Foi negado o habeas corpus para José Francisco. Nada que o advogado alegou foi aceito pelo Tribunal de Justiça e uma a uma as teses foram caindo.
Para quem não se lembra do caso, José Francisco caiu com outros sete acusados de pertencer a uma célula do Primeiro Comando da Capital que atuava no Morro do Algodão em Caraguatatuba no litoral de São Paulo.
Até outubro de 2019, quando o esquema foi descoberto, ele e os demais, todos moradores do morro ou próximos a ele, foram presos com 43 quilos de maconha, 800 gramas de cocaína e 700 de crack, que estavam uma bela residência na rua São Miguel que era usada como “padaria” e depósito.
A venda das drogas ficava por conta dos moleques que ficavam pelas ruas do “Brejinho” próximo a EMEI, entre as ruas um e dez, e na rua São Marcos — segundo os moradores do bairro, o grupo afirmava que eles eram da facção PCC e se alguém denunciasse morreria.
O Bar do Leão na rua três era o ponto de encontro para relaxar, conversar e passar as mercadorias para a distribuição e o recebimento dos valores das vendas. Era lá que se podia procurar o Véio Lau, cujo padrasto, José Francisco, tentou sem sorte o habeas corpus.
Veio Lau é uma liderança que, não só dominava o comércio de drogas naquela quebrada, mas também era o responsável pela distribuição de armas para quem precisasse no mundo do crime, pela venda e direito de exploração de biqueiras, e até articulava atentados contra a vida de policiais que vivem na região.
Sempre conversando com ele estava seu braço direito, o Nego Bifa, gerente do tráfico e quem controlava os moleques, e o Leandro, que fazia a segurança das biqueiras e do depósito da São Miguel.
Bolão era outro personagem importante no esquema do Véio Lau, era o disciplina do PCC da quebrada, o cara responsável pelo cumprimento do Estatuto e do Dicionário.
A Renata que cuidava do tráfico nos bares do Golfinho e Morro do Algodão, e no Bar do Formiga, que era o ponto mais forte, e o Orelha e o Quadrado faziam os corres para não deixar os moleques na rua sem mercadoria para vender, pegando as coisas na casa da rua São Miguel onde o Rafael ficava organizando o estoque e embalando as paradas.
No dia que a casa caiu para todos eles e o esquema desmorona, foram apreendidos carro, armas, balanças de precisão, prensas, celulares, notebooks, recibos de depósito, uma caminhonete, algum dinheiro, explosivos e armas de airsoft e munição de festim.