Salvador, o talarico de Itu, o mistério de sua morte e a reflexão sobre a fidelidade em relacionamentos à distância.
No reino dos vivos, Salvador era um homem de contrastes. Quando sóbrio, era a personificação da gentileza, mas bastava beber um gole e um demônio adormecido acordava dentro dele. Era como se uma maldição o tivesse escolhido para fazer mal aos outros.
E foi assim que ele se envolveu com Pâmela, a esposa de um presidiário. Ninguém sabe ao certo como começou, mas na rua Dona Julia no bairro Alberto Gomes, todos sabiam do caso. E com o tempo, as fofocas e os olhares de reprovação se transformaram em ódio.
Mas Salvador não se importava. Ele estava cego pelo amor proibido e pela luxúria. E, para piorar as coisas, ele espalhava mentiras sobre Pâmela para os vizinhos. Uma palavra que se espalha como fogo e queima tudo à sua frente.
E foi assim que Salvador foi encontrado morto na rua. As suspeitas recaíram sobre os companheiros de cela do marido de Pâmela. Dizem que eles o mataram como vingança pelo relacionamento com a mulher do presidiário.
Mas a verdadeira causa da morte de Salvador, assim como o real teor de seu relacionamento com Pâmela, nunca foi totalmente esclarecido. A verdade se escondeu no mistério, envolvida em sombras que se estendiam por toda a comunidade.
E agora, como resultado dessa tragédia, somos confrontados com a pergunta: é justo que um homem que passa anos fora de casa possa exigir fidelidade de sua parceira?
O Talarico de Itu deveria morrer?
No entanto a lei do Primeiro Comando da Capital é clara quanto ao ato de talaricagem:
1. Ato de Talarico:
Dicionário do PCC – Regime Disciplinar de 45 ítens
Quando o envolvido tenta induzir a companheira de outro e não é correspondido, usa de meios como, mensagens, ligações, ou gestos.
Punição: exclusão sem retorno, fica a cobrança a critério do prejudicado e é analisado pela Sintonia.
Fidelidade é possível
Mas há uma história antiga que pode nos ajudar a entender esse dilema: a lenda de Penélope e Ulisses.
A esposa de Ulisses esperou vinte anos por seu marido, demonstrando uma fidelidade inabalável.
Será que Pâmela poderia fazer o mesmo? Ou ela também seria vítima da talaricagem e da traição?
A resposta, como sempre, permanece oculta no enigma da vida.
E a morte de Salvador continua sendo um mistério, uma história de amor, traição e assassinato que ficará para sempre gravada na história da rua Julia, no Bairro Alberto Gomes, aqui em Itu.
Em qual parte do estatuto fala sobre talaricagem?
Em Marilha no interior de São Paulo um outro talarico quase foi morto:”Rapidamente, Guguinha e comparsa surgiram armados com revólveres. O desempregado então entrou na casa vizinha, de Edvan, irmão de Félix, alegando que ele teria mantido relações sexuais com a mulher de “um irmão do PCC (Primeiro Comando da Capital) e que iria morrer por isso”.”Leia a reportagem completa: http://www.diariodemarilia.com.br/Noticias/108189/Dividida-semana-do-jri-aprecia-tentativas-de-homicdio-e-chacina