Terça-feira, 29 de setembro de 2009. – 14h00
Rua Osvaldo Del Campo sn, São Judas Tadeu, Itu.
Uma viatura da Guarda Civil Municipal pede apoio na rede: ao abordar suspeitos de tráfico de drogas em uma área de risco, a comunidade interveio para resgatar os acusados. Todas as viaturas seguem para lá, a rua transformava-se em uma praça de guerra, a atitude tomada naquele momento por aquela equipe mudará a história.
Durante algum tempo, Estado e população, entenderam a negociação como única forma de solução de conflitos e assim nasceram às áreas de risco, maneira politicamente correta de se dizer que determinada região não tem mais o controle do Estado, que lá, quem faz a lei são os bandidos, e era essa a negociação que se faria naquele momento:
Quem domina o Bairro São Judas Tadeu / Jardim Aeroporto é o Estado ou a comunidade?
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Comunidade é o nome politicamente correto das pessoas envolvidas ou usadas pelo tráfico de drogas, conscientemente ou não, para justificar a não intervenção do Estado em uma região dominada. É ela que se revolta e se indigna com a atuação da polícia, mas nunca age quando o traficante espanca, mata ou lhe vende drogas para seus filhos.
Os guardas que estavam no Centro de Controle, não imaginaram o que causariam quando solicitaram ao frutalense GCM Wederson e ao paulistano GCM Nascimento que se dirigissem até aquele local para averiguar a venda de entorpecentes por parte de um indivíduo: negro, magro, trajando uma blusa preta, e acompanhado de um adolescente.
Da viatura, os guardas observaram pessoas chegando até os dois, trocando algo com elas e saindo. Decidiram pela abordagem, na qual o negro jogou algo por cima da cerca do Centro de Saúde onde ele estava encostado, com ele ficaram R$ 110,00 e com o adolescente um cigarro e mais duas porções de maconha, além de R$ 10,00.
Herbert é paulistano e trabalhava até ser preso como ajudante-geral na Elma Chips, contratado através da empresa Proficenter Terceirização Industrial, e segundo ele, naquela sexta-feira estava ali com seus amigos caçando um pássaro, e o dinheiro foi dado pelo seu pai para a compra de ração, mas o pai negou.
A situação para os dois que já estava crítica, e ficou ainda pior quando o GCM Nascimento retornou do Posto de Saúde do São Judas dizendo ter achado a droga. Herbert tentou fugir e começou a gritar por ajuda, principiando o tumulto generalizado. Neste momento a negociação é essencial, e Herbert a descreveu na delegacia como ela se deu:
Eu e mais três amigos estávamos caçando um pássaro, a viatura da guarda municipal parou, nos revistou e só encontrou um cigarro de maconha com o menor. Quando fui questionar porque estava sendo algemado me deram uma gravata por traz e desmaiei.
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Terminada a negociação, foram levados até o delegado Dr. Antônio Carlos Padilha, que os ouviu na presença da advogada, Drª. Liliane Gazzola Faus. Por lá também chegou Alcindo, morador daquela comunidade há quinze anos e que confirma a versão de Herbert: … os dois usam drogas, mas nunca ouvi falar que traficavam.
Herbert responde agora por tráfico de drogas e corrupção de menor, se condenado sua pena será acrescida pelo crime ter sido cometido próximo à UBS Tristão Bauer, à EMEF Profa. Maria Cristina Castanho Mendes Pereira, e ao Centro Infantil Lucy Franco Montoro.
Seu destino está nas mãos da Justiça, ao qual todos os ituanos estão sujeitos, e nas mãos de mais ninguém. Aqui, nesta cidade se faz Justiça, através da Justiça, graças a séria atuação da Guarda Municipal, que negociará, sempre que for necessário, com quem quer que seja. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});