Os policiais não acreditam mais nos cidadãos.

Carnaval na Cidade Nova em Itu, porque não? O osasquense Marcelo de Agrela morador do Jardim Solange na cidade de Sorocaba estava a fim de curtir a noite. Vinte e poucos anos é tudo de bom – energia sem fim!!!

Já tinha ido até Votorantim aproveitar a festa da cidade, mas o agito do Carnaval de Itu era dele conhecido. De lá era só um pulinho até aqui, e afinal, quem quer vida e agito não pode deixar de curtir a famosa Avenida da Cidade Nova (A). O rapaz seguiu com seu gol 94 azul – é apenas meia hora por uma boa auto-estrada. Dois palitos e chegou. A noite promete, lá sempre promete.
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23 de fevereiro – 23h

Valeu à pena, a Avenida estava lotada. Era só achar um lugar para estacionar. Problema: caso deixasse o carro muito longe era fácil ficar sem o carro, mas ficando muito perto… bom, também era. Longe ou perto, o Gol é o carro preferido pelos bandidos no furto de veículos em Itu. Escolheu o lugar a dedo, era ali, naquela rua cheia de carros. A noite promete, lá sempre promete.

Marcelo estava com um colega e ambos deixam seus celulares no veículo. Tomando todo cuidado é fácil dançar no carnaval e, não seriam eles que seriam pegos de calças curtas. Curtir sim, mas arriscar prá quê?

24 de fevereiro – 1h 40m

O vigilante da assomeba Eduardo Peres Garcia passou com a viatura e estranhou aquele carro parado ali: aberto, som ligado e ninguém dentro. A Rua Carnaubeira (B) no bairro Portela Aberto é um lugar tranqüilo onde em geral nada acontece. Aquele Gol azul com placas de Sorocaba estava destoando – gritava que tinha algo errado.
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Eduardo passa ao lado do veículo, segue até a esquina, manobra e volta. Uma pessoa estava caída no chão: próxima ao muro, poucos metros a frente do veículo. Disca 190 e em poucos minutos chega uma viatura da Polícia Militar. Ao se dirigirem ao indivíduo notam que o jovem está visivelmente embriagado, mas tinha algo de errado.

Era o portofelicense Jair Cincílio que dizia aos agentes de segurança que apenas passava pelo local e acabou dormindo. Simples mas verdadeiro. Aquele carro não tinha nada a ver com ele. A que ponto chegou a humanidade, triste tempo é este em que o homem não acredita na palavra de um outro homem. Isto sim está errado.

Jair estava com dois celulares: um dele e outro de um colega que havia deixado com ele. Mas os policiais não acreditaram também – mais falta de fé! Novas perguntas – mas os policiais não queriam entender suas explicações. Um molho de chaves, ora era apenas um molho de chaves. Tá certo que tinham muitas chaves, mas o que tinha de errado?

24 de fevereiro – primeiras horas da manhã

Jair estava mentindo. Marcelo reconhece seu carro e os celulares, furtados por volta das 23:40. Jair estava preso. Sua advogada Drª. Andréa de Fátima Camargo tentou convencer a juíza que ninguém o viu furtando, havia apenas evidências, e que se havia cometido o delito, foi sob a ação do álcool, mas nada colou, e seu nome foi lançado no rol dos culpados. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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