Norman Friedman chamou de “onisciência neutra” uma forma de narrativa em que o autor não interronpe a narração colocando sua opinião. Aqui neste blog eu jogo as palavras no teclado de modo a que apareçam no monitor e confirmo apertando a tecla “enter”, fácinho-fácinho, e sendo assim é claro que meu ponto de vista fica patente, mas desta vez tentarei não opinar, confiando que os senhores que me lêem que me digam então qual é a verdade, se é que ela existe…
Na noite de 22 para 23 de abril de 2012 diversas viaturas da polícia militar estavam paradas próximo a residência do traficante Jairão do Rancho Grande, na rua Dr. Deodado Coimbra Galvão. O comentário geral o temido criminoso recebeu os cinco tiros no rosto e um no ombro disparados pelo garupa de uma moto.
Jairão seria um daqueles bandidos que desafiam a polícia e outros criminosos, e levam terror aos “zé povinho” que vacilavam no seu caminho, assim como fazia o Nei do Portal do Éden, morto a poucas semanas.
A verdade foi verdade pintada em preto nas alvas folhas do jornal Periscópio: “Vendedor é assassinado com 5 tiros na cabeça”. A leitura da matéria conta que um comerciante havia sido morto por um indivíduo em uma moto, que teria feito os disparos e fugido. Pobre trabalhador – devem ter pensado alguns leitores daquele jornal.
Quando da execução do traficante Nei, o Periscópio grafou que o auxiliar administrativo fulano de tal havia sido morto. Será que estamos vendo o mesmo fenômeno se repetir? Qual será a verdade, ou melhor, será que haverá uma verdade?
No próximo sábado Reginaldo Carlota pintará a verdade em vermelho rubi nas alvas folhas do Jornal Notícia Popular de Itu, mas será que estaremos lendo a “verdadeira verdade”?
O que se sabe de fato é que neste caso o homem de 27 anos era uma pessoa que de quando em quando ia até o Bairro Brasil, em um prédio que fica ali atrás da rodoviária ora para explicar sobre um tráfico para a juíza Dr. Andrea Ribeiro Borges, ora sobre dois assassinatos para o Dr. Hélio Villaça Furukawa, além de ter o caso de um terceiro assassinato correndo pelo Tribunal do Júri.
Em diversos textos aqui postados a verdade não está nas matérias que escrevo, e sim nos comentários dos leitores. Então quem sabe, desta vez eu descubra a verdade, se é que ela existe, e de quebra ainda mantenho a tal “onisciência neutra”.
A onisciência você nunca irá manter porque você não possui. Uma pessoa desoculpada a ponto de ficar expondo a vida das pessoas de uma maneira medíocre não pode ser onisciente. Uma vez disse Sócrates: “Só sei que nada sei”. Portanto se um dos mais sábios filósofos de todos os tempos não se considera onisciente, imagina só você um desoculpado metido a jornalista. Mas eu conheço alguém que é onisciente, onipotente e onipresente, esse sim sabe de tudo e contempla a todos, e é o Justo Juiz. Peça a ele que um dia você não tenha que publicar algo sobre sua família, pois infelizmente ninguém está isento da violência no mundo e ninguém pode escolher o futuro de alguém que ama. A justiça do homem falha, mas a de Deus nunca falhará.