As fronteiras nas mĂŁos do PCC 1533

Fuminho, esse é o cara do qual depende a estabilidade institucional latino-americana; é ele quem determinarå as rotas e as políticas de importação e exportação de drogas e armas do Cone Sul. Duvida? Ria, mas tem quem não duvidarå.

Enquanto quem nĂŁo conseguia enxergar o que estava acontecendo batia palmas e postava seus kkks nas redes sociais apĂłs a morte de GegĂȘ do Mangue e Paca, o Promotor de Justiça Lincoln Gakiya colocava suas barbas de molho e alertava que nuvens escuras estavam despontando no horizonte.

Às nuvens que Gakiya já havia notado somaram-se outras, se somaram a outras, ainda mais pesadas, Coube ao ministro Hugo Vera, chefe da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD), contrariar os garotos que batiam palmas e postavam seus kkks nas redes sociais após a prisão de Galã.

A histĂłria da morte de GegĂȘ começou a ser mal contada com o estranho surgimento do bilhete que auxiliou as autoridades a desvendarem todo o caso, o que leva Ă  questĂŁo; desde quando as autoridades jĂĄ estavam cientes do plano de eliminar os lĂ­deres do Primeiro Comando da Capital e quais serĂŁo as consequĂȘncias dessas mortes?

A proteção militar!

Para aqueles que imaginam que os militares no Rio de Janeiro vão resolver o problema do tråfico de drogas e armas, é preciso lembrar que as fronteiras nacionais são garantidas hå anos pelo sistema ENAFRON/SISFRON das forças armadas em ação conjunta às forças policiais dos países fronteiriços.

Operação Ágata

As belas fotos dos soldados atuando no Rio jå são velhas conhecidas nossas da Operação Ágata.

É ela que impede que nossas fronteiras sejam invadidas por traficantes de armas e drogas, com direito a belas fotos com militares nas estradas e helicópteros sobrevoando as matas e os rios — show.

SĂł valem pelo show. Gakiya e Vera sabem disso, e por isso se preocupam com as nuvens no horizonte.

A rota das armas e drogas, apesar dos militares, tem funcionado de maneira cada vez mais eståvel depois que o Primeiro Comando da Capital (PCC) assumiu a logística após a eliminação de Jorge Rafaat Toumani.

O PCC e a polĂ­tica de fronteiras!

GegĂȘ do Mangue criou um sistema que Ă©suaua sufocando as facçÔes Comando Vermelho (CV) e FamĂ­lia do Norte (FDN), sem a necessidade de enfrentamento direto entre as facçÔes, deixando os garotos da base se matando, mas segurando as açÔes contra a polĂ­cia e o Estado.

Além de manter e solidificar a tradicional linha de fornecimento do Paraguai, a equipe para estrategistas da organização criminosa desenvolveu uma estratégia de contaminar a tradicional rota norte, via rio SolimÔes, forçando a Família do Norte e o Comando Vermelho a buscar meios alternativos.

A exportação das drogas tambĂ©m deixou de ser centralizada e passou a ser operada atravĂ©s de diversos portos — tudo sob o olhar de GegĂȘ do Mangue. Elton Rumich da Silva, o GalĂŁ, Ă© uma figura ainda nebulosa dentro desse estratagema, todavia era personagem chave nesse jogo estratĂ©gico.

As possibilidades:

  1. apesar de ter assumido o controle da distribuição da rota paraguaia com o apoio da facção paulista, GalĂŁ vendia com sobrepreço para a facção carioca Comando Vermelho com o aval de GegĂȘ, como forma de evitar uma guerra direta, ao mesmo tempo que fragilizava seu caixa e conseguia informaçÔes estratĂ©gicas do inimigo;
  2. ele sĂł comercializava com o PCC e seus aliados; e
  3. ele era um comerciante autĂŽnomo, agindo sem se reportar ao Primeiro Comando, mas garantindo paz na fronteira e rota livre para seus insumos.

O terror nas ruas!

Enquanto a atual política de não enfrentamento do narcotråfico contra o Estado constituído e suas forças policiais persistirem, como tem sido a orientação do Primeiro Comando da Capital, hå possibilidade de enfrentamento sem levar terror às ruas e à população através da polícia investigativa e ostensiva.

