha assaltou o Supermercado Rosa no Jd. Aeroporto em Itu?

Pensa que para ela é fácil., mas não é.

Fórum de Itu: 03 de Abril de 2014.

A juíza Drª. Andrea Ribeiro Borges olha novamente para o promotor de justiça Dr. Alexandre Augusto Ricci de Souza. Segundos, mas o suficiente para compreender que aquela história estava muito longe de acabar.

Eu mesmo que apenas estou contanto a vocês essa história, já repassei em minha mente dezenas de vezes os pormenores que envolvem esse caso, nem tanto para tentar chegar à verdade, mesmo por que isso cabe a Justiça, mas para ao menos compreender o que está se passando.

Estava muito fácil no começo,
dava até para estranhar,
as coisas em geral não chegavam assim para ela…

Fórum de Itu: 10 de Outubro de 2013

A delegada de polícia Drª. Márcia Pereira Cruz pediu a prisão de três pessoas: Wellington, Bruno Henrique, e Alex Roberto, que juntamente de um quarto indivíduo, teriam efetuado dois assaltos em sequência: ao Posto de Gasolina SIM e ao Supermercado Rosa.

Tudo certo: depoimento e reconhecimento por parte das vítimas e do guarda civil que efetuou a prisão, a arma de brinquedo usada, e até a confissão dos rapazes.

A promotora de Justiça Drª. Maria Isabel Gambôa Dias Duarte ainda comentou que eles “realizaram o crime de forma bastante ousada, o que aponta para sua enorme periculosidade”, e evidenciava o risco para a ordem pública.

Estava ainda estava muito fácil,
dava até para estranhar,
as coisas em geral não chegavam assim para ela.

Fórum de Itu: 03 de Abril de 2013

A advogada de defesa Drª. Patrícia Peterson dos Santos Vanini chega dizendo que tudo não passou de um mal entendido, pois aqueles rapazes eram trabalhadores dedicados, e estavam indo juntos naquele dia conferir uma “excelente indicação de trabalho”, e nada sabiam sobre o assalto.

Os documentos comprovaram que os três trabalhavam, mas não explicaram o porquê naquela quarta-feira às três horas da tarde, estava os três procurando a tal “excelente oportunidade trabalho”, mas isso era o de menos…

Havia outro ponto da história contada pelo trio que não fechava:

Alex, foi a casa de Bruno, de lá para a casa de Wellington, que passaram pegar o quarto indivíduo para ir ver a proposta de emprego; estando os quatro no carro passaram pelo Posto de Gasolina e pelo Supermercado… e a história acabou aí, ficou a pergunta: tá mas chegaram a tal “excelente oportunidade de trabalho”?

Bem, ainda assim estava muito fácil,
dava até para estranhar,
as coisas em geral não chegavam assim para ela.

Durante a audiência, o GCM Cavallari que apresentou o caso na delegacia nada esclareceu sobre o caso; uma testemunha não reconheceu os envolvidos, pois ela teria ficado de cabeça baixa, dizendo que três entraram no supermercado, um deles estando armado; e a outra testemunha não compareceu.

A juíza Drª. Andrea Ribeiro Borges olha novamente para o promotor de justiça Dr. Alexandre Augusto Ricci de Souza. Segundos, mas o suficiente para compreender que aquela história estava muito longe de acabar.

Departamento de Trânsito de Itu tem novo telefone e endereço.

O Departamento de Trânsito e Transportes da cidade de Itu está atendendo em seu novo endereço na Sede da Guarda Civil Municipal: Avenida Prudente de Moraes 875, no bairro Vila Nova, telefone (11) 4013-6990.

Adequar a cidade para o aumento do fluxo de veículos previstos para o período da Copa do Mundo de 2014 será talvez o mais duro teste do diretor do Departamento Trânsito que passou a ser dirigido no início deste ano pelo Subinspetor GCM Carlos Alberto dos Santos. Formado em Administração de Empresas e Direito, Carlos Alberto é Guarda Civil de carreira, foi titular da Secretária Municipal de Defesa do Cidadão (2004), e Diretor da Guarda Civil Municipal, escolhido pelo atual prefeito municipal principalmente pelo seu profundo conhecimento dos serviços, equipamentos, e pessoal, tem como característica pessoal a facilidade de acesso e a disposição para a negociação.

O recurso para multas continua na Rua Santa Rita 644 – telefone (11) 4013-4414.

O conceito de igualdade e o furto no Carrefour.

Seus pais, pessoas honestas, plantaram em seu espírito o gosto pelo trabalho e pela justiça. A tolerância aos defeitos de seus semelhantes foi fruto das experiências de vida, não de sua formação familiar ou de sua natureza aguerrida.

Tolerar a convivência com criminosos é característica da cultura latina, onde são bem vindos: políticos, professores, drogados, religiosos, homossexuais, trabalhadores… mas não foi isso que seus pais lhe ensinaram.

Qual é o limite entre o certo ou errado? A TV nos ensina a poupar: um pobre que furta, um empresário que sonegue, e um político que roube. Aquele que fica com a britadeira sob o sol escaldante em uma estrada, só este não é digno de ser poupado.

Pouco ele poderia fazer para deter essa tendência, nem era sua intenção. Até fez diversas tentativas de resolver aquele problema de outra forma, como, aliás, muitos o fizeram e fracassaram completamente. Agora teria que agir, não tinha outra escolha.

O garanhuense Eduflavio é fiscal de prevenção do Supermercado Carrefour de Itu. Já advertiu por diversas vezes aquele rapaz, o Tidão, como todos chamavam Aris, mas desta vez não teria que agir.

Quinta-feira, 20 de novembro de 2008. 19:20
Avenida Octaviano Pereira Mendes, São Camilo, Itu, SP.

A viatura da Guarda Municipal estaciona no pátio do supermercado. Bastou ao elias-faustense GCM Luciano e ao GCM Silvestre verem Tidão nas mãos de Eduflávio para saberem de toda a história, afinal, este meliante age sempre igual.

Além de furtar qualquer coisa de qualquer um, Tidão já foi preso em diversos estabelecimentos: Supermercado Bandeirante, Supermercado Rancho Grande, Supermercado Champion, Verdurão Hortifrui Choc, Padaria Rebeca, Droga Raia

Eduflavio sabe que é melhor enfrentar um bando armado a um meliante destes. Este último é defendido pelas mesmas pessoas que depois vem pedir providências à polícia se são por ela coagidas a dar dinheiro ou seus bens.

Desta vez, Tidão colocou na cintura dois aparelhos de barbear da marca Titanium 3, cujo valor total não chega a oito reais, não passou pelos caixas, só sendo detido quando já estava no pátio do estacionamento.

Foi por seus pais, pessoas honestas, que Eduflavio agiu buscando um pouco de justiça, um cadinho de decência em um oceano de impunidade, mesmo ciente que os defeitos de seu semelhante seriam defendidos numa sociedade que prima pela safadeza.

A Drª Gisele Luizon Carlos Cera, está fazendo aquilo que esta sociedade lhe paga para fazer, age dentro de suas obrigações éticas e profissionais, mas seu trabalho, por mais justo que seja é o de proteger o meliante contra o trabalhador.

Eduflavio sabia quando deteve Tidão que alguém se levantaria contra ele, e ninguém a seu favor, seria questionado e esculachado. Se não fosse pela educação que teve em casa, sinceramente pensaria em mudar de lado, ser bandido no Brasil é muito melhor.

Drª. Gisele lembra que “… o acusado não apresentou qualquer atitude suspeita que levasse a (Eduflavio) a tomar tal atitude, ao contrário, entrou e saiu das dependências (…) como qualquer cliente normal faz frequentemente, não sendo motivo para qualquer desconfiança…”

De fato, entrar e sair de um supermercado sem nada comprar não é motivo de suspeita. Os pais de Eduflavio provavelmente gostariam de ser tratados com dignidade, graças a sua vida limpa, não gostariam de ser vistos e comparados com pessoas como Tidão.

Mas a hipócrita lei manda que todos sejam tratados como iguais. Afinal não sabemos mais qual é o limite entre o certo ou errado, tendo que tratar criminosos conhecidos como qualquer outro cidadão. Hoje, os diferentes são iguais, e ninguém mais é poupado.

%d blogueiros gostam disto: