Centro para uso coletivo de drogas em Itu.


Vivemos ou não em um país livre, onde a busca da felicidade é um direito do cidadão. A cabreuvana Aparecida de Fátima não se conforma ainda com a invasão de sua casa…

Início de uma quente noite de domingo, 18 de janeiro de 2009, Aparecida de Fátima estava deitada em seu quarto, juntamente com uma menina de doze anos e uma outra mulher. Como boa parte dos brasileiros costumava assistir tv naquele horário. Mas os policiais entraram com violência, não querendo de nada saber.

O advogado, Dr. Benedito Antônio Barcelli, ressaltará mais tarde que Aparecida de Fátima nunca teve passagens pela polícia e vivia da pensão deixada pelo marido falecido, reforçado pelos ganhos com as roupas lavadas para fora. A justiça ouviu as explicações, algo que a polícia não o fez.

A casa daquela senhora era uma das mais frequentadas da rua onde morava. Muito querida por todos, ela estaria doente naquela noite e Adão, que a conhece há doze anos foi visitá-la. Ao entrar na garagem da casa e lá se sentar foi surpreendido pelos agentes da segurança pública. Diz ele que nada viu, afinal ficou o tempo todo com a cabeça baixa, mas lembra que os policiais falaram que tinham encontrado uma grande quantidade de drogas na casa.

Seu Adão conhecia a fama do local como ponto de tráfico de entorpecentes, mas o que de fato ocorria era que dona Aparecida de Fátima recebia a todos de braços abertos para que usassem qualquer tipo de drogas em sua residência, localizada no Jardim São José na cidade de Itu, próximo à Bica D’Água.

Naquele mesmo dia a estudante Carolina tinha ido avisar a uma das filhas de dona Aparecida de Fátima que um amigo havia falecido em um acidente de automóvel. Carolina, amiga de infância da filha de dona Aparecida de Fátima, sempre ia até lá para usar drogas, mas garante que nunca viu ninguém comercializando drogas no local, e se surpreendeu com a abrupta chegada dos policiais.

Carolina conta também que aquela menina de doze anos que estava na cama com a senhora, morava ali desde que fugiu de casa e também fumava maconha por embalo. Enfim, não entendia o que os policiais tinham lá ido fazer: a fama de ponto de drogas se devia apenas ao grande número de amigos que lá apareciam para se drogar. Normal.

Cristiane, usuária assumida de crack, também estava por lá e defende dona Aparecida de Fátima dizendo que “ali é o local onde as pessoas vão para usar drogas longe das ruas”, o que seria muito bom. Mas compromete a senhora quando diz que “… mas às vezes algum vai buscar para a utilização de quem ali se encontra, chegando a juntar dinheiro para tal”, o que configuraria o tráfico.

Conforme esclarece o Dr. Gerciel Gerson de Lima, na Alemanha o próprio Estado mantém tais lugares, com toda a infra-estrutura e a comodidade para que os viciados possam usar seus entorpecentes em paz e segurança, mas no Brasil isto é ilegal.

Aquela senhora à frente de seu tempo, não entendeu que ao se descriminalizar o uso, não se o legalizou, e o centro de usuários criado por ela não poderia existir, mas afinal, vivemos ou não em um país livre, onde a busca da felicidade é um direito do cidadão. A cabreuvana Aparecida de Fátima não se conforma ainda com a invasão de sua casa…

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: