Sábado, 5 de dezembro de 2009. 3:25
Rua Cerquilho 25, Cidade Nova, Itu, SP
Durante a madrugada por algum motivo obscuro um garoto de cinco anos é agredido com golpes de talhadeira na cabeça quando estava dormindo em sua cama, e já desacordado e praticamente morto é abandonado enrolado em um edredom sobre um monte de areia de construção no quintal de sua casa.
Por pouco que seja, minha mente agora é avassalada por uma dúvida cruel: será que realmente a madrasta Camila, grávida no quarto mês de gestação, tentou matar seu enteado? Novas investigações a respeito da suposta participação da mãe biológica da criança deixam algumas dúvidas.
Serei breve, muito breve, pois tudo aquilo ainda me assusta deveras e neste momento estou sozinho, é tarde da noite, e a escuridão grassa nos cantos ocultos do lado de fora. Henry Evaristo
Camila não era uma santa, mas ninguém esperava dela uma agressão: não existiam antecedentes de distúrbios mentais ou de agressões contra quem quer que seja. Agora, é claro, aparecem dedos acusatórios de todos os lados, mas só agora!
Desde o primeiro momento ela afirmou que Adriana havia engendrado o crime de dentro da prisão, para fazer com que ela perdesse o amor e a confiança de seu companheiro Fernando. Ninguém acreditou naquela história.
O brilhante investigador Moacir Cova demonstrou que Adriana, mãe de quatro filhos, pertencia a facção criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC, e na época das investigações policiais tinha pouco mais de um ano de idade. Adriana já era naquele momento companheira de Donizete, o Careca, um irmão do Partido, hoje falecido. Estamos chegando aonde interessa.
Camila acusou de serem mandantes Adriana e Careca, o segundo estava morto e a primeira estava presa. Estava? Mesmo que estivesse, os contatos que mantinha com o irmão Preto, possibilitariam a execução deste crime sem a menor dificuldade.
Há anos é de conhecimento dos meios policiais que irmão Preto comanda o crime organizado na cidade, coisa boba, que não publiquei aqui pelo simples fato de que considerava águas passadas. Júlio César está preso na Penitenciária de Avaré e de lá controla o que se passa no mundo daqueles que o sustentam, nós meros trabalhadores.
Só me disponho agora a falar o que sei aos senhores por ter chegado novamente o nome do irmão Preto aos meus ouvidos. Seu nome aparece agora ligado ao de Adriana.
Publicarei neste blog nos próximos dias, se me sobrar algum tempo, informações sobre sua atuação na cidade de Itu, a influência do PCC, divisão algumas divisões de áreas da cidade e outros fatos interessantes.
Faço-o agora também porque não sei se poderei fazê-lo no futuro, alguém me disse que o irmão Preto já está na rua, beneficiado por uma dessas saidinhas não mais voltou. Bem, eu de fato não fui lá prá conferir, mas não duvido nada. Antes de sair ele deixou um recado que coloco aqui nas palavras dele: