Primeiro Comando PCC para americanos e ingleses.

Estamos cheios de pessoas com razão quando o assunto é o Primeiro Comando da Capital que é visto por uns como uma organização satânica e por outros como justos representantes contra os opressores, e isso não é bom.

Karina conseguiu manter seu estudo longe dessas certezas.

A mídia e alguns grupos políticos se comportam como membros de algumas seitas religiosas que insistem em pleno século XXI em exigir as cabeças dos membros das outras seitas religiosas.

A grande massa assiste boquiaberta aos calorosos debates, ora acreditando que a extrema direita deve assumir o poder para queimar os ímpios, ora acreditando que os ímpios são puros e maus são seus opressores de extrema direita.

O professor Jonathan Haidt do departamento de psicologia da University of Virginia aponta em seu trabalho de pesquisa sobre as bases da moralidade nas diversas culturas justamente o crescente do desaparecimento do poder do acadêmico se manter fora dessa disputa e fazer uma análise prudente das questões sociais.

Karina conseguiu manter seu estudo dentro dessa prudência.

Ela demonstra que o PCC não é um grupo de “irmãos batizados” que estão lá unidos com uma finalidade criminosa, são milhares de pessoas criminosas ou não formando uma complexa cadeia que “desafia nossa imaginação sociológica” cujo arranjo da vida social entre os detentos e em relação ao Estado criou algo novo, algo híbrido.
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O PCC ao contrário do que a maioria de seus membros acredita não existiria fora do Estado e do Sistema que não apenas o sustenta mas também o fortalece. Também se opondo a visão da maioria dos estudiosos, Karina afirma que a facção não está dentro dos presídio para substituir ou complementar suas falhas, ele é parte integrante do sistema.

Todos nós temos dentro de nós um  “preconceito inconsciente” e quem aos batem no peito dizendo que não é seu caso sugiro que nas próximas férias visitem o Templo de Apolo em Delfos, e assim como Sócrates aprendam por lá dois dos mais importantes lemas do templo: “conhece-te a ti próprio” e “nada em excesso”.

Karina manteve em seu estudo dentro essas máximas.

Assim ela descreve seu trabalho para CartaCapital:

“Minha pesquisa não oferece uma verdade absoluta. É um ponto de vista entre os inúmeros possíveis. Minha visão sobre o PCC não é nem mais, nem menos verdadeira do que a visão dos juristas, políticos, promotores, policiais. E cada um desses pontos de vista remetem a realidades distintas, todas elas absolutas em suas perspectivas.”

Bem, fica então aqui a sugestão de presente para aquele amigo ou amiga querida que ama a língua inglesa e já superou a fase de Edgar Allan Poe, Arthur Conan Doyle, e Agatha Christie. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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