Cada um vê a facção Primeiro Comando da Capital de uma forma diferente. O que é a Família 1533 e o como a sociedade deve se relacionar com esse fenômeno social?
“O PCC faz o papel que o Estado deveria desempenhar nos presídios, de diálogo dos presos com a administração. O Estado tem que investir na garantia da assistência aos presos, pois é assim que o PCC ganha adesão”
Roberta Fernanda Santos, socióloga
Pedro Rodrigues da Silva, o Pedrinho Matador, conhece o sistema prisional de São Paulo como poucos. Ele ficou sem ver a rua de 1973 até 2007 e de 2011 até 2018 — viveu mais de 40 atrás das grades e por lá, ele conta que viu mais de 200 presos serem mortos enquanto esteve por lá, sendo que mais de 100 foram ele mesmo que matou.
Viveu no cárcere no tempo do Regime Militar, da redemocratização e dos governos com leve viés progressista, mas mudança mesmo, houve quando a facção paulista despontou como hegemônica, acabando com as diversas gangs e grupos dentro das cadeias e presídios.
Sobre o Primeiro Comando da Capital ele afirmou durante uma entrevista:
“Fui [convidado a entrar no PCC], mas não entrei. Ali é o seguinte: depois que surgiu o partido, você vê que a cadeia mudou. Não morre ninguém porque o partido não deixa. É paz. Paz para a Justiça ver. Se começa uma briga, eles seguram. Eles também ajudam quem sai, arrumam trabalho.”
transcrito por Willian Helal Filho para O Globo

“O objetivo do PCC é claro: ao aumentar sua expansão internacional, pretende levar a cabo o projeto idealizado por Pablo Escobar Gaviria , que é colocar-se à frente de uma única organização para o controle de todo o mercado de drogas no sul do continente (Narcosul). O caso Morabito no Brasil nos faz refletir sobre o risco de que o PCC, em particular, tenha firmado acordos com a ‘Ndrangheta para o fornecimento de cocaína na Europa.”
Giovanni Tartaglia Polcini
O que pensa sobre a relação Hezbollah e o PCC…
O Grupo de oposição iraniano Mojahedin-e-Khalq (MEK) que assina como Heshmar Alavi
O Hezbollah desfruta de uma “vasta rede” na América Latina, especialmente no Brasil, que abriga cerca de um milhão de muçulmanos xiitas. Emanuele Ottolenghi, membro sênior do Irã na Fundação de Defesa das Democracias, “delineou uma conexão entre o Hezbollah e o Primeiro Comando da Capital […] que é amplamente considerado um dos maiores exportadores de cocaína do país ”.
O conselho de Ottolenghi é para que o Congresso e o governo norte-americano “se concentrem agressivamente” na presença do Hezbollah na América Latina, destacando que a América Latina “se tornou um importante centro de lavagem de dinheiro e captação de recursos” para o Hezbollah.
Heshmat Alavi — El Arabyia
O que pensa…
Ryan C. Berg — Research Fellow in Latin America Studies at the American Enterprise Institute (AEI)
O que pensa…
Steven Dudley— Co-Founder and Co-Director of InSight Crime
O que pensa…
Ryan C. Berg— pesquisador do American Enterprise Institute (AEI)
O que pensa…
Jorge Dias — Fiscal de Corte
El Primer Comando de la Capital “es una organización criminal tipo secta, altamente peligrosa, y que la tenemos al lado… Tenemos que empezar a ocuparnos de esos problemas y no a correrlos de atrás…”.
O que pensa…
Bruno Lacerda Bezerra Fernandes — mestre em Direitos e garantias fundamentais pela UFRN

O que pensa…
Carlos Mateo Balmelli — político pré candidato à presidência do Paraguai
“A Segurança Pública [no Paraguai] está muito comprometida. Ações criminosas do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Exército do Povo Paraguaio (EPP) se somam a insegurança pública que ainda é importante, e que eu acho que está aumentando.”
O que pensa…

Frederico Vasconcelos — reporter da Folha de São Paulo
“A intensificação da globalização e o incremento das atividades de organizações criminosas transnacionais no Brasil, do exterior para cá e a partir de nosso território (como faz o PCC), tornam urgente a regulamentação de modernas ferramentas de persecução internacional e de regras mais flexíveis para cooperação nas fronteiras, no âmbito regional.
A MSC 185/2017 é um exemplo de regulamentação necessária. Neste campo também precisamos de menos cartórios e de menos burocracia, em prol da celeridade e da eficiência” .