Mulher é morta no São Judas por seu companheiro.

Dr. Carlos Antônio de Oliveira olhava nos olhos daquela senhora, e apontando para ela, gritava: “Fugindo da opressão que sofria na casa da Dona Ana, Renilde voltou a morar com João Ricardo”.

João Ricardo Pereira estava agora sendo julgado por matar de maneira cruel Renilde Moreira das Neves, no dia 21 de fevereiro na Rua Alfredo Rodrigues da Silveira 152, no Bairro São Judas na cidade de Itu.

Ele sempre negou que tenha feito qualquer mal a ela, prova maior é que eles já haviam vivido muito tempo juntos, depois ela ficou fora do lar por mais de um ano, quando ela pediu para que João Ricardo a aceitasse de volta. Todos testemunharam que isso era verdade, assim como que durante a longa ausência de Renilde, seu filhinho pequeno que morava com a avó materna, pedia para ficar com o pai, pois este era carinhoso para com ele.

O promotor de justiça Dr. Luiz Carlos Ormeleze mostrou que João Ricardo não era nem de longe o bom pai de família e esposo ideal pelo qual podiam ser levados a pensar aqueles que ouvissem o réu agora. As brigas entre o casal eram violentas e por duas vezes João Ricardo foi condenado na justiça por crimes contra sua mulher: uma vez teria lhe jogado álcool e ateado fogo, e em outra oportunidade cortou-lhe parte da língua.

João Ricardo lembra que naquela noite, quando chegou do serviço e encontrou-a num bar, e de lá foram para casa, juntamente com Antônio Marcos da Silva, o Neguinho, um morador de rua que eles conheciam. Já no lar, Renilde disse que estava com fome e saem novamente para pegar um lanche em um trailler próximo. Quando voltaram para casa: Renilde vai para o quarto; e ele e Neguinho ficam na sala assistindo televisão. Por volta das seis e meia da manhã o Neguinho vai embora e às sete horas a vizinha, dona Marta Josefina Onofre ouviu gemidos na casa.

Dona Marta ao entrar na casa encontra com João Ricardo que diz que a mulher está com cólica no fígado e que não quer ir para o hospital. Ele vai trabalhar deixando-a com a vizinha, que chama a mãe de Renilde, dona Ana, que agora se encontra olhos nos olhos, com aquele advogado que aponta para ela, gritando: “Fugindo da opressão que sofria na casa da dona Ana, Renilde voltou a morar com João Ricardo”.

Dr. Carlos então acrescenta: “… opressão que ela fazia com amor, opressão que ela fazia com o amor de mãe, que não queria nenhuma desgraça para a filha, que queria que Renilde saísse do vício do álcool e tivesse uma vida digna.”

Mas Renilde preferia ficar ao lado daquele que mantinha seu vício, e longe de sua mãe que a oprimia, e foi ao lado dele que ela encontrou sua morte. Sua mãe chora agora sua perda, a criança viu sua família ser destruída pelo álcool e João Ricardo foi condenado pelo Dr. Hélio Villaça Furukawa a doze anos de prisão.

Após ser levada pela mãe para a Santa Casa de Itu, descobriu-se que a mulher não tinha “cólica no fígado”, como dizia João Ricardo, teve seu crânio esmagado por ele. Renilde sobreviveu tempo suficiente para dizer aos médicos a verdade, e agora o Tribunal do Júri da Comarca de Itu, fará com que a sociedade ituana fique sem a companhia de João Ricardo Pereira, por pelo menos alguns anos.

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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