A facção PCC é uma ameaça aos povos indígenas?

Sabe-se que desde pelo menos 2018 a maior quadrilha criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC), atua em território Yanomami em Roraima, região que faz parte de suas rotas de tráfico de ouro e drogas.

Tem muitos garimpeiros roubando uns aos outros, matando uns aos outros, e tem uma facção; é o PCC. O Ministério Público Federal, a Polícia Federal estão cientes disso.

Relatamos: ‘Olha, muita gente está entrando nas terras Yanomami, causando violência, e ricos garimpeiros estão contratando facções na nascente do rio Uraricoera. Garimpeiros venezuelanos estão trabalhando aqui, brasileiros estão trabalhando na Venezuela também, essa troca de garimpeiros existe, mas não há fiscalização sobre a lei nacional.’

O Exército não monitora ou fiscaliza as fronteiras entre o Brasil e a Venezuela.

Dário Kopenawa, porta-voz Yanomami

Trecho do artigo “Jewelry gold is killing the Yanomami of Brazil” na página do The Times Hub

Yanomami na luta contra o PCC e os garimpeiros ilegais

Dário Vitório Xiriana Kopenawa dirige a organização “Hutukara Associação Yanomami”. Por meio de seu trabalho, ele quer fazer valer as demandas dos Yanomami, entre outras coisas, no nível político. Seu trabalho se concentra em particular nos ataques de garimpeiros ilegais de ouro e crime organizado em sua área.

Já na década de 1980, cerca de 40 mil garimpeiros ilegais invadiram nossa terra Yanomami. O mesmo se repete hoje.

Os Yanomami são mortos. Os invasores continuam aumentando.

Grupos criminosos como o PCC (Primeiro Comando da Capital), que cometem crimes organizados contra os indígenas, também são uma ameaça.

Ele também se dirige diretamente aos líderes mundiais:

O que queremos hoje na região Yanomami é a ajuda dos países internacionais.

Queremos apoio para pressionar o governo brasileiro. Os “garimpeiros” devem partir imediatamente, antes que mais parentes nossos, crianças e mulheres morram e mais violência aconteça.

O governo brasileiro do presidente Jair Bolsonaro tolerou as maquinações ilegais nos últimos anos de sua gestão, até mesmo encorajando-as com sua retórica agressiva.

Ainda não se sabe como as coisas continuarão para a população indígena no Brasil sob o novo governo de Lula da Silva – mas há uma grande esperança de mais respeito pelos direitos humanos.

Trecho do artigo “wert? – Goldrausch in Brasilien zerstört Biodiversität” na página do Greenpeace

Em uma região com poucas oportunidades de emprego, as raras vagas são oferecidas preferencialmente para os homens.

As mulheres devem se limitar a algumas atividades de menor reconhecimento social e de baixa remuneração ― mercado formal é um luxo para poucas.

Nessa fronteira coberta por densa floresta e igarapés, e as cidades do outro lado da fronteira têm sempre uma cidade irmã deste lado ― a aproximação cultural é regra.

Ao contrário do que se pensa no restante do país, a fronteira não é assim tão precisa. Os povos indígenas Tikuna circulam livremente e “a fronteira geográfica formal praticamente não tem significância, gerando problemas de nacionalidade emigração”.

leia matéria completa: Mulheres: PCC oferece oportunidade de trabalho

Autor: Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: