Oficiais e soldados das FARC vieram para o PCC?

Foi no dia 1º de dezembro de 2016. O mundo mudou, o futuro de todos nós talvez estivesse sendo reescrito naquele momento em que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia estavam depondo as armas depois de 52 anos de luta. Poucos de nós percebemos o que isso significaria para nossa segurança.

A guerrilha das FARC exercia-se com arrepiante brutalidade e esses homens não aceitariam com facilidade se curvar perante a opressão das autoridades, não aceitando as palavras doces e as gaiolas douradas. Isso pareceu para alguns claro, para outros nem tanto, mas a maioria dos brasileiros sequer pensou sobre esses problema.

Agora ele bate às nossas portas, mas o gigante adormecido ainda não percebeu.

A primeira fumaça veio dos massacres ocorridos no norte do país. Foram mais de cem almas que seguiram seu destino nos cárceres do Amazonas, Roraima, e Rio Grande do Norte. Várias foram as causas, mas o estopim foi o fim das FARC que mantinham o equilíbrio de forças entre as facções brasileiras na fronteira norte do Brasil.

No dia 3 de janeiro publicamos aqui uma matéria “O futuro do PCC a FARC pertence” onde trabalhamos um artigo de Román D. Ortiz publicada na Revista Ensayos Militares e que trazia alguma luz sobre esse vínculo pouco explorado pela imprensa brasileira.

No início desta semana Kevin Knodell publicou um artigo intitulado “Former FARC Fighters Make For Hot New Hires” em um site americano especializado em assuntos militares. Começa fazendo um histórico do Primeiro Comando da Capital do seu berço no Carandiru até a atualidade onde disputa fora das fronteiras brasileiras o domínio do crime organizado.

Não consegui verificar por outras fontes algumas informações passadas por Knodell em seu artigo, mas reproduzo aqui para ser avaliado pelo leitor.
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O artigo afirma que o governo colombiano declarou que há em torno de 150 à 300 revolucionários que não aceitaram o pacto e optaram pela clandestinidade, e esses estão sendo disputados por diversas organizações criminosas brasileiras entre elas o PCC e a Família do Norte FDN, além da facção colombiana Los Urabeños.

O grupo Urabeños está pagando algo em torno de US$ 600,00 por mês para os guerrilheiros que estão migrando para seu lado e trabalharem dentro das fronteiras da colômbia, isso é algo em torno de R$ 1.900,00. Não se sabe quanto as facções brasileiras estão oferecendo para que venham para cá.

O preocupante para nós brasileiros e principalmente para os militares é que os soldados das FARC não são especializados em tráfico de drogas e assalto como são os soldados das facções brasileiras, os colombianos foram treinados para confronto direto com as forças policiais e militares.

Knodell cita dois nomes que poderiam vir para o Brasil se juntar ao Primeiro Comando da Capital: Gentil Duarte e Francisco Javier Builes (John 40). Os dois foram expulsos no final do ano passado das FARC, Duarte por discordar do processo de paz, e John 40 que era o responsável pelas finanças da organização por desviar dinheiro para gastos pessoais.

A guerrilha das FARC que combateu com arrepiante brutalidade com a polícia e o exército colombiano por quase um século contra a “opressão das autoridades”, está se dissolvendo e alguns dos seus não estão aceitando as palavras doces e gaiolas douradas. Isso pareceu para alguns claro, para outros nem tanto, mas a maioria dos brasileiros sequer pensou sobre esses problema.

Talvez seja a hora do gigante acordar e começar a pensar. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Líder do PCC promete se vingar dos policiais.

Ontem ao publicar a matéria sobre as ações das forças policiais paraguaias na tentativa de barrar o crescimento do Primeiro Comando da Capital PCC 1533 naquele país, não poderia prever que Alfredo Barreto Guillén estaria sendo capturado naquele mesmo momento e que isso poderia ameaçar tantas vidas.

Uma megaoperação foi montada para sua captura. Três casas em em Hernandarias foram invadidas pelas forças públicas e sua mulher Rebeca Zaracho Giménez foi presa, assim como dois de seus aliados: Denis Morales e Lorenzo Pérez Acosta.
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Como homem chave do esquema da facção eu já imaginava que estivesse longe naquele momento, possivelmente atravessando a fronteira, mas os agentes foram informados que estaria bebendo na frente de uma de suas casas.

