Não pagou em dinheiro mas pagou com a vida.

Foi como se tivesse morrido – enfim podia sentir um pouco de paz. Sentimento este que a muito lhe fora tirado por aquela família que agora o acusava, justo a ele que tinha sido em verdade vítima, mas agora tudo estava resolvido. Voltaria para o inferno pagar a pena que a sociedade lhe impunha, mas não pensaria mais naquilo.
Há quase dez anos vendeu seu caminhão para João de Oliveira, ambos eram moradores do Bairro Cidade Nova em Itu. Ficou satisfeito ao fechar o negócio e receber aqueles cheques. Alegria injustificada, pois todos eram sem fundo. Fora logrado, enganado, enrolado…

Meses se passaram e uma desculpa substituía outra, até que João de Oliveira disse a ele que não pagaria e que ele buscasse seus direitos. Sidnei Vigatto não aceitou, sabia ele que no Brasil dívida acaba em pizza, graças a uma legislação benesse ao inadimplente.

Começou a cobrar ao João e mandava recados a ele por sua esposa Terezinha Scalafi de Oliveira, mas nem esperança de ver seu dinheiro. Ao contrário o casal manda seu filho Silvio Luis de Oliveira dizer a Sidnei que pare de cobrar: perdeu, já era, dançou

Sidnei justificou na Justiça que Silvio Luis não apenas trouxe o recado, mas ameaçou-o. Se nada fizesse: antes ele do que eu. Pensando assim, naquele domingo, 30 de novembro de 2003 entrou no bar localizado na Rua Campinas 151, por volta das 11 horas da manhã.

Andréa Normandia disse que ambos estavam no bar e Silvio Luis foi em direção de Sidnei dizendo: “chegou a sua vez”. Outra pessoa afirmou que Sidnei nada falou, chegou por trás de Silvio Luis, e atirou de cima para baixo, pois a vítima estava sentada.

Em juízo a dona do bar e seu funcionário disseram que nada viram, mas confessaram ao GCM Josué que viram sim, e contaram com detalhes tudo o que aconteceu. Foi assim que o crime foi solucionado. E agora funcionário e patroa responderão por falso testemunho.

E ele, finalmente poderá dormir em paz. Foi condenado à sete anos de detenção, mas como respondeu preso, praticamente está na rua, faltam poucos meses. Nunca mais verá o dinheiro do caminhão, mas João acabou pagando caro pelo veículo. Sidnei não matou seu filho, mas alguém o fez por ele.

Autor: Ricard Wagner Rizzi

O problema do mundo online, porém, é que aqui, assim como ninguém sabe que você é um cachorro, não dá para sacar se a pessoa do outro lado é do PCC. Na rede, quase nada do que parece, é. Uma senhorinha indefesa pode ser combatente de scammers; seu fã no Facebook pode ser um robô; e, como é o caso da página em questão, um aparente editor de site de facção pode se tratar de Rícard Wagner Rizzi... (site motherboard.vice.com)

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