A facção PCC 1533 condena a morte pedófilos?
O que diria meu pai e Getúlio Vargas sobre a pedofilia no mundo do crime?
Meu pai repetia direto a frase: “a lei, ora a lei!”.
Não sei se ele sabia que essa frase era de ninguém menos que o político gaúcho.
Getúlio Vargas pronunciou a famosa expressão “Lei! Ora, a Lei!”, querendo dizer que apenas o cidadão comum está sujeito a sofrer as penalidades da lei, enquanto a própria legislação concede imunidades e benefícios a parlamentares e a outras classes privilegiadas.
Talaricos na lei do crime do PCC
A lei brasileira é branda com homens que pegam mulheres de outros homens, mas a lei de Deus (Bíblia) e a da facção PCC, não.
Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.
Levítico 20:10
1. Ato de Talarico:
Dicionário da Facção 1533 – Regimento Disciplinar
Quando o envolvido tenta induzir a companheira de outro e não é correspondido, usa de meios como, mensagens, ligações, ou gestos.
Punição: exclusão sem retorno, fica a cobrança a critério do prejudicado e é analisado pela Sintonia.
Tanto pela lei mosaica quanto pela lei do crime o homem poderia ser morto pelo adultério ou talaricagem — afinal é a lei.
No entanto, outro dia, contei aqui a história do talarico que se tornou o Sintonía depois que matou o homem que iria denunciá-lo.
“A lei, ora a lei!”, diria meu pai. “A lei, ora a lei!”, diria Getúlio Vargas.
Hoje trago algo na mesma linha. A nossa profunda hipocrisia.
Pedófilos na lei do crime do PCC
Todos aqui concordamos, e se alguém não concordar é melhor guardar para si e dizer que concorda, que a pedofilia é um crime bárbaro.
Quando eu era garoto, me lembro de um pai que saiu matar um cara que, segundo ele, teria mantido relações com sua filha menor.
A garota tinha 20 anos, mas a legislação de então emancipava o homem aos 18 anos e a mulher aos 21 anos.
Vai ter leitor me chamando de dinossauro!
Não houve sequer um para tentar demover o homem desta empreitada, afinal ela era de menor.
Eu conhecia a todos ali e sabia que nenhum deles, inclusive o pai indignado, deixaria de pegar qualquer garota que pudesse.
A piada na época era falar com cara de sério:
Não saio com mulheres com menos de 35!
Para depois abrir um sorriso — todos sabiam que se referiam a 35 quilos.
Hoje a legislação mudou e é bem complexa.
Conheci um empresário que ficou preso por anos por ter saído com uma menina de 13 que ele realmente amava de paixão.
Acompanhei um outro caso onde o irmão do PCC que saiu na primeira audiência, mesmo tendo sido pego pela polícia na cama com uma menina de 13 anos e admitindo na Justiça que ficava direto com ela por diversão.
A juíza dos dois casos foi a mesma. A diferença é que o advogado do irmão provou que ela já saíra com outros homens.
No entanto, se nossa lei é dúbia, e a lei de Deus não fala uma linha sequer de pegar menor, parece que o Todo Poderoso não liga para isso, mas lei do crime é severa:
6 Item:
Estatuto do PCC 1533
O comando não admite entre seus integrantes, estupradores, pedófilos, caguetas, aqueles que extorquem, invejam, e caluniam, e os que não respeitam a ética do crime.
No entanto, apesar de previsto no Estatuto que dá as normas gerais, no Dicionário, assim como na lei mosaica não existe previsão.

Qual a idade mínima para o sexo consentido?
Por vezes me questionam sobre qual é a idade aceita pela facção para que uma garota possa ter relacionamento com um adulto.
Outro dia perguntei para um irmão de responsa que me respondeu na lata que a idade é 16 anos.
Então tá… só que sei que ele mantém relações constantes com garotas de 15, se não menos!
Lembram do caso do “Cria do 15 que assume assassinato que não cometeu”?
Nela conto o caso do armeiro do PCC foi morto poque teria estuprado uma menor de 15 anos?
Só que o tal armeiro foi o único naquela festa de PCCs e políticos que não manteve relações sexuais com ela!
“A lei, ora a lei!”, diria meu pai. “A lei, ora a lei!”, diria Getúlio Vargas.
Eu e a maioria de meus leitores, se revolta com a hipocrisia do “Povo de Deus”, dos “Patriotas” e da “Família de Bem”, mas…
… será que realmente somos tão melhores que eles?
Uma história que eu não devia ter esquecido
A história que publico hoje foi originalmente postada em 10 de abril de 2012.
Eu nem teria me lembrado dela se João Erik e “Vinny do 11” não tivessem me instigado a escrever essa semana sobre o papel das mulheres do mundo do crime e do Primeiro Comando da Capital.
Eu vi a garota dessa história algumas vezes, e sempre ela me deixou uma forte impressão.
Seu cabelo era cortado com máquina 2 ou 3, tanto que achei por algum tempo que se tratava um menino.
Bonitinha, pele clara, olhos sempre atentos e tristes.
Não sei o que aqueles olhos transmitiam, mas nunca vi uma garota como ela.
A lei para a menina
Como repararão, todos ali sabiam e a própria garota admitia que mantinha relações sexuais com os homens daquela casa.
