Jardineiro é preso por estar com roupa molhada.

No 1º DP de Itu, o jardineiro sorocabano César Alexandre Lopes, o Pelé, pede para que avisem sua mãe. Ele estava lavando roupa quando a polícia o prendeu, e foi abordado só por estar molhado. Ora, isto lá é crime?


Peço ajuda aos leitores, que mais esclarecidos, me digam:E daí que a roupa do Pelé estava molhada, seca ou passada?”.

César que mora no Jardim Ipiranga em Sorocaba, veio à Itu em busca de trabalho, hospedou-se na casa de seu primo de consideração, Ícaro Pereira da Silva, também jardineiro, assim o primo poderia passar para ele alguns bicos.

O policial militar que abordou Pelé encontrou com ele duas porções de maconha, e lembra que sua estava roupa molhada. Questionado, Pelé disse que tinha acabado de tomar banho. Seja lá como for Pelé foi preso por tráfico de drogas.

Na Justiça, perante o juiz, Pelé afirma que estava indo comprar cerveja quando uma viatura o abordou e, como estava com a roupa molhada foi abordado e explicou que havia lavado roupa, como os PMs não acreditaram, Pelé levou-os até sua casa.

Peço ajuda aos leitores, que mais esclarecidos, me digam:E daí que a roupa do Pelé estava molhada, seca ou passada?”.

Várias ligações para o disque denúncia alertaram a Polícia Militar que uma pessoa com as características de Pelé estaria traficando por ali. Taí! Talvez a característica passada fosse:um indivíduo molhado, só pode ser.

Iperoense do bairro de George Oetterer, Ícaro estava residindo na Rua Carlos Cassani 302, no Jardim Santa Laura em Itu, fica em frente ao Campo de Futebol de Areia Santa Laura e da EMEI Profª. Maria Aparecida T. Navarro Dias. Foi no portão que César foi abordado e ao entrar na residência os policiais acharam:
• vinte e três porções de maconha embaladas individualmente em papel alumínio;
• cinco porções de cocaína embaladas em plástico transparente;
• dois rádios walk-talks ligados;
• caderno com anotações e desenhos alusivos à associação ao tráfico;
• desenho doCastelo do Pelé”; e
• R$ 134,00 em dinheiro.

Ícaro já respondeu à Justiça por porte de drogas e é usuário confesso. Veio para Itu para trabalhar, estranhou o movimento naquela casa, mas nunca desconfiou que fosse tráfico – apesar de vinte e duas porções de maconha terem sido encontradas na cama em que ele estava dormindo quando da batida policial.

Pelé nem perdeu tempo em dizer que a droga seria de fulano ou de sicrano, era dele mesmo, assim como o dinheiro que conseguiu no bico de jardineiro. As denúncias anônimas diziam que estaria traficando para o Itamar da Bica d’Água, mas ele nega.

É de saber geral que as pessoas que sofrem com o vício ficam desorientadas, e querem cada vez mais droga em seu poder. (…) ele nada tinha em dinheiro…”, assim argumenta a advogada ituana Drª. Camila Bovolon, concordando com Pelé, que afirma na Justiça que aquela droga era para seu consumo, esclarecendo que os rádios foram deixados pela inquilina anterior, e não fazia parte de um sistema de comunicação com olheiros.

Peço ajuda aos leitores, que mais esclarecidos, me digam:E daí que a roupa do Pelé estava molhada, seca ou passada?”.

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

Deixe uma resposta

%d