Quando a polícia chegou Alfredo tentou fazer uma fuga cinematográfica correndo para dentro do imóvel, passando por telhados, e pulando os muros das casas, atirando contra os policiais, mas acabou sendo baleado na perna no Bairro Las Mercedes.

Podemos ver a prisão de Alfredo e sua gangue de duas formas:

  • acreditar que é apenas uma prisão como as que acontecem diariamente, mais uma no dia a dia da eterna luta entre o bem e o mal, e assim perdermos as esperanças de que qualquer um dos lados vença; ou
  • olhar com otimismo se não com um triste realismo esse fato. O lado bom é que entre mortos e feridos se salvaram todos, e tem sido assim em quase todos os confrontos entre a célula paraguaia Primer Comando Capital PCC e as forças policiais.

Há nos dois casos um ponto de equilíbrio ao contrário de 2006 quando houve temporariamente a quebra desse pacto social implícito entre o mundo do crime, o da segurança pública, e o estado. E muitas pessoas morreram: agentes de segurança, cidadãos, e criminosos. Os mortos eram contados às dezenas na onda de ataque do Primeiro Comando da Capital.

Ontem ao publicar a matéria sobre as ações das forças policiais paraguaias não passou pela minha cabeça que um único homem poderia destruir todo o equilíbrio na qual a nossa sociedade se estruturou depois de 2006, mas Alfredo Barreto Guillén prometeu que mudará isso ao anunciar que a facção irá se vingar de sua prisão atacando os policiais paraguaios.

Oxalá não o permita, mas se permitir que Deus e o Inimigo estejam preparados para receber em seus braços mais uma dezenas de soldados dos dois lados dessa guerra. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Prisões como reality show para o seu divertimento.

Ler vários artigos dos mais diversos níveis e origens a respeito do Primeiro Comando da Capital PCC 1533 todos os dias é uma aventura. Às vezes dá muito prazer, por outras desanima.

O artigo “Reality Show das Prisões Brasileiras” do Professor Gilson César Augusto da Silva foi francamente desanimador, provavelmente por ter sido publicado em 2002 e por aqueles mistérios da internet voltou a circular agora.

Naquele tempo as prisões brasileiras estavam caóticas, com sorteio entre os presos: um por dia morria para sobrar mais espaço e melhores condições para os outros, um verdadeiro show televisivo transmitido em cadeia nacional.

Os sorteios não eram feitos em instituições administradas pelo PCC, deixando claro que a massa carcerária chegou ao seu limite de fervura, mas os detentos ainda não organizados não haviam elegido o inimigo maior, matando uns aos outros. O Primeiro Comando já escolhera um inimigo que uniu a todos: a opressão do sistema carcerário e seu controlador, o Governo. A facção fez reféns dez mil pessoas dentro dos presídios em uma dezena de rebeliões simultâneas e com uma pauta de reivindicações clara de melhorias nas condições da carceragem.

No artigo o Prof. Gilson César faz inicialmente um breve histórico da evolução do Sistema Carcerário da antiguidade até chegar nesse momento de ruptura, e aproveitou para comparar com a realidade transmitida pelo Big Brother Brasil: pessoas confinadas:
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“… os chamados “reality shows” … semanalmente um participante é eliminado … embora de discutível gosto, os programas mostram o quão difícil é a convivência humana. As casa onde se realizam esses “reality shows são verdadeiras mansões … há, ainda, boa comida, psicólogos, psiquiatras comportamentais, médicos, entre outras regalias. Além do competidor poder deixar o programa quando quiser … o que se vê em poucos dias de convivência? Pessoas extremamente estressadas, depressivas, agressivas, com reclamações de toda ordem, brigas, choros, ofensas recíprocas. É difícil a referida convivência? Sem dúvida. Mas se é difícil para os referidos participantes, com todas essas benesses, imaginem para os presos.”

O autor faz então ressalta as diferenças das duas realidades e volta a criticar o sistema carcerário, nada de novo. Bom, isso foi o que eu pensei em um primeiro momento, mas por aqueles mistérios da internet, esse artigo que agora voltou serviu para demonstrar que realmente nada mudou.

