Curso de grafitagem e um caso ituano.

Data: 17/05/2006 23:51- De: guto
salve salve rapá tamo ai na atividade meu querido lazer pixaçao é pra quem é salve a todos do cada veis mais é tudo nosso firmeza total sacanas itu z/s só os vagabundos nato
Data: 11/05/2006 20:08:24 – De: d2
salve todos q pixa eu d2 salve p/ferraz zl de sampa direto de itu sp pxls eo arrenbenta aqui em itu salve;;;; bi…mesinho;;;; nike;;;;; ratho …rael;;;;; michellll;;;;; aqui e ton d2 e nois vamos ladrao

O centro histórico da cidade de Itu é alvo de pichações constantes e não existem limites para o espírito de destruição, vandalismo e falta de respeito para com o patrimônio de todos. A sociedade passou a ser conivente quando não é absolutamente avessa a aplicação da lei – alguns consideram isso natural.

O grafite tenta transformar os garranchos rupestres que servem de grafia e assinaturas para os autores das pichações para algo menos primitivo, utilizando cores e temas do HQ, e é isso que se propõe o “Projeto Agosto das Artes” da Prefeitura de Indaiatuba.
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Tempos atrás, aqui em Itu, um projeto similar aportou na cidade e contou com o apoio voluntário de um grupo de Guardas Civis Municipais que por isso enfrentaram muitas críticas de seus colegas de farda.

Encontrei um desses guardas no corredor do Fórum de Itu. Estava ele cabisbaixo e me contou o motivo pelo qual estava ali:

A viatura na qual estava recebeu um chamado via rádio, com a descrição de três jovens foram vistos pichando na Rua Sorocaba. Seguiram para lá e encontraram dois dos infratores ainda de posse da tinta e do rolo, e por ironia os garotos eram ex-alunos da turma de grafite que ele ajudou a monitorar.
Como o guarda que participou do curso era visinho de um dos garotos e conhecia a família, passou antes de ir para a delegacia para pegar os pais e levá-los para a Delpol. Algum tempo depois para sua surpresa passou a ser réu no processo, pois o advogado contratado pela família resolveu acusá-lo de ter agredido os garotos.

Não é pouco provável que existam policiais que agridam pichadores, mas este especificamente é um sonhador, um idealista, que acredita, ou pelo menos acreditava nas pessoas. Os pichadores foram absolvidos por que o proprietário do imóvel na hora errou a cor da tinta que tinha sido usada, dizendo que era verde enquanto a apreendida era azul. O guarda também não teve problemas, pois os reclamantes não mais compareceram as audiências, mas pelo menos serviu para este acordar.

Não existe curso que consiga transformar pedra em ovo e o texto que encabeça esta matéria foi escrito por pichadores reais, não aqueles idealizados em cursos teóricos, e é para ensiná-los a pichar melhor que a Prefeitura de Indaiatuba está investindo] (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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