Dr. Ormeleze condena réu por tatuagem de palhaço.

Cada palhaço no meu braço é um polícia que matei.

Já vi muito ladrão ficar com os olhos vermelhos e chorar na hora da sentença. Ratinho RT, Bruno Augusto Ramos, julgado por homicídio duplamente qualificado não foi exceção, afinal foi condenado a dezoito anos em regime fechado quando já estava quase caindo para o semiaberto no tráfico que cumpria.

O que chamou a atenção nesse caso foi que o Promotor de Justiça o Dr. Luiz Carlos Ormeleze arrancou lágrimas do réu no meio da audiência, e foi nesse momento que garantiu sua condenação pela morte de Rodrigo Teixeira Lima, ex-assessor parlamentar do Deputado Missionário José Olímpio.

Nenhuma sentença é garantida antes do fim da audiência, principalmente nesse caso onde a defesa poderia ter explorado a fragilidade da acusação que dependia de dois depoimentos na delegacia que foram mudados perante o juiz: do próprio Ratinho, e de Leandro que era pessoa que estaria dirigindo o carro que levou a vítima até o local de sua morte.

Ratinho RT tinha tudo a seu favor para conseguir provar que foi forçado a confessar o crime pelo investigador Moacir Cova e pela delegada Drª. Márcia Pereira Cruz: a mulher dele e o sogro dele foram levados na delegacia por suposto tráfico de drogas e foram liberados depois que Ratinho RT assumiu o BO e abraçou o homicídio.

Toda acusação então ficou na dependência do depoimento de Leandro que mudou suas declarações no judiciário, só sobrando de verdade os indícios técnicos, que podiam ser contestados com certa facilidade pela defesa.

Ela tentou explorar esse campo de forma técnica, mas todos sabem que o que vale no Tribunal do Júri é a emoção e o sentimento transferidos pelas partes para os jurados, e o Dr. Ormeleze sabe isso melhor que ninguém.
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A ESTRATÉGIA DO PROMOTOR

No início da audiência ele perguntou para o réu se ele tinha alguma tatuagem e antes mesmo de Ratinho RT responder ele afirmou que o garoto tinha um palhaço e carpa. E perguntou então o porque do palhaço, ao que o réu respondeu que era porque gostava de palhaço quando era garoto e por isso fez o desenho.

O Promotor de Justiça ironizou, tirou sarro, e disse que na realidade os dois símbolos ligavam a ele a facção criminosa Primeiro Comando da Capital PCC 1533, mas ficou por isso mesmo…

… bem é o que todos acharam…

… na última intervenção do Dr. Ormeleze ele colocou o vídeo que anexamos nesta matéria, onde um garoto canta alegre que cada polícia que ele matou é um palhaço tatuado. O Promotor de Justiça parou várias vezes o vídeo e se voltava para os policiais presentes dizendo que eles eram heróis, que os “vermes” citados na música eram eles, mas que ele Promotor de Justiça prestava homenagem aos homens que arriscam suas vidas para proteger a vida e aos bens de todos, de cada um dos presentes fossem eles os jurados ou até mesmo o matador de polícia.

A emoção tomou conta do plenário. Nesse momento o advogado de defesa olhava para baixo e fazia “não” com a cabeça, o Ratinho RT ficou com olhos vermelhos e um princípio de lágrima começou a sair, mas só veio de fato a cair na hora da condenação. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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