Em janeiro deste ano começaram os massacres nos presídios que apesar de terem arrefecido continuam, e assim como naquele tempo as prisões brasileiras estão caóticas, com presos morrendo todos os dias na guerra de facções para garantir mais espaço e melhores condições para cumprimento da pena, um verdadeiro show televisivo transmitido em cadeia nacional. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Retorna ao Brasil o líder do PCC Carlos Caballero.

Ao contrário de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que sempre negou ter ligação com a facção Primeiro Comando da Capital PCC 1533, Carlos Antonio Caballero, o Capillo, em vídeo assume ser um dos líderes da facção tanto no Paraguai quanto no Brasil.

Ele e Pavão, Jarvis Chimenes Pavão, foram presos juntos em 2009 e juntos também teriam arquitetado um plano para assassinar Horacio Manuel Cartes Jara, o presidente do Paraguai, que após o assassinato de Jorge Rafaat Toumani retirou os privilégios que eles tinham dentro do sistema prisional paraguaio:

“O pavilhão vip de Pavão era equipado com três suítes, camas de casal e televisores, além de contar com uma biblioteca, uma cozinha e um escritório onde ele despachava com seus comandados.” (Revista Veja)
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Após a queda da Ministra da Justiça do Paraguai, Carla Bacigalupo o Primeiro Comando da Capital teria oferecido uma recompensa de cinco milhões de dólares pela morte de Horacio Jara. A intenção seria suavizar a situação carcerária dos PCCs presos e impedir as extradições para o Brasil.

A extradição de Capillo demonstra que a facção não obteve êxito em pressionar o governo paraguaio. Durante o período que Capillo atuou pelo PCC nos países da fronteira sul do Brasil ele diminuiu o preço pago pelas drogas no exterior diminuindo as margens dos atravessadores paraguaios criando uma linha de fornecimento concorrente direta da Bolívia.

Nesse novo ambiente criado por Capillo a facção paulista pode se contrapor ao Comando Vermelho e seus aliados no Sul, já que os paraguaios negociavam com ambas as facções e poderiam a qualquer momento cortar ou diminuir o fornecimento de uma das gangues. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

O Primeiro Comando da Capital PCC 1533 na Bolívia.

A Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico FELCN, grupo especializado no combate ao tráfico de drogas da polícia boliviana, descarta a possibilidade o Primeiro Comando da Capital PCC 1533 e do Comando Vermelho CV de estarem implantado dentro da Bolívia um sistema de domínio dentro e fora dos presídios como acontece hoje no Brasil.

Essa informação foi passada pelo Ministro do Governo da Bolívia Carlos Gustavo Romero Bonifaz, explicando que não existe interesse por parte das organizações criminosas brasileiras em se estabelecer no país por ser aquela nação apenas uma rota para a passagem das drogas para outros países.

Em entrevista para o noticioso El Deber, Carlos Romero informou que as facções brasileiras possivelmente mantenham em seu território representantes com a missão de gerenciar os interesses das gangues.

últimas notícias do Primer Comando de la Capital na Bolívia

Romero ainda explica que a cocaína comercializada na Bolívia é de origem peruana e é levada para o Brasil, a Europa, e Ásia; já a maconha vem do Paraguai e segue para o Chile e a Argentina. Cita como exemplo da lucratividade desse negócio a compra e o transporte para o México, onde há aproximadamente 380% de sobrepreço no destino.

A Bolívia faz parte da “Rota do Solimões” que segundo o Ministério Público Federal do Brasil é um dos principais caminhos de entrada das drogas no país pelo Norte e é controlado pelo sucessor de Nelson Flores Collantes agindo conjuntamente com o grupo Frente Primero, uma dissidência das Farc, e possivelmente com ligações com a facção amazonense Família do Norte FDN.

Parte da mídia brasileira informa que hoje pode estar no país para comandar as ações da organização Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, mas as autoridades bolivianas afirmam que os últimos negociadores do “Primer Comando de la Capital” foram Maximiliano Dorado Munhoz Filho e Ozzie Dorado Lozadas.

Polícia achou o disciplina por que se ele perdeu.

O investigador André de Sorocaba estava investigando o envolvimento de Rodrigo Teixeira Lima, assessor parlamentar do Deputado José Olímpio, em uma quadrilha especializada em desmanches de automóveis na Região de Sorocaba.

Ele já estava ficando desconfiado que tinha mais alguma coisa envolvida, que não tinha nada a ver com o que estava investigando. Rodrigo parecia era cobrado por uma outra pessoa que teriam que se encontrar para “resolver um problema”.

