Um julgamento histórico presidido pelo juiz Dr. Hélio Villaça Furukawa ocorrido em Itu em Outubro de 2009, nele o bombeiro reformado e ex-segurança do Ituano Futebol Clube, Nicéias de Oliveira Brito, foi condenado por planejar e mandado executar o advogado Dr. Humberto da Silva Monteiro e o jornalista Josué Soares Dantas Filho.
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Os jurados aceitaram a tese defendida pelo Promotor de Justiça Dr. Luiz Carlos Ormeleze que afirmou que a execução do crime teria sido encomendada por Oliveira Júnior ao seu segurança particular e homem de sua inteira confiança, o Brito.
A pena foi fixada em doze anos e cinco meses e dez dias de prisão em regime fechado pelo homicídio consumado (Dr. Humbeto) e de tentativa de homicídio (Dantas Filho), com dupla qualificação: motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Dr. Humberto era advogado do Ituano Futebol Clube, assessorava o Prefeito Herculano Castilho Passos Júnior, e o Vice-prefeito Élio Aparecido de Oliveira, conhecido como Oliveira Júnior, tendo sido as vítimas no passado aliados deste último, mas quando dos fatos lhe faziam oposição. O jornalista Dantas Filho possuía um programa televisivo e iniciou um forte ataque ao antigo aliado.
O crime foi consumado na Rua Capitão Fleming esquina com a Rua Luiz Gazzola no dia 26 de janeiro de 2006 por volta das 14 horas, quando dois indivíduos em uma moto disparam alguns tiros em direção à Blazer cinza dirigida por Dantas Filho.
A investigação feita pela Polícia Civil sob o comando do delegado Nicolau Iusif Santarém indicou que seria limpeza de arquivo ordenada pelo vice-prefeito Oliveira Júnior que estaria temeroso quanto a informações que seu advogado Dr. Humberto teria consigo – segundo Brito seria um milionário prejuízo envolvendo o jogador Juninho Paulista quando de sua venta para o SãoPaulo Futebol Clube.
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Dantas Filho conta que no dia dos fatos, por volta das treze horas foi até a casa do Dr. Humberto para com ele saírem almoçar e quando se encontravam próximos a antiga Fundição Gazzola na Rua Capitão Fleming, Dantas Filho ouviu barulhos que inicialmente teria atribuído à moto que estava ao lado do veículo, mas percebendo serem tiros fugiu, e ao perceber que Dr. Humberto tinha sido atingido dirigiu-se a Santa Casa.
Dr. Humberto havia passado meses antes os documentos que Oliveira Júnior temia à sua irmã, com a recomendação de que ela passasse-os à seu amigo Dantas Filho, caso alguma coisa lhe acontecesse.
A polícia de Sorocaba chegou à dois suspeitos graças a uma denúncia anônima feita através do telefone 181. Careca e Luizinho, menores de idade, contaram que teriam sidos procurados por Nicéias de Oliveira Brito e seu cunhado José Roberto Trabachini (Zeca) e uma terceira pessoa conhecida como Beni para darem um susto em Dantas Filho. Inicialmente aceitaram o serviço, mas como posteriormente a ordem mudou para que matassem Dantas, ambos desistiram da empreita. Com a recusa da dupla, Luiz Antonio Roque (Tonhão do Ituano Clube) apresentou a dupla que finalmente executou o crime com a arma fornecida por Brito – que também levou os executores para conhecerem a casa do Dr. Humberto.
Durante toda a investigação, as versões variavam quanto ao resultado do contrato: ora os acusados afirmavam que deveriam apenas para dar um susto; ora afirmavam que posteriormente foram chamados a matar Dantas Filho, mas sempre negaram qualquer intenção maligna contra o Dr. Humberto. Uma testemunha que garantiu ter ouvido dos jovens logo após o crime dizendo que não era para matar e por isso não receberiam do Brito.
A defesa de Brito esteve sob a responsabilidade da advogada Drª. Rosemari Nunes S. M. Oliveira e de sua colega Juliana Torres dos Santos, que argumentaram que seu cliente teria contratado os rapazes para que dessem um susto em Dantas Filho, e que por este crime deveria ser julgado e condenado, mas nunca teve a intenção da morte do Dr. Humberto.
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Segundo elas, o advogado teria morrido por um erro na execução do crime – o vidro do carro não permitiu ver que tinha um passageiro no carro. Argumentaram também que os três tiros disparados contra o veículo foram dados por traz e na carroceria do mesmo, um dos projéteis teria desviado e acertado por puro azar a vítima.
Já a Promotoria de Justiça argumentou que era evidente que o crime tinha como alvo os dois: Dantas Filho e Dr. Humberto, visto que a ameaça feita através de um programa na tv dizia: “essas pessoas (…) estão correndo sério risco“, além disso, os atiradores tiveram a oportunidade de ver que o Dr. Humberto estava no carro, já que estariam seguindo o veículo conduzido por Dantas Filho desde a casa do advogado.
Dr. Luiz Carlos Ormeleze ainda contradisse a defesa quanto ao número de tiros disparados, seriam cinco e não três: os três disparados na traseira do veículo e dois disparados pela janela, cujo vidro estaria aberto ao contrário do que dizia os executores. Esta teoria se comprovaria pelo depoimento do jornalista sobrevivente que alegou que naquele dia, devido ao forte calor, os vidros estariam abaixados. Além disso, o laudo pericial e a posição dos projéteis corroborariam neste sentido.
O Ministério Público de Itu acusa o político e empresário Oliveira Júnior de ser o mentor e mandante do crime apoiado em um vídeo onde o político deixa claro sua ameaça. Oliveira Júnior teria dito ao segurança Nicéias Brito: “Vamos dar um susto no Dantas e acabar com esta palhaçada“.
Oliveira teria suas razões para arquitetar o crime, e a condenação de Brito, assim como foi anteriormente as dos executores, mantêm firme o elo de ligação entre o crime e o empresário. Oliveira Júnior se disse inocente e afirmou a reportagem do Jornal Periscópio da cidade de Itu, que irá representar a Promotoria de Justiça de Itu junto ao Conselho Federal do Ministério Publico, e se disse ansioso para poder responder a estas acusações, pois o “caso teria uma reviravolta de 360°” (sic). Quando do crime do qual se diz inocente, o político estava em outra cidade. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
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