O Primeiro Comando da Capital talvez tenha cometido o mesmo erro que a Aliança Liberal quando em julho de 1930 levou a população de São Paulo a pegar em armas contra o governo de Getúlio Vargas.
Assim como acontece hoje, o país vivia uma crise econômica e política nacional e o estado de São Paulo considerou que com apoio de alguns outros estados poderia dominar o cenário.
A facção criminosa PCC 1533 em 2016 abriu várias frentes de batalha para dominar de maneira hegemônica no mercado internacional de drogas e armas, aproveitando a fragilidade econômica e política do país.
PCC repetindo erros da História do Brasil
O estado de São PAulo, há 85 anos contou com aliados em outros estados e acreditou que dominaria rapidamente o país quase sem resistência, mas não foi o que aconteceu.
No ano passado a organização ciminosa PCC 1533:
- fincou uma “cabeça de ponte” no Rio de Janeiro com o domínio da Rocinha com o apoio do ADA;
- eliminou Jorge Rafaat Toumani monopolizando o tráfico de armas e drogas pelo sul do país; e
- ampliou os acordos com outras facções declarando guerra ao seu antigo aliado, o Comando Vermelho CV.
A soma desses fatores deu a comunidade acadêmica e internacional a ideia de que o Primeiro Comando da Capital estaria prestes a monopolizar o crime organizado no Brasil, no entanto a história se repetiu.
A elite paulista calculou mal seu poder, abriu várias frentes sem se preocupar com seu fortalecimento, contando com uma vitória rápida que não teve.
O massacre de COMPAJ provou isso
A “cabeça de ponte” do PCC do Amazonas não tinha condições de se sustentar tão distante das forças principais, assim como a Rocinha está ilhada, e diversas áreas do país tem oponentes fortes.
Mesmo que uma contra-ofensiva da segunda segunda maior facção do país o Comando Vermelho já fosse esperado, a liderança da organização criminosa PCC de certo não se preparou para a violência com que esse golpe foi dado.
A terceira maior facção o Família do Norte FDN se uniu ao CV em um único dia eliminaram a presença da facção paulista em todo território amazônico.
Se em um primeiro momento se aventou a participação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) facilitando a reentrada do PCC na região.

No entanto, isso parece ser cada vez mais improvável. Segundo informações do Ministério Público Federal, Nelson Flores Collantes, conhecido como Acuário, que controla a “Rota do Tráfico dos Solimões”.
E ele é a ligação entre as FARC e o FDN-CV, e deve se aliar a FCN-CV para evitar ter o mesmo destino que Jorge Raafad que controlava a “Rota do Tráfico do Paraguai”.
O Paraguai é hoje o principal produtor de maconha da região e o maior corredor de cocaína da Bolívia para a Europa. A coca boliviana é misturada no Paraguai com precursores químicos ilegais que chegam de outros países.
Em seguida, é escondido em caminhões e contêineres para ser transportado para a África e a Europa. Cabo Verde e Roterdã são os principais portos de destino, segundo a Secretaria Antidrogas do Paraguai (Senad).
Catalina Oquendo – El País