Então marcaram para se encontrar uma vez, e uma segunda vez, mas a pessoa que queria conversar com Rodrigo acabou não aparecendo, daí marcaram um terceiro encontro.

Se a pessoa que queria o encontro tivesse pedido o endereço talvez o crime nunca tivesse sido esclarecido, mas a pessoa não pediu. Tentou “ir a olho” e por isso fez diversas ligações para Rodrigo para poder chegar no destino.
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({}); Tudo isso sob a escuta do investigador. E durante essas ligações André pescou que Rodrigo passaria por um Tribunal do Crime para averiguar se ele teria estuprado uma garota de treze anos.

Em determinado ponto da gravação aparece o trecho: “a garota que morava comigo não está mais lá, eu “dei um chute nela”.

As antenas ficaram ligadas e seguiram então o roteiro que o veículo fez até sumir ao lado do rio Tietê próximo a Estrada Parque em Itu.

Se não tivesse se perdido, Ratinho RT não teria puxado o assunto ao telefone, não teria sido seguido pelo investigador André que monitorava o celular e a movimentação pelas antenas e GPS, e assim o investigador Moacir Cova não teria conseguido localizar a placa do Gol branco que ele utilizou através das câmeras de monitoramento, e sem essa filmagens não teria conseguido chegar ao proprietário do veículo, que levou aos integrantes da facção que teriam que sumariar o suposto estuprador, que foi identificado pelo investigador Moacir Cova como sendo o disciplina da cidade: Ratinho RT.

Uma coisa levando a outra, mas se não tivesse se perdido talvez nunca tivesse sido achado e muito menos identificado como sendo o irmão disciplina de Itu do Primeiro Comando da Capital PCC 1533. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

A pena de morte aplicada pelo PCC e pela polícia.

Enquanto se discute no Brasil a possibilidade de aprovação da pena de morte, Graham Denyer Willis publica uma obra intitulada “The Killing Consensus: Police, Organized Crime, and the Regulation of Life and Death in Urban Brazil” desnudando a realidade brasileira.

Segundo o autor a pena de morte já existe e é plenamente aceita por diversos grupos sociais. Ele nos convida a abandonar nossas ilusões e enfrentar o fato que policiais e facções criminosas mantém a normalidade dentro de suas áreas utilizando esse mecanismo de justiça.

O Primeiro Comando da Capital PCC 1533 tem regras claras, escritas ou não, do que é ético no mundo do crime. A aplicação dessas normas acontece dentro das comunidades carentes e no mundo do crime. O resultado da ação da facção foi a diminuição dos homicídios e a normatização da segurança e do convívio dentro dos presídios e das regiões mais pobres sob seu domínio. Todos sabem que não cumprir a pena para quem não cumprir as regras é muitas vezes a morte, e isso é aceito consensualmente por parte da sociedade.
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O mesmo se dá com as forças policiais, que apesar de todas as regras de controle por vezes não matam apenas em nome da segurança pública ou em sua autodefesa, mas para fazerem justiça com suas próprias mãos. Outros personagens do sistema de social e de justiça relevam e encobrem essas ações ilegais protegendo os agentes públicos.

Willis tenta encontrar um padrão que explique a alternância dos períodos de paz e guerra entre os policiais e os criminosos e mesmo entre os próprios delinquentes entre eles mesmos, mas aparentemente não há um padrão. Quando há uma quebra por qualquer um dos lados desse acordo informal e tácito o “pacto do consenso” é temporariamente suspenso até que volte a imperar o que Willis chama de “soberania do consenso”.

Thomas Hobbes há quinhentos anos já explicava esse fenômeno quando afirmava que o homem quando defrontado com sua própria sobrevivência e sem poder contar com a proteção e controle das normas sociais de um estado passa a aceitar e defender o controle social por uma relação mútua de consenso com os outros membros de seu grupo. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

O Primeiro Comando administrará as penitenciárias.

O professor de Criminologia da Universidade de Westminster, o Dr. Sacha Darke, no artigo “When inmates make the rules (and enforce them): democracy in self-governing prisons” mostra que o sistema implantado nas prisões brasileiras pelo Primeiro Comando da Capital PCC 1533 nada mais é que um modelo de autogestão para viabilizar a administração do sistema penitenciário.

