A verdade nunca foi fácil de ser encontrada, mas ultimamente tenho me surpreendido com os absurdos que tenho visto.
O site acadêmico coopex.fiponline.edu.br o professor Antônio Carlos Costa Moreira da Silva hospeda sua tese de doutorado onde ele declara ainda no rodapé da primeira página ser da disciplina de Sociologia no Curso Intensivo de Doutorado da Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA): http://coopex.fiponline.edu.br/pdf/cliente=3-2447d6ff133a5038079b6b36cd39e1b4.pdf
Se bem que não consegui encontrar o nome do doutorando na listagem de aprovados:
http://www.derecho.uba.ar/academica/posgrados/doc_tesis_aprobadas_tabla.php
Tão pouco encontrei a disciplina de Sociologia dentro da grade da UPA: http://www.derecho.uba.ar/academica/posgrados/doc_areas.php
Antônio Carlos Costa Moreira da Silva tem segundo o site acadêmico escavador um currículo invejável: http://www.escavador.com/sobre/7013880/antonio-carlos-costa-moreira-da-silva
E aí é que vem o problema…
Ao ler o trabalho publicado fiquei impressionado com o uso de algumas expressões como: “… Estado Paralelo pra prover…”. Quanto ao uso da língua pátria e da pontuação deixo a análise para os demais leitores.
Em determinado ponto o mestre utiliza o termo: “hanseniáticos morais”. Apesar da construção ser plausível é no mínimo estranho visto que não ajuda no esclarecimento ou na ilustração do trecho no qual está inserido:
“Há um comportamento novo no ar. Não há tempo; não há sentimentos, luto, lágrimas, emoções. Tornamo-nos “hanseniáticos morais”, frente à insensibilidade do espírito humano neste século XXI. É a chamada Pós-modernidade, definida como a tentativa infrutífera de estabelecer dogmas de certeza sobre a condição humana. É a afirmação da incerteza.”
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Tentei ver qual a imagem que o autor tentou dar ao adjetivar esse sujeito. Hanseniano é a pessoa que sofre de hanseníase, e por muito tempo essas pessoas sofreram injustamente um grande preconceito. Será então que nos tornamos pessoas que estão sofrendo de preconceito indevido? Não, acho que não.
Talvez então fosse um outro significado. Por muito tempo se acreditou que partes das pessoas que sofriam com essa doença caiam podres de seus corpos. Aí, se ignorarmos o fato que estamos reforçando um preconceito, podemos ver uma certa lógica, afinal estaríamos nos tornando pessoas moralmente podres perdendo paulatinamente parte de nossa consistência ética. Tá. No entanto mesmo assim esse trecho destoa com as demais orações do mesmo parágrafo.
Nesse mesmo parágrafo fiquei intrigado se um ponto e vírgula utilizado após a palavra “tempo” onde talvez fosse uma vírgula, mas sou ruim de pontuação então deixo para os especialistas.
Ainda nesse mesmo parágrafo há uma definição de “pós-modernidade” colocada como absoluta verdade absoluta mas que mal arranha as mais toscas definições sociológicas ou filosóficas do conceito: Pós-modernidade seria “como a tentativa infrutífera de estabelecer dogmas de certeza sobre a condição humana”.
Esse trecho lá está para explicar a linha anterior que afirma “à insensibilidade do espírito humano neste século XXI.” Ora, o mundo pós-moderno ou “mundo líquido” é caracterizado justamente por uma busca informe mas em sentido da justiça social, étnica, sectária, ecológica…
Talvez um dos contrapontos principais entre a Modernidade que o separa da Pós-modernidade talvez seja a falta de certezas, mas essas se dão pela busca da verdade que pode estar em qualquer nuance de uma matiz, ao contrário do pensamento dogmático.
Bem, esse não é um estudo profundo da dissertação “O CRIME ORGANIZADO NO BRASIL : UM CASO DE OMISSÃO DO ESTADO, SUBSTITUÍDO PELO ESTADO PARALELO”, mas apenas uma leitura crítica de dois parágrafos.
Coloquei aqui alguns links de sites confiáveis. No trabalho apontado existem alguns links, que não levam a lugar nenhum, mas o que me pareceu mais absurdo foi onde ao citar “Sternick” (quem sabe seja o cirurgião plástico fazendo uma consideração sociológica) apresenta o link de um medidor de velocidade da web: http://www.rjnet.com.br/ !!!
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