Para quem imagina que o ideal seria outro, é só ver como as coisas estão no Rio de Janeiro, onde o Comando Vermelho estå no poder, em contra partida o que ocorre na fronteira com o Paraguai, onde o secretårio de segurança do Mato Grosso do Sul, AntÎnio Videira, não hesita em cravar: O PCC comanda a fronteira, e o conflito entre policiais e traficantes é insignificante.

O mal maior!

A possibilidade de que GegĂȘ do Mangue e Paca estivessem negociando com os inimigos do CV e FDN um acordo ou a mudança de camisa seria um tsunami para a segurança institucional latino-americano.

Se o maremoto foi evitado, as nuvens não foram dissipadas. A Família do Norte e o Comando Vermelho poderão tentar retomar a rota do Paraguai e restabelecer a hegemonia no SolimÔes, e, se isso acontecer, muito sangue poderå correr, tanto de membros das facçÔes, quanto de policiais.

A hora Ă© agora!

Com ajuda do Governo Federal, que com a intervenção militar no Rio de Janeiro criou dificuldades organizacionais para a organização carioca, o PCC poderå solidificar seus negócios com a Venezuela.

Hoje, devido às dificuldades econÎmicas da Venezuela, armas pesadas podem ser compradas por um preço bem abaixo do mercado.

Quando vamos ter outra oportunidade de comprar AR-15 e AK-47 por até US$ 5.000?

Militares e guerrilheiros estão vendendo as armas de suas organizaçÔes e aceitando oportunidades de serviço dentro e fora do país, e apesar da Família do Norte ter um vínculo mais antigo com os venezuelanos, a organização paulista tem condiçÔes econÎmicas e estratégicas para dominar a fronteira norte.

A rota boliviana como alternativa

Os paulistas conhecem desde o tempo dos bandeirantes a rota boliviana, que por algum tempo quase foi esquecida, e transportar via Mato Grosso do Sul maconha, cocaĂ­na e armamento era coisa para quem queria fugir do grande fluxo.

Há quem diga que o próprio Marcola havia proibido a utilização desse caminho — mas eu nunca vi esse salve. Seja como for, a estrada foi reaberta e está em funcionamento, como rota alternativa. Quem teria capacidade de gerenciar tal logística internacional?

O Marcola era homicida, sequestrador, roubava banco, nĂŁo tinha nada a ver com a facção, mas Ă© um homem articulado. E quando ele foi levado para o presĂ­dio de TremembĂ© [no interior de SP] começa a conversar com os Ășltimos presos polĂ­ticos no sistema prisional e aprende com eles sobre como estruturar o trĂĄfico, a gerenciar como uma empresa, ao mesmo tempo em que vende internamente para os detentos a ideia de uma irmandade revolucionĂĄria.

desembargadora Ivana David

Sob nova direção!

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Por mais incrível que possa parecer, o futuro da estabilidade da América-Latina repousa nos braços de Fuminho, o Gilberto Aparecido dos Santos, que assumiu a gestão e a logística internacionais em nome da Família 1533.

Hå quem consiga dormir tranquilo, sabendo que nossas fronteiras estão seguras pelo ENAFRAN/SISFRON e sua Operação Ágata, da mesma forma que o Rio de Janeiro agora dorme em paz com os militares no combate ao tråfico de drogas.

SĂł lembrando, que o buraco Ă© muito mais embaixo:

O MinistĂ©rio PĂșblico de SĂŁo Paulo revelou que Marcos Roberto, conhecido como Tuto, Ă© adido no Consulado de Moçambique no Belo Horizonte, Minas Gerais. O quĂȘ? Isso mesmo! Por essa via, nĂŁo espanta que tivesse passaporte diplomĂĄtico moçambicano! Vejam…atĂ© onde trĂĄfico brasileiro penetrou em Moçambique: atĂ© o tutano do Governo, traficante recebendo honrarias de diplomata.

Marcelo Mosse

Boa sorte para todos nĂłs, e agora sim Ă© hora de bater palmas e postar kkks.

Fuga de Fuminho da polĂ­cia federal brasileira

ROTA teria deixado escapar Fuminho em 2013
Arthur Stabile e Josmar Jozino → Ponte Jornalismo
São Paulo — Combate à facção

HĂĄ vinte anos a PolĂ­cia Federal quase conseguiu capturar aquele que viria a ser o mais importante lĂ­der do Primeiro Comando da Capital na sua divisĂŁo internacional. Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, sĂł escapou por conta de uma ação da ROTA — Ă© o que afirmam os repĂłrteres da Ponte Jornalismo.

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