A autogestão das unidades carcerárias por parte dos presos é viável e já acontece na administração de meios, e no controle disciplinar e operacional, e não é apenas no Brasil que isso já acontece.

O artigo publicado no democraticaudit.com cita como exemplo a Prisão de San Pedro na Bolívia, que é uma verdadeira cidade, onde a administração é eleita pelos presos dentre os presidiários. Alguns deles vivem lá com suas famílias e tem empresas e empregos dentro dos muros da prisão.

De fato a comunidade está longe de ser um paraíso como é pintado pelos amantes dos Direitos Humanos: as lideranças dominam sob uma grande massa carcerária oprimida, agora não mais por agentes públicos mas pelos seus próprios pares, no entanto a experiência não pode ser desprezada.
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O sistema legal que escolhemos impede que cheguemos aos modelos nórdicos onde quase não existem prisioneiros, e nem mesmo na média da Europa, pois temos aqui mais de meio milhão de cativos, são 316 para cada grupo de 100.000 habitantes, mais que o triplo da média européia.

Nenhum país civilizado no mundo está à nossa frente. É insustentável. Dessa forma o governo deixa de ter condições de governar dentro dos presídios pois não tem condições de manter os serviços básicos, e é aí que entram as facções para suprir a impotência do estado.

No Brasil o PCC não é o único e nem foi o primeiro a atuar nesse campo, mas foi quem criou um sistema integrado nacional que utiliza milhares de profissionais das mais diversas áreas para dar um mínimo de dignidade e condições de vida para os presos.

O preconceito social que o Primeiro Comando da Capital carrega impede que haja a possibilidade de pleitear alterações legais para que assuma oficialmente a direção dos presídios, no entanto é possível que isso venha a acontecer utilizando empresas ou associações ligadas indiretamente ao grupo.

Hoje já existe um certo acordo entre as autoridades públicas e as lideranças das facções de modo a manter o sistema pelo menos em pé, mas esse arremedo está chegando a um ponto de ruptura.

A terceirização das prisões foi um passo dado mas a legislação aprovada não permitiu viabilidade para que o grupo assumisse a direção, ainda. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Marcola, o PCC, e o conhecimento Vs o preconceito.

Dois fatos se somaram ao um texto que eu estava a ler: “Racismo Y Eugenesia” onde o autor discute o preconceito. Essa somatória gerou uma grande dúvida: será que sei, ou que alguém de fato sabe o que é de fato o Primeiro Comando da Capital?

Os dois fatos:
Há poucos dias um site chinês bqpu.net trouxe três matérias sobre o Primeiro Comando da Capital (首都第一司令部), e em uma delas Marcos Willians Hervas Camacho (科斯·卡马舒), o Marcola (马尔科拉), foi descrito como o maior gangster do Brasil e sua maior paixão seria a leitura do livro “A Arte da Guerra” de Sun Tzu.
Circula na rede um vídeo com o áudio descrevendo uma suposta entrevista que o Marcola teria dado ao Globo. Ela na realidade é o texto uma criação de Arnaldo Jabor, mas vale assistir e a leitura.

Resolvi então perguntar ao Marcola, afinal, quem melhor que o dono da empresa pode dizer o que ela de fato é? Bem, bati nas portas de Presidente Bernardes onde ele mora, mas o guarda que estava na portaria disse que ele não podia me atender naquele momento.

Então pensei no plano B.
E vou passar aqui o que lhe foi perguntado e o que ele disse, mas não hoje. Acho que amanhã, por hoje só vou explicar que trabalharei sobre o que ele contou durante o depoimento que deu em uma reunião reservada na Câmara dos Deputados durante mais de quatro horas de audiência.

Tudo isso por que Marcola diz que existe uma grande diferença entre aquilo que as pessoas acham que o Primeiro Comando é daquilo que ele é realmente. E está certo, de fato ninguém sabe realmente o que a facção representa hoje, pois assim como nas religiões a crença substituiu totalmente a razão.

O site chinês ou o texto de Arnaldo Jabor ilustram bem isso. O imaginário que se criou em torno da facção aumenta a cada história e são várias novas histórias todos os dias.
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O que Marcola propõe então é uma análise epistemológica da facção. Para isso teremos que tentar enxergar os verdadeiros limites do nosso conhecimento diferenciando:

  • o nosso conhecimento do que a facção é e essa certeza nos é dada pela somatória da realidade com nosso conceito;
  • o que o imaginário de cada um tem sobre ela, e que de fato é real mas não tem informações para comprovar a si mesmo (preconceito positivado);
  • o que de fato ela é; e
  • o que a sociedade pensa que ela é.

