A repórter Paula Lópes Barba em artigo no El País, “Los caminos de ‘Cracolândia’ – el mayor mercadillo de droga de Brasil”, apresenta a inútil guerra contra o tráfico de drogas travada há 25 anos no coração da cidade de São Paulo pelo governo do Estado.
Há muito tempo as drogas são vendidas em barracas ou de mão em mão a céu aberto no que é conhecido como Cracolândia.
A reportagem questiona o uso da força para combater o vício. Afinal, qual seria o melhor caminho: o tratamento compulsório e redução de danos ou a repressão policial?
O tráfico na região é monopolizado pelo Primeiro Comando da Capital (facção PCC 1533): do fornecimento dos insumos à venda ao varejo, impondo regras de disciplina para esse mercado que há seis anos supria 4.000 usuários e gerava uma receita de 550 mil de Reais por dia (105 mil de dólares).
Durante as últimas décadas o Estado foi comandado pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) que combateu o problema integrando as ações das polícias investigativa e coercitiva, com equipes de saúde pública e assistência social — mas o resultado foi pífio ou de pouca duração.
Tarcísio Freitas do Partido Republicano assumirá em 2023 o governo do Estado devendo priorizar o uso da força para coibir o tráfico, alinhado com o discurso do então ex-presidente e seu padrinho político Jair Bolsonaro.
Nesse meio tempo, o que se vê, são os prédios eram como cortiço e nos quais ofereciam prostituição, inclusive de menores, e receptação de objetos roubados que eram trocados por drogas. Pelas ruas, legiões de usuários continuam a vagar de um ponto para outro em busca das drogas em frente das “fachadas históricas repletas de grafites com símbolos do PCC como Yin-Yang, palhaços ou tendas. Os números 1533 escritos em todos os lugares”.