A antropóloga carioca Alba Maria Zaluar afirma que há um acordo entre o Governo do Estado de São Paulo e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC 1533, e essa é a razão da queda abrupta dos índices de violência, diferentemente do que acontece no Rio de Janeiro onde várias grupos lutam entre si: Forças de Segurança Pública (UPPs), PCC, CV (Comando Vermelho), ADA (Amigo dos Amigos), e milícias policiais.
Já noticiamos aqui que o PCC deixou de se aliar ao CV e firmou acordo com o ADA para ação conjunta no estado do Rio de Janeiro, Zaluar ratifica essa informação no site ateniense eleftherostypos.gr, e sendo confirmada a mudança de estratégia do líder da facção, o Marcola, a tendência será o acirramento dos conflitos em terras cariocas para os próximos anos até que se alcance um novo ponto de equilíbrio.
A tentativa do Estado de Direito de se impor dentro das comunidades através das UPPs falhou como deixou claro a psicóloga Silvia Ramos, que explica que sem ter as amarras legais que engessam o estado, o crime organizado através de suas facções tem o poder de impor as regras através da força e de ameaças que ninguém duvida que serão sumariamente cumpridas.
A socióloga Camila Nunes Dias também já havia alertado para os efeitos colaterais da reconfiguração de poderes entre as facções que fatalmente levará a um banho de sangue, só que o quadro que ela pinta é muito mais negro do que eu pintei aqui, visto que ela entende que essa guerra se espalhará por todo o território nacional, e cita um exemplo:
Considerando como correta a afirmação da Profª. Zaluar, nossa geração assiste ao nascimento de uma organização paraestatal normativa que atravessará gerações e se incorporando em nossa cultura, como foi o caso da japonesa Yakuza ou da italiana Cosa Nostra.
Mais do que poupar 45.000 vidas, Geraldo Alckmin será lembrado pela história como aquele que graças a sua política de convivência pacífica com um grupo de presos rebelados possibilitou a criação da maior facção criminosa das Américas e um novo modo de relacionamento entre a sociedade legal e a paralela.
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