Bem, eu por meu lado proponho que cada um realmente coloque de lado seus conceitos e preconceitos a respeito do Primeiro Comando da Capital e tentem fazer esse exercício. O que de fato sabemos e o que não sabemos só achamos, e isso é preconceito previsto em nosso código penal. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

A Guerra do Paraguai não terminou: PCC X CV.

A ação de 15 de Julho de 2016 em Pedro Juan Caballero foi comemorada pela irmandade dos PCCs com alegria e medo.

O Primeiro Comando da Capital PCC1533 quebrava naquela noite o acordo que mantinha com o Comando Vermelho CV. O espetacular assassinato de Jorge Rafaat Toumani entrou para a história dos grandes crimes não apenas do Brasil mas das Américas.

O domínio das fronteiras paraguaias pareciam naquele momento garantidas e serviriam para enfraquecer pouco a pouco a facção do Rio de Janeiro. Era de se esperar reações e elas vieram por todo o país.
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Centenas de soldados PCCs morreram em diversas batalhas sejam em ações diretas, seja através de grupos aliados dos CVs como os FDNs e os SDCs, isso era de se esperar, mas…

Ninguém esperava que a Guerra do Paraguai seria tão demorada na fronteira. Passado quase um ano o domínio do Primeiro Comando ainda não foi consolidado apesar das alianças feitas com grupos locais e estrangeiros dos dois lados da fronteira.

A morte ontem de Claudenilson Duarte Martinez foi mais um capítulo nessa guerra. Claudenilson havia ganhado o semiaberto e tinha acabado de sair do Presídio de Ponta Porã de onde foi seguido por duas motos que interceptaram o veículo de Claudenilson na esquina da Avenida Brasil com a Duque de Caxias. A liberdade dele não durou seis minutos até ser executado com mais de vinte tiros.

Um dia antes o PCC Sérgio Ramão Vargas Ramos foi morto com mais de oitenta tiros na cidade paraguaia de Bella Vista do Norte a pouco mais de 130 quilômetros dali. Nesse caso dois dos assassinos foram presos e pertencem ao Comando Vermelho.

A força comercial da Rota Paraguaia para o Comando Vermelho fica claro quando vemos a quantidade de armas apreendidas apenas esse ano pelas diversas forças policiais no trajeto até o Rio de Janeiro – só em munições de fuzil e pistolas 9mm já passam de 20 mil. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Primeiro Comando se prepara para entrar no Uruguai.

A Guerra entre as facções Primeiro Comando da Capital PCC e Comando Vermelho CV há muito ultrapassou nossos limites territoriais. O Serviço de Inteligência da Polícia Nacional do Uruguai alertou cinco províncias que fazem fronteira com o Brasil que estarão sujeitas a ações violentas das gangues brasileiras: Artigas, Cerro Largo, Rivera, Rocha, e Treinta y Tres.

A notícia foi inicialmente divulgada pelo site gaúcho A Plateia de Sant’Ana do Livramento informa que a polícia uruguaia foi avisada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo MP-SP que a facção paulista estaria distribuindo armas para seus membros nos estados do sul do país para agirem fora das fronteiras brasileiras. Além de assaltos estariam sendo planejadas ações dentro dos presídios daquele país.

Segundo dados do MP-SP o Primeiro Comando da Capital possuía em agosto de 2016 686 membros conhecidos no Rio Grande do Sul, o que demonstra que a organização tem uma presença significativa no estado, disputando ou fazendo alianças com diversos outras facções: Bala na Cara, Os Tauras, Os Manos, V7, Os Abertos, Unidos Pela Paz, Comando Pelo Certo CPC, e os Amigos Leais. Sendo que o mais importante é a facção Bala na Cara.
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O medo de que a facção paulista organize dentro do Sistema Penitenciário métodos de recrutamento aos moldes dos existentes em todo o território brasileiro. Alguns membros da facção estariam custodiados naquele país e receberiam apoio de fora do presídio, aproveitando as alianças comerciais que hoje já existe entre o PCC e algumas gangues uruguaias ligadas ao tráfico internacional de armas.

