As palavras do promotor são suaves para descrever os momentos de horror e sangue que Camila protagonizou aquela noite. O Distrito do Pirapitingui na cidade de Itu, com absoluta certeza, nunca tinha visto tamanha covardia.
Sábado, 5 de dezembro de 2009. 3:25
Rua Cerquilho 25, Cidade Nova, Itu, SP
Camila acorda no meio da noite, levanta e segue até o quarto onde estão dormindo seu enteado de cinco anos e sua filha de dois anos. O garoto é filho de outro casamento do azulejista Fernando, seu companheiro há dois anos.
Nunca saberemos ao certo o que Camila viu ali: dizem uns que ela flagrou o garoto em pé ao lado do berço da menina, outros que ela viu apenas duas crianças dormindo. O que se sabe é que ela tinha ciúmes do garoto pelo amor que ele nutria pelo pai.
Também é sabido que Camila não gostava que o garoto se aproximasse de sua filha, olhava feio e tirava-a de perto. Camila virou-se, foi até o banheiro, pegou a talhadeira que Fernando usava no seu serviço e aplicou vários golpes na cabeça da criança.
Camila contará para o Dr. José Moreira Barbosa Netto, delegado de polícia, que ela não sentiu nada, nem ódio, nem dó, nada, apenas fez. A criança nem se mexeu. Ela achou que havia matado o garoto e levou-o até um monte de areia de construção.
Depois de deixar lá o corpo, volta para a casa sem janelas que fica no corredor do fundo da casa de seu sogro e limpa a casa. Segue para a casa da frente e chama a companheira de seu sogro, a doméstica Ivone Regina para ajudar a procurar a criança.
Ivone quer começar procurar pela casa, mas Camila tenta evitar. Não consegue. Ivone encontra marcas de sangue na roupa de cama do garoto, em um brinquedo e no chão. Desesperada Ivone corre para o quintal e encontra o corpo do garoto.
Em pouco mais de dez minutos o menino está sendo atendido no PAM da Vila Martins, de lá é encaminhado para a Santa Casa de Itu e de lá vai para o Hospital da UNICAMP em Campinas. Seu estado é desesperador, mas Camila parece…
Ivone e o guarda municipal que atendeu a ocorrência estranham a atitude da madrasta. Não corre, não chora, apenas acompanha os acontecimentos. Se o GCM Rota e Ivone tivessem lido O Estrangeiro de Albert Camus talvez achassem essa atitude normal, mas não leram.
Camila foi levada para a delegacia, onde o delegado Dr. Moreira e o conselheiro tutelar Robson José Candiani Mota, que também não leram aquele autor francês, pressionaram Camila, que confessou o crime em todos seus detalhes.
Depois da prisão de Camila, a avó Maria de Lourdes ficou acompanhando o garoto até o retorno do avô e do pai que estavam em Minas Gerais. Agora o garoto, que já tinha deficiências nas mãos e nos pés, ficará agora com esta nova marca.
Fernando é um pai amoroso, e segundo Priscila Aparecida, irmã de Camila, seu único vício é a bebida. A madrasta já tinha sido internada também pelo mesmo problema. A mãe biológica, Adriana, está presa por tráfico de drogas.
Difícil é a situação deste garoto de futuro incerto. Difícil também está para Camila sustentar sua versão inicial que a mãe biológica e seu companheiro é que foram os autores do crime: a primeira está presa e o segundo morreu há anos.
Agora caberá ao Dr. Hélio Villaça Furukawa, juiz de direito da 2ª. Vara Criminal de Itu a decisão sobre mandar ou não Camila para o Tribunal do Júri da Comarca. Talvez ela tenha alguma chance se o magistrado preferir Camus à Kafka. Não quero desanimar ninguém não, mas Furukawa é latinista.
essa mulher tem pagar isso fez nao justo estou revoltado fdpt prnha
essa mulher fdt merece morte indiguinada