Nas últimas semanas tenho visto diversos casos de pessoas que nunca estiveram nas mãos da Justiça sentarem-se no banco dos réus. Uma empresária com negócio bastante lucrativo furtou algumas peças de roupa de baixo valor; um gerente de uma antiga e consolidada empresa furtou dois cones de sinalização; e outros casos deste naipe.
Pessoas comuns enfrentando por pequenos deslizes processos judiciais. Prova que nenhum de nós esta realmente livre de um dia passar por este constrangimento. Se alguma das pessoas que citei acima tivesse lido há um mês estas linhas que agora escrevo, provavelmente diriam que eu estaria errado, e que com elas jamais aconteceria.
Não é, no entanto o caso que irei relatar aqui hoje. Dois estudantes da CEUNSP ficaram surpresos ao saberem que seus veículos haviam sido multados naquele dia chuvoso, e tudo por falta de um pouco de bom senso e cortesia. No Brasil falta de educação pode não ser crime, mas gera multa.
A cidade de Itu é um centro estudantil regional, todos os dias milhares de estudantes vêm de toda região para frequentar as diversas faculdades e do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio. Como não podia ser diferente a situação do trânsito durante a chegada e a saída dos educandos é crítica.
A viatura de patrulhamento de trânsito da Guarda Civil Municipal contorna a Praça do Patrocínio e se depara com três veículos estacionados em local proibido. Alguns agentes de trânsito preferem neste caso apenas anotar a placa e enviar a multa pelo correio, mas sempre existem exceções. É o caso do GCM Plínio, que prefere orientar antes de multar.
Naquela viatura estava justamente o GCM Plínio, que acionou o sinal de sirene, de modo a que os condutores retirassem seus veículos antes que fossem autuados. Nisto surgiu o manobrista da MR Estacionamento, Romeu Alves Rodrigues, morador do bairro Novo Itu. Informa ao guarda que ele é o responsável pelos veículos e que irá retirá-los.
Romeu sabe que deixar os carros estacionados ali é proibido, ele mesmo declarou isso, mas explica que esta atitude se dá por dois motivos, primeiro porque os próprios alunos deixam os carros fora, para que posteriormente sejam recolhidos pelo manobrista, e também por estando perfilados fora do estacionamento facilita as manobras.
Sua atitude na realidade é repetida por vários outros funcionários de estacionamentos da cidade, que para conseguir maior produtividade e lucratividade para as empresas para as quais trabalham utilizam-se das vias públicas para o lucro privado. A diferença, no entanto foi a maneira com que tratou o agente do trânsito.
Segundo Romeu apenas disse que demoraria um pouco, pois tinha que organizar os carros dentro do pátio, ao que o guarda respondeu que sendo assim multaria os veículos. Retirou um veículo e quando voltou o agente já estava multando os outros dois, ficou enfurecido e partiu para cima, dizendo impropérios.
O guarda conta que foi isso mesmo que aconteceu, Romeu só esqueceu de dizer que quando o agente disse que iria multar ele respondeu estupidamente: Se você quiser multar, multe. Após guardar o primeiro carro viu que o guarda estava multando mesmo e disse que ele estava atrapalhando seu serviço e que ele estava trabalhando na chuva, por sinal ambos estavam..
De fato estava chovendo, mas a água não foi em quantidade suficiente para esfriar os ânimos que ficavam a cada momento mais quente. Todos dormiriam tensos aquela noite, mas nada que não pudesse ser resolvido no dia seguinte. Os proprietários recorreriam das multas e talvez tudo se resolvesse, mas Romeu tinha que soltar essa:
O funcionário da MR Veículos depois de demonstrar o nível do treinamento que recebe de seu empregador foi convidado a seguir em uma viatura da guarda municipal até a delegacia de polícia. Romeu disse ao GCM Natalino que não entraria na viatura, mas depois de rolar no chão com os guardas… entrou.
O Dr. Wilson José dos Santos Múscari acompanhou Romeu na delegacia e esclarece que na realidade o rapaz jamais negou-se a ir até a delegacia, apenas disse que aguardaria seu advogado para seguir até lá.
Seja como lá como for, a delegada Drª. Lia Limongi Arruda Matuck Feres achou por bem indiciar o manobrista nos crimes de desobediência, resistência, e lesão corporal. O que poderia ter se resolvido com um sorriso, e um “desculpe seu guarda” se resolverá na sala de audiência do Dr. Hélio Villaça Furukawa, juiz da 2ª Vara Criminal de Itu.
Os jovens que estavam na escola naquela terça-feira sabem agora o porque foram multados, o empresário sabe agora que não mais deve usar a rua como pátio de manobras, e Romeu saberá em breve que faltar com a educação não dá cadeia, mas além de uma baita dor de cabeça custará também uma multa.
Estes Guardas Municipais, costumam humilhar as pessoas antes de dar multa, mais naquele dia humilharam o cara errado, e foram humilhados em plena praça publica…muitos abaixariam a cabeça, mais meu pai não…ele faleceu agora dia 25/08 mais fez o que muito não tem coragem de fazer..multa..fiança a gente paga…mais humilhação não tem preço…tentaram pegar ele aforça…foram desarmados e humilhados..que deus tenha meu pai em um bom lugar..trabalhador…humilde…otimo pai…mais nunca levou disaforo pra casa..