As ações orquestradas pelo Primeiro Comando não teriam como objetivo apenas o controle da rota de acesso de drogas e armas. O Uruguai é utilizado há décadas como porta de saída para lavagem de dinheiro do Brasil e da Argentina, e o controle da área reforçaria a posição da facção paulista em relação às outras da América Latina, além de passar a controlar o envio de drogas para a África através do porto de Montevidéu, aproveitando a tecnologia de logística que adota nos portos brasileiros como o de Santos.

Após o assassinato do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani o Departamento de Estados Americano passou a investigar o impacto do novo posicionamento do PCC no Narcosul (Narcosur), como é chamado o Cartel Internacional de Drogas da América do Sul.

Guerra entre facções PCCXCV em Mato Grosso do Sul.

Relatório Técnico da Agência de Inteligência do 5º Batalhão da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul alerta para ataques que estariam sendo planejados pelo Primeiro Comando da Capital contra os policiais matogrossenses.

O documento não traz mais detalhes de como se teria chegado a essa conclusão, apenas pede para verificar qual o procedimento a ser tomado, além disso, a análise da situação global do estado coloca em dúvida a realidade dessa ameaça.

O site midiamax justifica que haveria razão para a ameaça na Guerra entre Facções, cita também a morte de dois detentos no estado: Cristiano Carvalho de Mello no Presídio de Segurança Máxima de Naviraí e Júnior César Franco Petro na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, em ambos os casos os assassinos tentaram simular suicídio por enforcamento.

A ordem para o ataque aos Policiais Militares teria partido do Primeiro Comando da Capital PCC 1533 e contaria com 90 nomes na lista de alvos. O site no entanto não informa se as vítimas seriam apenas composta de PMs, ou de outros presos, assim como o relatório da Inteligência da PM não o faz.

Até o momento as facções tem focado suas ações dentro do sistema penitenciário, evitando as ruas. Os comunicados com credibilidade de todas as facções divulgados pelas redes sociais afirmam que não vão agir contra a população, no entanto não eliminam a possibilidade de agir contra o Estado e seus representantes.

Os presídios de Mato Grosso do Sul estão recebendo detentos dos estados do Norte que teriam liderado a chacinas em Boa Vista e em Manaus. A experiência já foi tentada anteriormente quando os filiados do PCC foram espalhados de São Paulo para os presídios do restante do país fazendo com que a facção paulista passasse a ser uma facção de âmbito nacional.

Segundo o site caaraponews a guerra entre as duas facções no estado ainda não começou pois tanto o Comando Vermelho quanto o Primeiro Comando da Capital estão atuando de maneira agressiva na filiação de novos membros. A Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública SEJUSP apurou que o PCC tem conseguido ampliar sua vantagem dentro dos presídios, em compensação o CV tem se fortalecido fora das muralhas.

O Primeiro Comando está bem organizado no estado e mantêm a média nacional de filiados (em torno de 5,23% para uma população carcerária de 15.000 detentos segundo o MP-SP, mas números não confirmados atestam que o PCC já chegou ao limite de 40%). O jogo de controle do estado é fundamental para o futuro da organização, pela posição estratégica do estado que faz fronteira com a Bolívia e com o Paraguai. O PCC já domina a Tríplice Fronteira após eliminar o Jorge Toumani Rafaat e conseguir o controle quase hegemônico dos presídios paranaenses.

O Paraguai é hoje o principal produtor de maconha da região e o maior corredor de cocaína da Bolívia para a Europa. A coca boliviana é misturada no Paraguai com precursores químicos ilegais que chegam de outros países.

Em seguida, é escondido em caminhões e contêineres para ser transportado para a África e a Europa. Cabo Verde e Roterdã são os principais portos de destino, segundo a Secretaria Antidrogas do Paraguai (Senad).

Catalina Oquendo – El País

Na última sexta-feira dia 20, Roberto David Cardozo Rojas integrante da facção Primeiro Comando foi morto em uma embostada próximo a cidade de Pedro Juan Caballero, possivelmente mais uma cartada nessa disputa na qual o Comando Vermelho e a Família do Norte (FDN) estão fazendo o possível para não perder definitivamente o controle da região, colocando um prêmio por cabeça dos líderes da facção rival mortos. O site caaraponews conta que a Polícia Civil identificou como sendo de Fausto Xavier Figueiredo do CV uma mensagem de áudio onde articulava a morte dos inimigos durante uma transferência de presos.

