Bater na mãe não foi um bom negócio para ele.

Ali, ninguém tinha dúvidas que aquela senhora ia dizer que perdoava seu filho. Malvina Gonçalves Pagim, uma senhorinha mairinquense de pouco mais de um metro e meio de altura e setenta e seis anos de idade, era uma figura que dava dó. Mas seu pedido de clemência não seria levado a sério, não pelas pessoas naquela sala.

Quatro meses e meio antes daquelas pessoas estarem ali reunidas…

Adriana Pagim estava em sua casa que fica nos fundos da residência de sua mãe na Rua Miguel Trípoli Gliório, no Bairro São Judas Tadeu em Itu. Era final de tarde, por volta das seis horas, quando ela ouviu um tropé do lado de fora. Saiu para ver o que estava acontecendo e se deparou com seu irmão Marcelo puxando violentamente sua idosa mãe para a rua. Adriana gritou, Marcelo largou a mãe e fugiu.
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Drª. Maria Josefina Oliveira Rezende, tenta convencer a todos que estavam naquela sala que Marcelo Pagim, um pintor de paredes de trinta e quatro anos era por todos bem quisto: “… gente boa e trabalhadora, nunca aconteceu antes, foi um momento de fraqueza …”. Mas seu pedido de clemência não seria levado a sério, não pelas pessoas naquela sala.

O mourãoense GCM Adilson, o guarda municipal que atendeu a ocorrência, declarou que Marcelo exalava um forte odor etílico e estava exaltado, mal conseguindo falar. Lembra que quando chegou à DELPOL, Adriana contou com detalhes como Marcelo arrastara sua mãe pela rua e no hospital os médicos constataram que o braço quebrou, tal a violência empregada. A viatura seguiu então até a residência, onde ele vivia junto com a senhora… e lá estava ele, naquele lamentável estado.

Drª. Maria Rezende argumenta que Marcelo precisa de tratamento, não de prisão, mas sim de internação. Não é com dinheiro roubado que ele mantém seu vício, e que quando volta ao seu estado normal pede desculpas a todos. Segundo ela, Marcelo é inimputável, pela Lei 11.343/06, conta que “uma crise se desencadeou, passada a crise…. pede desculpas”. Mas seu pedido de clemência não seria levado a sério, não pelas pessoas naquela sala.

De fato a crise existiu segundo Marcelo…. antes de tudo isso acontecer, estava em um bar, onde havia chegado em uma bicicleta emprestada de um colega, mas alguém roubou a bicicleta… arrumou por lá uma briga… roubaram a bicicleta… não tinha mais dinheiro para beber… roubaram a bicicleta e tudo estava muito confuso… Bateram nele… Roubaram a bicicleta… Precisava de dinheiro… roubaram a bicicleta… apanhou… não lembro de mais nada. Tudo se apagou. Não lembro de mais nada.

Ninguém naquela sala se comoveu. A promotora de justiça, Drª. Mariane Monteiro Schmid, declarou que: “ (se bateu na própria mãe) desse modo, o quê ele seria capaz de fazer com um desconhecido para conseguir seu intento?”. O juiz de direito, Dr. Hélio Villaça Furukawa declara que a “retratação é irrelevante”, a robustez das provas e o ato reprovável de Marcelo condenam-o por si só: dois anos será sua pena. (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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