De Menor agora é preso como De Maior.

Dr. Carlos Antônio de Oliveira é um dos mais brilhantes advogados criminalista da Comarca de Itu. E era ele quem estava à frente da juíza de direito Drª. Andrea Ribeiro Borges na expectativa de liberar o pintor Ivan Vinicius Petrotti da acusação de tráfico.

Na versão do defensor as coisas se deram mais ou menos assim…

Quinta-feira, 7 de maio de 2009. 20:55
Centro de Laser da Bica D’Água, Bairro Santa Tereza, Itu, SP

Ivan acabara de comprar algumas porções de maconha para consumir. Ele é viciado desde os dez anos, e aos quinze esteve em tratamento na antiga Casa Renascer, atual Centro Terapêutico Novo Horizonte, um centro de tratamento para dependentes químicos. Adriano Alves é coordenador da entidade e afirma que o garoto ficou por lá apenas vinte dias, pois não conseguiu seguir o tratamento.

O garoto passou pelo centro de laser, resolveu ficar assistindo uma partida de futebol, e como é conhecido por lá desde os tempos de criança, foi convidado para participar do jogo. Abaixou-se para esconder a droga e entrar no campo, e neste momento foi abordado pelos homens da Guarda Municipal.

Com o rapaz havia quatro porções de maconha e R$ 85,00. O advogado conta que o dinheiro foi dado por sua mãe, oriundo dos bicos que seu pai que fazia.

Drª Andrea ouviu o que o advogado, mas os agentes da segurança pública foram firmes e unânimes na descrição da ação.

Na versão do GCM Eliseu e do GCM Freire as coisas se deram mais ou menos assim….

Havia informações que estaria acontecendo ali trafico de entorpecentes. Os guardas pararam a viatura a certa distância na Rua Cleto Fanchini, e ficaram observando. Ivan já era a conhecido dos meios policiais, seu apelido era “De Menor”, e já tinha sido recolhido duas vezes por tráfico quando inimputável.

De Menor ficava ele em pé próximo a quadra assistindo o jogo, os jovens chegavam até ele e recebiam a droga, ia ele então até a árvore e abaixava-se para pegar uma nova porção. Os guardas acompanharam o movimento quatro ou cinco vezes antes de abordarem.

Na revista pessoal acharam os oitenta e cinco reais e nada de drogas. GCM Eliseu disse a ele que sabiam onde a droga estava, ao que o rapaz respondeu: Já que o senhor está observando há algum tempo, vai lá e pega. E foi o que o guarda fez.

O guarda contou a juíza que o garoto disse que a Blusa Op que ele usava naquele dia tinha sido comprada com o dinheiro do comércio de entorpecentes, tendo custado R$ 560,00. Outro dia foi abordado por ele na Cidade Nova com R$ 400,00, mas sem drogas, e em outra ocasião ao ser abordado “deu pinoti”. A própria mãe do garoto disse à guarnição que ele estava dando problemas.

A delegada Drª Lia Limongi Arruda Matuck Feres ouviu do garoto na presença de sua mãe uma história bem diferente da que o Dr. Carlos contava agora à juíza de direito.

Na versão de Ivan as coisas se deram mais ou menos assim…

Chegou ao Laser com mais de vinte porções de maconha para serem vendidas, escondeu-as próximo à raiz de uma árvore, no interior de um saquinho. Cada pessoa que chegava ele vendia uma e ia então buscar outra. O preço de cada porção era R$ 5,00 e ele pagou no tablete de 50 gramas, R$ 50,00. Na casa de sua mãe no Parque Nossa Senhora da Candelária os policiais acharam dois tubetes do tipo que se usa para passar cocaína, mas ele só tinha usado para colocar farinha dentro para ver quanto cabia.

O perito criminal, Dr. Isaias Wanderley Carvalho declarou depois de examinar os tais tubetes que a farinha usada por Ivan é mais conhecida como cocaína.

Com tudo isso Drª. Andrea não achou crível que as porções de entorpecentes apreendidas se destinassem, exclusivamente ao consumo próprio de Ivan, considerando sua condição financeira, que sequer possuía uma ocupação lícita habitual, evidenciando que a droga, ao menos em parte, se destinava a comercialização.

Ivan foi condenado há três anos e quatro meses e doutor Carlos pode dormir tranqüilo, pois outro cliente que se enrosque sozinho como este só daqui uns dez anos.

Autor: Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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