Como repararão, todos ignoraram essa informação: PCCs, policiais e a Justiça.
Ninguém levou em consideração o relacionamento sexual dela com os adultos da casa para isso, afinal…
“A lei, ora a lei!”, diria meu pai. “A lei, ora a lei!”, diria Getúlio Vargas.
a lei para o menino
No texto, também cito um garoto de 13 anos, que também conheci. Parecia bem esperto, com sua cara e jeito de classe média.
Ele foi adotado, por assim dizer, pelo traficante que cuidava muito bem do garoto.
Não pensem besteiras!
O traficane aproveitava aquela sua cara de garoto inocente, gente boa, para mandar buscar de ônibus a droga na mochila em Campinas.
Um dia, o moleque, afinal era um moleque…
…cortou o cabelo escrevendo em baixo relevo: 157 de um lado e 33 do outro.
Na época, o 33 era o código penal para o tráfico.
Na primeira viagem foi abordado pela polícia e perdeu todos os tijolos de drogas.
Anos depois, em um torneio de skate no Aparecida, encontro com este garoto novamente, mas agora já de maior.
Estava cercado de garotos e todos estavam incomodando o evento.
Fui falar direto com ele que sabia que era o líder do grupinho.
Um dos que estava com ele, querendo impressionar, falou com ar de superioridade e orgulho:
Se não sabe que ele é irmão?
Respondi na lata:
Se é irmão devia estar no culto e não aqui!
Acho que até hoje os carinhas estão na dúvida se eu sabia que tipo de “irmão” ele era! O que eu sei é que deu certo!
Mina responsa, respeitada pelos manos de Itu
Os olheiros ficam na esquina e comunicam-se através de celulares, sinais e assobios. Ficam em um bar próximo…
O tal bar, era o trailer Tico e Teco Lanches, localizado na Avenida Caetano Ruggieri em frente ao Supermercado Alvorada.
A casa onde ocorria o comércio de drogas que caiu no Disque Denúncia era a residência de Aparecida, no Bairro Jardim São José.
Várias viaturas da Polícia Militar de São Paulo participam do cerco.
Lá chegando os policiais avistaram dois rapazes no portão da casa, os quais foram abordados e revistados, eram: Denis e Júlio.
Denis estava com dez reais e nada de ilegal consigo. Segundo ele estava lá para dar uns beijinhos em uma garota novinha que morava naquela casa.
Aquela menina tinha doze anos de idade e era uma saltense muito bonita e simpática.
Ela mesma contou aos policiais que “faz coisas” com os homens que conhece na “rua da Bica Dágua” para comprar drogas.
Seu nome é conhecido e respeitado pelos nóias da região, e de fato estava na casa, levada para a delegacia, seu pai foi chamado.
O homem compareceu à delegacia, mas negou-se a retirá-la, pois ela se recusa a obedecer e foge.
Quando o delegado avisou que ele responderia por abandono de incapaz, ele respondeu:
Prefiro responder na Justiça que ficar com essa pestinha em casa.
Alguns frequentadores da casa que abrigava a garota
Todos os que frequentam aquela casa no Bairro Jardim São José são usuários de algum tipo de droga.
Érica, viciada em crack e que frequenta o local há oito anos e que faz companhia para a menina:
… íamos lá para o uso comunitário de entorpecentes e tomar cerveja.
Edson, confirma e conta que não mais usava drogas mas…
…meu filho está com uma espécie de câncer maligno na cabeça… como ouvi dizer que na casa vende drogas, eu vim só para conferir.
Era no portão desta casa que Denis e Júlio estavam sendo revistados.
Com Júlio foram encontrados 59 Reais e uma pedra de crack, o que por si só não configura o tráfico, mas o fato de Denis estar com os dez reais em uma mão e estar segurando uma pedra de crack na outra, foi considerados pelos policiais indícios suficientes que ele estava recebendo a grana e entregando a pedra.
E assim, nossa nina de responsa é presa pela primeira vez
Enquanto ocorria a prisão, uma garota apareceu na porta da casa, e vendo a polícia, voltou correndo para dentro.
No quarto havia duas mulheres com 32 porções de crack embaladas individualmente e 20 ampolas de cocaína.
Posteriormente, espalhados pela casa foram encontrados diversos cachimbos improvisados para uso de drogas e duas porções de maconha, e na edícula no fundo da casa havia duas balanças e dois pacotes de amido de milho utilizados para “batizar” os entorpecentes.
Uma das mulheres era a dona da casa, Aparecida, mãe de Júlio, que havia saído da prisão há apenas meses e segundo ele só estava ali de passagem.
A menina e o tráfico
A menina trabalhava como mula no tráfico.
Júlio, o filho da dona da casa, já havia sido condenado dez anos antes por usar um garoto também de 13 anos em um esquema de tráfico semelhante.
Sua advogada, no entanto, diz que todos os indícios indicam que o tráfico era feito apenas pela garota e pela mulher, e que Júlio…
…estava apenas no local errado e na hora errada, e que ele jamais se associou ao tráfico de drogas.
Drª. Camila de Campos
No fim, mãe e filho ficam em segurança atrás das grades, e a menina foi levada pela mãe, que no dia seguinte me procurou para dizer que a garota fugiu assim que chegou em casa.
Esta foi a última vez que ouvi falar da “Mina responsa, respeitada pelos manos de Itu”.