Outras facções além do Primeiro Comando da Capital, do Comando Vermelho, e da Família do Norte, atuam no estado e o posicionamento delas, apesar de não parecer fundamental pode fazer diferença: Primeiro Comando do MS, Primeiro Comando da Liberdade, e Grupo G.

A soma de todos esses dados colocam em dúvida o resultado do estudo apresentado no relatório do 5º Batalhão da Polícia de Coxim, se por um lado fica claro que a luta pelo poder entre as facções em Mato Grosso do Sul será acirrada e possivelmente com muitas mortes, por outro lado não há indícios que indiquem uma ação orquestrada contra as forças públicas, exceto é claro as que usualmente ocorrem.

Porta Voz do SDCRN é preso após ameaçar policiais.

Em vídeo que viralizou no Youtube, rapaz é preso pela polícia e pede desculpas.

Todos os integrantes aí de facções e da mata aí do Rio Grande do Norte, venhamos aqui como integrante do Sindicato do RN aí, reivindicar que nós vamos fazer o bagulho doido nas ruas porque estão mexendo aí com nossos irmãos dentro da cadeia, e o estado aqui é nosso, o PCC não tem vez não.

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Pega os PCCs aí e volta para Caraúba e Pau do Ferro aí, mas não mexa nas cadeias de nós não, porque as cadeias do Rio Grande do Norte é tudo sindicado, e é tudo nosso aí, é tudo doido, até o trem. E PCC ou volta para São Paulo, ou vai para o inferno. E o bagulho vai endoidar ainda agora aqui.

Ó um recado para o governador, ou tira os PCCs de Natal ou vamos botar fogo em tudo, matar policial, o caralho a sete, nós não tá de brincadeira não seus arrombados, seis tão pensando o que? Aqui é sindicato do crime 1814, pcc vai se fuder, polícia vai se foder arrombado.

Pedir desculpa aí para os policiais do RN e as famílias. Eles estão dizendo aí que eu fiz o vídeo aí do Sindicato RN aí, ameaçando família de polícia e de político. Peço novamente desculpas a todos, eu sou um cuzão, sou um bosta, e um merda.
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Novas exigências do Primeiro Comando em Alcaçuz.

19 de Janeiro de 2017
Facção mais organizada do Brasil, somos criminosos e não moleques.

Nosso intuito sempre foi preservar a vida, todos sabem que somos dotados de hierarquia, e somos espelhos a ser seguido.

Existem vários pedidos protocolados que se encontram na mão do Secretário de Segurança do estado do sistema prisional a SEJUS e não que não quis nos separar. Já éramos para estar separados desde o último confronto ocorrido em Caiapó, onde os pavilhões do Sindicato A, B, e C, tentaram de forma orquestrada invadir o pavilhão dos nossos irmãos que era o Pavilhão E, porém não tiveram êxito. No último sábado na data 14 de Janeiro 2017 os integrantes da Facção do sindicato RN teriam ameaçado nossos irmãos do Pavilhão 5 com armas de fogo porém os funcionários nada fizeram, onde e quando nossas visitas foram sair da unidade ao término da revista, nossos familiares foram alvejados com munições disparados pelo pelo Sindicato do RN e isso teria nos deixado e voltados ao ponto de não mais suportar isso que vinha ocorrendo.
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Somos duas facções em guerra, mas “a guerra nossa é nossa” e não dos nossos familiares.

Não admitiremos mais ser oprimidos e estamos preparados no sistema na rua. Se mexerem com nossos familiares responderemos a altura, da mesma forma queremos deixar a sociedade tranquila pois o PCC não admite: baderna queimas de ônibus, de posto de saúde, de escolas, de veículos, de pessoas que não tenham nada a ver com a nossa guerra.

Deixando claro que nossa luta é contra aqueles que nos oprime que é o Governo e não contra a sociedade. Somos o crime organizado no Brasil e os governantes sabem disso então cima disso deixamos o seguinte comunicado: tirem todos do Sindicado da unidade de Alcaçuz ou essa guerra vai se estender na rua e em outros e demais estados do Brasil contra os órgãos públicos policiais de todas as categorias.

assinado Primeiro Comando da Capital PCC. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

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