Rua Antônio Francisco Paula Souza – Vila Prudente de Moraes
O septuagenário Armando Antônio Bergamini está na edícula de sua residência, um pequeno cômodo com dois metros por três com uma bancada que ele usa como uma pequena oficina, quando vai atender a porta. Era a polícia.
Os policiais dizem a ele que receberam uma denúncia que ele estaria concertando armas para os marginais da cidade. O Sr. Bergamini de pronto convida aos policiais para comprovarem que isso não era verdade, e convida-os para entrar.
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Conta aos jovens policiais que de fato aprendeu a arte da armaria quando serviu o quartel há mais de quarenta anos, e depois ganhou o seu pão como soldador por muitos anos. Agora ele de fato tem uma pequena oficina de conserto de armas de pressão.
A arma que estava sobre a bancada do Sr. Bergamini era um revolver 38 pinado. O septuagenário explicou que um tal de João tinha deixado a arma lá para ele ver se tinha conserto, mas o velho não sabia nem o nome completo e nem o endereço do tal de João.
Explicar os silenciadores seria um pouco difícil, mas o Sr. Bergamini mostrou que na realidade apenas um era original, os outros ele mesmo fabricou, pois abriu o primeiro, viu que era fácil fazer e pôs mãos a obra, fazendo as outras peças.
As carabinas pertenceriam a Roberval Marinho, que as deixou e nunca mais voltou para pegá-las. Com sua permissão, os policiais passaram a fazer uma busca minuciosa, e onde não achavam peças de revolver ou pistola, achavam munição.
A delegada Drª. Lia Limongi Arruda Matuck Feres não esperava ter que passar a noite contando e catalogando armas e cartuchos, assim como, mais tarde, a promotora de justiça, Drª. Maria Isabel Gambôa Dias Duarte não esperava ter que ler, reler e solicitar perícia de cada um daqueles itens.
Este dia prometia não mais acabar, e para que? Sr. Bergamini assumiu lhe pertencer aqueles coldres, silenciadores, munições e armas calibres: 762, 5.5, 38, 765, .32, 9mm, 635, 380, 45, .40. Alegou que era apenas uma mania de velho e que estava arrependido.
O velho armeiro ficou preso por dez dias até que a Drª. Andrea Ribeiro Borges libertou-o, mas não suas armas e ferramentas. Sr. Bergamini afirma que se tivesse cabeça não teria guardado aquelas armas velhas, mas nunca é tarde para aprender. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});